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Simulado
Criado em: 09/04/2022 às 13:27:33
Alguns linguistas acreditam que o Homo erectus, há mais ou menos 1 milhão e meio de anos, já
tinha uma linguagem. Os argumentos que eles dão são que o Homo erectus tinha um cérebro
relativamente grande e usava ferramentas de pedra primitivas, porém bastante padronizadas. Essa
hipótese pode ser verdadeira, mas pode também estar bem longe do correto.
O uso de ferramentas certamente não requer linguagem. Chimpanzés usam galhos como
ferramentas para caçar cupins, ou pedras para quebrar nozes. Obviamente, mesmo as ferramentas
mais primitivas do Homo erectus (pedras lascadas) são muito mais sofisticadas que qualquer coisa
usada por chimpanzés, mas ainda assim não há uma razão convincente para crer que essas pedras
não pudessem ter sido produzidas sem linguagem.
O tamanho do cérebro é igualmente problemático como indicador da presença de linguagem,
porque ninguém tem uma boa ideia de quanto cérebro exatamente é necessário para a linguagem.
Além disso, a capacidade para a linguagem pode ter permanecido latente no cérebro por milhões de
anos, sem ter sido de fato colocada em uso.
Guy Deutscher. O desenrolar da linguagem. Renato Basso e Guilherme Henrique May (Trad.).
Campinas: Mercado de Letras, 2014, p. 28-29 (com adaptações).
A respeito das ideias, dos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens que se
seguem.
1. [Q2245530]
A expressão “Além disso” (terceiro parágrafo) introduz o argumento mais forte apresentado pelo
autor do texto para comprovar sua tese acerca do surgimento da linguagem humana.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções coordenativas aditivas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Petróleo Brasileiro S.A Petrobras - BR /
Engenharia Civil / Questão: 26
A PETROBRAS responde por cerca de 80% dos combustíveis ofertados no Brasil. Para isso,
muito foi investido em infraestrutura, com operações que consomem quase 100 bilhões de reais ao
ano, conforme dados de 2021.
O caminho do petróleo do poço até virar combustível no carro das pessoas é longo e complexo.
Começa na procura: acertar onde furar e encontrar petróleo exige conhecimento técnico de
geólogos e geofísicos e bastante investimento. E, mesmo com um time de experts do mais alto nível,
achar petróleo não é certo.
Transportar o petróleo do mar até as refinarias é também uma tarefa complexa, para a qual são
utilizados dutos e navios. Em terra, ele é tratado em refinarias, que separam desse óleo as frações
de gasolina, diesel e gás de cozinha, entre outros derivados. Os produtos são então disponibilizados
às diversas distribuidoras que hoje atendem o mercado brasileiro, responsáveis por fazer chegar
cada um deles aos consumidores finais.
Internet: <duvidasgasolina.petrobras.com.br> (com adaptações).
Considerando as ideias, os sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens
subsequentes.
2. [Q2245510]
No terceiro parágrafo, o trecho “que separam desse óleo as frações de gasolina, diesel e gás de
cozinha, entre outros derivados” consiste em uma oração adjetiva restritiva, na medida em que
delimita o tipo específico de refinarias a que se refere o texto.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas adjetivas restritivas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Petróleo Brasileiro S.A Petrobras - BR /
Engenharia Civil / Questão: 20
Muito tem sido escrito e debatido sobre a afirmativa de que a “Internet é terra de ninguém”. Tal
afirmativa não é de hoje, mas ainda alimenta uma sensação de impunidade ou de falsa
responsabilidade do que é postado ou compartilhado na Internet e pelas redes sociais. A expressão
fakes news, em particular, representa um estrangeirismo que mascara diversos crimes cometidos
contra a honra, como injúria, calúnia e difamação. Sob um olhar semântico, dizer “compartilhei fake
news de alguém” não carrega qualquer sentimento de culpa, ou se carrega, ela é mínima. Agora,
dizer “cometi um crime contra honra” já traz outras implicações, não só de ordem jurídica, mas
também de grande responsabilidade pessoal.
Marcelo Hugo da Rocha e Fernando Elias José. Cancelado: a cultura do cancelamento e o
prejulgamento
nas redes sociais. Belo Horizonte, MG: Letramento, 2021, p. 36 (com adaptações).
No que se refere às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto precedente, assim
como a sua tipologia, julgue os itens a seguir.
3. [Q2245480]
A palavra “Agora”, no início do último período, introduz no texto um marco temporal,
correspondendo, em sentido, a Atualmente.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbio de tempo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Petróleo Brasileiro S.A Petrobras - BR /
Engenharia Civil / Questão: 11
O texto mais célebre de A República é sem dúvida a Alegoria da Caverna, em que Platão,
utilizando-se de linguagem alegórica, discute o processo pelo qual o ser humano pode passar da
visão habitual que tem das coisas, “a visão das sombras”, unidirecional, condicionada pelos hábitos e
preconceitos que adquire ao longo de sua vida, até a visão do Sol, que representa a possibilidade de
alcançar o conhecimento da realidade em seu sentido mais elevado e compreendê-la em sua
totalidade. A visão do Sol representa não só o alcance da Verdade e, portanto, do conhecimento em
sua acepção mais completa, já que o Sol é “a causa de tudo”, mas também, como diz Sócrates na
conclusão dessa passagem: “Nos últimos limites do mundo inteligível, aparece-me a ideia do Bem,
que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem se concluir que ela é a causa de tudo
o que há de reto e de belo. Acrescento que é preciso vê-la se se quer comportar-se com sabedoria,
seja na vida privada, seja na vida pública.”.
De acordo com este texto, a possibilidade de um indivíduo tornar-se justo e virtuoso depende de
um processo de transformação pelo qual deve passar. Assim, afasta-se das aparências, rompe com as
cadeias de preconceitos e condicionamentos e adquire o verdadeiro conhecimento. Tal processo
culmina com a visão da forma do Bem, representada pela matéria do Sol. O sábio é aquele que
atinge essa percepção. Para Platão, conhecer o Bem significa tornar-se virtuoso. Aquele que conhece
a justiça não pode deixar de agir de modo justo.
Danilo Marcondes. Textos básicos de ética: de Platão a Foucault.
1ª ed. Rio de Janeiro: Jahar, 2007, p. 31 (com adaptações).
Em relação às ideias, aos sentidos e aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens
subsecutivos.
4. [Q2245453]
Dado o fato de o vocábulo “mas”, em sua primeira ocorrência no segundo período do primeiro
parágrafo, ter sido empregado com sentidos adversativo, de oposição, os sentido originais do texto
seriam mantidos caso ele fosse substituído por porém.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções coordenativas adversativas, Orações coordenadas adversativas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Petróleo Brasileiro S.A Petrobras - BR /
Engenharia Civil / Questão: 1
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer.
Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
“Pois não?”
“Um... como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me escapou por completo. É uma coisa
simples, conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim, senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta,
aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na pontatem outra
volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um
sulco onde encaixa a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É
isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro...”
“Ora, você sabe do que eu estou falando.”
“Estou me esforçando, mas...”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro.”
Luís Fernando Veríssimo. Comunicação.
Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens a
seguir.
5. [Q2244930]
O texto desenvolve um diálogo em que um dos personagens dá orientações ao outro, empregando,
para isso, verbos no modo imperativo, como ocorre em “Imagine-se” (primeiro parágrafo),
‘Entende’ (décimo terceiro parágrafo) e ‘Escuta’ (penúltimo parágrafo).
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Imperativo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRAS - BR
/ Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área Analista de TI / Questão: 1
6. [Q2244941]
Assim como o termo ‘cavalheiro’ em ‘Posso ajudá-lo, cavalheiro?’ (segundo parágrafo), o termo
‘senhor’, em ‘O senhor vai dar risada quando souber’ (nono parágrafo), exerce função de vocativo
no texto, dado que é empregado para chamar, de forma cordial, o interlocutor.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Vocativo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRAS - BR
/ Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área Analista de TI / Questão: 5
7. [Q2244945]
Em ‘Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo’ (décimo terceiro parágrafo), a
palavra ‘aí’ expressa ideia de lugar.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbio de lugar.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRAS - BR
/ Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área Analista de TI / Questão: 7
É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos,
saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja
para comprar um... um... como é mesmo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...”
“Pois não?”
“Um... como é mesmo o nome?”
“Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha! A palavra me
escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.”
“Sim, senhor.”
“Olha, é pontuda, certo?”
“O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende?
Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e
na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta
tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma
espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa
a outra ponta; a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende,
fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”
“Infelizmente, cavalheiro...”
“Ora, você sabe do que eu estou falando.”
“Estou me esforçando, mas...”
“Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo
numa ponta, certo?”
“Se o senhor diz, cavalheiro.”
...
Luís Fernando Veríssimo. Comunicação.
...
Acerca das ideias, dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens a
seguir.
8. [Q2244424]
Os adjetivos ‘conhecidíssima’ (sétimo parágrafo) e ‘pontuda’ (décimo primeiro parágrafo)
qualificam o mesmo termo no texto, mas do emprego do primeiro se depreende mais intensidade
que do segundo.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbio de intensidade.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRAS - BR
/ Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área Advogado / Questão: 5
9. [Q2244426]
Assim como o termo ‘cavalheiro’ em ‘Posso ajudá-lo, cavalheiro?’ (segundo parágrafo), o termo
‘senhor’, em ‘O senhor vai dar risada quando souber’ (nono parágrafo), exerce função de vocativo
no texto, dado que é empregado para chamar, de forma cordial, o interlocutor.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Vocativo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRAS - BR
/ Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área Advogado / Questão: 6
10. [Q2244430]
Em ‘Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo’ (décimo terceiro parágrafo), a
palavra ‘aí’ expressa ideia de lugar.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbio de lugar.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Telecomunicações Brasileiras S.A. TELEBRAS - BR
/ Especialista em Gestão de Telecomunicações - Área Advogado / Questão: 9
TEXTO 3
https://www.diferenca.com/charge-e-cartum/
11. [Q2194675]
O fato de a primeira fala começar pela conjunção adversativa “mas” dá a entender que há uma
ideia já colocada pela imagem e pelo contexto.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções coordenativas adversativas, Orações coordenadas adversativas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Polícia Militar do Alagoas PM AL - AL / Soldado /
Questão: 27
12. [Q2194678]
“De ser entrevistado” é uma oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de
infinitivo e está na voz passiva.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas substantivas completivas nominais.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Polícia Militar do Alagoas PM AL - AL / Soldado /
Questão: 30
TEXTO 2
A bailarina e o morcego
1 Há um morcego voando de madrugada pela rua Montenegro.
Sempre depois de duas horas, nunca depois de quatro.
Escolhe entre janelas abertas e penetra em quartos de moças,
para chupar-lhes o sangue. Faz isso tão de leve que a vítima não
5 acorda, e só de manhã, ao se levantar, sente ardor em pequeno pon-
to arroxeado do pescoço.
Há quem discuta a identidade do animal, e afirme tratar-se de
vampiro humano, como os há na Transilvânia. Falta consistência
à afirmação, pois homem algum atingiria o sétimo andar subindo
10 pela fachada dos edifícios.
Muitos moradores já viram o morcego e tentaram matá-
-lo. Ele escapa, e se diria que não teme represálias, pois voltou
pela terceira vez ao quarto de Hercília Fontamara, bailarina do
Teatro Municipal.
15 Aos repórteres, Hercília falou que começa a habituar-se ao
fato de ser visitada por um morcego que lhe retira algumas gotas
de sangue sem maior dano. Ela observou que, a partir da primeira
visita, aumentou sua flexibilidade muscular nos ensaios, e que nun-
ca dançou tão bem como daí por diante. Espera ter um desempenho
20 perfeito na apresentação de Giselle, se na noite da véspera oferecer
um pouco de si mesma ao estimulante quiróptero.
https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/13274.pdf
A partir da estrutura linguística e do sentido do texto, marque se a questão é certa ou errada.
13. [Q2194666]
No trecho “Espera ter um desempenho perfeito na apresentação de Giselle”, o verbo “espera” tem
um complemento verbal oracional e o verbo “ter” tem um complemento verbal simples.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Complementos verbais.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Polícia Militar do Alagoas PM AL - AL / Soldado /
Questão: 18
TEXTO 1
1 O efetivo desenvolvimento das telecomunicações no Bra-
sil teve início com os governos militares. Conforme Magalhães
(1995), o regime militar de 1964, preocupado com a integração
nacionaldo país em sempre tendo como consideração a Doutri-
5 na de Segurança Nacional, e ao mesmo tempo reconhecendo ser
fundamental para o desenvolvimento nacional uma infraestrutura
moderna de telecomunicações (inclusive postais), tomou uma série
de medidas para disciplinar e consolidar esse campo.
Nos exércitos, as transmissões ou comunicações militares
10 constituem as tropas especializadas na montagem, exploração e
manutenção dos sistemas de informação e de telecomunicações
militares. A arma de transmissões ou de comunicações costuma ser
definida como "a arma que une as armas".
Devido à importância da comunicação nos combates, foram
15 criados, na maioria dos exércitos a arma das comunicações. Em
outros, a arma de Engenharia é responsável pelas trocas de infor-
mações entre os diversos campos de batalha. No Exército dos EUA,
por exemplo, o Corpo de Sinais (Signal Corps) constitui a arma de
comunicações que é encarregada de desenvolver, testar, fornecer
20 e gerir as comunicações e sistemas de informação de apoio ao co-
mando e controle das forças de armas combinadas.
No Exército Brasileiro, a Arma de Comunicações é conheci-
da como a Arma do Comando, “responsável por proporcionar as
ligações necessárias aos escalões mais altos que exercerão a coor-
25 denação e o controle de seus elementos subordinados antes, durante
e após as operações.” Além disso, atua no controle do espectro ele-
tromagnético, por meio das 7º. Interprogramas de Mestrado em Co-
municação da Faculdade Cásper Líbero http://www.casperlibero.
edu.br | interprogramas@casperlibero.edu.br atividades de guerra
30 eletrônica, para impedir ou dificultar as comunicações do inimigo,
facilitar as próprias comunicações e obter informações.
https://casperlibero.edu.br/wp-content/uploads/2014/04/Tiago-C%C3%A9sar- -Agostinho.pdf
Considerando a estrutura linguística do texto e sua significação, marque certo ou errado para os
itens.
14. [Q2194647]
Em “Devido à importância da comunicação nos combates”, a expressão “devido a” é uma locução
prepositiva que introduz um adjunto adverbial de causa.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas adverbiais causais.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Polícia Militar do Alagoas PM AL - AL / Soldado /
Questão: 10
Texto para os itens de 1 a 8.
1____Atualmente, no Brasil, a temática da reforma tributária tem
sido cada vez mais recorrente, sobretudo quando o assunto em pau-
ta é o sistema tributário nacional. Entretanto, malgrado existam al-
gumas propostas de reformulação tributária pendentes no Congres-
5 so Nacional, é ainda flagrante a desídia dos legisladores ordinários
no enfrentamento e avanço do problema, o que transforma a mera
letargia política num problema que se agrava constantemente e cor-
porifica as desigualdades sociais e o chamado “custo-Brasil”. Por
isso, ladeada pelo rearranjo do sistema político, a reforma tributária
10 tem sido frequentemente invocada e simbolizada como a solução
de muitas das mazelas da sociedade brasileira na atualidade.
A causalidade entre tributação e bem comum, numa perspec-
tiva aristotélica, sempre foi uma constante histórica, evoluindo tão
somente a própria concepção de bem comum a justificar a tribu-
15 tação, bem como os métodos de imposição e arrecadação fiscal.
Durante a Antiguidade, já houve tempos em que os Estados obti-
nham os seus recursos por meio de hostilidades e guerras, o que
exigia reparações patrimoniais dos perdedores em consequência
das despesas havidas com os combates. Em épocas mais recentes,
20 as cobranças mantiveram-se atreladas essencialmente ao poder tira-
no dos Soberanos, exigidas sobre uma parcela da produção de seus
súditos. Atualmente, é por meio de tributos que os Estados moder-
nos exigem do seu povo os recursos necessários para aplicá-los em
serviços públicos e buscar as melhorias sociais, assim suportando
25 os gastos contraídos em nome da coletividade. Significa dizer, pois,
que os tributos são, e sempre foram, expressão clara de poder.
Portanto, é necessário buscar, por meio de uma reforma tri-
butária, as alternativas para a melhor efetivação dos direitos fun-
damentais.
Carlos Henrique Machado e Ubaldo Cesar Balthazar. A Reforma Tributária como Instrumento de
Efetivação da Justiça Distributiva: uma abordagem histórica, Florianópolis, SC, Brasil, 2017 (com
adaptações).
Julgue os itens a seguir, com base nas ideias e nos aspectos linguísticos do texto.
15. [Q2166774]
O termo “algumas propostas de reformulação tributária pendentes no Congresso Nacional” é
complemento verbal direto de “existam”.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Termos integrantes ligados ao verbo,
Complementos verbais.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2022 / Tribunal de Contas de Santa Catarina TCE SC - SC
/ Cargo não definido / Questão: 4
Questão 7
Texto 3 para responder às questões de 5 a 7.
1____É a história da emancipação da escravatura entre nós.
Outrora a escravidão pareceria fadada à perpetuidade neste
País. Falar em extingui-la seria uma blasfêmia. Fizeram-na
4 esposar a lavoura, cuidando uni-las para sempre. A nação tinha
edificado a sua fortuna sobre um crime, consagrando-o nos
seus códigos como uma necessidade social.
7____Hoje o princípio emancipador, difundido pela civilização,
lavrou por toda a parte.
Na Europa e na América desapareceu a escravidão.
10___Só nós alimentamos no seio esta ignomínia.
A pressão formidável das ideias cresce de dia para dia em
volta de nós como um oceano prenhe de tempestades.
13___No meio de tudo isto o que fez o governo? Nada;
absolutamente nada!
A fala do trono de 1869 é uma vergonha indelével. O Sr.
16 D. Pedro II que, em 1867 e em 1868, havia proclamado
solenemente a urgência da reforma abolicionista, que tinha
celebrado compromissos públicos com o País e com a Europa,
19 que alardeava de todo modo tendências humanitárias, vem
rasgar aos olhos do mundo o único título meritório com que até
hoje podia ufanar-se o despotismo de sua autoridade retratando
22 com o silêncio todas as suas promessas para envolver-se em
uma abstenção misteriosa e injustificável.
E ainda há quem diga que a emancipação neste País não é
25 questão de partidos!
Sim, não devia sê-lo.
Mas a índole mesquinha de nossa política tem convertido
28 esse reclamo da consciência nacional em arma de hostilidades.
Algum dia, quando a liberdade não for mais o privilégio
dos brancos no Brasil, quando a posteridade examinar os
31 nossos feitos com o facho da História na mão, a justiça dos
vindouros há de gravar na memória do Partido Conservador o
estigma da reprovação eterna, porque ele sacrificou aos
34 interesses momentâneos do poder o interesse imorredouro da
verdade; aos cálculos estéreis do egoísmo as necessidades
imperiosas do futuro, e à pequenhez das considerações pessoais
37 os direitos inalienáveis de uma raça escravizada.
Não protesteis! Se a emancipação, em 1867 e em 1868,
era tão urgente, que o imperador a mandava estudar pelo
40 conselho d’Estado, e a consignava nos discursos da coroa como
a necessidade capital do País, invocando para ela a reflexão do
parlamento, como é que de um ano para o outro esta
43 necessidade urgente e imediata torna-se tão secundária, tão
indiferente, tão remota que nem sequer merece ser mencionada
na fala do trono?
46___Felizmente, porém, há um preceito e um fato de
observação que nos animam.
O primeiro é que, desde que a verdade chega a
49 amadurecer com os acontecimentos, cada embaraço com que
trabalhamos por contrariá-la é um acréscimo de força para a sua
multiplicação.
52___O segundo é o imponente movimento do espírito nacional
que se vai formando lentamente no País.
A servidão em que temos vivido até hoje, a ausência
55 completa de animação política do País, tem-nos habituado a
desdenhar essesfatos, que, sob a modéstia de suas feições,
57 ocultam graves sistemas de regeneração pública.
BARBOSA, Ruy (2013-11-06T22:58:59). Obras de Ruy Barbosa. Biblioteca Digital. Edição do Kindle,
com adaptações.
Tendo em vista a estrutura gramatical do texto, julgue (C ou E) os itens a seguir.
16. [Q2293027]
A oração iniciada por “que” (linha 39) introduz uma explicação acerca da oração que inicia o
período, sendo classificada como adjetiva explicativa.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas adjetivas explicativas.
Fonte: Instituto Americano de Desenvolvimento - IADES 2021 / Instituto Rio Branco IRBr - BR / Terceiro Secretário da Carreira de
Diplomata / Questão: 2
Questão 6
Texto 3 para responder às questões de 5 a 7.
1____É a história da emancipação da escravatura entre nós.
Outrora a escravidão pareceria fadada à perpetuidade neste
País. Falar em extingui-la seria uma blasfêmia. Fizeram-na
4 esposar a lavoura, cuidando uni-las para sempre. A nação tinha
edificado a sua fortuna sobre um crime, consagrando-o nos
seus códigos como uma necessidade social.
7____Hoje o princípio emancipador, difundido pela civilização,
lavrou por toda a parte.
Na Europa e na América desapareceu a escravidão.
10___Só nós alimentamos no seio esta ignomínia.
A pressão formidável das ideias cresce de dia para dia em
volta de nós como um oceano prenhe de tempestades.
13___No meio de tudo isto o que fez o governo? Nada;
absolutamente nada!
A fala do trono de 1869 é uma vergonha indelével. O Sr.
16 D. Pedro II que, em 1867 e em 1868, havia proclamado
solenemente a urgência da reforma abolicionista, que tinha
celebrado compromissos públicos com o País e com a Europa,
19 que alardeava de todo modo tendências humanitárias, vem
rasgar aos olhos do mundo o único título meritório com que até
hoje podia ufanar-se o despotismo de sua autoridade retratando
22 com o silêncio todas as suas promessas para envolver-se em
uma abstenção misteriosa e injustificável.
E ainda há quem diga que a emancipação neste País não é
25 questão de partidos!
Sim, não devia sê-lo.
Mas a índole mesquinha de nossa política tem convertido
28 esse reclamo da consciência nacional em arma de hostilidades.
Algum dia, quando a liberdade não for mais o privilégio
dos brancos no Brasil, quando a posteridade examinar os
31 nossos feitos com o facho da História na mão, a justiça dos
vindouros há de gravar na memória do Partido Conservador o
estigma da reprovação eterna, porque ele sacrificou aos
34 interesses momentâneos do poder o interesse imorredouro da
verdade; aos cálculos estéreis do egoísmo as necessidades
imperiosas do futuro, e à pequenhez das considerações pessoais
37 os direitos inalienáveis de uma raça escravizada.
Não protesteis! Se a emancipação, em 1867 e em 1868,
era tão urgente, que o imperador a mandava estudar pelo
40 conselho d’Estado, e a consignava nos discursos da coroa como
a necessidade capital do País, invocando para ela a reflexão do
parlamento, como é que de um ano para o outro esta
43 necessidade urgente e imediata torna-se tão secundária, tão
indiferente, tão remota que nem sequer merece ser mencionada
na fala do trono?
46___Felizmente, porém, há um preceito e um fato de
observação que nos animam.
O primeiro é que, desde que a verdade chega a
49 amadurecer com os acontecimentos, cada embaraço com que
trabalhamos por contrariá-la é um acréscimo de força para a sua
multiplicação.
52___O segundo é o imponente movimento do espírito nacional
que se vai formando lentamente no País.
A servidão em que temos vivido até hoje, a ausência
55 completa de animação política do País, tem-nos habituado a
desdenhar esses fatos, que, sob a modéstia de suas feições,
57 ocultam graves sistemas de regeneração pública.
BARBOSA, Ruy (2013-11-06T22:58:59). Obras de Ruy Barbosa. Biblioteca Digital. Edição do Kindle,
com adaptações
Com base nos aspectos semânticos e gramaticais do texto, julgue (C ou E) os itens a seguir.
17. [Q2293016]
No texto, a locução “desde que” (linha 48) introduz uma condição.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções subordinativas condicionais.
Fonte: Instituto Americano de Desenvolvimento - IADES 2021 / Instituto Rio Branco IRBr - BR / Terceiro Secretário da Carreira de
Diplomata / Questão: 4
TEXTO II
Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/483644447468583611/>.
Leia o Poema “Xícara” e responda aos itens de 6 a 10.
18. [Q2178375]
No trecho “E me pergunto já em prosa:”, o pronome "me" deve ser utilizado de forma enclítica ao
verbo “pergunto”, em decorrência do fator atrativo, “já” – advérbio.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Fatores de ênclise.
Fonte: Instituto Quadrix - Quadrix 2021 / Secretaria de Educação do Distrito Federal SEDF - DF / Professor Efetivo / Questão: 9
Um espinho de marfim
Marina Colasanti
1____Amanhecia o sol e lá estava o unicórnio pastando no jardim da
Princesa. Por entre flores olhava a janela do quarto onde ela vinha
cumprimentar o dia. Depois esperava vê-la no balcão, e, quando o
pezinho pequeno pisava no primeiro degrau da escadaria descendo
5 ao jardim, fugia o unicórnio para o escuro da floresta.
Um dia, indo o Rei de manhã cedo visitar a filha em seus
aposentos, viu o unicórnio na moita de lírios.
Quero esse animal para mim. E imediatamente ordenou a caçada.
Durante dias o Rei e seus cavaleiros caçaram o unicórnio nas
10 florestas e nas campinas. Galopavam os cavalos, corriam os cães
e, quando todos estavam certos de tê-lo encurralado, perdiam sua
pista, confundiam-se no rastro.
Durante noites o rei e seus cavaleiros acamparam ao redor
das fogueiras ouvindo no escuro o relincho cristalino do unicórnio.
15___Um dia, mais nada. Nenhuma pegada, nenhum sinal da sua
presença. E silêncio nas noites.
Desapontado, o rei ordenou a volta ao castelo.
E logo ao chegar foi ao quarto da filha contar o acontecido. A
princesa, penalizada com a derrota do pai, prometeu que dentro de
20 três luas lhe daria o unicórnio de presente.
Durante três noites trançou com os fios de seus cabelos uma
rede de ouro. De manhã vigiava a moita de lírios do jardim. E no
nascer do quarto dia, quando o sol encheu com a primeira luz os
cálices brancos, ela lançou a rede aprisionando o unicórnio.
25___Preso nas malhas de ouro, olhava o unicórnio aquela que mais
amava, agora sua dona, e que dele nada sabia.
A princesa aproximou-se. Que animal era aquele de olhos tão
mansos retido pela artimanha de suas tranças? Veludo do pêlo, lacre
dos cascos, e desabrochando no meio da testa, espinho de marfim, o
30 chifre único que apontava ao céu.
Doce língua de unicórnio lambeu a mão que o retinha. A prin-
cesa estremeceu, afrouxou os laços da rede, o unicórnio ergueu-se
nas patas finas.
Quanto tempo demorou a princesa para conhecer o unicórnio?
35 Quantos dias foram precisos para amá-lo?
Na maré das horas banhavam-se de orvalho, corriam com as
borboletas, cavalgavam abraçados. Ou apenas conversavam em si-
lêncio de amor, ela na grama, ele deitado a seus pés, esquecidos
do prazo.
40___As três luas, porém já se esgotavam. Na noite antes da data
marcada o rei foi ao quarto da filha lembrar-lhe a promessa. Des-
confiado, olhou nos cantos, farejou o ar.
Mas o unicórnio que comia lírios tinha cheiro de flor, e escondido
entre os vestidos da princesa confundia-se com os veludos,
45 confundia-se com os perfumes.
Amanhã é o dia. Quero sua palavra cumprida, disse o rei –
virei buscar o unicórnio ao cair do sol.
Saído o rei, as lágrimas da princesa deslizaram no pêlo do
unicórnio. Era preciso obedecer ao pai, era preciso manter a pro-
50 messa. Salvar o amor era preciso.
Sem saber o que fazer, a princesa pegou o alaúde, e a noite
inteira cantou sua tristeza. A lua apagou-se. O sol mais uma vez
encheu de luz as corolas. E como no primeiro dia em que se ha-
viam encontrado a princesa aproximou-sedo unicórnio. E como no
55 segundo dia olhou-o procurando o fundo dos seus olhos. E como
no terceiro dia segurou-lhe a cabeça com as mãos. E nesse último
dia aproximou a cabeça do seu peito, com suave força, com força
de amor empurrando, cravando o espinho de marfim no coração,
enfim florido.
60___Quando o rei veio em cobrança de promessa, foi isso que o sol
morrente lhe entregou, a rosa de sangue e um feixe de lírios.
(COLASANTI, Marina. Um espinho de marfim. In: Um espinho de marfim e outras histórias. L & PM
POCKET,1999.)
Em relação aos sentidos e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens seguintes.
19. [Q2115569]
A expressão “pastando no jardim da Princesa” (l. 1) denota o modo como o unicórnio estava
pastando, sendo classificada como uma oração subordinada adverbial modal reduzida de gerúndio.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas reduzidas, Período composto por subordinação, A
sintaxe do período composto, Orações reduzidas de gerúndio.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Defensoria Pública do Rio Grande do Sul DPE RS -
RS / Defensor Público / Questão: 27
Verdadeira história de um amor ardente
Marina Colasanti
1____Nunca tivera namorada, esposa, amante. Desde jovem vivia
só. Entretanto, passando os anos, sentia-se como se mais só ficas-
se, adensando-se ao seu redor aquele mesmo silêncio que antes lhe
parecera apenas repousante. E, vindo por fim a tristeza instalar-se
5 no seu cotidiano, decidiu providenciar uma companheira que, parti-
lhando com ele o espaço, expulsasse a intrusa lamentoza.
Em loja especializada adquiriu grande quantidade de cera, co-
rantes, e todo o material necessário. Em breves estudos nos alma-
naques e tratados aprendeu a técnica. E logo, trancado à noite em
10 sua casa, começou a moldar aquela que preencheria seus desejos.
Pronta, surpreendeu-se com a beleza que quase inconsciente-
mente lhe havia transmitido. A suavidade opalinada, rózea palidez
que aqui e ali parecia acentuar-se num rubor, não tinha semelhança
com a áspera pele das mulheres que por ventura conhecera. Nem a
15 elegância altiva desta podia comparar-se à rusticidade quase gros-
seira daquelas. Era uma dama de nobre silêncio. E só tinha olhos
para ele.
Perdidamente a amou. O calor dos seus abraços tornando
aquele corpo ainda mais macio, conferia-lhe uma maleabilidade em
20 que todo toque se imprimia, formando e deformando a amada no
fluxo do seu prazer.
Já há algum tempo viviam juntos, quando uma noite a luz
faltou. Começava ele a cansar-se de tanta docilidade. Começava ela
a empoeirar-se, turvando em manchas acinzentadas os tons antes
25 translúcidos. Um certo tédio havia-se infiltrado na vida do casal.
Que ele tentava justamente combater naquela noite empunhando
um bom livro, no momento em que a lâmpada apagou.
Sentado na poltrona, com o livro nas mãos prometendo delí-
cias, ainda hesitou.
30___Depois levantou-se, e tateando, com o mesmo isqueiro com
que há pouco acendera o cigarro, inflamou a trança da mulher, ilu-
minando o aposento. Arrastou-a então para mais perto de si, refes
telou-se na poltrona. E, sereno, começou a ler à luz do seu passado
amor, que queimava lentamente.
(COLASANTI, Marina. Verdadeira história de um amor ardente. In: UM ESPINHO DE MARFIM E
OUTRAS HISTÓRIAS. L & PM POCKET,1999. Texto adaptado.)
Considerando o sentido e as estruturas linguísticas do texto anterior, julgue os itens a seguir.
20. [Q2097780]
O advérbio “só” (l. 2) indica o modo como o homem vivia.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbios, Advérbio de modo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios TJDFT - DF / Técnico Judiciário - Área: Administrativa / Questão: 6
Texto 2
Leia o texto a seguir para responder aos itens de 8 a 15.
1 Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, existem assuntos
que sempre geram muita polêmica no Brasil, pois inflamam
paixões de todos os lados. Há, porém, alguns que defendem
certas ideias com argumentos que ora não são relevantes, ora
5 não são decisivos.
Hoje, quero registrar que o homem, dono da vida, in-
discutivelmente, deve ser, também, dentro de determinadas
circunstâncias e segundo certos limites, o dono da sua morte.
Aliás, já o é no suicídio − o que significa, desde logo,
10 uma relativização do “direito à vida” − que equivocada-
mente é ensinado nas faculdades, em geral, como se fosse
algo absolutamente indisponível, o que não é verdade. Vida
e morte, em suma, pertencem a Deus, mas não só a Ele. O
que o Direito Internacional vigente no Brasil proclama é o
15 seguinte: o direito à vida é inerente à pessoa. Esse direito
deve ser protegido por lei e ninguém poderá ser arbitraria-
mente privado da vida. Quero enfatizar: ninguém pode ser
privado da vida arbitrariamente. Em consequência, havendo
justo motivo, é dizer que, com razões fundadas, não há como
20 deixar de afastar a ilicitude ou a punibilidade da conduta.
É importante salientar que eutanásia, etimologicamente,
significa “morte boa” ou “morte sem grandes sofrimentos”.
Portanto, e desse modo já começam os limites necessários,
só se pode falar em eutanásia quando alguém padece graves
25 sofrimentos físicos e (ou) mentais. O que o regime nazista
chamou de eutanásia era, na verdade, um holocausto, uma
técnica autoritária de eliminação de seres humanos. Já não
é esse, exatamente, o caso da denominada “morte assistida”,
que foi amplamente praticada pelo Doutor Morte − Jack Ke-
30 vorkian −, que se acha condenado nos Estados Unidos por
ter ajudado 130 pessoas a morrer desde 1990.
Pensemos em fatos curiosos. A Holanda é o primeiro
país a adotar a prática da eutanásia. Em 1903, um movi-
mento pró-eutanásia tentou legalizá-la na Alemanha, mas o
30 Parlamento não autorizou. Em 1925, na ex-Checoslováquia,
foi autorizada a diminuição ou isenção de pena. Em 1993,
na Inglaterra, a justiça autorizou a primeira eutanásia passi-
va, com desligamento de aparelhos. Em 1997, o governo de
Oregon, Estados Unidos, legalizou a eutanásia, mas a Cor-
40 te Suprema eliminou tal possibilidade. Em 1996, um esta-
do australiano aprovou a eutanásia, mas logo depois voltou
atrás. A que conclusão podemos chegar? Será a Holanda o
primeiro país democrático a sancionar a prática da “morte
boa”, que também existe, apesar do nosso horror à morte.
45 Esse horror se deve, segundo Mario Vargas Liosa, à difusão
na cultura ocidental da ideia cristã da transcendência e do
castigo eterno que ameaçam o pecador.
Para que a morte não seja arbitrária, o projeto de lei
holandês estabelece que o paciente esteja padecendo “um
50 sofrimento irremediável e insuportável” e seja informado do
seu estado terminal − sem solução média razoável para o
caso. Além disso, deve haver pedido por escrito, voluntário,
estando o paciente lúcido. E, por fim, o médico deve ouvir a
opinião de um colega antes de cumprir o pedido.
55 As rígidas exigências revelam bom senso e razoabilidade
e afastam, definitivamente, o argumento de que a permissão
da eutanásia poderia ter como consequência verdadeiros
“homicídios”, particularmente contra pobres. Ao contrário, o
pobre, que hoje muitas vezes é vítima de mortes arbitrárias,
60 passaria a ter o mesmo direito dos ricos − que já desfrutam,
ainda que na clandestinidade, da chamada “morte digna”.
Ressalto, ainda, que os Códigos Penais europeus, em
geral, admitem a eutanásia passiva e punem a eutanásia
ativa. No Brasil, neste momento, não há disciplina jurídi-
65 ca específica sobre o assunto no Código Penal. Na verdade,
quem pratica eutanásia, segundo a jurisprudência, responde
por homicídio, eventualmente privilegiado. No Código de
Ética dos médicos há proibição expressa no art.66. Apesar
disso, sabe-se que é uma prática que comumente o mundo
70 presencia. Na linha das tendênciaseuropeias, posicionou-se
a Subcomissão de Reforma do Código Penal, em 1994. O
debate sobre o assunto é inadiável, e a proposta legislativa
referida serve como ponto de partida.
A eutanásia ativa, que consiste no ato de matar o pa-
75 ciente terminal − aplicando-lhe injeção letal, por exemplo
− , segundo a perspectiva da Comissão seria um homicídio
privilegiado. Previam-se alguns requisitos: pedido da vítima
, mal irreversível e incurável e insuportável sofrimento
físico e (ou) mental. Quanto à eutanásia passiva − que se
80 dá quando se interrompe uma terapia, com desligamento de
aparelhos, por exemplo − , contemplava-se uma causa de
exclusão da ilicitude, desde que o médico fosse o autor da
medida extrema, houvesse hipótese de morte iminente, pedido
com consciência, autorização da família e autorização
85 judicial. Se de um lado não há como negar o avanço da pro-
posta, de outro não se pode deixar de criticar o seu excesso
de cuidado: a autorização judicial parece ser um exagero.
Está claro que o direito à “morte digna” não pode sujeitar-se
a tantas idiossincrasias.
90 A meu ver, Sr. Presidente, a eutanásia, qualquer que for
a modalidade, a esgotarem todos os recursos terapêuticos e
existirem regramentos detalhados e razoáveis, não poderá
ser concebida como fato punível, porque não se trata de ato
contra a dignidade humana, senão, ao contrário, em favor
95 dela. Pensar de modo diferente levaria ao seguinte paradoxo:
quem não padece sofrimento e tenta dar cabo à sua vida por
meio do suicídio não é penalmente punível; seria passível de
sanção o ato de pôr em prática, não arbitrariamente, o pedido
de morte de quem, em condições terminais, já não suporta
100 tanto sofrimento físico e (ou) mental?
Somos donos da vida e também da morte. Já é hora de
passar a limpo o emaranhado de hipocrisias, paradoxos, obs-
curidades e preconceitos que existem em torno da questão
da eutanásia, que, em última análise, envolve a própria liber-
105 dade humana, tão restringida pelas barbáries históricas que
nada mais exprimem que a volúpia de dominar o homem,
para sujeitá-lo escravocratamente a crenças ilógicas e trans-
cendentais. A vida e a morte, insisto, pertencem a cada um
de nós. Muito obrigado.
(Discurso elaborado com base nos argumentos de Luís Flávio Gomes, doutor em Direito Penal e
professor honorário da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santa Maria, Arequipa,
Peru.)
Com base na estrutura e nas ideias do texto 2, julgue os itens a seguir.
21. [Q2088211]
Utiliza-se, vez por outra, no discurso, o vocativo.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Vocativo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Senado Federal SF - BR / Policial Legislativo /
Questão: 11
Teoria do medalhão
(diálogo)
— Saiu o último conviva do nosso modesto jantar. Com que, meu peralta, chegaste aos teus
vinte e um anos. Há vinte e um anos, no dia 5 de agosto de 1854, vinhas tu à luz, um pirralho de
nada, e estás homem, longos bigodes, alguns namoros...
— Papai...
— Não te ponhas com denguices, e falemos como dois amigos sérios. Fecha aquela porta; vou
dizer-te coisas importantes. Senta-te e conversemos. Vinte e um anos, algumas apólices, um
diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria, no
comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz,
formam apenas a primeira sílaba do nosso destino. (...) Mas qualquer que seja a profissão da tua
escolha, o meu desejo é que te faças grande e ilustre, ou pelo menos notável, que te levantes acima
da obscuridade comum. (...)
— Sim, senhor.
— Entretanto, assim como é de boa economia guardar um pão para a velhice, assim também é
de boa prática social acautelar um ofício para a hipótese de que os outros falhem, ou não indenizem
suficientemente o esforço da nossa ambição. É isto o que te aconselho hoje, dia da tua maioridade.
— Creia que lhe agradeço; mas que ofício, não me dirá?
— Nenhum me parece mais útil e cabido que o de medalhão. Ser medalhão foi o sonho da
minha mocidade; faltaram-me, porém, as instruções de um pai, e acabo como vês, sem outra
consolação e relevo moral, além das esperanças que deposito em ti. Ouve-me bem, meu querido
filho, ouve-me e entende. (...)
— Entendo.
— Venhamos ao principal. Uma vez entrado na carreira, deves pôr todo o cuidado nas ideias
que houveres de nutrir para uso alheio e próprio. O melhor será não as ter absolutamente (...).
— Mas quem lhe diz que eu...
— Tu, meu filho, se me não engano, pareces dotado da perfeita inópia mental, conveniente ao
uso deste nobre ofício. Não me refiro tanto à fidelidade com que repetes numa sala as opiniões
ouvidas numa esquina, e vice-versa, porque esse fato, posto indique certa carência de ideias, ainda
assim pode não passar de uma traição da memória. Não; refiro-me ao gesto correto e perfilado com
que usas expender francamente as tuas simpatias ou antipatias acerca do corte de um colete, das
dimensões de um chapéu, do ranger ou calar das botas novas. Eis aí um sintoma eloquente, eis aí
uma esperança. No entanto, podendo acontecer que, com a idade, venhas a ser afligido de algumas
ideias próprias, urge aparelhar fortemente o espírito. As ideias são de sua natureza espontâneas e
súbitas; por mais que as soframos, elas irrompem e precipitam-se. Daí a certeza com que o vulgo,
cujo faro é extremamente delicado, distingue o medalhão completo do medalhão incompleto.
Machado de Assis. Teoria do medalhão. In: 50 contos escolhidos
de Machado de Assis. Seleção, introdução e notas de John Gledson.
São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 82-83 (com adaptações).
Considerando os aspectos linguísticos do texto Teoria do medalhão, apresentado anteriormente,
julgue os itens a seguir.
22. [Q2051212]
No trecho “posto indique certa carência de ideias” (último parágrafo), o vocábulo “posto”
classifica-se como conjunção explicativa.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções, Classificação das conjunções, Conjunções coordenativas
explicativas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Secretaria de Estado de Educação de Alagoas
SEDUC AL - AL / Professor - Área: Português / Questão: 95
1 A cidade estava apaixonada por si mesma. O ano de
1922 dava sinais de que seria particularmente interessante
para São Paulo, que crescia como nunca. O café impulsio-
nava a economia e os negócios. As elites procuravam exibir
5 uma identidade social bem construída e as mulheres ganha-
vam as ruas. Nesse ambiente novo de procura frenética pela
modernidade, pelo progresso e por uma visão mais cosmopo-
lita, uma turma de jovens viveu todas as emoções possíveis.
Era uma quarta-feira, 18 de janeiro daquele ano, quando
10 duas silhuetas emergiram na neblina densa que teimava em
envolver toda São Paulo. Dois amigos inseparáveis, Vicente
e Floriano, cantarolavam marchinhas de carnaval numa rua
esquecida da cidade. Esta terminava numa pracinha, onde
seu Giovanni, pai de Vicente, labutava há anos no velho ar-
15 mazém “Seccos & Molhados”.
(Abreu de, Natanael; in Pintando o 7 em 22. Edição própria.
Outubro de 2017)
******* O TEXTO I é referência para os itens de 1 a 20.
De acordo com o texto, suas ideias fundamentais e estruturas linguísticas básicas, julgue os itens
que seguem.
23. [Q1995864]
Na linha 13, o pronome relativo “onde” tem função sintática de adjunto adverbial locativo.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Termos acessórios e independentes da oração, Termos acessórios da
oração, Adjunto Adverbial.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Departamento de Polícia Federal DPF - BR /
Enfermeiro / Questão: 14
TEXTO II
Disponível em: https://www.google.com/
search?q=charge+sobre+educa%
Julgue os itensde 5 a 9, de acordo com o texto II.
24. [Q1994337]
Na fala da professora, a vírgula após a palavra “João” pode ser retirada do trecho, sem causar
prejuízo gramatical para o período.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Uso da Vírgula, Vocativo.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Secretaria de Educação do Distrito Federal SEDF -
DF / Professor / Questão: 8
Texto CB1A1-I
Em meados dos anos 80 do século passado, Haroldo de Campos tentava definir o sentimento
geral de uma época marcada pela descrença no projeto estético e ideológico proposto pelo
Modernismo. De acordo com o termo criado por ele, estaríamos vivendo um tempo pós-utópico.
A designação me parece mais precisa que pós-moderno por dois motivos. Primeiro, porque
evita certas ambiguidades — por exemplo, supor que se trata de um período cujo objetivo é encerrar
definitivamente a modernidade, o “pós” sugerindo a ruptura radical, e não uma redefinição de
caminhos. Depois, porque aponta para a diferença principal entre o imaginário estampado na
produção estética ― não só a literária ― da primeira metade do século (e um pouco além) e aquele
que temos vivenciado desde, pelo menos, o final dos anos 60 do século passado.
Tanto a geração de 20 quanto a de 30 eram guiadas por um projeto definido, ousado. Havia
uma luta, havia algo a ser combatido: o gosto aristocrático, a mesmice burguesa, para os
modernistas da Semana de Arte Moderna de 1922; o atraso político, a opressão, as desigualdades
sociais, no caso da geração seguinte. Por mais que existam diferenças entre esses dois momentos do
Modernismo, há, em ambos, algo de missionário.
No balanço do movimento modernista feito por Oswald e, sobretudo, Mário de Andrade,
destacam-se, como crítica, o caráter superficial do movimento, sua “festividade”, seu
descompromisso com questões estruturais mais “sérias”, o não enfrentamento das mazelas sociais,
econômicas e políticas que mereceriam atenção prioritária. Mesmo reconhecendo as inestimáveis
contribuições do movimento no sentido de ser um preparador das mudanças sociopolíticas
posteriores, Mário condena certa ignorância dos modernistas acerca das verdadeiras condições
culturais (em sentido lato) do país.
Flávio Carneiro. No país do presente: ficção brasileira do início do
século XXI. Rocco Digital. Edição do Kindle (com adaptações).
25. [Q1914290]
A correção gramatical do texto seria mantida caso se empregasse uma vírgula logo após
“inestimáveis contribuições do movimento” (último período do último parágrafo).
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Pontuação, Uso da Vírgula, Mudança de
posição/ordem (deslocamento).
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Banco de Sergipe BANESE - SE / Técnico Bancário
- Área: Informática - Desenvolvimento / Questão: 9
Texto para os itens de 1 a 17.
1 ____ Em diversas campanhas e ações de empresas nesses
tempos de pandemia, muito se tem ouvido falar de
responsabilidade social corporativa – entendida como a
4 responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas
decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por
meio do comportamento ético e transparente. O objetivo da
7 empresa socialmente responsável é, como o dos demais
atores sociais, também colaborar na transformação do
mundo em um lugar melhor, por meio de sua atuação e do
10 exemplo de suas ações, sem prejuízo de sua manutenção no
mercado de forma lucrativa e segura.
Ainda é cedo para afirmar que o mundo corporativo
13 estará indubitavelmente imerso na verdadeira
responsabilidade social corporativa, realizando ações que,
começando pelos seus próprios colaboradores e clientela,
16 valorizem, de fato, o ser humano, o meio ambiente e a
sociedade. Apesar disso, é possível analisar tendências do
que se espera das empresas daqui para a frente e como
19 práticas que emergiram em um momento de reinvenção e
adaptação influenciarão o futuro corporativo.
É válido o questionamento sobre o que vale a pena
22 ser preservado ou construído. Em muitas empresas, os
desafios do universo corporativo foram drasticamente
expostos nos primeiros dias da pandemia, como
25 descompasso na tomada de decisões, ausência de
cooperação, comunicação difusa, recursos digitais defasados
e, o mais importante, falta de empatia com o ser humano.
28 Tais obstáculos precisam ser mapeados, corrigidos e
superados, para que a empresa possa se adaptar à nova
realidade.
31 ___ O “normal”, qualquer que seja a sua acepção, jamais
será o mesmo. As empresas precisaram adaptar-se à
realidade do home office e do isolamento social, o que
34 permitiu reflexões e aprendizados que impactarão a forma
como se concebem o ambiente físico e as atividades
presenciais. Torna-se essencial o investimento em tecnologia
37 e inovação, sem mais espaço para pensamentos resistentes
ao mundo digital. As necessidades do funcionário que
trabalha de casa precisarão ser antecipadas, os seus custos
40 com a prestação dos serviços avaliados e tomadas todas as
medidas preventivas para se evitar o esgotamento
profissional e mesmo o assédio moral.
43 ___ As ferramentas digitais de trabalho remoto
conquistaram espaço na vida corporativa e demandaram
investimentos e aprendizados. Em especial, as plataformas de
46 comunicação mostraram-se essenciais na execução de
reuniões virtuais e teleconferências. Quando vencida a
pandemia, tais medidas se tornarão hábito, incorporando-se
49 na rotina das empresas, de seus colaboradores e clientes, e
exigirão uma série de adaptações à nova realidade, inclusive
em proteção e segurança de dados.
52 ___ Mesmo as corporações que continuaram
funcionando ou voltarem a funcionar em ambiente de
escritório físico já tiveram ou terão de se adaptar,
55 ajustando-se para a continuidade ou retorno seguro às
atividades. O distanciamento de bancadas de trabalho, a
disposição abundante de itens de higiene, o reforço na
58 limpeza dos ambientes, o rodízio de escalas, o fornecimento
de meios alternativos ao transporte público e cuidados
acentuados com a saúde do colaborador e de sua família são
61 apenas alguns exemplos dessa necessária adaptação.
Contudo, a verdadeira mudança será nas relações
entre sociedade e empresas. Conduta ética e relações
64 comerciais justas deverão ser incorporadas na rotina e
cultura das empresas, valorizando o indivíduo, o meio
ambiente e a sociedade.
Joelson Dias e Lorrane Calado Mendes. A responsabilidade social
corporativa na pandemia da covid-19: um novo mundo dos negócios é
possível? Internet: < jornalahora.com > (com adaptações).
Com base na leitura do texto, julgue os itens de 1 a 7.
26. [Q1885025]
O emprego do acento indicativo de crase em “às atividades” (linhas 55 e 56) justifica-se pela
regência do substantivo “retorno” (linha 55) e pela anteposição de artigo definido ao termo
“atividades”.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Substantivos, Morfossintaxe do período, Regência verbal, Emprego do sinal
indicativo de crase, Regras práticas de ocorrência de crase, Sintaxe de regência, Regência nominal.
Fonte: Instituto Quadrix - Quadrix 2021 / Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4ª Região CREFITO 4 - MG /
Analista - Área: Contábil / Questão: 7
TEXTO III
Senhoras e senhores,
vão emboras,
por favores.
A fera
não tolera
sofredores.
Disponível em: <https://arnaldoantunes.com.br/new/sec_livros_view.php?id=12&texto=189>
27. [Q1836227]
Na segunda estrofe, nota-se que não existe sujeito gramatical para o verbo “tolera” certificado pela
regra do verbo na terceira pessoa do singular.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Regência verbal, Sintaxe de regência, Regência
nominal.
Fonte: Centro de Seleção ede Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Secretaria de Educação do Distrito Federal SEDF -
DF / Professor / Questão: 14
TEXTO II
Os desastres de Sofia
1 Qualquer que tivesse sido o seu trabalho anterior, ele
o abandonara, mudara de profissão e passara pesadamente a
ensinar no curso primário: era tudo o que sabíamos dele.
O professor era gordo, grande e silencioso, de ombros
5 contraídos. Em vez de nó na garganta, tinha ombros contraídos.
Usava paletó curto demais, óculos sem aro, com um fio
de ouro encimando o nariz grosso e romano. E eu era atraída
por ele. Não amor, mas atraída pelo seu silêncio e pela
controlada impaciência que ele tinha em nos ensinar e que,
10 ofendida, eu adivinhara. Passei a me comportar mal na sala.
Falava muito alto, mexia com os colegas, interrompia a lição
com piadinhas, até que ele dizia, vermelho:
– Cale-se ou expulso a senhora da sala.
Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me
15 mandar! Ele não mandava, senão estaria me obedecendo.
Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim
ser o objeto do ódio daquele homem que de certo modo eu
amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia,
amava-o como uma criança que tenta desastradamente prote-
20 ger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e
vê um homem forte de ombros tão curvos.
(...)
Disponível em: <https://www.trabalhosgratuitos.com/Outras/ Colegial/Os-Desastres-De-
Sofia-81500.html>.
28. [Q1824673]
Na linha 13, a presença da preposição em “da sala” justifica- se pela regência do verbo bitransitivo
“expulso”, na mesma linha.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Morfossintaxe do período, Regência verbal, Classificação dos verbos
quanto à predicação (transitividade), Sintaxe de regência, Regência nominal.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Polícia Civil do Alagoas PC AL - AL / Agente e
Escrivão / Questão: 15
Texto para os itens de 1 a 12.
1 Não há fenômeno psicológico mais relevante para
o homem comum do que as emoções, seja na vida normal,
seja nos estados patológicos, tanto é que, em 1872, Charles
4 Darwin dedicou um de seus livros ao estudo da expressão
das emoções no homem e nos animais. Elas foram
examinadas na filosofia grega, e filósofos mais recentes,
7 como Espinoza e Descartes, trataram extensamente do
assunto. Na literatura de ficção, assim como nos mitos, as
emoções humanas desempenham papel central. É no
10 patrimônio cultural, e não na introspecção, que escritores
e filósofos colhem sua matéria-prima. A linguagem
cotidiana do homem comum tem um conjunto de palavras
13 que designam variações ou tipos de emoções. A cultura não
apenas fornece os nomes de um conjunto de emoções.
Oferece, também, um discurso sobre suas causas e
16 consequências. Teria sido muito natural, portanto, que a
construção da psicologia tivesse priorizado as emoções
entre todos os seus assuntos, mas não foi isso que se
19 verificou ao longo do século XX.
As emoções não são necessariamente
conscientes. O cérebro foi projetado pela evolução para
22 usar informações derivadas do ambiente e do próprio
organismo a fim de regular, funcionalmente, o
comportamento e o próprio corpo, e isso reúne aspectos
25 cognitivos e emocionais, tais como aprendizagem com
amor, ciúme e nojo.
O termo cognição é, às vezes, usado para se referir
28 a um tipo de pensamento deliberado, voltado para a
solução de um problema, como na matemática ou no jogo
de xadrez, um pensamento frio, isento de paixão. Na
31 perspectiva evolucionista, o conceito de cognição tem de
servir para todas as atividades cognitivas, quentes ou frias,
e não para algum subconjunto de operações. As emoções,
34 nessa perspectiva, podem ser compreendidas como forças
impulsionadoras, moldadas pela seleção natural, que
motivam o sujeito à ação, levando-o a fazer uso de suas
37 capacidades cognitivas.
Assim como as estruturas físicas, as capacidades
cognitivas e emocionais evoluíram para resolver problemas
40 de significado adaptativo. Acrescenta-se a isso a
compreensão funcional de que as emoções existem para
levar o indivíduo a desejar as coisas que levaram os seus
43 ancestrais hominídeos a serem bem-sucedidos em termos
de aptidão abrangente (seleção no nível do gene,
determinada pela sobrevivência de todos os indivíduos de
46 dada população portadores desse gene) no ambiente de
adaptação evolutiva (AAE) no qual eles viveram, cuja origem
é estimada em mais de dois milhões de anos. Logo, o ser
49 humano reage com alegria quando a busca de alvos
biossociais significativos é bem-sucedida e reage com raiva
ou tristeza quando é frustrada.
Angela Donato Oliva et al. Razão, emoção e ação em cena: a mente
humana sob um olhar evolucionista. In: Psicologia: Teoria e Pesquisa,
v. 22, n.o 1, jan./abr./2006, p. 53-62 (com adaptações).
Julgue os itens de 5 a 12, relativos à estruturação linguística do texto.
29. [Q1661360]
Na linha 27, o emprego do acento indicativo de crase em “às vezes” justifica-se pela regência da
forma nominal “vezes”.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Regência verbal, Emprego do sinal indicativo de crase, Regras práticas de
ocorrência de crase, Sintaxe de regência, Regência nominal.
Fonte: Instituto Quadrix - Quadrix 2021 / Conselho Regional de Psicologia da 14ª Região CRP 14 - MS / Agente de Orientação e
Fiscalização / Questão: 9
Texto CB1A1-I
Desde que o almirante Pedro Álvares Cabral oficialmente descobriu a Terra de Santa Cruz, em
abril de 1500, o primeiro português a estabelecer uma marca na história mineral do Brasil foi
Martim Afonso de Souza. Depois de fundar a pequena vila de São Vicente, no litoral de São Paulo, a
primeira base estabelecida na América portuguesa, no ano de 1531, ele tentou descobrir ouro, prata
e pedras preciosas antes de sua partida para Lisboa. Esse plano visava confirmar notícias trazidas
por quatro homens de sua comitiva sobre a existência de minas abundantes em ouro e prata na
região do Rio Paraguai. Sob essa orientação, três expedições foram realizadas, todas em 1531: nas
montanhas ao longo da costa do Rio de Janeiro, ao sul do estado de São Paulo e no Rio da Prata,
mais ao sul.
No entanto, as primeiras iniciativas para descoberta de metais e pedras preciosas em terras
brasileiras falharam, devido às dificuldades daquela época. Apesar disso, o desejo de descobrir
riquezas minerais se manteve entre os habitantes da nova colônia, estimulados pela corte
portuguesa, que oferecia promessas de honra e reconhecimento para aqueles que encontrassem tais
riquezas.
Durante todo o século XVI, os portugueses usaram recursos financeiros, trabalho, soldados,
artesãos de todos os tipos (cortadores, mineiros, construtores e até mesmo engenheiros
estrangeiros) nos trabalhos de pesquisa das expedições, sob a supervisão dos governadores. Mas,
infelizmente, o que foi encontrado não estava à altura do que foi despendido. Mesmo os mais
positivos resultados tiveram pouco significado econômico, tanto em termos de quantidade quanto de
teor dos metais. Os depósitos eram, além de pobres, localizados em lugares remotos. Concluindo,
quase candidamente, que as descobertas naquele século eram desapontadoras, o governador-geral
Diogo de Meneses Sequeira escreveu uma carta ao rei, afirmando que “sua Alteza precisa acreditar
que as atuais minas do Brasil são compostas por açúcar e pau-brasil, muito lucrativos e com os quais
o Tesouro e sua Alteza não precisam gastar um simples centavo”.
Iran F. Machado e Silvia F. de M. Figueirôa. 500 anos de mineração no Brasil: breve histórico. Parte
I. In:
Brasil Mineral. São Paulo, n.º 186, p. 44-47, ago./2000 (com adaptações).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-I, julgue os itens que se seguem.
30. [Q1749261]
No trecho “construtores e até mesmo engenheiros estrangeiros” (terceiro parágrafo), a expressão
“até mesmo”está empregada com o mesmo sentido do advérbio sobretudo.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbios, Classificação dos advérbios.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Agência Nacional de Mineração ANM - BR /
Técnico em Segurança de Barragens / Questão: 10
Texto I
O QUE É ARTE?
1 Dizer o que seja arte é coisa difícil. Um sem número de
tratados de estética debruçou-se sobre o problema, procuran-
do situá-lo, definindo esse conceito. Mas, se buscarmos uma
resposta clara e definitiva, iremos nos decepcionar: elas são
5 divergentes, contraditórias, além de frequentemente se pre-
tenderem exclusivas, propondo-se como solução única.
Desse ponto de vista, a empresa é desencorajadora: o
esteta francês Étienne Gilson, num livro notável, Introdução
às Artes do Belo, diz que “não se pode ler uma história das
10 filosofias da arte sem sentir um desejo irresistível de fazer
outra coisa”, tantas e tão diferentes são as concepções sobre
a natureza da arte.
Coli, Jorge; in O que é Arte. Ed. Brasiliense. 10ª edição. 1989
Utilize o texto I como referência para responder aos itens de 1 a 10.
Com relação aos sentidos fundamentais do texto e suas estruturas linguístico-gramaticais, julgue os
itens que seguem.
31. [Q1743877]
A última oração do texto classifica-se como subordinada adverbial causal justaposta.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções subordinativas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Secretaria de Educação do Distrito Federal SEDF -
DF / Professor Temporário / Questão: 9
Texto I
1 Preguiça e covardia são as causas que explicam por que
uma grande parte dos seres humanos, mesmo muito após a
natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda
permanecem, com gosto e por toda a vida, na condição de
5 menoridade. As mesmas causas explicam por que parece tão
fácil outros afirmarem-se como seus tutores. É tão confortá-
vel ser menor! Tenho à disposição um livro que entende por
mim, um pastor que tem consciência por mim, um médico
que me prescreve uma dieta etc.: então não preciso me
10 esforçar. Não me é necessário pensar, quando posso pagar;
outros assumirão a tarefa espinhosa por mim.
A maioria da humanidade vê como muito perigoso, além
de bastante difícil, o passo a ser dado rumo a maioridade,
uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua
15 supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidado-
samente protegido seu gado, para que essas pacatas criaturas
não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais
devem andar, os tutores lhes mostram o perigo que as ameaça
caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não
20 é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam
finalmente a andar; basta, entretanto, o exemplo de um tombo
para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não
façam novas tentativas.
Kant. Resposta à pergunta: Que é esclarecimento? Tradução
de Pedro Caldas. In: Danilo Marcondes. Textos básicos
de ética: de Platão a Foucault. Zahar, 4.ª edição, 2008 (com
adaptações).
A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do Texto I, julgue os próximos itens.
32. [Q1738856]
As conjunções “porém” (l. 20), “pois” (l. 20) e “entretanto (l. 21) poderiam ser corretamente
substituídas por contudo, por que e no entanto, sem alteração da correção gramatical, da
coesão e dos sentidos do texto.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções coordenativas adversativas, Orações coordenadas adversativas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Polícia Militar do Alagoas PM AL - AL / Soldado
Combatente / Questão: 3
TEXTO I
1 MIGRAMUNDO: A impressão que se tem é que a
situação no Acre é ainda mais grave que a verificada em
meados de 2020, quando ganhou destaque na imprensa
um movimento inverso, o de migrantes em situação
5 vulnerável tentando entrar no Brasil. Isso procede?
LETÍCIA MAMED – Sim, pois, no mês de fevereiro,
houve o represamento de número expressivo de imigrantes –
cerca de 500 pessoas, das mais variadas nacionalidades, idades
e situações migratórias – em três ou quatro dias. Segundo a
10 Polícia Federal local, com base em números de janeiro de 2021,
a movimentação de imigrantes pela região foi considerada
abaixo da média para o período. Contudo, o represamento
deles no lado brasileiro da fronteira, impedidos de seguir
viagem pelo território peruano, contribuiu para a formação de
15 aglomerações, agravando os riscos de propagação do vírus e
suas eventuais variantes, assim como a tensão política na região.
Além disso, é preciso contextualizar que essa situação
acontece em um momento de aumento progressivo de casos
e óbitos por Covid-19 em todo o estado, com saturação e
20 estrangulamento dos sistemas de saúde público e privado,
surto de dengue e enchentes dos rios acreanos, provocadas
pela intensidade do atual período de chuvas na Amazônia.
Na última semana, os registros fotográficos da situação
dos imigrantes represados ganharam destaque na mídia e
25 evidenciaram o delicado contexto. Na última semana, em razão
da emergência humanitária, sanitária e financeira, o governo
estadual solicitou intervenção federal, o que motivou a visita
de comitivas da Secretaria Nacional de Assistência Social,
do Ministério da Cidadania, e do Ministério da Mulher, da
30 Família e dos Direitos Humanos, que estiveram, no último dia
19, na cidade de Assis Brasil para conhecer de perto a situação.
Na fronteira, as comitivas do governo brasileiro tentaram
dialogar com os representantes do governo peruano, que
permaneceu inflexível quanto à passagem dos imigrantes,
35 especialmente após a tentativa frustrada deles de furar
o bloqueio policial no dia 16. As tratativas diplomáticas
entre os dois governos seguem há mais de uma semana,
mas sem indícios de uma solução amistosa. Em campo, as
comitivas conseguiram convencer parte dos imigrantes
40 que estavam acampados na ponte a retornar aos abrigos
improvisados na cidade de Assis Brasil, nos quais podem
permanecer em segurança. Nos últimos dois dias surgiram
informações de que alguns grupos decidiram tentar
seguir viagem pelo território boliviano, onde também
45 foram duramente reprimidos e retornaram para o lado brasileiro
da tríplice fronteira. Também há registro de que
alguns, diante da situação, decidiram regressar às cidades
nas quais residiam nos estados do Sul e Sudeste do país.
Em articulação, os governos estadual e federal decidiram
50 por intensificar a veiculação de informações na mídia sobre o
fechamento da fronteira peruana e o agravamento da pandemia
no Acre, com o intuito de demover as pessoas com intenção de
se deslocar até a região. Da mesma forma, as polícias ampliaram
o alerta para desarticular a operação de redes de coiotagem
55 que tendem a se fortalecer diante do fechamento das fronteiras.
Extraído de:
<https://migramundo.com/o-que-osacontecimentos-
no-acre-mostram-sobre-as-migracoesno-
brasil-segundo-pesquisadora/>, em 04/03/2021 (com
adaptações).
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, uma entrevista do portal
MigraMundo com a professora Letícia Mamed, da Universidade Federal do Acre, sobre as migrações
no Brasil e na América, julgue os itens.
33. [Q1736836]
O elemento coesivo “Contudo” (l. 12), que expressa uma ideia de oposição, pode ser corretamente
substituído por Entretanto ou No entanto.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções coordenativas adversativas, Orações coordenadas adversativas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Polícia Civil do Distrito Federal PCDF - DF /
Escrivão de Polícia / Questão: 2
Texto para os itens de 11 a 15
1 ___Em tempos de preocupações com a disseminação mun-
dial do coronavírus,participantes da audiência pública da
Comissão de Direitos Humanos (CDH) que debateu a vio-
lência contra a mulher, nesta segunda-feira (9), alertaram
5 para o que consideram uma epidemia brasileira que merece
tanta atenção das autoridades, do Parlamento e da sociedade
quanto a direcionada à doença que teve origem na China e
hoje atinge dezenas de países: o feminicídio.
— A situação é grave, existe a epidemia do coronavírus,
10 que muda até nossas relações, nossas formas de nos cum-
primentar, mas o feminicídio é epidemia também, que exige
uma resposta imediata aos agressores porque já está virando
endemia, tal a gravidade da situação. É possível que um país
maltrate e violente tanto suas mulheres? — questionou a
15 pedagoga Abigail Pereira.
Registre-se, inclusive, que o Brasil é o quinto país com
mais feminicídios no mundo — em 2018, foram registrados
1.206 casos no Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança
Pública, ante 1.151 em 2017). Os passos para alterar
20 esse quadro, segundo os palestrantes, passam pela educação
desde a base, pelo estímulo às mulheres (ou a seus parentes,
vizinhos e amigos) para denunciar as agressões e pelo investimento
estatal.
De acordo com os debatedores, é preciso que as
25 crianças passem a ter visão crítica das agressões, por meio da
educação, se tornando mais conscientes no futuro, e que as
mulheres tenham acolhimento e proteção familiar nas casas
de abrigo ao decidirem denunciar agora, já que muitas vezes
se sentem impedidas por depender financeiramente de seus
30 agressores ou temer pelo destino de seus filhos.
Os debatedores também frisaram a importância de as
próprias mulheres saberem reconhecer os vários tipos de vio-
lência de que podem ser vítimas: física, psicológica, moral,
sexual, patrimonial e outras.
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2020/03/09/
educacao-e-fundamental-na-luta-contra-o-feminicidio-dizem-
-debatedores
34. [Q1722572]
No trecho “Registre-se, inclusive, que o Brasil é o quinto país com mais feminicídios no
mundo”, a oração destacada classifica-se em subordinada substantiva objetiva direta.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Orações subordinadas substantivas objetivas diretas, Orações
subordinadas substantivas objetivas indiretas, Orações subordinadas substantivas.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Procuradoria Geral do Distrito Federal PGDF - DF /
Analista Jurídico - Área Contabilidade / Questão: 15
Texto para os itens de 1 a 10.
Onde foi parar a empatia?
1__ Desde 2019, a palavra empatia é apontada como a expres-
são do ano. Mas arrisco dizer que, a cada ano, ela realmente se
torna mais necessária. No dicionário, uma das definições para
empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa,
5 sentir o que ela sente. É o famoso se colocar no lugar do outro.
Quando a pandemia de Covid-19 teve início, em março
do ano passado, muita gente (me incluo) pensou que a empatia
seria a palavra de ordem da sociedade. Que passar por uma tra-
gédia em comum faria que as pessoas, de fato, começassem a
10 pensar em comunidade por experienciar dramas semelhantes.
O problema é que, diferentemente do que foi dito, nunca
estivemos no mesmo barco. A pandemia evidenciou muitas
desigualdades. Se você ainda tem dúvidas, faça uma pesquisa
na internet e busque imagens de ônibus lotados de pessoas
15 com máscaras nas grandes cidades. São pessoas se arris-
cando em condições precárias para trabalhar e manter servi-
ços essenciais.
Em contrapartida, preste atenção a qualquer feriado,
quando a parte da sociedade que, em geral, pode se isolar
20 aderindo ao home office, prefere viajar. Isso aconteceu no
último fim de semana, quando São Paulo decretou um feriadão
de 10 dias aproveitando a Semana Santa para tentar diminuir
os casos de Covid-19.
A intenção era tirar as pessoas das ruas, evitando que
25 elas tivessem que ir trabalhar. O resultado foi o contrário,
com alto volume de carros em direção ao litoral paulista.
Alguns turistas contaminados só não entraram nas cidades
litorâneas porque foram obrigados a passar por um teste de
Covid-19 nas barricadas.
30_ Em momentos como este, nota-se que a situação é
absurda. Vale questionar: cadê a empatia? Enquanto olharmos
apenas para a nosso umbigo e pensarmos única e exclusivamente
em nós, será difícil conter a pandemia, que já
parece interminável no Brasil. Onde foi parar a tal empatia de
35 que tanto falamos? Está mais do que na hora de encontrar.
Adriana Izel, Correio Braziliense, 30/3/2021 (com adaptações).
35. [Q1722561]
No trecho “Quando a pandemia de Covid-19 teve início, em março do ano passado, muita gente (me
incluo, inclusive) pensou que a empatia seria a palavra de ordem da sociedade.
Que passar por uma tragédia em comum faria que as pessoas, de fato, começassem a pensar em
comunidade por experienciar dramas semelhantes”, os vocábulos destacados são, respectivamente,
conjunção integrante, pronome relativo e pronome relativo.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Conjunções subordinativas integrantes.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Procuradoria Geral do Distrito Federal PGDF - DF /
Analista Jurídico - Área Contabilidade / Questão: 4
Texto 2A1-II
Cresce rapidamente, em quase todos os países, o número de pessoas na prisão ou que esperam
prováveis sentenças de prisão. Em quase toda parte, a rede de prisões está se ampliando
intensamente. Os gastos orçamentários do Estado com as forças da lei e da ordem, principalmente
os efetivos policiais e os serviços penitenciários, crescem em todo o planeta. Mais importante, a
proporção da população em conflito direto com a lei e sujeita à prisão cresce em ritmo que indica
uma mudança mais que meramente quantitativa e sugere uma “significação muito ampliada da
solução institucional como componente da política criminal” — e assinala, além disso, que muitos
governos alimentam a pressuposição, que goza de amplo apoio na opinião pública, de que “há uma
crescente necessidade de disciplinar importantes grupos e segmentos populacionais”.
A proporção da população que cumpre sentenças de prisão é distinta em cada país, refletindo
idiossincrasias de tradições culturais e histórias de pensamento e de práticas penais, mas o rápido
crescimento parece ser um fenômeno universal em toda a ponta “mais desenvolvida” do mundo.
Zygmunt Bauman. Globalização: as consequências humanas. Tradução: Marcus Penchel. Rio de
Janeiro, Zahar, 1999, p. 122-123 (com adaptações).
Ainda com relação ao texto 2A1-II, julgue os itens subsecutivos.
36. [Q1721019]
A palavra “idiossincrasias” (segundo parágrafo) poderia ser substituída por compatibilidades sem
prejuízo para a correção gramatical e para os sentidos do texto.
c) Certo
e) Errado
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Advérbio de intensidade.
Fonte: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB - CESPE/CEBRASPE 2021 / Departamento de Polícia Federal DPF - BR /
Agente de Polícia Federal / Questão: 17
TEXTO II
O QUE O CORPO FALA?
1 É a linguagem corporal que realmen-
te mostra o amor, o cuidado, que demonstra
que estamos respeitando, seguindo regras.
Há tantas coisas que a linguagem não verbal
faz por nós... Por exemplo, se alguém morre,
buscamos o abraço. Essa expressão pelo cor-
po nos torna mais empáticos”. É dessa forma
passional que Joe Navarro, ex-agente do FBI
e um dos maiores especialistas em comporta-
10 mento não verbal do mundo, define o conceito
estudado por ele e compartilhado no livro O
que todo corpo fala, que chegou este ano ao
Brasil pela editora XYZ, após vender mais de
um milhão de cópias no exterior.
(CORREIO BRAZILIENSE; in Caderno Diversão e Arte. Brasília,
16/04/2021).
O TEXTO II é fundamento para a resolução dos itens de 13 a 20.
37. [Q1688175]
A última vírgula do texto tem caráter absolutamente

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