Grátis
276 pág.
Denunciar
Pré-visualização | Página 1 de 47
- ÍNDICE - CAP. 1: ORTOPEDIA PEDIÁTRICA DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES OSTEOCONDROSE/EPIFISITE DO QUADRIL INTRODUÇÃO – ANATOMOFISIOLOGIA DEFINIÇÃO ETIOPATOGENIA FASES EVOLUTIVAS QUADRO CLÍNICO DIAGNÓSTICO PROGNÓSTICO TRATAMENTO EPIFISIÓLISE DO QUADRIL DESLIZAMENTO DA EPÍFISE DA CABEÇA FEMORAL/COXA VARA DO ADOLESCENTE DEFINIÇÃO EPIDEMIOLOGIA E ETIOPATOGENIA QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO TRATAMENTO SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER OSTEOCONDROSE DA TUBEROSIDADE DA TÍBIA DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL/DISPLASIA CONGÊNITA DO QUADRIL INTRODUÇÃO E NOMENCLATURA ETIOPATOGENIA PATOLOGIA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO COMPLICAÇÕES PÉ TORTO CONGÊNITO INTRODUÇÃO NOMENCLATURA DAS DEFORMIDADES DEFINIÇÃO ETIOPATOGENIA DIAGNÓSTICO CLASSIFICAÇÃO TRATAMENTO METATARSO VARO CONGÊNITO METATARSUS ADDUCTUS CAP. 2: INTRODUÇÃO ÀS FRATURAS CONCEITOS GERAIS TIPOS DE OSSO TIPOS DE FRATURA CONSOLIDAÇÃO DAS FRATURAS APRESENTAÇÃO CLÍNICA ABORDAGEM INICIAL TRATAMENTO DEFINITIVO COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS E DO SEU TRATAMENTO LESÃO ARTERIAL COMPLICAÇÃO RARA OSTEOMIELITE E ARTRITE SÉPTICA SÍNDROME COMPARTIMENTAL NECROSE AVASCULAR ASSÉPTICA DISTROFIA SIMPATICORREFLEXAALGODISTROFIA EMBOLIA GORDUROSA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA E TEP CONSOLIDAÇÃO ANORMAL DE FRATURAS CONSOLIDAÇÃO VICIOSA RETARDO NA CONSOLIDAÇÃO PSEUDOARTROSE OUTRAS COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS FRATURA EXPOSTA INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO DE GUSTILLO E ANDERSON TRATAMENTO INICIAL FRATURAS POR PAF – PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO AMPUTAÇÃO VERSUS SALVAÇÃO DO MEMBRO FRATURAS DA PLACA EPIFISÁRIA FRATURAS DA FISE INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO DE SALTER-HARRIS TRATAMENTO TIPOS MAIS COMUNS DE FRATURAS DE FISE CAP. 3: FRATURAS ESPECÍFICAS FRATURAS DO MEMBRO INFERIOR FRATURAS DE FÊMUR FRATURAS DO JOELHO FRATURAS DA PERNA DIAFISÁRIA DE TÍBIA E FÍBULA FRATURAS DO TORNOZELO FRATURAS DO PÉ FRATURAS DO MEMBRO SUPERIOR FRATURA DE CLAVÍCULA FRATURAS DO ÚMERO FRATURAS DO COTOVELO FRATURAS DO ANTEBRAÇO FRATURAS DO PUNHO EXTREMIDADE DISTAL DO RÁDIO FRATURAS DA MÃO FRATURAS E LUXAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL FRATURAS CERVICAIS FRATURAS TORACOLOMBARES CAP. 4: LUXAÇÕES E LESÕES LIGAMENTARES LUXAÇÕES LUXAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR LUXAÇÃO TRAUMÁTICA DO OMBRO LUXAÇÃO RECIDIVANTE PÓS-TRAUMÁTICA INSTABILIDADE MULTIDIRECIONAL DO OMBRO LUXAÇÃO DO COTOVELO LUXAÇÃO DO JOELHO LUXAÇÃO DO QUADRIL LESÕES LIGAMENTARES E FIBROCARTILAGINOSAS DO JOELHO ENTORSE DO TORNOZELO ENTORSE DO PUNHO CAP. 5: TUMORES ÓSSEOS PRIMÁRIOS CARACTERÍSTICAS GERAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DIAGNÓSTICO ESTADIAMENTO TRATAMENTO OSTEOSSARCOMA INTRODUÇÃO PATOLOGIA CLÍNICA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO SARCOMA DE EWING INTRODUÇÃO CLÍNICA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO CONDROSSARCOMA INTRODUÇÃO CLÍNICA DIAGNÓSTICO TRATAMENTO APÊNDICE: TENDINITES, TENOSSINOVI TES, FASCIÍTES E BURSITES INTRODUÇÃO TENDINITES DO OMBRO TENDINITE DO MANGUITO ROTADOR (“SÍNDROME DO IMPACTO”) ROTURA DO TENDÃO DO MANGUITO ROTADOR TENDINITE CALCÁREA (CALCÍFICA) DO OMBRO TENDINITE BICIPITAL EPICONDILITES DO COTOVELO EPICONDILITE LATERAL (“COTOVELO DO TENISTA”) EPICONDILITE MEDIAL (“COTOVELO DO GOLFISTA”) TENDINITES DO PUNHO E DA MÃO TENOSSINOVITE DE DE QUERVAIN DEDO EM GATILHO TENDINITES DO JOELHO TENDINITE PATELAR (“JOELHO DO SALTADOR”) SÍNDROME DA BANDA ILIOTIBIAL TENDINITE POPLÍTEA TENDINITES DO TORNOZELO TENDINITE DO TENDÃO DE AQUILES TENDINITE DO TIBIAL POSTERIOR SÍNDROMES PLANTARES E DO CALCANHAR FASCIÍTE PLANTAR E ESPORÃO NO CALCÂNEO SÍNDROME DE HAGLUND BURSITES BURSITE SUBACROMIAL BURSITE OLECRANIANA BURSITE ISQUIÁTICA (GLÚTEA) BURSITE TROCANTÉRICA BURSITE PREPATELAR (“JOELHO DA EMPREGADA DOMÉSTICA”) BURSITE ANSERINA BURSITE RETROCALCÂNEA Intro_22392 ORTOPEDIA PEDIÁTRICA Pediatria e ortopedia são especialidades que andam juntas... Existem patologias ortopédicas infantis muito comuns na prática e de extrema importância para os concursos de Residência Médica, especialmente na prova de Pediatria. Neste capítulo, daremos maior destaque para as doenças epifisárias, como a de Legg-Calvé-Perthes, e para os distúrbios congênitos. Vale também lembrar que os tumores ósseos, a osteomielite e a artrite séptica são patologias que predominam na faixa etária pediátrica; os tumores serão abordados em outro capítulo desta apostila e as infecções, somente no módulo de “Infectologia” do Medcurso e nas apostilas de "Artrites" e "Grandes Síndromes Bacterianas" do M.E.D. COMO SÃO FORMADOS OS OSSOS? Os ossos são derivados do mesoderma, que origina o mesênquima, um tecido conjuntivo frouxo rico em células mesenquimais pluripotenciais. Na quinta semana de desenvolvimento embrionário, forma-se o esboço mesenquimal daquilo que será o esqueleto. Na sexta semana, instala-se o processo de condrificação hialina do modelo mesenquimal. Forma-se então o esqueleto cartilaginoso, que entre a sétima e a décima segunda semana começa a se ossificar, um processo denominado ossificação endocondral. A maior parte dos ossos do crânio e da porção diafisária das clavículas sofre um outro tipo de transformação, denominado ossificação intramembranosa, no qual surge primeiramente o periósteo em volta do esboço mesenquimal e dele forma-se diretamente o tecido ósseo, sem passar pela fase cartilaginosa. Nos ossos longos, a ossificação endocondral começa na diáfise (centro de ossificação primário). Neste centro, o tecido cartilaginoso primeiro se calcifica, provocando a morte dos condrócitos e, em seguida, é invadido por um tecido mesenquimal rico em vasos sanguíneos e osteoblastos, células responsáveis pela formação do tecido ósseo mineralizado. O centro de ossificação primário vai se expandindo em direção às extremidades e, ao nascimento, as diáfises já estão totalmente ossificadas. FIG. 1 Logo antes ou por ocasião do nascimento, um novo processo de ossificação endocondral começa nas epífises (extremidades dos ossos longos), surgindo os primeiros centros de ossificação epifisários ou secundários nas epífises distal do fêmur e proximal da tíbia. Após o nascimento, os demais centros de ossificação epifisários vão surgindo e se expandindo, deixando uma placa cartilaginosa entre a epífise e a metáfise ossificadas. Esta é a placa epifisária, ou placa de crescimento ou simplesmente phisis. É através da placa epifisária que a diáfise do osso cresce em comprimento. A cartilagem desta placa possui uma camada de condrócitos em alto grau de proliferação e, à medida que cresce (aumentando o comprimento do osso), a sua porção distal vai se tornando ossificada. Na fase adulta, a placa epifisária desaparece, quando então o ser humano para de crescer... A diáfise também cresce em espessura, utilizando para isso a ossificação a partir do periósteo e endósteo (camada que reveste o canal medular). As epífises crescem também a partir da cartilagem articular. FIG. 2 EPÍFISES E PLACAS EPIFISÁRIAS. A: observe esta epífise, com um centro de ossificação secundário, movido por intensa vascularização; observe também a cartilagem em crescimento da placa epifisária. B: radiografia do joelho de uma criança, mostrando as placas epifisárias da extremidade distal do fêmur e proximal da tíbia e fíbula. Vale lembrar dado importante da anatomia da fise: vasos metafisários não atravessam a fise (conceito de bloqueio fisário). DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES OSTEOCONDROSE/EPIFISITE DO QUADRIL INTRODUÇÃO – ANATOMOFISIOLOGIA A doença de Legg-Calvé-Perthes é a grande representante das doenças epifisárias infantis. Como sabemos, um osso longo é composto por uma diáfise (corpo do osso) e duas epífises (extremidades do osso recobertas pela cartilagem articular). A metáfise é a região de transição entre a diáfise e a epífise, apresentando-se mais alargada. Nas crianças, entre a metáfise e a epífise existe a placa epifisária... Embora a diáfise e as metáfises sejam porções do osso muito bem vascularizadas, a nutrição arterial das epífises é precária... A placa epifisária