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ISCED- Manual Psicologia de Educação

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Prévia do material em texto

MANUAL DE TRONCO COMUM DOS CURSOS DE 
LICENCIATURA 
MANUAL DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 
 
 
 
 
 
MANUAL DE TRONCO COMUM DOS CURSOS DE 
LICENCIATURA 
MANUAL DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
1º ANO : MANUAL DE TRONCO COMUM 
CÓDIGO ISCED13-EDUCFG0001 
TOTAL HORAS/ 1 SEMESTRE 75 
CRÉDITOS (SNATCA) 3 
NÚMERO DE TEMAS 5 
 
 
 
 
 
 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED, e contém reservado todos os direitos. 
É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou 
por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão 
expressa de entidade editora (UnISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Universidade Aberta ISCED 
Vice-reitoria Académica 
Rua Paiva Couceiro, Macuti 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: suporte@unisced.edu.mz 
Website:www.isced.ac.mz 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Agradecimentos 
 
Universidade Aberta ISCED, agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na 
elaboração deste manual: 
 
Autor Dra. Luzia 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica 
Revisão Lingística 
Ano de Publicação 
Ano de Atualização 
 Local de Publicação 
 
Vice-reitoria Académica 
Universidade Aberta ISCED 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância (IAPED) 
MSc. Abiba Mamade 
 
2019 
2022 
UnISCED - Beira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
 
 
Índice 
Visão geral ................................................................................................................................. v 
Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Psicologia de Educação ............................................. v 
Objectivos do manual ................................................................................................................ v 
Quem deveria estudar este manual ............................................................................................ v 
Como está estruturado este manual .......................................................................................... vi 
Conteúdo deste manual ............................................................................................................. vi 
Outros recursos ........................................................................................................................ vi 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação .................................................................................. vi 
Habilidades de estudo .............................................................................................................. vii 
Precisa de apoio? ...................................................................................................................... ix 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação).......................................................................................... x 
Avaliação ................................................................................................................................... x 
UNIDADE Temática 1.1 12 
Introdução a Psicologia ............................................................................................................ 12 
Inícios da Psicologia Científica ............................................................................................... 14 
Evolução do objecto de estudo da Psicologia .......................................................................... 17 
Estrutura e Funcionamento do Sistema Nervoso ..................................................................... 20 
Genética e Comportamento ..................................................................................................... 23 
Processos Sensoriais ................................................................................................................ 25 
Percepção ................................................................................................................................. 30 
Consciência .............................................................................................................................. 32 
Motivação ................................................................................................................................ 34 
Inteligência .............................................................................................................................. 37 
Processos afectivos: Sentimento e Emoção. ............................................................................ 38 
Personalidade ........................................................................................................................... 40 
UNIDADE Temática 2.1 46 
Escolas teóricas da Psicologia ................................................................................................. 46 
História da psicologia .............................................................................................................. 47 
Escolas teóricas da psicologia ................................................................................................. 50 
Estruturalismo .......................................................................................................................... 51 
Funcionalismo .......................................................................................................................... 53 
Behaviorismo ........................................................................................................................... 55 
Gestalt ...................................................................................................................................... 59 
Psicanálise ................................................................................................................................ 62 
UNIDADE Tematica 3.1. Introdução, Considerações Gerais à Disciplina: Natureza, 
objectivos e Princípio. ............................................................................................................. 69 
A Psicologia de Desenvolvimento Humano ............................................................................ 69 
A Psicologia e o Desenvolvimento .......................................................................................... 69 
Concepação Inatista de Desenvolvimento ............................................................................... 72 
Implicações Educacionais da Concepção Inatista de Desenvolvimento ................................. 74 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Concepcao Ambientalista de Desenvolvimento ...................................................................... 74 
O Associacionismo .................................................................................................................. 76 
Concepção Interacionista de Desenvolvimento ....................................................................... 77 
O cognitivismo ......................................................................................................................... 78 
O Desenvolvimento Pré Natal ................................................................................................. 79 
O Desenvolvimento na Infância. ............................................................................................. 81 
O Desenvolvimento na Adolescência. ..................................................................................... 85 
O Desenvolvimento na Idade Adulta. ......................................................................................88 
O Desenvolvimento Cognitivo. ............................................................................................... 89 
Desenvolvimento da Linguagem. ............................................................................................ 94 
Desenvolvimento Afectivo-Emocional. .................................................................................. 97 
O Desenvolvimento Moral. ................................................................................................... 101 
Diferenças Individuais. .......................................................................................................... 103 
A Inteligência. ........................................................................................................................ 105 
Memória ................................................................................................................................. 107 
A Motivação. ......................................................................................................................... 110 
UNIDADE Temática 4.1 116 
Educacao e Aprendizagem .................................................................................................... 116 
Teoria da psicologia de Desenvolvimento na Educacao e na Aprendizagem ....................... 116 
O Desenvolvimento e a Aprendizagem ................................................................................. 117 
Implicações educacionais da concepção ambientalista de desenvolvimento ........................ 117 
Implicações Educacionais do Associativismo ....................................................................... 118 
Implicações educacionais da teoria interaccionista de desenvolvimento .............................. 118 
Bruner e a aprendizagem por descoberta ............................................................................... 119 
Ausubel e a Aprendizagem Significativa .............................................................................. 120 
Teoria Sócio- Interaccionista ................................................................................................. 121 
A Socialização. ...................................................................................................................... 123 
A Adolescência e a Escola. .................................................................................................... 125 
Necessidade Educativas Especiais. ........................................................................................ 126 
Caracterisicas comportamentais ............................................................................................ 129 
Contribuicao da psicologia para a educação .......................................................................... 130 
Contribuição de Vygotsky e Piaget para a Educação ............................................................ 131 
O papel da linguagem no desenvolvimento intelectual para Vygotsky e Piaget ................... 132 
As implicações do desenvolvimento para Piaget e Vygotsky ............................................... 133 
A interação social no desenvolvimento e aprendizagem escolar para Piaget e Vygotsky .... 133 
O desenvolvimento cognitivo para Vygotsky e Piaget .......................................................... 134 
Desenvolvimento proximal e desenvolvimento real para Vygotsky ..................................... 135 
Dsenvolvimento e aprendizagem para Piaget ........................................................................ 136 
Pensamento ............................................................................................................................ 137 
Educação ................................................................................................................................ 137 
Afectividade ........................................................................................................................... 137 
A influência do meio ambiente na construção do conhecimento .......................................... 138 
Contribuicao de Vigotsky para aprendizagem ....................................................................... 138 
Contribuição de Piaget para aprendizagem ........................................................................... 138 
Os factores sociais na construção do conhecimento .............................................................. 139 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 145 
 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Visão geral 
Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Psicologia de Educação 
Objectivos do manual 
Ao terminar o estudo deste manual da disciplina de Psicologia de 
Educação deverá ser capaz de: 
Identificar o objecto de estudo da psicologia (Comportamento 
humano), Descrever os diferentes períodos de desenvolvimento do 
ser humano, Compreender o comportamento em cada período, 
Mostrar que a psicologia é parte importante nas nossas vidas uma 
vez que lida com o comportamento humano, Falar da psicologia 
educacional e a sua relevância para o ensino e aprendizagem, 
Entender o contributo da psicologia para a educação sobre tudo 
para as funções desempenhadas por professores e por psicólogos, 
Entender as teorias psicológicas da aprendizagem e do 
desenvolvimento pessoal, Explicar as fases e os processos de 
desenvolvimento, relacionando-as com o ciclo de aprendizagem, 
Identificar os processos referentes ao desenvolvimento cognitivo, 
afectivo, emocional, social e moral do ser humano. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
Objectivos Gerais 
• Compreender os fundamentos epistemológicos das teorias 
psicológicas da educação e da aprendizagem. 
• Analisar processos psicológicos e sociais que influenciam o 
processo de ensino aprendizagem 
 
Objectivos específicos 
• Discutir a evolução da Psicologia como conhecimento 
científico. 
• Compreender a génese do campo científico da Psicologia 
da Educação. 
• Analisar as particularidades do desenvolvimento humano. 
• Analisar as relações entre desenvolvimento e educação. 
• Sistematizar reflexões das teorias da aprendizagem com a 
formação e prática docente. 
 
Quem deveria estudar este manual 
O presente Manual foi concebido para estudantes do 1º ano dos 
cursos de Licenciatura da UnISCED. 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Como está estruturado este manual 
O presente manual está estruturado da seguinte maneira: 
• Conteúdos deste manual. 
• Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da 
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção com 
atenção antes de começar o seu estudo, como componente de 
habilidades de estudos. 
 
Conteúdo deste manual 
 
Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta 
certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades, 
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título 
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos. 
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de 
fechados e 5 exercicios abertos. No fim de cada tema, são 
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercicios 
abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão incorporados 
100 exercicios fechados para preparação aos exames. 
Os exercícios de avaliação são Teóricos e Práticos. 
Outros recursos 
A UnISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo 
na Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em 
formato físico ou digital. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
 
As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no 
final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostramapenas respostas. 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no 
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em 
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem mostrar 
os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do 
processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das 
tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem 
entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e 
subsequentemente atribuição de uma nota. Também constará do 
exame do fim do manual. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender 
aprendendo. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, 
procedendo como se segue: 
1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso, se existir. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada 60 
minutos? etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; deve estudar cada 
ponto da matéria em profundidade e passar só a seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no manual. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar. 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página 
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver tempo, escreva 
mesmo uma carta participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC se 
tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante, 
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, 
com tutores ou com parte da equipa central da UnISCED indigitada 
para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode 
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou 
administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é de muita importância na medida 
em que permite-lhe situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira fica a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no manual. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e 
auto−avaliação), pois, influenciam directamente no seu 
aproveitamento pedagógico. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações conta 
e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina. 
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um autor, 
sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante da UnISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliadodurante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 40% e servem para a nota de 
frequência para admitir aos exames. 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, 
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou módulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) 
avaliações e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 
 
 
 
 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
TEMA – I: INTRODUCAO A PSICOLOGIA 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução, Considerações Gerais à Disciplina: natureza, 
objectivos e Principios. 
UNIDADE Temática 1.2. Introducao a Psicologia 
UNIDADE Temática 1.3. EXERCÍCIOS deste tema 
 
Introdução a Psicologia 
 
Antes de começar a falar da Psicologia, como qualquer outra disciplina, é 
importante definir o seu campo de estudo, descrever os procedimentos 
usados na investigação psicológica, é importante também discutir a 
importância da Psicologia na vida. Esta primeira unidade vai centrar-se na 
discussão destes aspectos para uma melhor compreensão das unidades 
seguintes. 
Ao completar esta unidade, você será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
▪ Explicar o objecto de estudo da Psicologia (Comportamento 
humano) 
▪ Descrever as etapas da sua evolução 
▪ As suas importâncias para actualidade 
▪ Compreender a importância da psicologia na vida do homem 
▪ Distinguir Psicologia Científica a do Senso Comum; 
▪ Identificar os objectivos da Psicologia; 
▪ Explicar os princípios que orientam a Psicologia; e 
▪ Explicar as razões do surgimento tardio da Psicologia 
 
 
Os métodos usados na investigação psicológica. 
Tal como todas as outras áreas científicas, a Psicologia firmou-se como 
ciência quanto elaborou seus próprios caminhos de investigação. 
Normalmente, a construção do conhecimento científico parte de um 
método que se caracteriza por formular hipóteses, teorias e organizar 
observações. Essas hipóteses são testadas para confirmar ou refinar a 
teoria sugerindo aplicações práticas. 
Em termos gerais, os métodos usados em Psicologia não são muito 
diferentes dos usados nas pesquisas em áreas sociais e humanas, no 
entanto, os mais aplicados na investigação psicológica são: Estudo de 
caso; Observação; Experimental e Clínico. 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
Estudo de caso: é um dos mais antigos métodos usado pelos psicólogos, 
e consiste no estudo de um ou mais sujeitos com maior profundidade, na 
intenção de revelar verdades de muitos. Os estudos de caso são usados 
na impossibilidade de se abarcar toda a população que se requer 
pesquisar. Alguns exemplos clássicos de estudos de caso realizados na 
Psicologia são os de Jean Piaget, que depois de interrogar e observar suas 
crianças foi capaz de desenvolver a sua teoria de desenvolvimento 
cognitivo, muito usada para a explicação da aprendizagem das crianças do 
mundo inteiro e, ainda, os estudos com chipanzés e de “crianças 
selvagens” que foram importantes na explicação da linguagem em todos 
os seres. 
O cuidado que se deve prestar nestes estudos é que os resultados, por 
resultarem de uma amostra restrita e pequena, podem ser enganosos, 
quando generalizados para um universo maior da população. 
Observação: Obervar é registar o comportamento de organismos em seu 
ambiente natural, a isso Myers (1999) chama de “observação naturalista”. 
Nesta observação é importante o registo da informação recolhida, como 
também é importante definir o que realmente vai observar. 
Experimentação: Felizes são aqueles que “se mostram capazes de 
perceber as causas das coisas” revelou o Poeta Virgílio citado por (Myers 
1999). Lembre-se que a Psicologia estuda o comportamento humano, mas 
não o pode compreender sem analisar a relação causa-efeito. Os 
experimentos permitem que um pesquisador focalize os possíveis efeitos 
de uma ou várias variáveis. Enfim, para se compreender o porquê as 
jovens solteiras têm filhos, o porquê as pessoas fumam ou fazem algo 
estranho quando bebem, é necessário realizar experiências que podem 
permitir o alcance das respostas desejadas. Em psicologia muitos 
experimentos foram feitos com animais, ver a primeira causa do 
surgimento tardio da Psicologia na unidade II. 
Método clínico: refere-se à observação directa dos pacientes com lesão 
ou doenças cerebrais, o objectivo fundamental é procurar relacionar o 
tipo de lesão ou doença as modificações do comportamento. A 
observação clínica tem suas limitações, algumas observações só são 
possíveis depois da morte do indivíduo, explica-se por razões éticas. 
Que Importância tem a psicologia na vida prática? Ou seja, porque tanto 
interesse com o estudo objectivo do comportamento? Não basta o 
conhecimento do senso comum? 
No início da unidade deixamos claro que as ciências nascem da 
necessidade do ser humano, em responder ou satisfazer suas 
necessidades. Cada momento da evolução histórica do ser humano vai 
exigindo que se aperfeiçoem os campos científicos; é natural, o 
conhecimento não é algo estático, mas um processo complexo de criação 
do ser humano com o meio envolvente, no caso da Psicologia é 
importante reconhecer que o comportamento humano tende a ser mais 
complexo ao longo da evolução histórica, limitando deste modo a 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
explicação do senso comum dando lugar a esclarecimento mais conciso, 
objectivo e científico. 
Os psicólogos “além de ajudar, poderão também dedicar-se a 
investigação, exercer funções de planificação e organização em diferentes 
áreas, tanto empresariais como educacionais.” (CARDOSO, FROIS & 
FACHADA, 1993, p. 6). Como ficou claro, o comportamento humano 
passou a exigir explicação mais ajustada a sua complexidade de modo a 
nos adequarmos melhor aos contextos, situações e as pessoas com quem 
nos lidamos. 
São vários os domínios da vida humana, por esta razão ela (a Psicologia) 
tem se multiplicado em várias áreas ou domínios de modo a procurar 
melhor explicar o comportamento humano. 
 Quais são esses domínios? Qual a preocupação de cada domínio? 
Mencionar esses domínios seria tarefa fatigante, porém podemos resumir 
nas palavras de Myers (1999, p. 5), para este autor, “alguns psicólogos 
realizam pesquisa básica, alguns fazem pesquisa aplicada, e alguns 
prestam serviços profissionais”, ao conjunto desses domínios, na idéia 
deste autor, é que se dá o nome de Psicologia, pois a Psicologia é um 
campo de disciplinas nas suas diversas actividades. 
Na área da pesquisa básica há que integrar os psicofisiologistas, 
preocupados com o estudo da relação cérebro e a mente (ver Unidade 
IV), os psicólogos do desenvolvimento que estudam as mudanças queocorrem nas diferentes fases da vida humana. 
Na pesquisa aplicada, por exemplo, constatam-se os psicólogos industriais 
ou organizacionais que tratam de investigar o comportamento humano 
no trabalho ou nas organizações, selecionando, recrutando e avaliando os 
profissionais das diferentes áreas de trabalho. Nesta categoria constam 
também os psicólogos clínicos e psiquiatras proporcionando 
acompanhamento clínico e psicoterapia (para psiquiatras) de algumas 
perturbações mentais. 
Inícios da Psicologia Científica 
O surgimento de um campo científico, traz antecedentes, aliás psicólogos 
acreditam que a Psicologia existia desde a muito tempo. Mas interessa 
compreender quando é que ela assume o estatuto de uma ciência, o que 
a difere, enquanto conhecimento científico, do conhecimento de senso 
comum. 
O INÍCIO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA 
Há que destacar que “A psicologia se desenvolveu a partir da Biologia e 
da Filosofia, com objectivo de se tornar uma ciência que descreve e 
explica como pensamos, sentimos e agimos.” (MAYERS, 1999, p. 1). Numa 
primeira manifestação a Psicologia foi, simplesmente, uma disciplina 
descritiva, isto é, tratava de descrever as manifestações comportamentais 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
dos indivíduos sem com isso explicar a causa ou os porquês dessa 
manifestação. 
Hoje a psicologia, para além de descrever e explicar o comportamento 
humano, objectiva prever e modificar (dentro das possibilidades) o 
comportamento humano. 
No entanto, é preciso ter em conta que a tentativa de explicar o 
comportamento humano não é um acto recente, em tempos, antes do 
ano 300 a.C., Aristóteles, filósofo grego, preocupou-se com os temas 
relacionados com aprendizagem e memória, vocação e emoção, 
percepção e personalidade Mayers (1999). Mesmo pensadores como 
Platão (427 -347 a.C), Santo Agostinho (354 – 430 d.C), Descartes (1596-
1650) também contribuíram com profundas reflexões sobre a natureza do 
ser humano. E, mais tarde Charles Darwin, nas suas viagens descobriu e 
explicou a lei de selecção natural. 
A idéia de Aristóteles recebeu críticas do filósofo empirista John Locke 
(1632-1704), ao rejeitar a noção das idéias inatas, para Locke nada existe 
no homem ao nascer, tudo seria resultado da experiência. 
Importa referir-nos às inquietações da Neurociência e dos Evolucionistas, 
duas correntes da Psicologia que se confrontam na explicação das 
características humanas. Na neurociência, as preocupações centraram-se 
na relação entre o corpo e o cérebro para explicar as emoções, 
percepções e sensações, já para os evolucionistas ficaram preocupados 
na influência da evolução (genes) no comportamento humano. 
Com tantos antecedentes, a Psicologia como Ciência independente (da 
Biologia e da Filosofia) nasceu em 1879, “data em que o alemão Wilhelm 
Wundt estabeleceu em Leipzig( Lipsia) (hoje Alemanha do Leste), o 
primeiro laboratório de Psicologia Experimental” (CAPARRÓS, 1999, 
p.10). 
Os antecedentes apresentados nos parágrafos anteriores associados à 
idéia de que as preocupações com o comportamento humano não 
começaram em 1879, com a criação do laboratório de Wundt, mas bem 
antes, quando os provérbios ou adágios populares, ainda que partindo de 
um conhecimento de senso comum, eram os alicerces para a 
compreensão e explicação da conduta humana, deixa para a humanidade 
a seguinte questão: onde fica esse todo contributo na história da 
Psicologia? Então porquê 1879? Estas preocupações constituíram num 
desafio colocado a esta Ciência jovem. Porém, a resposta vem de Caparrós 
(1999), que lembra-nos de que se trata da Psicologia Científica que é 
diferente da do senso comum, o que caracteriza uma ciência, de entre 
outros aspectos, é um campo delimitado e emprego de certos métodos, 
técnicas ou instrumentos na sua investigação e a possibilidade de 
verificação a partir de testes objectivos. 
Com efeito, cada um de nós possui conhecimentos da psicologia do senso 
comum, este entendido como o “conjunto de opiniões geralmente aceites 
pelos membros de um grupo social numa determinada época (...) é aquela 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
forma de saber vulgar, própria do comum das pessoas, que se adquire de 
modo espontâneo, sem esforço e não intencionalmente na experiência 
do dia a dia” (CARDOSO, FROIS & FACHADA, 1993). 
Sendo assim, a Psicologia científica não se limita nesta explicação casual, 
ela, enquanto ciência, procura fundamentar de forma objectiva, através 
de pesquisas cientificamente ajustadas à natureza de cada situação do ser 
humano. E, isso foi possível graças ao alemão Wilhelm Wundt em 1879 
que criou as condições para que a Psicologia configurasse como área 
científica, o que não significa menosprezar o contributo e a importância 
que o conhecimento do senso comum presta a essa jovem ciência. 
Duas razões levaram ao desenvolvimento tardio da Psicologia: A primeira, 
o carácter espiritual, sagrado e transcendental do Homem o que fez com 
que as investigações não fossem feitas directamente ao ser humano, por 
isso grande parte das pesquisas psicológicas foram feitas com animais, e, 
a segunda prende-se com a complexidade do ser humano e do seu 
comportamento, isso fez com que os psicólogos levassem mais tempo 
para aperfeiçoar os métodos antes de serem aplicados ao Homem. 
Princípios Psicológicos 
A psicologia encontra-se, actualmente, no seu auge e num estágio de 
indiscutível desenvolvimento progressivo. Os princípios básicos pela qual 
a Psicologia se fundamenta são: 
1. Princípio do monismo materialista. Estabelece que a psique é 
uma propriedade do cérebro, e por consequência os psicólogos devem 
estudar as leis da actividade nervosa superior para compreenderem de 
forma objectiva a natureza dos processos psíquicos e conhecer os 
mecanismos fisiológicos desses processos a fim de “sobrepor” os 
fenómenos psíquicos aos processos fisiológicos; 
 
2. Princípio do determinismo. Mediante a qual se reconhece a 
condicionalidade causal dos fenómenos psíquicos pelos processos da 
actividade nervosa superior e as influências do meio exterior. 
 
3. Princípio do reflexo. Segundo o qual a consciência é reflexo 
subjectivo do mundo objectivo. A partir deste critério os psicólogos 
devem estudar a psique, a consciência, não como algo independente e 
que se desenvolve segundo suas próprias leis imanentes, mas como algo 
condicionado pela existência objectiva do mundo que reflecte. 
 
4. Princípio unidade entre a consciência e a acção. Pressupõe que 
a consciência é inseparável da actividade e não apenas manifesta-se nela, 
mas também forma-se durante a actividade. Guiando-se por este 
princípio, os psicólogos devem estudar os processos psíquicos não de 
forma abstracta, mas com relação aos tipos concretos de actividade. 
 
UnISCED: MANUAL DE TRONCO COMUM DE PSICOLOGIA DE EDUCAÇÃO 
5. Princípio da historicidade. Estabelece que a psique, a 
consciência, desenvolve-se no processo de desenvolvimento histórico do 
homem, por isso é necessário, estudar os fenómenos psíquicos no seu 
desenvolvimento, esclarecendo a condicionalidade social dos diferentes 
aspectos da consciência humana e da personalidade. 
 
6. Princípio da unidade entre a teoria e a prática. Significa que os 
psicólogos devem estruturar os seus trabalhos de investigação científica 
de tal forma que os ajude a resolver tarefas práticas da construção social. 
 
 Evolução do objecto de estudo da Psicologia 
O presente texto sustenta e prolonga o estudo anteriormente feito 
na Unidade I sobre o objecto de estudo da Psicologia, nesta Unidade 
serão explicados as diferentes percepções quanto ao objecto de 
estudo da Psicologia, desenvolvidas ao longo da história humana, 
tomaremos como referências na explicação desta evolução os 
trabalhos de Wilhelm Wundt, Condutistas ou comportamentalista, 
gestaltistas e os psicanalistas. 
Ficou claro na Unidade I que o objecto de estudo da Psicologia é o 
comportamentohumano, mas o consenso neste campo não foi tão 
pacífico, resultou de uma “luta interna” entre os pensadores da área que 
culminou com esta visão mais actual e aceite por muitos profissionais 
deste campo científico. Vejamos a seguir a evolução do seu objecto de 
estudo. 
Visão de Wilhelm Wundt 
Wilhelm Wundt, considerado pai da Psicologia, montou o primeiro 
laboratório de psicologia experimental na Europa (1879) influenciado pela 
Fisiologia, área que já tinha atingido o estatuto de uma ciência, a 
semelhança da Física, Química, mesmo a Filosofia; 
Interessado no estudo da experiência consciente, procurava fazê-lo 
analisando a consciência nos mais ínfimos componentes. Procurava os 
elementos básicos da psicologia às partes mais ínfimas da consciência 
analisável. “Como a física tinha seus elementos, também a psicologia as 
teria (...) os elementos básicos eram unidos por associação” – tese 
defendida por Wundt (SPRINTALL & SPRINTALL, 2000, p. 20). Para este 
pensador, a mente é composta por elementos individuais ou átomos de 
experiência ligados por associação. Para estudar esses elementos Wundt 
utilizou a técnica de introspecção que consistia no treinamento de 
sujeitos a olharem para dentro de si, relatando seus sentimentos e 
sensações. 
Essa forma de olhar para os fenômenos psicológicos não agradou os 
psicólogos gestaltistas. Adiante estão descritos seus argumentos. 
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Os gestaltistas 
Max Wertheimer, seu expoente principal citado por (SPRINTALL & 
SPRINTALL, 2000) considera Wundt ter levado a Psicologia por água 
abaixo – ao tentar produzir a sua perfeita tabela atômica organizada da 
psicologia, com ela perdera de vista a realidade da experiência humana, 
ao analisar a experiência em suas partes ínfimas, tinha de facto destruído 
a noção da experiência como totalidade. Max considera “o todo é maior 
do que a soma das partes” (citado por Wertheimer, apud 
Sprintal&sprintal, 2001). Por isso, é preciso estudar o todo, a totalidade, 
a configuração inteira, a gestalt. 
Os elementos atuam de maneira diferente quando são retirados do seu 
contacto. As sensações são partes integrantes da experiência humana e o 
estudo destas não nos revela essa complexa experiência humana. Para 
estes teóricos, a compreensão da experiência humana é irredutível ao 
estudo das sensações, sobretudo na sua forma de estudá-los, por 
associação. 
Os comportamentalistas 
Conhecidos também como behavioristas, de seu representante John B. 
Watson, os comportamentalistas atacam Wundt pelo uso do método de 
introspenção enquanto instrumento científico. Eles acreditavam nos 
elementos, mas não gostavam como Wundt tentava os encontrar. 
Watson considera o verdadeiro objecto de estudo, comportamento 
(behavior). A introspenção não tem utilidade para a psicologia, como 
também não tem para a Física e para a Química. 
A única coisa observável, por isso, a única que permite o uso dos métodos 
científicos é o comportamento manifesto pelo sujeito. Se a consciência 
puder apenas ser estudada através da introspenção, e não tiver correlatos 
do comportamento, então a psicologia terá de se ver livre dela (SPRINTALL 
& SPRINTALL, 2000 p. 26). 
Watson aliou-se ao poderoso Russo Ivan Pavlov, cujo trabalho sobre 
condicionamento era mais conhecido na altura e consegui o que queria 
na altura, demonstrar a existência do – reflexo condicionado, algo 
observável para substituir o não observável de Wundt. 
Visão dos psicanalístas 
A preocupação dos psicólogos até esta etapa evolutiva centrou-se no 
estudo da consciência, diferem-se simplesmente na forma como estes a 
estudam-na. A visão psicanalítica ampliou a compreensão do campo de 
estudo da psicologia, sua principal inovação é o mundo inconsciente, 
antes por muitos ignorados. 
A consciência para Freud parece determinada por esse mundo 
inconsciente, pois é o reservatório de toda nossa experiência, o que 
realmente sabemos de nós (consciente), não explica a experiência 
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(desejos, frustrações, ansiedades, mágoas, glórias etc.), por várias razões, 
reprimimos e, outras, que por força da memória esquecemos. 
Freud especulou se alguns distúrbios neurológicos não poderiam ter 
causas psicológicas, em vez de fisiológicas. Para explorar esta 
possibilidade, ele usou a hipnose para tratar de pacientes que sofriam 
desses distúrbios. 
 Enquanto experimentava com a hipnose, Freud descobriu o 
“inconsciente”. Juntando os relatos dos pacientes sobre suas vidas, ela 
conclui que a perda da sensibilidade em umas das mãos podia ser causada 
por um medo de tocar os órgãos genitais; a cegueira ou a surdez podiam 
ser causadas por não querer ver ou ver alguma coisa que provocava uma 
intensa ansiedade. 
Diante de capacidades desiguais dos pacientes para a hipnose, ele passou 
a usar a associação livre, em que apenas dizia ao paciente para relaxar e 
falar qualquer coisa que lhe aflorasse a mente, por mais trivial ou 
embaraçosa que pudesse parecer. Freud acreditava que a associação livre 
produzia uma corrente de pensamento que levava ao inconsciente do 
paciente, recuperando e acreditando, dessa forma, lembranças 
inconscientes dolorosas, com freqüências oriundas da infância. Freud 
chamou sua teoria e técnicas associadas de psicanálise. 
Subjacente à concepção psicanalítica de Freud havia sua convicção de que 
a mente é como um iceberg- a maior parte dela está oculta. Nossa 
concepção consciente é a parte do iceberg que flutua acima da superfície. 
Por baixo da superfície, está a região inconsciente, muito maior, contendo 
pensamentos, desejos, sentimentos e lembranças para os quais, em 
grande medida, não estamos despertos. Guardamos alguns desses 
pensamentos temporariamente numa área pré-consciente, de onde 
podemos recuperá-los à vontade para a percepção consciente. De maior 
interesse para o Freud eram essas paixões e pensamentos inaceitáveis 
que ele acreditava que reprimimos, ou bloqueamos à força, da nossa 
percepção, porque admiti-los seria doloroso demais. 
Freud achava que podíamos não ter percepção consciente desses 
sentimentos e idéias perturbadoras, mas eles nos influenciam 
poderosamente. Em sua opinião, os impulsos não-reconhecidos 
expressam-se de formas disfarçadas – o trabalho que escolhemos, as 
convicções a que nos apagamos, os hábitos quotidianos os sintomas 
perturbadores. Dessa maneira, o inconsciente se infiltra nos nossos 
pensamentos e acções. 
Para Freud o determinista, jamais era acidental, ele achava que 
vislumbrava a infiltração do inconsciente não apenas nas associações 
livres, convicções, hábitos e sintomas das pessoas, mas também em seus 
sonhos e lapsos ou actos falhos, enquanto liam, escreviam e falavam. 
 
 
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O aparelho Psíquico 
O aparelho psíquico de Freud é constituído por três elementos 
fundamentais (Id, Ego e Superego); estes elementos estão relacionados 
entre si funcionando assim de forma interdependente. Freud citado por 
Cardoso, Frois & Fachada (1993) considera o primeiro elemento ID, que 
se desenvolve nos primeiros momentos da vida, e corresponde ao 
conjunto de desejos instintivos que procura a auto satisfação do sujeito e 
rege-se pelo princípio de prazer, é denominada parte biológica ou 
animaléstica. 
Entre os 3 a 5 anos forma-se o segundo elemento que se rege pelo 
princípio normativo ou social, o Super-Eu ou Superego, conjunto de 
normas sociais do próprio meio em que a criança se desenvolve. 
O terceiro elemento da estrutura psíquica é o Ego, este tende a gerir o 
conflito entre o ID e o Superego, isto é entre os desejos e a possibilidade 
de satisfazê-las de acordo com os princípios ético-morais vigentes em 
cada contexto social. É também denominado como elemento psíquico 
que age segundo o princípio da razão. Por exemplo, o estudante que sente 
a necessidade de cabular no teste porque quer passarde classe (ID), no 
entanto, ele reconhece que este acto é sancionável e é desonesta a 
atitude que pretende tomar (Superego) pode resolver em não cabular e 
no próximo teste estude o suficiente para cobrir a nota do teste anterior 
(Ego). 
Estrutura e Funcionamento do Sistema Nervoso 
 
Nesta Unidade procura-se discutir a Estrutura e Funcionamento do 
Sistema Nervoso para uma melhor compreensão dos processos 
psicológicos, pois a relação entre o biológico e o psicológico (fundamentos 
biológicos do comportamento) é evidente o que torna necessária esta 
abordagem. 
 Estamos neste momento em casa, na biblioteca da escola ou no café, de 
livro aberto, a iniciar o estudo do sistema nervoso. Até ao momento, o 
nosso dia decorreu de modo natural, tendo-nos comportado como 
habitualmente nas circunstâncias normais da nossa vida. Fizemos a higiene 
matinal, tomamos o pequeno-almoço, viemos para a escola, 
cumprimentamos pessoas, discutimos com alguns colegas, sorrimos para 
os outros, assistimos as aulas, lemos o jornal, ouvimos música, etc. 
Tudo isto exigiu que os nossos músculos e as nossas glândulas 
executassem actos de natureza fisiológica e que determinados 
mecanismos internos se implicassem em actos de natureza psicológica. E 
toda esta actividade foi realizada espontaneamente, sem grande esforço 
e reflexão da nossa parte, como se fosse inevitável que as coisas se 
processassem com esta naturalidade e ligeireza. 
Será sempre assim? Estará sempre presente esta naturalidade? E em 
todas as pessoas? Não haverá circunstancia em que uma alteração no 
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organismo venha a destruir a tranqüilizadora rotina do nosso modo de 
estar na vida? 
Essas questões evidenciam a relação entre as estruturas fisiológicas e o 
comportamento humano, basta uma ligeira afecção numa pequena parte 
do cérebro para a conduta da pessoa se alterar significativamente. 
Podemos ver, pois, que percepcionar o mundo e orientamo-nos nela, 
dando conta dos problemas, executar actos ajustados, ser amigo das 
pessoas, gozar o bom tempo e o sol, fazer projectos, desejar a ir numa 
festa viver a vida e apreciar o que ela tem de bom, alimentar expectativas 
relativamente ao futuro, tudo isso implica no normal funcionamento de 
estruturas fisiológicas cujo controlo está a cargo do sistema nervoso. 
Constituído por um conjunto de órgãos inter-relacionados, o sistema 
nervoso tem como função geral à coordenação dos processos que 
garantem o equilíbrio interno do organismo e o equilíbrio do ser humano 
no seio exterior. 
Na sua actividade, o sistema nervoso dispõe de dois subsistentes 
fisiológicos que se designam por sistema nervoso central (SNC) e sistema 
nervoso periférico (SNP). 
• O sistema nervoso central desempenha essencialmente as 
tarefas associadas ao processamento e coordenação das informações. É 
constituído por duas estruturas nervosas: o cérebro e a espinal-medula. 
• O sistema nervoso periférico desempenha as tarefas ligadas à 
condução e a circulação das informações. Nele se inscrevem os nervos 
sensoriais, os motores e os mistos. 
NEURÔNIO 
Desde os órgãos coordenadores aos condutores, todo o sistema nervoso 
é constituído por células nervosas, unidades básicas designadas por 
neurônio. 
Tas como as demais células, o neurônio é formado por um corpo celular, 
em cujo interior se situa o núcleo. Diferencia-se, no entanto, das outras 
células por uma série dos prolongamentos, que o constituem, a que se da 
o nome de dendrites. Um deles alonga-se bastante em relação aos outros, 
chegando a apresentar alguns decímetros de comprimento: é o cilindro-
eixo ou axônio, que termina num conjunto de ramificações parecidas com 
uma raiz, chamadas telodendrites. 
Para (ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 60) os neurônios apresentam duas 
propriedades importantes para compreender a circulação de mensagens. 
• Excitabilidade, que lhes permite reagir a estímulos. Quando uma 
fibra nervosa é estimulada, modificam-se as suas características elétricas, 
o que produz uma pequena corrente a transmitir a outro neurônio. 
• Condutibilidade, que lhes permite transmitir as excitações e 
outras células nervosas. A direção normal das excitações implica a sua 
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passagem das telodendrites de um axônio as dendrites do neurônio 
seguinte. 
SINAPSE 
Uma das funções dos neurônios é a condutibilidade, ou seja, a 
transmissão dos impulsos nervosos que, no seu conjunto, constituem o 
influxo nervoso. Os impulsos nervosos transitam das telodendrites de um 
neurônio as dendrites do seguinte, levando com elas as informações. 
INFLUXO NERVOSO energia ou impulsos elétricos que circulam nos 
neurônios. 
Não existe contacto físico ou continuidades entre as dendrites de um 
neurônio e as telodendrites do neurônio seguinte, mas uma ligação 
funcional, a que se da o nome da sinapse. 
Entre as telodendrites de um axônio e as dendrites do neurônio seguinte 
existe um pequeno intervalo a que da o nome de fenda sinaptica. Nas 
extremidades do axônio existem pequenas vesículas com substâncias 
químicas, os neurotransmissores ou mensageiros químicos. No 
momento em que o influxo nervoso atinge o ponto sináptico, as vesículas 
laçam essas substâncias na fenda, cheia de partículas ionizadas, 
preenchendo o espaço intercelular ou sinóptico. As partículas ionizadas 
atuam quimicamente sobre as paredes das dendrites do neurônio 
seguinte, cujo equilíbrio elétrico fica momentaneamente alterado, 
absorvendo a informação transmitida. De imediato segue-se a recaptação 
dos neurotransmissores para as vesículas, ficando assim disponível para 
novo impulso. 
COMUNICAÇÃO NERVOSA 
Como órgão coordenador, o cérebro tem que “saber” o que se passa no 
organismo. Este conhecimento só é possível mediante a circulação da 
informação através dos nervos, que são um conjunto de fibras nervosas 
formadas por axônios e recobertas por uma membrana. 
Os nervos são, pois as vias de circulação das mensagens entre o sistema 
nervoso central, os órgãos sensoriais, os músculos e as glândulas. Por 
exemplo, ao acabar de ler uma página, os nervos encarregam-se de levar 
ao cérebro essa informação é trazer aos músculos do braço e da mão as 
instruções para voltar a folha. 
A informação circula em três tipos de nervos, que fazem parte o sistema 
nervoso periférico: os sensórios, os motores e os mistos. 
Nervos sensoriais- O mesmo que nervos aferentes. Transportam as 
informações dos órgãos sensoriais até a espinal-medula e ao cérebro, 
para ai serem processadas. 
Nervos motores- O mesmo que eferentes. Transportam as impressões 
dos órgãos periféricos, isto é, músculos e glândulas. 
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Nervos mistos- Transportam a informação da periferia para os órgãos 
centrais (cérebro e espinal-medula), e destes para os órgãos periféricos. 
Sensoriais, motores ou mistos, os nervos são constituídos por feixes de 
dendrites e axônios, que podem ter junções sinópticas com muitos 
outros. Porém, os impulsos nervosos não transmitem 
indiscriminadamente para qualquer neurônio. São os órgãos centrais que 
decidem o trajecto que o influxo deve seguir e lhe indicam o percurso, 
fazendo uma espécie de agulhagem. 
CRONAXIA 
Cronaxia é velocidade com que uma célula nervosa pode excitar 
(ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 63). 
Os neurônios não levam o mesmo tempo a reagir estímulos, possuindo 
cronaxias diferentes. Porém, o influxo nervoso só transita de células para 
outras quando possuem a mesma cronaxia. 
Compete aos centros nervosos fazer com que as células nervosas fiquem 
com a mesma velocidade de excitação ou com velocidades de excitação 
diferentes. 
• Os neurônios que ficam com a mesma rapidez de excitabilidade 
são aqueles por onde passa o influxo. 
• Os neurônios que ficam com rapidez de excitabilidade diferente 
são aqueles por onde o influxo não pode circular. 
Assim, os centros nervososdefinem, pelas alterações que introduzem nas 
cronaxias, o trajecto que o influxo deve seguir: da periferia aos órgãos 
centrais, para que as mensagens veiculadas sejam descodificadas, ou dos 
órgãos de comando aos efectores, para que o comportamento seja 
efetuado. 
 
 Genética e Comportamento 
 
O interesse pelo estudo da hereditariedade em psicologia em parte 
resulta da discussão do papel que esta tem no desenvolvimento da 
inteligência. Para alguns a inteligência depende unicamente dos factores 
hereditários, para outros embora não afastem a hipótese da sua 
influência, encontram no meio social o principal elemento para explicar 
as diferenças nas capacidades dos indivíduos. 
 Hereditariedade, para Myers (1999) refere-se ao conjunto de processos 
biológicos que são responsáveis na transmissão das características dos 
pais aos seus descendentes. 
Cardoso, Frois & Fachada (1993) distinguem aqui dois tipos de 
hereditariedade, a Específica e a Individual, a primeira refere-se às 
características comuns da mesma espécie, essas características são as que 
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distinguem os indivíduos das outras espécies. Todavia, apesar da 
existência de características comuns nos indivíduos, estes podem 
apresentar características particulares que os distinguem dos outros, ai 
estaremos a falar de Hereditariedade individual. 
Genótipo é constituído por todos caracteres quer morfológicos, quer 
psicológicos quer comportamentais, são características como altura, cor 
dos olhos, cor e tipo de cabelo, etc. Esse conjunto de material hereditário 
responsável pelo fenótipo, constituído pelo gene das células denomina-
se genótipo. 
Para ser preciso na questão Cardoso, Frois e Fachada (1993, p. 155) 
explicam que, 
“o conhecimento claro dos princípios básicos 
do mecanismo da hereditariedade permitirá 
compreender, justificar e resolver muitos dos 
problemas dos seres humanos nos mais 
diversos domínios da vida social tais como a 
educação, segurança social, o emprego, etc.” 
Os trabalhos sobre o estudo da hereditariedade mais conhecidos são os 
de Gregório Mendel, acredito que o estudante já se lembra deste cientista 
cuja experiência com ervilha é famosa. 
Como ao longo do tempo nos tornamos quem somos? Cada um de nós já 
se questionou e gostaria de obter resposta desta inquietação. Mas a 
resposta para essa questão não é pacífica, por um lado as explicações 
religiosas e por outro as científicas podem trazer idéias contrárias a este 
respeito. Desde as descobertas de Abadi Spallanzani (1775), ficou claro 
que a longa marcha do desenvolvimento humano começa com a união do 
espermatozóide com o óvulo (processo denominado por fecundação) 
este desenvolvimento progride numa seqüência ordenada, embora frágil. 
Cromossomos sexuais 
Por cromossoma, devemos entender o “elemento integrante do núcleo 
de cada célula transportadores dos genes que são as unidades básicas da 
hereditariedade” (ABRUNHOSA & LEITÃO, 2009, p. 20). 
Já deixamos claro que o processo de transmissão de caracteres de pais à 
sua descendência designa-se por hereditariedade, esta transmissão ou 
processo que recebe o nome de herança genética processa-se através da 
fecundação, isto é da união do óvulo e espermatozóide. O óvulo 
fecundado é designado por ovo e constitui a primeira célula e pelo 
processo da mitose vai-se dividindo até formar outras células que são 
constituintes do organismo. 
Em cada célula existe um núcleo com cromossomas formados por genes, 
que são os agentes portadores e transmissores de toda informação 
hereditária. O número e a disposição de cromossomas estão definidos 
num cariótipo que é o mesmo em todos os indivíduos da mesma espécie. 
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Mas importa referir que o cariótipo humano apresenta 46 cromossomas 
dispostos em pares: 23 para cada origem (materna e paterna) 
Os genes contém moléculas de ácido desoxorribonucleico (ADN, também 
conhecido por DNA), cada molécula de ADN contém milhares de 
nucleótidos formados por associação de ácido fosfórico, açúcar e uma das 
quatro bases: adenina, timina, citosina e guanina. A informação 
hereditária codificada no ADN designa-se por genoma. 
 
 Processos Sensoriais 
A presente Unidade procura abordar aquilo que chamamos de Processos 
Sensoriais, que também são processos cognitivos, como elementos 
importantes na construção do Conhecimento. Para o efeito serão 
tratados alguns sentidos, tais como: Audição, Visão, Olfato, Tacto, etc. 
 
A possibilidade de sobrevivência no mundo depende da capacidade de 
utilização do repertório (equipamento) humano, os sentidos. A 
capacidade de descriminar os estímulos ambientais depende dos nossos 
sentidos, Isto é, audição, visão, tacto, gustação, olfacto. 
Sensação é para Abrunhosa & Leitão (2009, p. 139) a “captação de 
estímulos realizada pelos órgãos sensoriais” nota-se neste conceito que 
cada sentido é responsável na captação de um determinado estímulo. A 
este conjunto de órgãos e suas funções é denominada de processos 
sensoriais. 
A questão mais discutida no estudo dos processos sensoriais é a “Origem 
do Conhecimento” (GLETMAN, FRIDLUND & REISBERG, 2009). Os 
empiristas defendem a posição da passividade dos nossos sentidos na 
construção do conhecimento, nesta ordem de idéia tal como a máquina 
fotográfica, os nossos sentidos captam do meio experiências pré-
concebidas, exclui-se aqui o seu papel selectivo. Locke (ano), um dos 
representantes desta corrente, defendia que nada existia na mente do 
individuo ao nascer, o ser humano era simplesmente uma folha em 
branco ou uma tabua rasa. Hoje acreditamos que os empiristas foram 
reducionistas, o homem é capaz de seleccionar, ordenar os estímulos e 
atribui-lhes o significado, pois o indivíduo percebe-os porque guardam 
sentido para ele. 
Codificação Sensorial 
 Um código é um conjunto de regras através das quais um conjunto de 
símbolos e transformado num outro conjunto de símbolos (GLEITMAN, 
FRIDLUND & REISBERG, 2009). É a tentativa de compreender os 
intervenientes no processamento sensorial, ou seja, entre o estímulo 
físico e a experiência sensorial leva-nos a discutir as diferentes formas de 
codificação sensorial. 
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De acordo com os autores acima referenciados, temos três formas de 
explicar a codificação sensorial: 
Código sensorial- através dele o sistema nervoso representa as várias 
experiências sensoriais; 
 Código da intensidade psicológica- mudanças no volume do som, do 
brilho, em geral quanto mais intenso o estímulo mais é a probabilidade 
de activação neuronal e maior será a magnitude psicológica. 
Código da Qualidade sensorial- o que distingue uma sensação da outra 
não é apenas o estímulo que causa esta sensação, a doutrina da energia 
específica dos nervos explica que as diferenças nas qualidades sensoriais 
não são causadas por diferenças dos próprios estímulos, mas pelas 
diferentes estruturas nervosas que esses estímulos excitam. 
Para o melhor esclarecimento das qualidades sensoriais, Myers (1999) 
propõe o conceito Limiar para designar os diferentes níveis de 
estimulação ou de intensidade sensorial, assim temos Limiar inferior, 
absoluto e relativo. 
Limiar Inferior- também chamado de estimulação subliminar, isto é 
abaixo do limiar essas estimulações normalmente não as sentimos, mas 
ela tem poder sobre o mundo sensorial. 
Limiar Absoluto- é o nível em que detectamos o estímulo na metade das 
vezes, se for abaixo destes níveis poucas vezes detectaríamos, por isso 
pode ser considerado como o nível médio e não necessariamente 
absoluto. Por esta razão significa que todos os estímulos apresentados a 
este nível serão percebidos. 
Limiar Relativo- também conhecido por diferença mal perceptível. Não é 
um a quantidade constante, mas certa proporção relativamente 
constante do estímulo, o limiar inferior varia com o aumento da 
magnitudedo estímulo, dai a designação relativa. 
Os Sentidos 
Não vamos entrar em muitos detalhes sobre aos diferentes tipos de 
sentidos, para mais esclarecimento temos no fim do manual uma 
proposta de obras a consultar. 
O sentido e o mundo; Princípios Básicos; 
Os sistemas sensoriais permitem que os organismos obtenham as 
informações de que precisam. Através das sensações conhecemos os 
pormenores ou aspectos dos objetos e das situações. No entanto as 
condições das sensações são os agentes externos ou internos que 
excitando os receptores sensoriais determinam neles modificações que 
atingem a consciência. 
No processo das sensações temos que considerar as seguintes condições 
e fases: 
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a) O estimulo- que é todo o agente capaz de provocar uma resposta de 
um organismo, podem ser estímulos mecânicos (tácteis e sonoros), físicos 
(térmicos, eléctricos e luminosos) e químicos (gustativos e olfactivos). 
b) A excitação- que é a modificação momentânea a que se segue uma 
reação de um organismo a um estímulo. A existência deste depende da 
eficácia do estímulo. 
c) A sensação- que é a apreensão pela consciência da mensagem nervosa 
originada pela consciência. 
Visão 
A tarefa do sentido visual, como a de todos os sentidos, é a de receber a 
estimulação, convertê-la para sinais neuronais e enviar estas mensagens 
neuronais para o cérebro. 
O estímulo da visão é a radiação ou vibrações luminosas. Para que o 
estímulo seja eficaz são necessárias três condições: freqüência, 
intensidade e duração. 
Dispositivo receptor 
O principal dispositivo receptor da vista é a retina que é uma membrana 
de meio milímetro (1/2 mm) de espessura. Cada uma das retinas forra a 
parte do glóbulo ocular e prolonga-se pelo nervo óptico até ao cérebro. 
Há dois (2) tipos de retinas – as que terminam em forma de bastonetes e 
as que se apresentam em forma de cones. Estes dois tipos de células 
correspondem a sensibilidades e funções diferentes. 
Por exemplo, os bastonetes são extremamente sensíveis à luz e não 
suportam a luminosidade intensa pelo que só entram em funcionamento 
na semi-obscuridade. Por isso, os animais de vida nocturna como (gato, 
morcego...), têm uma retina rica em bastonetes. 
Os cones são essencialmente sensíveis às cores e são menos sensíveis à 
luz. Tem o seu funcionamento de dia ou quando a luminosidade é 
suficientemente intensa. 
Audição 
O estímulo sonoro é constituído por vibrações mecânicas transmitidas por 
um meio elástico geralmente o ar. Para que haja o estímulo sonoro deve-
se ter em conta as três condições – duração, intensidade e freqüência. 
As freqüências audíveis ao homem variam entre 20 e 20 mil vibrações por 
segundo. As freqüências inferiores a 20 (infracções) e superiores a 20 mil 
(ultracções) não excitam o ouvido humano. 
As ultracções são audíveis por certos animais como, por exemplo, cães e 
ratos. Portanto, o dispositivo receptor da audição, situa-se no ouvido 
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interno nas chamadas células auditivas onde se gera o influxo nervoso, 
transmitido ao cérebro pelo nervo auditivo. 
Os dados imediatos da audição são os sons e ruídos. Os sons são 
sensações distintas e geralmente agradáveis produzidas por vibrações de 
freqüências regulares. 
Os ruídos são sensações confusas geralmente desagradáveis produzidas 
por vibrações de freqüências irregulares. 
Outros Sentidos 
Acontecimentos extraordinários estão ocultos dentro dos quatro outros 
sentidos comuns: tacto, paladar, olfato e o sentido de posição. 
O tacto 
O estímulo táctil é qualquer corpo sólido, liquido ou gasoso com a 
condição de que comprima a pele deformando-a mais ou menos 
ligeiramente. A sua acção é mecânica. 
Os dispositivos receptores tácteis distribuem-se pelas diferentes regiões 
da pele. É de realçar a existência de dois tipos de receptores: 
a) Superficiais - sensíveis a deformações ligeiras, fornecem 
sensações de contacto. 
b) Profundas- só sensíveis a compressões demoradas, fornecem 
sensações de pressão. 
Portanto, os dados imediatos de tacto são as sensações de pressão e de 
contacto. 
O paladar 
Como o tacto, o sentido do paladar envolve quatro sensações básicas, 
nomeadamente doce, azedo, salgado e amargo. O gosto é uma sensação 
química. 
Os estímulos gustativos são substâncias chamadas sápidas que se diluem 
na saliva, (acção química). O dispositivo receptor é constituído por células 
reunidas em papilas e que com ramificações do nervo gustativo se 
encontram dispostas na superfície da língua. 
Para que as células sejam excitadas é necessária a diluição, por isso, a 
introdução na boca de qualquer substância sapida determina logo um 
acréscimo de secreção salivar (reflexo salivar). 
Os elementos do sentido gustativo são os sabores e que se dividem em 
quatro grupos – doce, amargo, acido e salgado. Esta distinção de sabores 
tem uma base fisiológica, porque cada sabor fundamental corresponde a 
grupos de células de estabilidade química diferentes. 
As sensações gustativas combinam-se com as outras que as enriquecem 
ou modifica (térmicas ou olfativas). 
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As sensações gustativas térmicas, como por exemplo café, cerveja, sopa e 
água sabem de modo diferente conforme se são tomadas quentes ou 
frias. As sensações olfativas, ao exemplo da comida, da bebida entre 
outras sabem melhor quando cheiram bem. 
O olfato 
Como o paladar, o olfato é uma sensação química. Cheiramos alguma 
coisa quando moléculas de uma substância trazidas pelo ar alcançam um 
pequeno agrupamento de 5 milhões de células receptoras no alto de cada 
cavidade nasal. 
Os estímulos olfativos são partículas de substâncias voláteis 
transportadas na corrente respiratória que passam pelas fossas nasais. 
O seu dispositivo receptor é constituído por uma camada de células 
extremamente excitante que são ramificações de nervo olfativo e que 
formam um número de muitos milhões da mucosa nasal especialmente 
na sua parte superior. 
Os dados imediatos do sentido olfativo são os odores. Há uma grande 
qualidade de odores muito ricos em qualidades sensíveis. Uns agradáveis 
(flores, frutos), outros desagradáveis (suor) e outros ainda repugnantes 
(carnes podres, excrementos humanos, ovos podres, etc). 
A sensibilidade olfativa é varia muito de espécie para espécie e é 
relativamente pouco desenvolvida no homem e extremamente 
desenvolvida nos animais chamados osmóticos, na vida dos quais tem um 
papel primordial. É pelo olfato que os animais geralmente distinguem 
substâncias próprias para a sua alimentação das substâncias nocivas. É 
pelo olfato que os animais caçadores e predadores descobrem e 
perseguem as suas presas. 
O sentido de posição 
O funcionamento eficaz do corpo exige um sentido sinestésico, que 
comunica ao cérebro a posição e o movimento de partes do corpo, assim 
como um sentido de equilíbrio, que monitora a posição e o movimento 
de todo o corpo. 
Chama-se sentido de equilíbrio a capacidade que o ser vivo tem de 
assumir quer no estado de repouso quer em movimento, a posição 
somática correspondente às exigências de momento. 
E o sentido de orientação é a capacidade que tem o ser vivo de se situar 
no espaço e de se dirigir para o lugar não directamente percebido. 
Os estímulos de orientação e de equilíbrio são de natureza mecânica 
respectivamente a força de gravidade e as forças centrípetas produzidas 
pelos movimentos do nosso corpo. 
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O dispositivo receptor dos sentidos de equilíbrio e de orientação no 
homem é o ouvido interno a que se encontram dispositivos sobre os quais 
atuam os estímulos, isto é, os otólitos e a endolinfa. 
Os otólitos são corpúsculos calcários (pedrinhas) situados em pequenas 
cavidades do ouvido interno. São sensíveis a acção da gravidade, isto é, 
pesam sob acção de gravidade.Os otólitos fazem a pressão sobre as 
células revestidas de cílios tácteis e que por sua vez comunicam com os 
nervosos sensitivos através dos quais a excitação é transmitida ao 
cérebro. 
Restrições Sensoriais 
Pessoas temporária ou permanentemente privadas de um dos sentidos 
geralmente compensam ao se tornarem mais conscientes das 
informações recebidas dos outros sentidos. 
Experiências de restrição sensorial temporária muitas vezes acarretam 
uma percepção aguçada de todas as formas de sensação. Sob supervisão, 
a restrição sensorial pode proporcionar um impulso terapêutico para as 
pessoas que procuram controlar problemas como o tabagismo. 
 
Percepção 
Um dos processos cognitivo é a percepção, falamos das sensações 
na Unidade anterior (Unidade VII) como captação específica dos 
estímulos do ambiente. Como são organizados estes estímulos para 
serem significativos? Remete-nos a compreensão da percepção. 
Sendo assim nesta Unidade serão discutidos os seguintes temas: 
Percepção, atenção selectiva, ilusões perceptivas, organização 
perceptiva, etc. 
 
Percepção 
Chama-se percepção o processo de organização e interpretação dos 
estímulos sensoriais. Difere da sensação na medida em que é uma 
actividade cognitiva pela qual conferimos sentido e significação à 
informação sensorial. No entanto, a percepção é um fenômeno complexo 
e resultante da interação de vários factores e tem sido explicado de 
diferentes formas em função dos problemas que se lhe colocam. 
Atenção Selectiva 
A qualquer momento, nossa consciência 
focaliza, como um facho de luz, um 
aspecto limitado de nossa experiência, 
(MYERS, 1999, p.127). 
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As percepções nos chegam a cada momento e nem todas são significativas 
para nós. Daí, haver uma necessidade de discernir as informações 
recebidas, algo facilitado pela atenção. 
De acordo com Pestana e Páscoa (2002, p.25), a atenção consiste na 
focalização da percepção, de modo prolongado, sobre um conjunto de 
estímulos em detrimento de outros. Trata-se dos aspectos activo e 
selectivo da percepção. 
A atenção selectiva significa que em qualquer momento focalizamos 
nossa percepção em apenas um aspecto limitado de tudo o que somos 
capazes de experimentar. 
Ilusões perceptivas; 
Segundo Cardoso, Frois & Fachada (1993, p. 288), a ilusão é uma 
deformação da percepção. Diz-se, portanto que há ilusão sempre que há 
um desacordo entre o percepto e o objecto, isto é, entre os dados da 
percepção e a realidade física. A ilusão resulta da aplicação de processos 
perceptivos a certas configurações de estímulos. 
Convém distinguir a ilusão de dois fenômenos com que, por vezes é 
confundida: a miragem e a alucinação. 
A miragem é mais um fenômeno físico que psicológico. Portanto explica-
se pela modificação da direcção dos raios solares resultantes de certas 
condições atmosféricas. Ao passo que a alucinação tem uma causa 
psicológica, mas difere da ilusão pelo facto de supor uma percepção sem 
objecto, mais do que uma deformação da percepção. A ilusão pelo 
contrário implica a percepção de um objecto, mas uma percepção 
falseada deste objecto cuja causa se situa no processo perceptivo. 
 De acordo com Cardoso, Frois & Fachada (1993 p.290), existem hoje 
várias teorias psicológicas que além de tentarem explicar as ilusões, 
procuram nelas razões para reforçar as suas concepções acerca dos 
processos perceptivos normais. Essas teorias estão de acordo nestes 
pontos: 
- As ilusões implicam os processos perceptivos normais; estudar as ilusões 
é extraordinariamente útil para a compreensão da percepção normal. 
-Tal é o caso de Piaget, que elaborou sua teoria geral dos mecanismos 
perceptivos com base essencialmente no estudo experimental das ilusões 
perceptivas. 
Organização perceptiva 
A percepção como um processo mental obedece a certos critérios 
estabelecidos pela própria mente e a ter em conta no agente perceptivo. 
Para clarificar este fenômeno, Myers (1999) estabelece um princípio que 
favorece a transformação de informações sensoriais em percepções 
significativas que a seguir se apresenta. 
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Para transformar a informação sensorial em 
percepções significativas, devemos organizá-
la: devemos perceber objectos como distintos 
de seu ambiente, vê-los como tendo uma 
forma definida e constante e discernir sua 
distância e movimento. As regras do cérebro 
para formular percepções explicam algumas 
ilusões desconcertantes, (MYERS, 1999, 
p.130). 
Os primeiros psicólogos da gestalt de acordo com Myers (1999, p.136), se 
impressionaram com a maneira aparentemente inata pela qual 
organizamos dados sensoriais fragmentados em percepções completas. A 
mente estrutura as informações recebidas de várias maneiras 
demonstráveis: 
• Percepção de forma - Para reconhecermos um objecto 
devemos primeiro percebê-lo (vê-lo como uma figura), como distinto dos 
estímulos ao redor (o fundo). Devemos também organizar a figura de uma 
forma significativa. Vários princípios da gestalt – proximidade, 
semelhança, continuidade, fechamento e conexão - descrevem esse 
processo. 
• Percepção de profundidade – Pesquisas com o penhasco 
visual revelam que muitas espécies percebem o mundo em três 
dimensões, ao nascimento, ou logo depois. Transformamos imagens 
bidimensionais na retina em percepções tridimensionais usando 
sugestões binoculares, como a disparidade na retina, e sugestões 
monoculares, como os tamanhos relativos dos objectos. 
• Percepção do movimento – o cérebro calcula o movimento à 
medida que os objectos se deslocam através da retina ou em sua direcção. 
Uma rápida sucessão de imagens, como num filme ou no cartaz luminoso, 
podem também criar uma ilusão de movimento. 
• Constância perceptiva – Constâncias de tamanho, forma e 
brilho, descrevem como os objectos parecem ter características 
inalteradas, independentemente da distância, forma ou movimento. 
Essas constâncias explicam varias das mais conhecidas ilusões visuais. 
 Consciência 
Começamos por lembrar que o primeiro objecto de estudo da 
Psicologia foram os fenómenos conscientes, essa consciência que 
se reduzia a associação das sensações. 
A palavra “consciência” é usada de muitas maneiras. Temos consciência 
da nossa identidade e do que nos rodeia. Fazemos um esforço consciente 
para obter bons resultados nos nossos estudos. 
Para Pestana & Páscoa (2002: 46), consciência é uma função psicológica 
que no estado de vigília, fornece ao indivíduo a experiência subjectiva, 
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suficientemente clara, dos seus processos psíquicos (idéias, percepções, 
sentimentos...). 
Para a maioria dos psicólogos hoje de acordo com Myers (1999) a 
consciência é a percepção de nós mesmos e do nosso ambiente. Portanto, 
consciência é o conhecimento da nossa existência, dos nossos actos e do 
mundo exterior. 
Parece haver um grande fosso entre o mundo “exterior” e cada um dos 
mundos “interiores” e é impossível medir fisicamente os sentimentos 
causados por uma experiência pessoal. As nossas experiências 
conscientes são actividades das células nervosas do cérebro. 
Estados de Consciência 
A consciência pode aprender os fenômenos psicológicos de duas formas: 
-Expontânea e reflectidamente, daí surgirem duas formas de consciência: 
• Consciência espontânea – que é o conhecimento imediato que 
acompanha todos fenómenos psicológicos. Podemos considerar isso de 
consciência directa ou indirecta porque é a primeira impressão ou o 
simples registo de nossos estados psíquicos. 
• Consciência reflectida – que é a volta deliberada do espírito sobre 
si mesmo. A lei da consciência reflectida supõe atenção, é mais clara e 
intensa do que a consciência espontânea. 
Podemos dizer que a consciência espontânea é a “consciência das coisas” 
enquanto que a consciência

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