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Sinais meníngeos, radiculares e sensibilidade Sensibilidade Os estímulos, de qualquer natureza, atuando sobre os órgãos receptores da superfície corporal ou na profundidade do corpo, são conduzidos por sistemas especiais (vias aferentes) até o sistema nervoso central. O estudo semiológico da sensibilidade diz respeito aos receptores, ás vias condutoras e aos centros localizados no encéfalo. Estas vias sensitivas estão em estreita e contínua ligação com as vias motoras, configurando em seu conjunto o arco reflexo que representa a unidade anátomo-funcional do sistema nervoso. Tudo que é percebido na parte esquerda, será sentido no córtex da direita. E tudo que é percebido na parte direita, será sentido no córtex da esquerda. Não existe especificidade absoluta de fibras nervosas na transmissão desta ou daquela modalidade sensitiva. A transmissão depende fundamentalmente da qualidade do estímulo e da espessura das fibras. As fibras mais calibrosas transmitem as sensações relacionadas com a vibração, com as modificações posturais e com o tato discriminativo. As fibras mais finais estão encarregadas da transmissão das sensações de frio, de calor, de dor e de tato grosseiro. A sensibilidade subjetiva compreende as queixas sensitivas que o paciente relata durante a anamnese, ou seja, a dor e as parestesias (dormência, formigamento). Não é possível testar no paciente. A sensibilidade objetiva é dita assim pois está presente um estímulo aplicado pelo examinador. É dividida em especial (corresponde aos sensórios) e geral. Sinais meníngeos, radiculares e sensibilidade Algumas condições que podem induzir ao erro e prejudicar o exame são representadas por baixo nível cultural do paciente, presença de distúrbios psíquicos, alteração da consciência, cansaço, impaciência do examinador, material e ambiente inadequados. Por isso, deve-se obedecer essas recomendações: a) Ambiente adequado (silencioso e com temperatura agradável); b) Paciente com roupas sumárias (havendo necessidade, deve ser despido); c) Paciente deve manter os olhos fechados durante o exame após explicações adequadas do que se irá fazer; d) Evitar sugestão quanto á sede e natureza do estimulo aplicado. Ex: não perguntar ao paciente se ele está sentindo ser tocado com algodão no pé direito quando isto estiver sendo feito; e) O examinador deve perguntar ao aplicar o estímulo “Está sentindo alguma coisa? O quê? Em que parte do corpo?” em seguida, comparar os estímulos em áreas homólogas do corpo e também em vários locais do mesmo segmento; f) O tempo de exame não deve ser muito prolongado para não provocar desatenção e impaciência. g) Materiais usados: pedaço de algodão ou pincel macio, estilete rombo que provoque dor sem ferir o paciente, dois tubos de ensaio ou vidrinhos, um com água gelada e outro com água quente (45º) e diapasão de 128 vibrações por segundo. Sensibilidade superficial: Para a sensibilidade tátil, utiliza-se o pedaço de algodão ou o pequeno pincel macio, os quais são roçados de leve em várias partes do corpo. A sensibilidade térmica requer dois tubos de ensaio, um com água gelada e outro com água quente, com que se tocam pontos diversos do corpo, alternando-se os tubos. A sensibilidade dolorosa é pesquisada com o estilete rombo, capaz de provocar dor sem ferir o paciente. A agulha hipodérmica é inadequada, sobretudo em mãos inábeis. O resultado do exame, se for normal, deve ser registrado literalmente, discriminando-se cada tipo de sensibilidade. Se houver alterações, o registro será feito em esquemas que mostrem a distribuição sensitiva corporal ou, então, discriminativamente, como exemplificado a seguir: Hipoestesia: diminuição da sensibilidade tátil; Anestesia: abolição da sensibilidade tátil; Hiperestesia: aumento da sensibilidade tátil. Tais alterações estão na dependência da lesão das vias das várias modalidades sensitivas. Sinais meníngeos, radiculares e sensibilidade Sensibilidade profunda: A sensibilidade vibratória (palestesia) é pesquisada com o diapasão de 128 vibrações por segundo, colocado em saliências ósseas. A sensibilidade à pressão (barestesia) é verificada mediante compressão digital ou manual em qualquer parte do corpo, especialmente de massas musculares. A cinéticopostural ou artrocinética (batiestesia) é explorada deslocando-se suavemente qualquer segmento do corpo em várias direções (flexão, extensão). Em dado momento, fixa-se o segmento em uma determinada posição, que deverá ser reconhecida pelo paciente. Para facilitar o exame, elegem-se algumas partes do corpo, como o hálux, o polegar, o pé ou a mão. A sensibilidade dolorosa profunda é avaliada mediante compressão moderada de massas musculares e tendões, o que, normalmente, não desperta dor. Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis não sentem dor quando se faz compressão, mesmo forte, de órgãos habitualmente muito dolorosos, como é o caso dos testículos. Estereognosia: em seguida ao exame da sensibilidade, avalia-se o fenômeno estereognóstico, que significa a capacidade de reconhecer um objeto com a mão sem o auxílio da visão. É função tátil discriminativa ou epicrítica com componente proprioceptivo. Coloca-se um pequeno objeto comum (chave, botão, grampo de cabelo) na mão do paciente, o qual, com os olhos fechados, deve reconhecer o objeto apenas pela palpação. Quando se perde essa função, diz-se astereognosia ou agnosia tátil, indicativa de lesão do lobo parietal contralateral. Exame de sensibilidade. A. Tátil. B. Dolorosa. C. Vibratória. D. Cinéticopostural. Grafestesia: é a capacidade de perceber a escrita de palavras ou números escrita sobre a pele estando de olhos fechados. Trata-se de um exame médico neurológico, onde a falha pode indicar lesões do lobo parietal do cérebro; pedir para o paciente fechar os olhos e escrever um número na mão do paciente (3) e perguntar q número ou letra é essa. Classificação das formas de sensibilidade: - Diminuição da sensibilidade tátil - Abolição da sensibilidade vibratória - Aumento da sensibilidade superficial dolorosa. É fundamental acrescentar a esses exemplos o grau e a localização das alterações. Sinais meníngeos, radiculares e sensibilidade Localização: perguntar onde o paciente está sentindo o estimulo. Distinção entre 2 pontos. Dermátomos A superfície da pele está dividida em áreas específicas, chamadas dermátomos. Dermátomo é uma área da pele, em que todos os nervos sensoriais vêm de uma única raiz nervosa. (Os nervos sensoriais transportam informações sobre coisas como tato, dor, temperatura e vibração desde a pele até a medula espinhal). As raízes da coluna vertebral vêm em pares - uma em cada lado do corpo. Há 31 pares: Há 8 pares de raízes de nervos sensitivos para as 7 vértebras cervicais. Cada uma das 12 vértebras torácicas, das 5 lombares e das 5 sacras possui um par de raízes nervosas espinhais. Além disso, existe um par de raízes nervosas coccígeas, que inervam uma pequena zona da pele existente em volta do cóccix. Há dermátomos para cada uma dessas raízes nervosas. A informação sensitiva proveniente de um dermátomo específico é transportada por fibras nervosas sensitivas até a raiz nervosa espinhal de uma determinada vértebra. Por exemplo, as informações sensoriais de uma faixa de pele na parte de trás da coxa são transmitidas pelas fibras nervosas sensitivas para a 2ª vértebra sacral (S2) da raiz nervosa. Gravar T4, T5- nível do mamilo; T10-nível do umbigo;L2, L4- nível da perna; S1: nível do pé. Sinais meníngeos, radiculares e sensibilidade Sinal e sintoma Sinais são alterações apresentadas pelos pacientes que podem ser observadas pelo examinador, seja a olho nu ou mesmo com o auxílio de algum equipamento, como um rash cutâneo ou mesmo um sopro cardíaco. Sintomas são todas as informações subjetivas descrita pelo paciente, pois não é passível de confirmação pelo examinador, uma vez que é uma sensação individual, como por exemplo, uma cefaleia. Sinais Meníngeos Meningismo: rigidez de nuca, fotofobia (medo de luz) e dor de cabeça. Prova de Brudzinski: com o paciente em decúbito dorsal e membros estendidos, o examinador repousa uma das mãos sobre o tórax do paciente e, com a outra colocada na região occipital, executa uma flexão forçada da cabeça. A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores, mas há casos nos quais se observam flexão dos joelhos e expressão fisionômica de sensação dolorosa. Brudzinski positivo. Prova de Lasègue: com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador levanta um dos membros inferiores estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de elevação). Sinal: pode ser identificado pelo examinador; Sintoma: não pode ser identificado pelo examinador. Sinais meníngeos, radiculares e sensibilidade Prova de Kernig: consiste na extensão da perna, estando a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. Considera-se a prova positiva quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. Essas provas são utilizadas para o diagnóstico de meningite, hemorragia subaracnóidea e radiculopatia ciática. 1 passo. 2 passo. Rigidez de nuca: estando o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma das mãos na região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca. Esta última situação é frequentemente encontrada na meningite e na hemorragia subaracnóidea. Sinal de Brudzinski: flexão de quadril e joelhos enquanto flexiona a nuca do paciente. Sinal de Kernig: paciente sente dor ao flexionar a perna tanto na altura do quadril como no joelho e depois, esticar o joelho.
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