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CRÉDITO TRIBUTÁRIO OAB

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Resumo prévio
- A Constituição outorga aos entes políticos o poder de tributar (competência tributária)
- A lei criadora do tributo deverá descrever a hipótese de incidência tributária - fato gerador
abstrato.
- praticado o fato gerador, o contribuinte está sujeito a obrigação tributária principal
(natureza pecuniária com extinção no pagamento do crédito) - obrigação de pagamento.
- A fim de facilitar o controle e fiscalização por parte da Fazenda Pública, esta também
submete o contribuinte a obrigações acessórias de fazer algo ou não fazer, sem viés
pecuniário (ex.: enviar declaração do IR, emitir nota fiscal, manter escrituração contábil).
Tais obrigações, se não observadas, enseja multa, sendo convertidas em obrigação
principal pela necessidade de adimplir o crédito criado - não estão ligadas a uma
obrigação principal, podendo ser cobradas pela Fazenda sozinhas (emissão de nota
fiscal mesmo que não precise pagar o ICMS)
- atua como sujeito passivo o devedor
- Por meio do lançamento fiscal a Fazenda converte a obrigação tributária em algo certo,
líquido e exigível. O lançamento é um procedimento administrativo que declara a
existência da obrigação tributária, confirmando a ocorrência do fato gerador e transforma a
obrigação em algo certo, líquido e exigível - quantifica a obrigação para que seja paga pelo
contribuinte - transforma em crédito tributário.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO (142 CTN)
Definição (139 CTN) - O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza
desta.
Lançamento (140) - Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular
o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.
- A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.
- após o lançamento o contribuinte deve ser notificado para o pagamento do crédito, sendo
informada a data de vencimento.
Opções da notificação
- pagar o tributo - crédito extinto pelo pagamento (156,I)
- não pagar - se submete aos efeitos da execução fiscal pela Fazenda
- parcelar - depende de autorização/previsão legal
- impugnar administrativamente - entende não ser obrigado a pagar e contesta
- impugnar judicialmente - entende não ser obrigado a pagar e entra na justiça
Causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151)
A suspensão da exigibilidade do crédito, afasta a atuação da Fazenda de executar o contribuinte
até que seja esclarecida a situação. São circunstâncias em que o Poder Público fica impedido, por
tempo determinado, de cobrar os tributos do sujeito passivo. Divide-se da seguinte forma:
Sujeito passivo já deve o tributo e está atrasado no pagamento:
- moratória: prorrogação/dilação do prazo de pagamento - geralmente associado a situação
de caso fortuito ou força maior.
- parcelamento: se previsto em lei a possibilidade de parcelar determinado crédito, pode o
contribuinte entrar com ação pedindo seu parcelamento, suspendendo a exigibilidade
durante o tempo que foi parcelado.
Sujeito passivo discute a exigibilidade do crédito e a suspensão age para evitar ameaças ao seu
patrimônio enquanto espera a decisão do juiz:
- depósito do montante integral: depósito feito em juízo integralmente e em dinheiro do valor
cobrado. Não é um pagamento, pois o contribuinte faz isso para suspender a exigibilidade
e ter tempo de discutir sobre o dever ou não da cobrança daquele tributo (impugnação
adm. ou judicial) - interrompe fluência de juros de mora
- impugnação judicial (liminar e tutela): o contribuinte não tem o dinheiro para fazer a opção
acima e deve ser acompanhada de pedido de liminar ou tutela para suspender a
exigibilidade. O mero ato de distribuição da ação não suspende a exigibilidade!
- impugnação administrativa (reclamação ou recurso adm): o mero ingresso da impugnação
já suspende a exigibilidade do crédito. Uma vez escolhida a via administrativa, o
contribuinte poderá posteriormente optar pela via judicial (princípio da inafastabilidade) - o
contrário não pode ocorrer.
Tem como efeito:
- Fazenda fica impedida de cobrança judicial (ajuizar execução fiscal)
- certidão positiva com efeito de negativa ao contribuinte*
- afasta a fluência de juros de mora (somente no caso de suspensão por depósito do
montante integral) - o valor depositado não é submetido ao pagamento dos juros do tempo
que perdurou a ação.
*certidão positiva - indica que há débitos fiscais naquele CPF
*certidão negativa - de “nada consta”. Não há débitos.
*certidão positiva com efeito de negativa - há débitos mas estão suspensos.
Súmula Vinculante 21 - declara inconstitucional a exigência de depósito, arrolamento ou caução
como condição de admissibilidade a recursos administrativos (não confundir com o depósito de
suspensão) - garantir juízo é diferente de depósito para suspensão!!
- Ao impugnar via administrativa, será sempre possível optar pela via judicial posteriormente
(princípio da inafastabilidade). No entanto, ao impugnar pela via judicial, não será possível
optar posteriormente pela via administrativa.
Súmula Vinculante 28 - declara inconstitucional a exigência de depósito prévio, arrolamento de
bens ou caução como requisito de admissibilidade da ação em que se visa discutir a exigibilidade
do crédito tributário.
- O contribuinte pode ingressar com ação anulatória de débito fiscal para discutir
determinado crédito e o juiz não pode condicionar a admissibilidade da ação à depósito
recursal.
Atuação da Fazenda pelo não pagamento do crédito:
Após vencido o prazo de pagamento do tributo, a Fazenda Pública tem 5 anos para ajuizar
execução fiscal - prazo prescricional. Não cabe esse processo se a exigibilidade estiver suspensa!
- inscrição do contribuinte em dívida ativa: evita fraude à execução fiscal (dilapidar ou
alienar bens com intenção de não pagar a dívida após a inscrição é considerado fraude)
- emite uma CDA (Certidão de Dívida Ativa) - título executivo que fundamenta a execução
fiscal. Deve constar na CDA obrigatoriamente os requisitos previstos 202 CTN e 2,§5 LEF:
- ajuiza execução fiscal: tem 5 anos para fazê-lo. O STF entendeu constitucional, antes de
ajuizar a ação, que a Fazenda Pública leve a CDA à protesto no cartório de títulos como
forma de cobrança extrajudicial - é uma faculdade.
Súmula 558 STJ - não é necessário constar na execução pela Fazenda Pública o CPF, RG ou
CNPJ do executado
Súmula 559 STJ - é dispensável à Fazenda Pública instruir a ação de execução com
demonstrativo de cálculo do débito.
Recursos à execução fiscal
Citado o executado, ele poderá contestar a ação via embargos à execução fiscal ou exceção de
pré executividade - vias de defesa do executado
Extinção do crédito tributário
Com a extinção do crédito, é extinta também a obrigação tributária correspondente. Poderá ser
extinto por:
- pagamento
- compensação
- transação
- remissão - perdão total ou parcial do crédito tributário (tem por presunção um lançamento
já efetivado). É formalizado pela autoridade administrativa - hipóteses previstas em lei.
- prescrição - perda do direito de o fisco cobrar o crédito pelo decurso do prazo de 5 anos
- decadência - perda do direito e o fisco constituir o crédito, ou seja, lançar pelo decurso do
prazo de 5 anos.
- conversão de depósito em renda
- pagamento antecipado e homologação do lançamento
- consignação em pagamento
- decisão adm. irreformável/ definitiva - não cabe ação anulatória
- decisão judicial transitada em julgado
- dação em pagamento em bens imóveis - formas e condições estabelecidas em lei
Exclusão do crédito tributário
O crédito será excluído quando não for constituído. Apesar do surgimento da obrigação tributária,
afasta-se a possibilidade de constituição do crédito. Ocorre nas seguintes hipóteses:
- isenção:o tributo incide normalmente, mas uma regra específica exclui o pagamento
(dispensa legal do tributo). Só pode conceder a isenção o ente que criou o tributo
(competência autônoma)
- anistia: é o perdão conferido às infrações, de forma que o devedor deverá recolher apenas
o tributo acrescido de juros.
Não confundir a isenção com imunidade, visto que na última não ocorre o surgimento da
obrigação (não há incidência do tributo)

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