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Laísa Dinelli Schiaveto Parâmetros Laboratoriais Hormonais INTRODUÇÃO EIXO HIPOTÁLMO-HIPÓFISE-TIREOIDE Para o funcionamento do eixo que controla a tireoide, onde em resposta aos níveis circulantes dos hormônios secretores essenciais T3 (tri- iodotironina) e T4 (tiroxina) liberados pela tireoide, o hipotálamo e a hipófise alteram a produção de seus próprios produtos hormonais – TRH (hormônio liberador de tireotropina) e TSH (hormônio estimulante da tireoide) No caso de uma diminuição da função tireoidiana, uma quantidade menor de T3 e T4 é liberada na circulação e, consequentemente o hipotálamo e a hipófise respondem aumentando a produção de seus hormônios (TRH e TSH), em uma tentativa de estimular a tireoide. Já, no caso de um aumento da função tireoidiana, uma quantidade maior de T3 e T4 é liberada na circulação fazendo com que o hipotálamo e a hipófise percebem essa elevação e, como consequência, diminuam a produção de seus hormônios (TRH e TSH). HORMÔNIOS TIREOIDIANOS Os hormônios tireoidianos – T3 e T4 – apresentam diversas funções no organismo, como aumento do metabolismo e a síntese de proteínas, sendo necessário para o crescimento e o desenvolvimento da criança (mental e sexual). Efeitos: Taxa Metabólica – Os hormônios tireoidianos aumentam o metabolismo de todos os tecidos corporais, podendo aumentar a taxa metabólica basal entre 60-100% acima do normal na presença de grandes quantidades de T4. Função Gastrointestinal – Os hormônios tireoidianos estimulam a função gastrointestinal, causando aumento da motilidade e da produção de secreções gastrointestinais, que, por sua vez, pode causar diarreia e aumento do apetite. Efeitos Neuromusculares – Os hormônios tireoidianos possuem efeitos acentuados no controle neural da função e do tônus muscular. Destaca-se que nos bebês, estes são necessário ao desenvolvimento normal do encéfalo, assim, favorecendo as funções cerebrais. Sistema Cardiovascular e Respiratório – A função cardiovascular e respiratória são profundamente afetadas pela função da tireoide. Com o aumento da taxa metabólica, o consumo de oxigênio e a produção de subprodutos metabólicos aumentam e, assim, há uma vasodilatação crescente. Em especial, o fluxo sanguíneo da pele é aumentado como modo de dissipar calor corporal resultante da taxa metabólica aumentada. DISFUNÇÕES HORMONAIS DA TIROIDE HIPOTIREOIDISMO O hipotireoidismo é caracterizado pela deficiência de hormônios tireoidianos devido a destruição dos tecidos glandulares ou a doenças Laísa Dinelli Schiaveto que acometem a glândula. Trata-se do distúrbio mais comum da tireoide, e sua maior causa é a deficiência de iodo ingerido pela população. Os sinais e sintomas, muitas vezes, podem ser discretos, mas uma serie de características pode ser indicativa da doença, como: fala arrastada, expressão facial apática, comprometimento mental, letargia, fadiga, pele seca e áspera, bradicardia e sensibilidade ao frio, entre outras. As manifestações clínicas estão relacionadas, principalmente, com dois fatores: (1) estado hipometabólico resultante da deficiência de hormônio tireoidiano e (2) acometimento mixedematoso dos tecidos corporais. O estado hipometabólico associado ao hipertireoidismo é caracterizado por início gradativo de fraqueza e fadiga, tendência a acúmulo de peso apesar da perda de apetite e intolerância ao frio. À medida que a doença progride, a pele se torna seca e áspera, os cabelos ficam ásperos e quebradiços e a face se torna congestionada, com pálpebras edemaciadas. A motilidade gastrintestinal diminui, causando constipação intestinal, flatulência e distensão abdominal. Em alguns casos, observa-se relaxamento mais lento dos reflexos tendíneos profundos e bradicardia. Por fim, o acometimento do SNC é evidenciado por letargia e déficit de memória. TIPOS: O hipotireoidismo pode existir sob a forma primária, secundária, congênita (cretinismo), do adulto (mixedema) e grave (coma mixedematoso). Hipotireoidismo Primário: Tem como principais causas a atividade autoimune (Tireoidite de Hashimoto), radioterapias na região do pescoço, cirurgias realizadas para retirada de neoplasias, tratamentos que utilizam drogas antitireoidianas, bócio simples e uso de medicamentos (ex.: amiodarona e lítio). Quando o hipotireoidismo é causado pela ausência de resposta da glândula tireoide, ou seja, deficiência primária, os níveis séricos de TSH estarão elevados, em decorrência da diminuição do feedback negativo dos hormônios tireoidianos. Por isso, o nível sérico de TSH constitui o principal teste usado na triagem da doença primaria da tireoide. Hipotireoidismo Secundário: Quando o hipotireoidismo é causado por um defeito na produção hipofisária da TSH, ou seja, deficiência secundária, o nível de TSH não estará elevado, apesar da presença de baixos níveis dos hormônios tireoidianos. Nesse contexto, se o TRH fosse administrado, a elevação normalmente esperada do TSH estaria ausente ou significativamente reduzida. Hipotireoidismo Congênito ou Cretinismo: Ocorre quando o indivíduo nasce com grande deficiência da tireoide ou até mesmo sem possuir glândula, podendo levar ao retardo mental permanente. Hipotireoidismo do Adulto ou Mixedema: É mais frequente em mulheres do que em homens, podendo ser classificado em clínico ou subclínico, sendo que esse último raramente apresenta sintomas e causa uma leve elevação do nível de TSH. HIPERTIREOIDISMO O hipertireoidismo é caracterizado pela secreção excessiva dos hormônios tireoidianos devido à hiperfunção da glândula. Pode estar associado a uma série de fatores como tireoidites, doença de Graves (autoimune, sendo a causa mais comum), excessos no tratamento de drogas tireoidianas, secreção excessiva do hormônio TSH devido a um adenoma hipofisário, bócio nodular ou carcinoma funcionante da tireoide. Laísa Dinelli Schiaveto A glândula aumentada eleva a sua captação de iodo, assim, aumentado a velocidade de secreção de seus hormônios. A maior concentração de hormônios livres circulantes livres, eleva a taxa metabólica do organismo, levando a um aumento na temperatura da pele, bem como da sudorese e sensibilidade ao calor (sinais iniciais que variam de acordo com a carga hormonal produzida). Alguns dos sintomas mais comuns ligados ao hipertireoidismo são: nervosismo, ansiedade, irritabilidade, fraqueza muscular, fadiga, bócio, insônia, emagrecimento, sudorese, palpitação, taquicardia, pele quente e sedosa, intolerância ao calor, alterações menstruais, hiperdefecação e hiperfagia.
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