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Aleitamento Materno e Alimentacao Complementar

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar 
INTRODUÇÃO 
Trata-se de uma estratégia ancorada na 
promoção, proteção e apoio ao aleitamento 
materno, iniciando na gestação, considerando-
se as vantagens da amamentação para a 
criança, a mãe, a família e a sociedade, bem 
como a importância de estabelecimento de 
hábitos alimentares saudáveis. 
As ações, iniciativas e estratégias do aleitamento 
materno e alimentação complementar saudável 
são: 
• Iniciativa Hospital Amigo da Criança (Ihac). 
• Estratégia Nacional para Promoção do 
Aleitamento Materno e Alimentação 
Complementar Saudável no SUS – Estratégia 
Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB). 
• Ação de Apoio à Mulher Trabalhadora que 
Amamenta (MTA). 
• Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano 
(rBLH). 
• Implementação da Norma Brasileira de 
Comercialização de Alimentos para Lactentes, 
para Crianças de Primeira Infância, Bicos, 
Chupetas e Mamadeiras (Nbcal). 
• Mobilização Social em Aleitamento Materno. 
A articulação das ações de promoção do 
aleitamento materno, com aquelas da promoção 
da alimentação complementar saudável, pode 
contribuir para reverter a ocorrência de mortes 
em crianças menores de 5 anos, respectivamente, 
em até 13% e 6%. 
ALEITAMENTO MATERNO 
O aleitamento materno é um tema fundamental 
para a saúde e a qualidade de vida da criança. 
Evidências científicas comprovam que a 
amamentação, quando praticada de forma 
exclusiva até os 6 meses e complementada com 
alimentos apropriados até os 2 anos de idade ou 
mais, demonstra grande potencial 
transformador no crescimento, no 
desenvolvimento e na prevenção de doenças da 
infância e idade adulta, bem como na promoção 
da sobrevivência infantil e no pleno 
desenvolvimento do ser humano. 
Estímulo ao Aleitamento Materno no Pré-Natal: 
O Papel da Atenção Básica 
A abordagem durante o pré-natal é 
fundamental para as orientações sobre: 
- Como o leite é produzido; 
- Importância da amamentação precoce; 
- Contato pele a pele efetivo e do aleitamento 
na primeira hora de vida, evitando-se a 
separação mãe e bebê para rotina 
padronizadas nos serviços que podem ser 
feitas após a primeira hora de vida; 
- Aleitamento materno sob livre demanda; 
- Papel do alojamento conjunto; 
- Riscos do uso de chupetas, mamadeiras e 
qualquer tipo de bico artificial; 
- Orientação quanto ao correto 
posicionamento da criança e pega da aréola; 
- Como realizar a ordenha manual do leite e 
como guarda-lo e/ou doá-lo; 
- Como superar as dificuldades como o 
ingurgitamento mamário. 
As ações que devem ser assumidas pela equipe 
são: 
- Oferecer apoio emocional e estimular a troca 
de experiências; 
- Dedicar tempo e ouvir as dúvidas, as 
preocupações e as dificuldades da mulher e 
fortalecer sua autoconfiança e o 
protagonismo da mulher sobre sua 
capacidade de amamentar desde a gestação, 
no momento do parto e nascimento para 
garantir a qualidade do encontro com o bebê 
para uma internação efetiva; 
- Envolver os familiares e a comunidade nesse 
processo. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Estímulo ao Aleitamento Materno no 
Nascimento: O Papel das Maternidades 
- Iniciativa do Hospital Amigo da Criança 
(OMS/Unicef), que propõe os “Dez Passos para 
o Sucesso do Aleitamento Materno”. 
- Certificação das maternidades na Ihac que 
inclui, além do cumprimento dos “Dez Passos”, 
o cumprimento da Norma Brasileira de 
Comercialização de Alimentos para Lactentes, 
Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas 
e Mamadeiras (Nbcal). 
- “Cuidado Amigo da Mulher”, no qual se 
destaca o parto normal como fator protetor 
para o aleitamento materno, o contato pele a 
pele efetivo ao nascimento e a proteção do 
período sensível na primeira hora de vida, sem 
interferência desnecessária neste momento 
entre a mãe e bebê, com procedimentos que 
podem ser feitos posteriormente. 
- Permanência da mãe ou pai ou, na falta 
destes, do responsável legal junto ao recém-
nascido com livre acesso durante as 24 horas. 
A garantia do pai/acompanhante de livre 
escolha da mulher no pré-parto, parto e pós-
parto, em consonância com as diretrizes as 
Rede Cegonha (Portaria nº 1.459, de 24 de 
junho de 2011). 
Estímulo ao Aleitamento Materno em Situações 
Especiais (RN Pré-Termo e de Baixo Peso): 
O Papel do Método Canguru e dos Bancos de 
Leite Humano 
A promoção do aleitamento materno para os 
bebês de baixo peso e/ou pré-termos se constitui 
um grande desafio e pode ter impacto 
significativo sobre sua sobrevivência e qualidade 
de vida. 
Vários estudos têm demonstrado o impacto 
positivo do Método Canguru sobre o 
estabelecimento da amamentação e sua 
continuidade de forma exclusiva após a alta 
hospitalar, o que tem grande potencial para a 
redução da mortalidade nesse grupo. 
Além disso, o leite humano pasteurizado é seguro 
e atende, prioritariamente, aos recém-nascidos 
pré-termos internados em Unidades Neonatais. 
Portanto, essa rede deve ser divulgada na 
sociedade visando a ampliação da cultura da 
doação de leite humano pela população, bem 
como a contribuição para o aumento de índices 
de aleitamento e de sobrevivência de 
prematuros. Assim, os Bancos de Leite Humano 
têm cumprido papel fundamental para a 
promoção, a proteção e o apoio à 
amamentação, especialmente destes recém-
nascidos. 
A principal ação é apoiar as mulheres que 
desejam amamentar seus filhos e, nesse 
processo, além de conseguir prolongar a 
amamentação, muitas descobrem ou aprendem 
a identificar o excesso de leite e se tornam 
doadoras, garantindo leite humano para recém-
nascidos de risco que, por algum motivo, não 
dispõem de leite suficiente de suas próprias 
mães. 
Estímulo ao Aleitamento Materno: 
Após a Alta da Maternidade 
Na estratégia do “5º Dia de Saúde Integral”, a 
mãe e o bebê devem ser acolhidos, pela equipe 
de Atenção Básica, entre o 3º e o 5º dia de vida 
do recém-nascido, para atendimento de ambos, 
com a presença do pai sempre que possível, com 
observação da mama e orientação em relação à 
amamentação e aos cuidados com a mulher e 
com a criança. Destaca-se que a importância 
desta abordagem precoce, uma vez que, no 
primeiro mês de vida, em torno de 40% das 
crianças já interromperam a amamentação 
exclusiva. Assim, a equipe deve estar atenta para 
ouvir a mãe, o pai e seus familiares, apoiando-os 
na resolução dos problemas identificados para o 
estabelecimento da amamentação. Além disso, a 
equipe deve avaliar e observar a mamada em 
todas as ocasiões do encontro de mãe e bebê, 
bem como reforçar as orientação dadas no pré-
natal e na maternidade. 
As visitas domiciliares, no último mês de gestação 
e após a alta hospitalar na primeira semana de 
vida ou logo após a alta, também, constituem 
ações potentes de vigilância à saúde da mãe e do 
bebê, sendo de fundamental importância para o 
incentivo, a orientação e o apoio à 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
amamentação. Destaca-se que, a visita ao 
recém-nascido se faz necessária já na primeira 
semana, principalmente se este não comparece 
à UBS entre o 3º e o 5º dia de vida, como 
esperado. 
Portanto, essas são ações fundamentais a serem 
desenvolvidas pelas equipes de saúde nas UBS e, 
nesse sentido, a Estratégia Amamenta e Alimenta 
Brasil (EAAB) tem importante papel na 
capacitação dos profissionais de saúde. 
Proteção Legal ao Aleitamento Materno 
A instituição de leis e normas é fundamental para 
a garantia do direito das crianças e suas famílias 
ao aleitamento materno. 
Os profissionais, serviços e gestores da Saúde 
devem estar atentos às recomendações da 
Convenção dos Direitos da Criança e Estatuto da 
Criança e do Adolescente, que garantem aos pais 
o direito de serem orientados corretamente 
quanto à alimentação saudável e correta de seus 
filhos.Ainda, todos devem conhecer e apoiar o 
cumprimento da legislação vigente quanto ao 
direito da mãe e do recém-nascido de não serem 
separados no pós-parto e durante a internação 
neonatal, ainda que em UTI. 
O Conselho Federal garante às puérperas 120 
dias de licença-maternidade, sem prejuízo do 
emprego e salário e, ainda, o direito da nutriz, 
quando do retorno ao trabalho, a pausa de uma 
hora por dia, podendo ser parcelada em duas 
pausas de meia hora, para amamentar seu 
próprio filho até os 6 meses de idade. Ainda, 
existe a possibilidade de extensão da duração da 
licença-maternidade em 60 dias e da licença-
paternidade em 15 dias, dentro do Programa 
Empresa Cidadã, bem como outras normais com 
repercussão na promoção, na proteção e no 
apoio ao aleitamento materno, todas previstas 
no Marco Legal da Primeira Infância. 
Destaca-se que o incentivo à criação de salas de 
apoio à amamentação nas empresas visa à 
manutenção da amamentação entre mulheres 
que retorna ao trabalho após a licença. 
A Norma Brasileira de Comercialização de 
Alimentos para Lactentes e Crianças da Primeira 
Infância (Nbcal) protegem o aleitamento 
materno das estratégias abusivas de marketing, 
usadas pelas indústrias que comercializam 
produtos que interferem na amamentação. 
Mobilização Social 
Entre as ações de mobilização da sociedade para 
a promoção da amamentação incluem 
estratégias fundamentais para a expansão e 
consolidação do aleitamento, bem como o 
acesso dos bebês prematuros e de baixo peso ao 
leite humano via BLH. Assim, as ações que de 
destacam são: 
- Semana Mundial de Aleitamento Materno 
(Smam): corresponde a primeira semana do 
mês de agosto, sendo uma iniciativa 
internacional da Aliança Mundial pela Ação 
de Amamentar. 
- Lei do Agosto Dourado (Lei nº 13.435, de 12 de 
abril de 2017): institui no Brasil o mês de 
agosto como o mês do aleitamento materno. 
- Dia Nacional de Doação de Leite Humano 
(19 de maio). 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR 
A OMS, a Unicef e o MS recomendam que a 
amamentação seja exclusiva nos primeiros 6 
meses de vida e complementada até 2 anos de 
idade ou mais, com a introdução de alimentos 
sólidos/semissólidos de qualidade e em termo 
oportuno. 
Conforme estabelecido na Convenção sobre os 
Direitos das Crianças, a nutrição adequada e o 
acesso a alimentos seguros e nutritivos são 
componentes cruciais e universalmente 
reconhecidos como direito da criança para 
garantir os mais altos padrões de saúde. 
As práticas alimentares inadequadas nos 
primeiros anos de vida estão relacionadas à 
morbidade em crianças, caracterizadas por 
doenças infecciosas, afecções respiratórias, cárie 
dental, desnutrição, excesso de peso e carências 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
específicas de micronutrientes, como as de ferro, 
zinco e vitamina A. 
Obs.: No Brasil, 50% das crianças menores de 2 
anos apresentam anemia por deficiência de ferro 
e 20% apresentam hipovitaminose A. 
Por isso, é importante o cuidado e a atenção dos 
profissionais de saúde, em especial da Atenção 
Básica, para o apoio à mãe e à família, estando 
atentos às suas necessidades, acolhendo 
dúvidas, preocupações e dificuldades, mas 
também valorizando conhecimentos prévios e os 
êxitos. Assim, a EAAB é recomendada como 
estratégia para aprimorar as competências e 
habilidades dos profissionais de saúde para a 
promoção do aleitamento materno e da 
alimentação complementar saudável, bem como 
o “Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 
Anos” e os “Dez Passos para a Alimentação 
Saudável”. 
No âmbito municipal, devem ser implementadas 
as ações de Vigilância Alimentar e Nutricional, 
incluindo avaliação antropométrica, avaliação 
de consumo alimentar, bem como a identificação 
e priorização do atendimento das famílias e 
crianças em programas de transferência de 
renda ou de distribuição de alimentos 
disponíveis. Ainda, devem ser priorizados os 
programas de suplementação preventiva com 
micronutrientes, organizados na Atenção Básica.

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