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Parametros Laboratoriais Microbiologicos

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Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Parâmetros Laboratoriais Microbiológicos 
INTRODUÇÃO 
As bactérias são um grupo de microrganismos 
unicelulares que crescem e formam colônias, 
podendo ser identificas microscopicamente de 
acordo com a sua morfologia: cocos (redondos) 
como estreptococos e estafilococos, bacilos 
(bastão) como E. coli e Enterobacteriaceae, e 
espiralada como Treponema pallidum. Ainda, 
existem alguns bacilos filamentosos, cocobacilos, 
diplococos, entre outros. 
É importante lembrar que algumas bactérias são 
aeróbicas, enquanto outras são anaeróbicas, o 
que impõe exigências quanto ao tipo de meio de 
transporte da amostra para análise. 
à As enterobactérias têm como habitat natural 
o intestino humano, são denominadas coliformes 
e apresentam cerca de 20 espécies. Possuem 
grande importância clínica, pois 95% delas são 
patogênicas, podendo causar ITU, septicemias, 
infecção gastrointestinal ou meningite. 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
Para a diferenciação desses microrganismos, é 
necessário conhecer as diferenças estruturais e 
suas propriedades bioquímicas, as quais 
permitem isolá-las em meios de cultivo 
diferenciados. Assim, um dos métodos mais 
utilizados para o isolamento e a diferenciação 
das enterobactérias é a técnica de Gram. 
 
 
EXAMES BACTERIOLÓGICOS 
Em geral, os exames bacteriológicos são feitos 
por meio de cultivo das bactérias, que podem 
estar presentes na amostra biológica (ex.: fezes, 
sangue, escarro, líquidos ou secreções), em meios 
de cultura adequados. 
Dessa forma, esses meios podem isolar um 
determinado tipo de bactéria favorecendo a 
formação de colônias de bactérias 
fermentadoras de lactose (ex.: Klebsiella e. coli) 
diferenciando-as das não fermentadoras (ex.: 
Shigella, Salmonella e Proteus), além de favorecer 
o crescimento daquelas colônias em ágar 
sangue ou para o crescimento de fungos 
patogênicos através da utilização de meios que 
contêm dextrose, maltose e peptonas (ágar 
dextrose sabouraud). 
Quando se coloca indicadores de cor 
(cromogênicos) no meio, pode-se separar as 
diferentes espécies. Por exemplo, no meio 
cromogênico Salmonella-Shigella, a E. coli fica 
rosa, enquanto a Salmonella fica preta e Shigella 
fica verde. 
Outras metodologias utilizadas para identificar 
bactérias são baseadas em identificação de 
estruturas antigênicas (sorotipos), reações com 
anticorpos e imunofluorescência, 
sequenciamento de DNA e detecção de genes de 
resistência e antimicrobianos. 
à Todas as enterobactérias reduzem nitrato, 
fermentam glicose, sendo oxidase negativas e 
catalase positivas. 
 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
INFECÇÕES DE ORIGEM ALIMENTAR 
O Ministério da Saúde classifica doença de 
origem alimentar como sendo toda e qualquer 
doença que se manifesta após a ingestão de 
alimento ou água. 
Podem ser provocadas por mais de 250 tipos de 
microrganismos, incluindo parasitas 
protozoários como Entamoeba histolyca e 
Giardia lamblia, e bactérias como Salmonella sp, 
Shigella sp, Yersinia enterocolitica, 
Campylobacter jejuni, E. coli, Clostridium 
botulinum e perfringens e Bacillus cereus (cepa 
diarreica), que são causadores de infecção e/ou 
toxinfecção. Ainda, Staphylococcus aureus, 
Clostridium botulinum e Bacillus cereus (cepa 
emética) são causadores de intoxicações por 
toxinas pré-formadas no alimento. 
Em geral, o modo de transmissão pode ser feito 
por manipuladores de alimentos assintomáticos, 
que não seguem as recomendações de higiene, 
incluindo toda a cadeia desde a produção, 
transporte, venda, acondicionamento e preparo. 
Entre os maiores responsáveis, destacam-se os 
alimentos de origem animal (ex.: carnes mal 
cozidas de frango e suínos, crustáceos e peixes 
crus, ovos, leite e produtos preparados com os 
mesmos) e os alimentos preparados para 
consumo coletivo e vendidos na rua ou pequenos 
estabelecimentos. 
Obs.: Para efeito de Vigilância e Prevenção de 
Doenças Alimentares, considera-se surto 
quando duas pessoas ou mais apresentam 
doenças semelhantes após terem ingerido 
alimento ou água da mesma origem. 
Os sintomas, o período de incubação, a duração 
dos sintomas e a característica de ser 
autolimitada ou não dependem de cada tipo de 
microrganismo e da característica da defesa 
imunológica do indivíduo. Os microrganismo 
patogênicos superam esse mecanismo de defesa 
e causam inflamação e lesões celulares, 
originando as gastroenterites e as enterocolites. 
• A defesa imunológica é menos desenvolvida 
nos bebês e em idosos, o que os torna mais 
propensos a contrair infecções alimentares ou 
a desenvolver as formas mais graves da 
doença. 
Portanto, as infecções alimentares são muito 
mais graves em crianças (principalmente 
lactentes), idosos, pacientes imunodeprimidos ou 
portadores de algumas doenças crônicas, 
podendo levar a morte se não tratadas a tempo. 
Detalhes da história clínica ajudam a orientar os 
exames, visto que alguns alimentos estão 
potencialmente envolvidos com determinados 
microrganismos. 
- Frutos do mar e peixe cru = Víbrio 
parahaemolyticus e Salmonella typhi. 
- Carne de frango, ovo, leite, manteiga, queijo e 
pescados = Salmonella sp. 
- Carne vermelha, ovos e leite crus = 
Campylobacter. 
- Enlatados, conservados e produtos cárneos 
artesanais = Clostridium botulinum. 
- Caldos e molho de carne, conservar de peixes 
e ostras = Clostridium perfringens. 
- Diarreia após ingestão de mel e chá de ervas 
em bebês = Clostridium botulinum. 
- Surtos de gastroenterite com provável 
ingestão direta de toxinas = Staphylococcus 
aureus, Bacillus cereus e Clostridium 
perringens. 
Os exames laboratoriais mais utilizados para o 
diagnóstico etiológico das infecções originadas 
pela ingestão de alimentos são as culturas de 
fezes para isolamento, identificação e 
quantificação de colônias do patógena e a 
sorotipagem para algumas bactérias como a E. 
coli O157:H7 (produtora de toxinas). 
O custo para uma triagem completa de todas as 
bactérias causadoras de infecções alimentares 
em cada paciente é muito alta, o que a torna 
impraticável. 
Pesquisar a presença de sangue, muco e 
leucócitos nas fezes (pesquisa de elementos 
anormais nas fezes). 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
• Presença de leucócitos = indicativo para 
bactérias que causam inflamação no intestino 
grosso = Salmonella, Campylobacter, Shigella 
e. coli enteroinvasiva (EIEC). 
• Ausência de leucócitos = direciona a 
pesquisa para as que causam toxinfecção = 
Víbrio e. coli enterotoxigênica (ETEC). 
• Presença de muco, sangue e pus com 
história de febre e dor = indica amebíase, 
shigelose ou EIEC. 
• Presença de sangue sem leucócitos = indica 
E. coli enterohemorrágica (EHEC) produtora 
de toxina. 
Em casos de surtos, realiza-se pesquisa de toxina 
nas fezes, no soro, em vômitos e análise 
bromatológica no alimento suspeito. Além disso, 
quando pertinentes, nos meses de inverno, são 
triados para rotavírus, sendo que, em casos 
negativos, estes são direcionados para a 
pesquisa de outros microrganismos prováveis. 
O tratamento com antimicrobianos nem sempre 
é indicado, mas para se decidir sobre o 
tratamento adequado é necessária identificação 
do microrganismo patogênico. Por isso, na 
rotina laboratorial, estabelecem-se estratégias 
que favoreçam obter a maior positividade 
possível nas coproculturas realizadas. 
Toxinfecção 
É uma síndrome diarreica causada por consumo 
de alimentos contaminados por bactérias ou 
suas toxinas. 
É causada por microrganismos toxigênicos e o 
quadro clínico (diarreia intensa sem sangue ou 
leucócitos e febre discreta ou ausente, com 
desidratação como consequência) aparece mais 
cedo, de poucas horas a dois dias, sendo 
provocado por toxinas liberadas quando as 
bactérias se multiplicam, esporulam ou sofrem 
lise na luz intestinal. Então, as toxinas atuam no 
sistema de secreção/absorção da mucosa 
intestinal,levando a perda expressiva de água e 
eletrólitos. 
 
Infecção por Bactérias Patogênicas 
Após a ingestão de bactérias patogênicas, estas 
colonizam o intestino e causam danos ao 
hospedeiro, manifestando-se como uma diarreia 
aguda, em geral, acompanhada por sangue e 
pus. Esta pode alcançar a corrente sanguínea e 
se disseminar causando uma infecção sistêmica 
ou atingir diferentes órgãos, acarretando 
complicações renais, hepáticas, de vias biliares, 
terminações nervosas ou do SNC, de acordo com 
o agente envolvido. 
Assim, é causada pela ingestão de 
microrganismos patogênicos invasivos, capazes 
de penetrar e invadir tecidos originando o 
quadro clínico característico de infecção, com 
diarreias frequentes, mas não abundantes, 
contendo sangue e muco, além de exame de 
leucócitos positivo nas fezes. Ocorrem dores 
abdominais intensas, febre e desidratação, 
sendo que os sintomas geralmente aparecem 
após 12 a 36 horas, durando de 2 a 4 dias. 
Microbiota Intestinal 
Quando a microbiota intestinal desequilibra 
devido a presença de microrganismos 
patogênicos ou de suas toxinas, ocorrem as 
enterocolites, que se manifestam como doenças 
diarreicas agudas, sendo que, em casos de 
reinfecção, acabam se tornando crônicas. 
Diarreias Agudas: 
A maioria das diarreias agudas causadas pela 
ingestão de alimentos contaminados com 
bacilos ou coliformes fecais tem um período de 
incubação de 12 a 36 horas, sendo autolimitada 
com desaparecimento dos sintomas após alguns 
dias, podendo ser tratadas com reidratação oral 
ou endovenosa e cuidados com a nutrição. 
O uso de antibióticos é recomendado para 
crianças menores de três meses, pacientes 
imunodeprimidos e em casos de diarreia por 
cólera, sendo que, sua indicação é relativa para 
shigeloses e infecções sistêmicas associadas. 
Além disso, há contraindicação formal do seu 
uso em salmonelose nos pacientes 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
imunocompetentes, botulismo infantil e casos de 
colite pseudomembranosa. Assim, a escolha 
correta do antibiótico deve ser feita com base no 
antibiograma. 
Principais Sintomas 
associados à Bacilos Fermentadores 
 
PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO GÊNERO 
STAPHYLOCOCCUS 
O Staphylococcus aureus é um patógeno 
oportunista anaeróbio facultativo e Gram-
positivo. Embora seja um membro normal da 
microbiota, é uma das bactérias patogênicas 
mais importantes, uma vez que ela atua como 
agente causador de várias infecções, desde 
aquelas superficiais até as mais disseminadas 
com elevada gravidade. 
Sua importância clínica cresceu muito devido ao 
aumento significativo de infecções hospitalares 
graves, causadas por amostras multirresistentes. 
Além disso, é a principal bactéria causadora de 
infecções de feridas cirúrgicas, a qual se 
manifesta por edema e presença de material 
purulento. 
As patologias podem ser dividias em três 
principais tipos: 
• Infecções Superficiais = afetam a pele e o 
tecido celular subcutâneo sendo, geralmente, 
decorrentes da invasão direta nos tecidos 
existentes na pele ou mucosas (ex.: abscessos 
cutâneos e infecções de ferida). 
• Infecções Profundas ou Sistêmicas = são 
decorrentes de bacteremias que se originam 
nos focos das infecções superficiais ou, 
eventualmente, em uma pneumonia por 
aspiração (ex.: bacteremia, endocardite, 
osteomielite, artrite, miosite tropical e 
pneumonia). 
• Quadros Tóxicos = síndrome do choque 
tóxico, síndrome da pele escaldada e 
intoxicação alimentar. 
Em geral, as infecções estafilocócicas são 
superficiais e discretas, contudo, em recém-
nascidos, pacientes cirúrgicos e em portadores 
de doenças debilitantes podem ser graves. 
O diagnóstico laboratorial é feito através de 
análises de amostras colhidas de pacientes com 
suspeitas da doença. A detecção bem-sucedida 
dos microrganismos numa amostra clínica 
depende do tipo de infecção e da qualidade do 
material submetido à análise. Todas essas 
amostras coletadas são submetidas a exames, 
que podem ser físicos, bacteriológicos e 
bioquímicos. 
Assim, o diagnóstico das doenças causadas por 
estafilococos é feito através de exame 
bacterioscópico de esfregaço corados por Gram, 
isolamento e identificação de microrganismo. Já, 
o diagnóstico de intoxicação alimentar é feito 
através de pesquisa de enterotoxina nos 
alimentos ingeridos e no material oriundo de 
vômito do paciente. De uma forma geral, o S. 
aureus pode ser encontrado em grande 
quantidade no alimento que contém 
enterotoxina responsável pelas manifestações 
clínicas. 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
Atualmente, existem sistemas automatizados de 
microbiologia que são capazes de isolar e 
identificar a maioria dos estafilococos em 
espécie. As provas bioquímicas, metabólicas, 
enzimáticas e os esquemas simplificados para a 
identificação de rotina de espécies humanas de 
estafilococos vêm sendo substituídos 
gradualmente por métodos moleculares, mais 
rápidos, contudo extremamente dispendiosos. 
Em várias situações, principalmente, em casos de 
surtos epidêmicos de infecções hospitalares, 
pode ser necessário fazer a tipagem de amostras 
de S. aureus para a identificação de origem e 
disseminação das infecções. Para rastrear a 
disseminação das amostras, vários métodos de 
tipagem foram desenvolvidos: biotipagem, 
sorotipagem, fagotipagem e a resistotipagem. 
Anteriormente, o método mais recomendado era 
a fagotipagem, mas, atualmente, vem se dando 
preferência a métodos moleculares e a análise de 
DNA através de eletroforese de campo pulsado. 
Outras Bactérias de Interesse Clínico: 
- Cocos Gram-positivos: gênero Streptococcus 
e família Enterococcaceae. 
- Cocos Gram-negativos: família 
Enterococcaceae. 
- Gram-negativos fermentadores. 
- Gram-negativos não fermentadores. 
- Espiroquetídeos. 
- Corynebacterium diphtheriae. 
- Clamídia sp. 
ANTIBIOGRAMA 
O antibiograma é o exame microbiológico de 
maior importância, mas por ser dispendioso 
acaba sendo dispensado quando o tratamento 
empírico traz benefícios evidentes. Este deve ser 
realizado principalmente nas infecções urinárias 
complicadas, hospitalares, associadas a 
septicemia e que sugerem desenvolvimento de 
resistência antimicrobiana. 
O teste avalia o padrão de sensibilidade ou de 
resistência de uma bactéria frente a diferentes 
concentrações preestabelecidas de um ou mais 
antibióticos. 
Destaca-se que a identificação bacteriana por 
meio de cultura é pré-requisito para o teste, pois 
o agente patogênico deve ser primeiramente 
isolado para possibilitar o seu cultivo na placa 
própria para antibiograma. 
Tipos de Antibiograma 
QUALITATIVO: Determina a sensibilidade por 
meio dos parâmetros sensível, intermediário ou 
resistente, indicando, respectivamente, que o 
agente isolado pode ser tratado com sucesso 
com a dose recomendada do antibiótico, quando 
somente alta dosagem é eficaz ou quando doses 
normais padronizadas não conseguirão inibir. 
Para essa definição, usa-se medidas do 
diâmetro do halo formado no local onde um 
papel de filtro, embebido com o antibiótico, 
entrou em contato com a colônia de bactérias na 
placa de ágar. 
• Sensível = identifica que a infecção devida ao 
microrganismo estudado pode ser tratada 
com a dosagem habitual do antimicrobiano 
testado e recomendado para esse tipo de 
infecção. 
• Intermediário = significa que o 
microrganismo pode ser inibido por 
concentrações maiores de certas drogas, se 
doses maiores puderem ser administradas ou 
se a infecção ocorre em local onde o 
antimicrobiano é fisiologicamente mais 
concentrado (ex.: trato urinário). 
• Resistente = quando o microrganismo 
isolado apresenta mecanismos específicos de 
resistência ou não é inibido pela 
concentração do antimicrobiano obtida no 
local da infecção. 
QUANTITATIVO: Determina a concentração 
inibitória mínima (CIM) capaz de inibir o 
crescimento bacteriano,sendo também relatado 
como sensível, intermediário ou resistente. Reflete 
a potência do antibiótico e é padronizado em 
mg/l. Assim, esse método possibilita aos médicos 
o conhecimento da menor concentração precisa 
de droga, auxiliando-os na escolha da droga e 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
na dose a ser utilizada para o combate da 
infecção, reduzindo, portanto, o risco de 
resistência dos antibióticos. 
CASOS CLÍNICOS 
CASO 1 
M.H., 21 anos de idade, mora no Maranhão há 
dez anos e, durante uma viagem para a capital 
do estado de São Paulo, ingeriu uma coxinha em 
uma lanchonete e começou a sentir fortes dores 
abdominais acompanhadas de dor de cabeça e 
vômitos. No dia seguinte, seu estado de saúde se 
agravou, levando-o a procurar uma unidade de 
saúde. 
Foi solicitado uma coprocultura para 
investigação de provável infecção alimentar, que 
permitiu o diagnóstico de infecção alimentar por 
Salmonella sp. 
Como foi realizado o exame laboratorial que 
permitiu esse diagnóstico? Como as infecções 
alimentares devem ser tratadas ou 
prevenidas? 
O desenvolvimento de uma enterocolite após a 
ingestão de uma coxinha em uma lanchonete 
durante uma viagem reflete uma situação que 
acontece com muita frequência e pode ser 
explicada pela falha na defesa natural que toda 
indivíduo tem contra microrganismos aos quais 
não está acostumado. Essa situação é conhecida 
como diarreia do viajante. Os alimentos de sua 
cidade de origem podem até conter certo 
número de bactérias infectantes para as quais o 
organismo desenvolveu anticorpos para 
combate-los. 
Estima-se que 50% das pessoas possam 
desenvolver esse tipo de infecção alimentar 
quando viajam para qualquer país, mesmo em 
restaurantes e hotéis de luxo, porém o risco para 
infecção ou toxinfecção bacteriana é bastante 
alto quando há ingestão de água de sistema de 
abastecimento com falhas e alimentos 
extensamente manipulados e mantidos por 
várias horas após o preparo sem o controle 
térmico adequado. 
A Salmonella sp costuma causar enterocolite por 
meio de alimentos preparados com ovos e 
contendo carne de aves, como a coxinha. A 
doença é autolimitada e os sintomas persistem 
por 3-7 dias, dependendo do sistema 
imunológico da pessoa e da quantidade de 
bactérias ingeridas (a carga mínima infectiva é 
alta = 105 UFC/ml). 
A confirmação por exame laboratorial é feita por 
coprocultura. O tratamento é a hidratação oral, 
nem sempre necessitando de soro endovenoso e 
raramente necessita de antibioticoterapia ou 
internação. 
CASO 2 
Marta, 70 anos, muito ativa e sem nenhum 
problema grave de saúde, apenas uma diabetes 
que sempre foi bem controlada. Certo dia, ao 
regar suas plantas no quintal de casa, levou um 
escorregão e, sem conseguir se levantar, chamou 
o SAMU, sendo conduzida ao hospital. Nele, 
verificou-se que Marta havia fraturado o fêmur. 
Ela foi imediatamente internada e precisou fazer 
cirurgia. 
A cirurgia foi bem-sucedida e o médico tinha a 
expectativa de dar alta em 48 horas. Passados 
dois dias, Marta estava ansiosa para voltar para 
casa, contudo ela começou a apresentar febre 
alta, tosse seca, dificuldade em respirar e 
fraqueza. Após uma avaliação clínica, o médico 
suspendeu a alta de Marta e solicitou uma 
radiografia de tórax. 
Após verificar a radiografia e reunir esses dados 
clínicos com o exame clínico e a ausculta 
pulmonar, o médico responsável pela paciente 
informou a ela e a seus familiares que essa 
estava com pneumonia e que, dessa forma, não 
iria ter alta naquele dia, pois seria necessário que 
a paciente fosse medicada e, então, 
apresentando melhora em resposta ao 
tratamento, poderia ser liberada em torno de 4 a 
5 dias. 
João, marido de Marta, não compreendeu como 
sua esposa saudável, que foi internada por conta 
de uma fratura, adquiriu pneumonia, e então 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
pediu ao médico que explicasse por que isso 
aconteceu. 
O que é pneumonia? Como a paciente, que 
estava saudável ao entrar no hospital, pode ter 
adquirido a pneumonia? Justifique. 
Pneumonia é uma infecção pulmonar 
normalmente provocada pela penetração de 
uma agente infeccioso ou irritante (bactérias, 
fungos, vírus e reações alérgicas) no espaço 
alveolar, no qual ocorre a troca gasosa. O espaço 
alveolar deve sempre estar livre de impurezas, a 
fim de evitar que estas impurezas impeçam o 
contato do ar com sangue. 
Uma vez que a paciente, que estava saudável, se 
submeteu a um procedimento cirúrgico, ela 
adquiriu a pneumonia dentro do hospital, ao que 
tudo indica no momento da cirurgia, em que a 
bactéria alcançou a corrente sanguínea e 
migrou para o pulmão. 
João compreendeu que sua esposa adquiriu a 
pneumonia no hospital, mas, quando 
necessário o médico disse que, em razão da 
Marta ser idosa, ela precisava ficar mais 
alguns dias internada por preocupação, João 
se desesperou. Ele questionou o médico porque 
a pneumonia em idoso requer maiores 
cuidados. Sua esposa corre risco de vida? 
Como Marta tem diabetes, mesmo controlada, 
há grandes chances de complicações, uma vez 
que a infecção pode descompensar a outra 
doença da paciente. 
O fator determinante para a internação, além do 
estágio de evolução da pneumonia, são as 
doenças associadas, como diabetes, 
insuficiência cardíaca e câncer. Além disso, 
quanto mais velho, mais doenças crônicas o 
paciente apresenta e, também, a reserva 
funcional cardíaca e respiratória é menor. 
Portanto, o diagnóstico e o tratamento precoce 
são fundamentais para a resolução do quadro 
de pacientes mais velhos. Se Marta não for 
tratada de forma rápida e eficaz, ela corre risco 
de vida. 
João queria saber como seria o tratamento de 
sua esposa, quais seriam os medicamentos e 
uma estimativa de quando ela seria liberada. 
Tendo conhecimento de que a pneumonia 
adquirida por Marta é bacteriana, qual o 
tratamento indicado a paciente? Nesse caso, 
há necessidade de solicitação de algum outro 
exame? 
O tratamento indicado é o uso de antibiótico de 
amplo espectro. Quando é feito o diagnóstico 
clínico, na maioria das vezes, é necessário fazer a 
diferenciação da bactéria. Essa só não é 
necessária quando o paciente não responde ao 
tratamento com o antibiótico de amplo espectro. 
Após 3 dias, Marta continuava a apresentar 
febre, fraqueza e dor no peito. Após realizar 
alguns exames de sangue, verificou-se que a 
paciente continuava a apresentar um quadro 
de infecção. O médico, então, chamou João 
para conversar e explicou que Marta não 
estava respondendo aos antibióticos. Sendo 
assim, seria necessário um novo exame para 
então administrar um antibiótico eficaz e, 
dessa forma, a paciente começar a responder 
ao tratamento. Qual exame seria necessário 
para identificar um antibiótico que não fosse 
resistente à bactéria? 
 No caso das pneumonias, existe uma grande 
dificuldade em determinar o agente causador. O 
diagnóstico realizado é clínico, pois, na maioria 
das vezes, não importa fazer a diferenciação. A 
diferenciação só é necessária quando o paciente 
não responde ao tratamento inicial com 
antibiótico de amplo espectro. 
Nesse caso, será necessário realizar o teste de 
sensibilidade de antibióticos (antibiograma). 
Assim, deverá ser coletada uma amostra de 
escarro, que irá seguir para o laboratório de 
microbiologia. O laboratório irá analisar a 
amostra e realizar a cultura da bactéria. Na 
sequência, será aplicado o teste de sensibilidade. 
CASO 3 
Cintia, de 21 anos, casada e que recentemente 
deu à luz a sua primeira filha, Mariana, a qual 
Laísa Dinelli Schiaveto 
 
tem 7 meses, nasceu com 3,2 kg e é muito 
saudável. 
A mãe de primeira viagem ainda está se 
acostumando à vida de mulher e mãe. Passado 
o período de licença maternidade, a mãe 
precisou retornar ao trabalho e, desta forma, 
mesmo com o coração apertado, teve que deixar 
a filhana creche. A criança se adaptou bem e, 
com o passar dos dias, Cintia foi se acalmando 
ao ver que a filha estava bem cuidada. 
Após um mês de início na creche, Mariana 
começou a apresentar febre e falta de apetite. A 
mãe tentou o uso de analgésico e, como a febre 
persistia, levou a criança ao pediatra para uma 
consulta. 
Cintia relatou ao médico os sintomas de Mariana. 
O médico examinou o bebê e fez algumas 
perguntas sobre alimentação, fazes e urina. 
Após ouvir, o médico solicitou exame de sangue 
e urina, receitou anti-inflamatório e pediu que ela 
retornasse assim que os exames ficassem 
prontos. O médico solicitou ainda que a mãe 
tentasse identificar os momentos em que a 
criança apresenta choro e irritabilidade (na hora 
de comer, urinar ou defecar). 
Cintia saiu confusa do consultório, sem entender 
o que sua filha tinha e por que o médico solicitou 
os exames, mas não concluiu o diagnóstico. 
Ajude Cintia entender por que o médico pediu 
exames e não fechou o diagnóstico do bebê. 
Era possível que o médico fechasse o 
diagnóstico sem os exames solicitados? Caso 
negativo, de que forma os exames poderiam 
auxiliar? 
Somente com os exames, o médico poderá 
detectar se existe uma infecção ou não e, 
também, se há a presença de bactérias. 
O exame de urina fica pronto em um curto 
período de tempo e analisa a presença de 
bactérias, o número de leucócitos e outros sinais 
que identifiquem uma possível infecção. 
O hemograma completo é um exame de sangue 
para avaliar a saúde de maneira geral e 
identificar possíveis desordens, como anemia, 
infecções e leucemia. Esse teste identifica diversos 
componentes do sangue e mostra se estão em 
níveis normais. Neste caso, se os leucócitos se 
apresentarem elevados, além do valor de 
referência, pode indicar a presença de um 
organismo ou substância estranha que precisa 
ser combatido e eliminado do corpo para não 
causar complicações, provavelmente uma 
infecção. 
Quais seriam os problemas, se o médico de 
Mariana receitasse um antibiótico sem 
verificar os exames solicitados? 
Os antibióticos são substâncias que causam a 
morte ou impedem o crescimento de bactérias. 
A prescrição do antibiótico é individualizada, 
dependendo da infecção específica que a pessoa 
está acometida. Sem saber se a criança estava 
com infecção, e em caso positivo, dependendo do 
tipo de infecção, um antibiótico qualquer não iria 
auxiliar em nada o tratamento, não iria curar 
Mariana, além de causar problemas futuros de 
resistência à bactéria. Dessa forma, os 
antibióticos são perigosos quando utilizados de 
maneira incorreta, pois podem tornar as 
bactérias mais resistentes no organismo. 
Portanto, um dos principais riscos ao tomar 
antibióticos em necessidade é a transformação 
de bactérias existentes em “superbactérias” ou 
bactérias resistentes.

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