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Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) Departamento de Engenharia Química (DEQ) Química Industrial - Análise Orgânica Discentes: Maria Eduarda e Samyra EXTRAÇÃO LÍQUIDO- LÍQUIDO Resumo: o experimento descrito neste relatório teve como objetivo, por meio de uma extração líquido-líquido, extrair iodo da fase aquosa, usando uma fase orgânica, neste caso, o diclorometano, por meio de duas extrações. Os resultados obtidos foram: 81% de rendimento da extração e foi possível extrair 0,1028 de iodo da fase aquosa e um coeficiente de partição de 4,26. Palavras-chave: Extração líquido-líquido; Coeficiente de partição; Titulação. Introdução A extração líquido-líquido se trata de uma operação na qual dois componentes de uma mistura líquida são separados pelo contato com um solvente insolúvel, o qual dissolverá, preferencialmente, um ou mais componentes. A amostra líquida contendo o soluto de interesse é misturada com o solvente da extração, assim, o soluto vai distribuir-se de forma desigual entre o solvente que se adicionou e o diluente inicial, passando, preferencialmente, para o novo solvente. Este solvente precisa apresentar características físico-químicas, como imiscibilidade. Ele precisa ser totalmente ou parcialmente miscível com o diluente. Também é de suma importância que ele apresente afinidade em relação a um determinado soluto da alimentação. Nesta operação, a separação dos componentes depende da diferença da distribuição dos componentes entre os líquidos imiscíveis. A solução de alimentação representa uma fase e o solvente a ser usado para efetuar a operação representa a segunda fase. A transferência de massa do soluto líquido ocorre da solução de alimentação para a fase solvente. Como resultado desse processo produzem-se duas fases: uma rica no solvente e outra rica no diluente. O solvente que se seleciona para o processo de extração deve ter grande afinidade com o soluto, de tal modo que, no processo de mistura, a transferência de massa ocorra no sentido que o soluto fique preferencialmente retido na fase do solvente adicionado. Materiais Vidrarias: ● Béquer ● Erlenmeyer ● Funil de separação ● Suporte universal ● Anel de metal ● Pipeta graduada ● Pipeta de Pasteur ● Bureta ● Proveta Líquidos: ● Diclorometano ● Solução de iodo ● Sulfito de Sódio ● Fenolftaleína ● Hidróxido de Sódio Procedimento Experimental Na bancada, estavam disponíveis uma bandeja com um béquer, um erlenmeyer, um funil de separação e o suporte universal com um anel de metal. Levaram-se os itens da bandeja para a capela e, com o auxílio da pipeta graduada, transferiram-se 10 ml da solução de iodo para dentro do funil de separação. Em seguida, com o auxílio de uma proveta de 50 ml, um béquer e uma pipeta de pasteur, transferiram-se 15 ml da fase orgânica para o funil e, para o experimento, foi usado como fase orgânica o diclorometano. Com o funil de separação devidamente fechado, ele foi agitado para homogeneizar a solução e aliviar a pressão, abrindo a torneira. Esse procedimento foi realizado de duas a três vezes e, com isso, o funil foi colocado no suporte e deixado em repouso para ocorrer a separação da fase aquosa da fase orgânica. Como a fase orgânica era mais densa do que a fase aquosa, recolheu-se a fase orgânica em um béquer, abrindo a torneira e tomando cuidado para evitar que a fase aquosa passasse junto. Retirada a fase orgânica do funil de separação, repetiu-se o processo com mais 15 ml de diclorometano (pois, para esse experimento, o grupo foi selecionado para realizar duas alíquotas). Após a realização do processo novamente e com o funil de separação em repouso com as fases separadas, recolheu-se novamente a fase orgânica pela torneira e a fase aquosa foi transferida para um erlenmeyer pela parte superior do funil. Com a fase orgânica descartada no devido recipiente, o erlenmeyer contendo a fase aquosa foi levado para a bancada, na qual se adicionou 3 gotas de sulfito de sódio, uma de cada vez, e com a agitação do erlenmeyer após cada gota. Feito isso, a solução tornou-se incolor e adicionaram-se mais duas gotas em excesso, conforme o roteiro da prática. Depois que a solução ficou incolor pela adição de sulfito de sódio, adicionou-se 3 gotas de fenolftaleína, que foi usado como indicador da titulação. Com a fenolftaleína adicionada, levou-se o erlenmeyer para a titulação, em que a bureta de 50 ml foi devidamente ajustada e aferida e, cautelosamente, a titulação foi realizada e utilizou-se 3,6 ml do titulante para chegar no ponto final. No experimento, foi utilizado NaOH 0,05M como titulante. Resultados e Discussão O objetivo desta prática consiste em utilizar a técnica de extração líquido-líquido, que se trata de uma técnica para a separação de substâncias, a fim de purificar, a partir do melhor solvente, obter o ponto de fusão da substância final e calcular o nível de pureza obtida ao fim do experimento. Ao início da prática, foram separadas as vidrarias que seriam utilizadas na prática. Foram separados dois solventes para serem utilizados: o diclorometano e o hexano. Para o nosso procedimento experimental, foram feitos dois processos de purificação a partir da quantidade de 15 ml de diclorometano. Partindo do conhecimento sobre as características físicas das substâncias a serem separadas, utilizamos luvas a fim de evitar o contato direto com a pele, caso ocorresse algum derramamento inesperado, tendo em vista que são substâncias tóxicas ao ser humano. Em relação à mistura das substâncias já no funil de separação, é necessário ter cuidado para não deixar vazar a mistura da solução aquosa durante a agitação e também no processo de liberação de vapor, para não entrar em contato com a pele da pessoa que está manipulando o equipamento ou não inspirar os vapores que são liberados, após a agitação, para diminuir a pressão interna do funil de separação. Para o início do experimento, foi solicitado ao grupo fazer duas extrações. Para as duas, foi necessário separar uma uma quantidade de 15 ml de diclorometano em uma proveta adequada visando uma menor perda da solução de iodo, a fim de facilitar a sua adição posteriormente no funil de separação, como mostra a imagem 1. Para complementar a mistura, foi adicionado, ao funil de separação, 10 ml da solução de iodo, como pode ser visto na imagem 2. Imagem 1: medição do nível de diclorometano com o auxílio da proveta. Imagem 2: adição da solução de iodo no funil de separação. A solução foi misturada utilizando a técnica adequada e, após isso, foi necessário esperar, aproximadamente, 2 minutos para a visualização das duas fases separadas no funil de separação. A lanterna do celular foi utilizada, a fim de facilitar a visualização e obter um resultado mais satisfatório na etapa da separação (Imagem 3). Imagem 3: Visualização das fases com ajuda do flash. Após o tempo de espera e das fases, partimos para a de separação da fase orgânica da fase aquosa. Como essa tratava-se da primeira extração e a partir do conselho do técnico, deixamos um pouco da fase orgânica ficar no funil de separação, a fim de não perder volume da fase aquosa, tendo em vista que a quantidade da fase orgânica que ficou poderia ser retirada na segunda extração de forma mais precisa. A solução final obtida no primeiro processo de extração foi inserida no funil de separação novamente com mais 15 ml de diclorometano. A separação, desta vez, foi feita visando a menor perda possível da fase aquosa no funil de separação, porém, foi possível observar, aproximadamente, menos de 1 ml da solução orgânica no funil de separação, como mostrado na imagem 4. Utilizamos essa quantidade como base de segurança para não haver nenhum contaminante na fase orgânica da mistura. Imagem 4: Fase orgânica que restou no funil de separação. Após terminar o processo e transferir a fase aquosa para umerlenmeyer, foram adicionadas 3 gotas de sulfito de sódio, até a fase aquosa ficar incolor (Imagem 5). 2 gotas foram adicionadas em excesso, como foi instruído no procedimento experimental. Assim, também adicionamos, com a ajuda de uma pipeta de pasteur, 3 gotas de fenolftaleína à solução e, por fim, foi feita a titulação com NaOH, resultando em um volume utilizado de 3,6 ml. (Imagem 6) Imagem 5: Fase orgânica incolor. Imagem 6: Resultado da coloração após a titulação. Com o valor do total da solução de NaOH utilizado, é possível calcular a concentração de iodo na solução aquosa, o rendimento da extração e a quantidade de iodo extraído para a fase orgânica a partir da quantidade do volume que foi utilizado na titulação. Também foi possível calcular o coeficiente de partição (K) para o par diclorometano/água. Os resultados obtidos foram apresentados abaixo: ● 1° reação: Na2SO3 + I2(aq) + H2O → NaSO4 + 2HI ● 2° reação - Titulação: HI + NaOH ⇌ NaI + H2O Como a relação é de 1:1, o ponto de equivalência vai ser quando nNaOH = nHI. Fazendo este cálculo vamos ter: 0,05 mol.L-1 * 3,6 ml = [HI] * 10 ml [HI] = 0,018 mol.L-1 E em relação a 1° reação [I2] = 0,0095 mol.L-1 ● Cálculo do coeficiente de partição K=[I2]fase orgânica / [I2]fase aquosa [I2]fase orgânica = [I2]inicial - [I2]fase aquosa K = 0,05 mol.L-1 - 0,0095 mol.L-1 / 0,0095 mol.L-1 K = 0,0405 / 0,0095 K= 4,26 ● Estrutura para o cálculo de rendimento a partir da regra de 3: M(inicial) – 100% M(fase aquosa) – X - Cálculo da massa do início: M(inicial) = [I2]inicial * massa molar * volume = 0,05 mol.L-1 * 253,8 g.mol-1 * 0,01 L M(inicial) = 0,1269 g - Cálculo da massa que ficou na fase aquosa: M(fase aquosa) = [I2]na fase aquosa * massa molar * volume = 0,0095 mol.L-1 * 253,8 g.mol-1 * 0,01 L M(fase aquosa) = 0,0241 g Cálculo do rendimento a partir dos resultados encontrados: 0,1269 – 100% 0,0241 – X X = 18, 99 ou 19 % Com este resultado, temos que 19 % ficou na fase aquosa então foi extraído 81% na fase orgânica e com isso o rendimento foi de 81 %. Conclusão Ao fim da prática, foi possível realizar algumas técnicas, a principal é a extração líquido-líquido. Também foi realizada a titulação, o cálculo de rendimento, o coeficiente de partição e o aprendizado do manuseio correto do funil de separação. Foi possível concluir, com base em nossos conhecimentos, que a fase orgânica ficou na parte inferior do funil, pois o diclorometano apresenta densidade maior que a água. Com os resultados obtidos durante a prática, foi possível calcular a concentração do iodo, o rendimento da extração e o coeficiente de partição. As fontes de erro, nesta prática, ocorreram na última extração, uma vez que não foi possível retirar toda a fase orgânica do funil e esse erro foi ocasionado para não deixar a fase aquosa sair do funil e evitar erros mais graves. Outra fonte de erro ocorreu no processo de titulação, onde envolve o erro titulométrico, que trata-se da diferença entre o ponto de equivalência e o ponto final. Comparando os resultados com os outros grupos que utilizaram a mesma fase orgânica, teoricamente, o grupo que fez mais extrações/alíquotas teria um melhor rendimento e, com isso, obtendo melhores resultados na extração do iodo. Na prática, isso foi comprovado, de forma que o grupo com 3 alíquotas obteve um rendimento de 91,33%, no entanto, era esperado um rendimento maior. O grupo de 2 alíquotas teve 81% de rendimento e o de 1 alíquota obteve 75% de rendimento. Ao comparar os solventes em relação ao grupo que fez 2 alíquotas com o hexano, foi possível concluir que o diclorometano obteve melhores resultados que o hexano, apresentando 81% e 58% de rendimento, respectivamente. Referências bibliográficas [1] Prática 8: Determinação da Razão de Distribuição (D) e do Coeficiente de Distribuição (K) do Iodo em Diferentes Solventes. Universidade Federal de Juiz de Fora, 2013. Disponível em: <https://www.ufjf.br/baccan/files/2010/10/A postila-de-Qu%c3%admica-Anal%c3%adtic a-V-LABORAT%c3>. [2] SANTOS, V. D. M. D. Recuperação de compostos de iodo de reagentes e soluções laboratoriais , 03 Abril 2012.
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