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Consequências Jurídicas da Morte

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Morte 
 A morte põe fim à pessoa natural. Evidentemente, ela é 
um fenômeno que possui consequências no ordenamento 
jurídico. 
São consequências da morte: 
o Herança; 
o Fim do casamento ou união estável; 
o Fim do poder familiar sobre os filhos; 
o Extinção de contratos que sejam personalíssimos 
(que trazem uma obrigação infungível). 
Modos de extinção 
Preceitua o art. 6º do Código Civil que 
 “a existência da pessoa natural termina com a morte; 
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a 
lei autoriza a abertura de sucessão definitiva”. 
 Somente com a morte real termina a existência da pessoa 
natural, que pode ser também simultânea (comoriência). 
Doutrinariamente, pode-se falar em: morte real, morte 
simultânea ou comoriência, morte civil e morte presumida. 
No direito civil existem algumas modalidades de morte: 
• Morte real (art. 6º): 
 Morte em que há efetivamente um corpo morto. É 
atestada por um médico que emite o atestado de óbito, 
documento que deve ser levado ao cartório para que a 
certidão de óbito possa ser emitida. 
 Observações: 
1. Nenhum sepultamento será feito no Brasil sem que 
haja a certidão de óbito; 
2. Em localidades em que não haja efetivamente um 
médico, o atestado de óbito pode ser substituído 
por uma declaração de duas testemunhas que 
tenham verificado ou presenciado o evento morte 
(conforme lei de registros públicos); 
3. Para fins de transplante (lei 9434/97) a morte é 
caracterizada pela chamada morte encefálica. 
Muito embora o início da personalidade civil ocorra 
com a primeira ocorrência de respiração, seu fim 
não necessariamente estará atrelado ao final da 
respiração, mas sim à morte encefálica, que se 
caracteriza pelo encerramento das atividades 
cerebrais de uma pessoa. 
 
• Morte presumida (arts. 7º e 22 a 39): 
 É a morte em que não há o corpo morto. Existe, na 
verdade, uma presunção de morte (sem a efetiva certeza). 
 Art. 7ºPode ser declarada a morte presumida, sem 
decretação de ausência: 
 I - se for extremamente provável a morte de quem estava 
em perigo de vida; 
 II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito 
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o 
término da guerra. 
 Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses 
casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas 
as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data 
provável do falecimento. 
 As hipóteses de morte presumida consistem em uma 
verdadeira ficção em que se trabalha considerando que 
tenha havido a morte (ainda que não haja a certeza de 
fato). 
 Para que se tenha a determinação de morte presumida, se 
faz necessária decisão judicial que a declare (sem a qual 
não existe qualquer possibilidade de emissão da certidão 
óbito). 
• MORTE POR COMORIÊNCIA (art. 8º): 
 É a chamada morte simultânea, que ocorre no mesmo 
momento (condição de tempo), mas não necessariamente 
no mesmo local. 
ATENÇÃO: 
 Em suma, a comoriência se faz relevante para fins de 
sucessão, uma vez que OS COMORIENTES NÃO SÃO 
CONSIDERADOS HERDEIROS ENTRE SI, dessa forma, para 
que o indivíduo possa ser considerado um herdeiro, ele 
precisa estar vivo na data da morte do autor da herança ou 
pelo menos concebido. 
 Assim, se morrem em acidente casal sem descendentes e 
ascendentes, sem se saber qual morreu primeiro, um não 
herda do outro. 
 
• Morte civil: 
 Não se trata efetivamente de uma morte, mas sim de uma 
ficção em considerar alguém como morto, ocorrência que 
se aplica somente em uma determinada situação específica, 
sendo fundamento para a indignidade no direito sucessório 
(arts. 1.814 a 1.818, CC) e na deserdação (arts. 1.961 a 
1.965). 
 Caso o herdeiro venha a ser declarado indigno, ele será 
considerado como morto para fins de herança, aplicando-se 
o mesmo para um indivíduo deserdado (para fins de 
partilha). 
 A morte civil existe em alguns ordenamentos jurídicos e 
corresponde a uma pena de banimento em que a pessoa é 
tratada como morta para todos os fins de relação. No 
Brasil, não se aplica enquanto uma punição efetiva a morte 
civil, sendo possível afirmar apenas que a indignidade e a 
deserdação no direito sucessório acabam correspondendo 
a um resquício (lembrança) dessa modalidade.

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