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Resumo Completo Doenças Exantemáticas

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1 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Saúde da Criança I 
DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 
Introdução: 
O exantema, também chamado de rash 
cutâneo, é definido como uma erupção 
cutânea eritematosa, geralmente 
disseminada. O enantema é o eritema que 
acomete as mucosas. Assim, exantema 
refere-se ao eritema da pele e enantema 
refere-se ao eritema das mucosas. As 
infecções representam a principal causa de 
exantema em crianças. Além disso, reações 
alérgicas medicamentosas 
(farmacodermias) e doenças 
autoimunes/reumatológicas também 
representam possíveis causas de exantema. 
A doença infecciosa sistêmica que causa 
exantema significativo é denominada doença 
exantemática. Há múltiplos agentes 
infecciosos que podem causar doenças 
sistêmicas que cursam com exantema, como 
vírus, bactérias, fungos e protozoários. A 
maioria dos exantemas virais apresentam-se 
como manifestações de doenças sistêmicas 
autolimitadas, entretanto, em alguns casos, 
o diagnóstico e o tratamento precoces são 
fundamentais no manejo da doença 
exantemática. 
Classificação: 
Os exantemas podem ser classificados em: 
- Maculopapular: padrão de exantema mais 
comum da infância; presente em doenças 
como exantema súbito, eritema infeccioso, 
rubéola e sarampo; o exantema 
maculopapular pode ser classificado em: 
→ Morbiliforme: presente em doenças como 
exantema súbito, eritema infeccioso, rubéola 
e sarampo. 
→ Escarlatiniforme: presente em doenças 
como escarlatina e rubéola. 
→ Rubeoliforme: presente em doenças como 
rubéola, eritema infeccioso e infecção por 
coxsackievírus. 
→ Urticariforme: presente em casos de 
alergia alimentar, alergia medicamentosa 
(farmacodermia) e infecção por 
coxsackievírus. 
 
- Papulovesicular: caracteriza-se por 
formação de máculas, que evoluem para 
formação de pápulas e, posteriormente, de 
vesículas, podendo haver formação de 
crostas (padrão polimórfico); presente em 
doenças como varicela, herpes (simples e 
zóster), impetigo, dermatite herpetiforme e 
prurigo estrófulo. 
 
- Petequial ou purpúrico: caracteriza-se por 
extravasamento de hemácias devido a 
distúrbios da coagulação e/ou das plaquetas; 
exantema que não desaparece à 
digitopressão; presente em doenças como 
meningococcemia (infecção por Neisseria 
meningitidis), sepse, púrpura de Henoch-
Schönlein e púrpura trombocitopênica 
imunológica. 
 
 
 
2 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
Fases Clínicas: 
As doenças exantemáticas de etiologia 
infecciosa apresentam 4 fases clínicas: 
- Incubação: assintomática. 
- Prodrômica: presença de sinais e 
sintomas inespecíficos, como febre, mal-
estar, cefaleia, etc. 
- Exantemática: presença de eritema 
cutâneo disseminado. 
- Convalescença: desaparecimento do 
exantema e dos demais sinais e sintomas. 
Avaliação Clínica: 
Na avaliação clínica das doenças 
exantemáticas, deve-se realizar anamnese e 
exame físico. Na anamnese, deve-se 
avaliar: 
- Idade da criança. 
- Tipo de exantema. 
- História vacinal. 
- História de crianças da mesma família ou 
que frequentam a mesma escola 
apresentando o mesmo quadro clínico. 
- Medicamentos utilizados. 
- Presença de sinais e/ou sintomas 
associados, como febre e sinais e sintomas 
de IVAS. 
- Presença de febre e evolução da febre. 
- História de doenças exantemáticas prévias. 
No exame físico, deve-se avaliar: 
- Estado geral da criança. 
- Pele da criança. 
- Características morfológicas, topográficas 
e evolutivas das lesões cutâneas. 
- Presença de linfonodomegalias e/ou 
visceromegalias. 
Sarampo: 
O sarampo, também denominado primeira 
doença exantemática, é uma doença 
erradicada no Brasil desde a introdução da 
vacina (tríplice viral). Entretanto, nos últimos 
anos, devido a falhas na vacinação, o 
número de casos de sarampo na infância 
tem aumentado no Brasil. O sarampo, assim 
como a rubéola, é uma doença de notificação 
compulsória. 
O sarampo é causado por um vírus de RNA 
da família Paramyxoviridae e do gênero 
Morbillivirus, que apresenta maior 
prevalência durante a primavera e o verão. A 
transmissão do vírus ocorre por gotículas de 
secreções das vias aéreas superiores, 
eliminadas por meio de espirro, tosse ou fala. 
A transmissão dá-se entre 7 dias após a 
exposição ao vírus ou aproximadamente 3 
dias antes do início do exantema e 4-6 dias 
após o início do exantema. O sarampo é uma 
doença altamente contagiosa. 
Quanto às manifestações clínicas, o 
sarampo caracteriza-se por: 
- Período de incubação de 8-12 dias. 
- Sinais e sintomas prodrômicos: febre, 
conjuntivite associada à fotofobia, rinorreia e 
tosse, com pico no 1º dia de exantema; 
manchas de Koplik (manchas brancas na 
mucosa oral localizadas na face interna das 
bochechas), que aparecem 1-4 dias antes do 
início do exantema e desaparecem 2-3 dias 
após o início do exantema, representando 
achado patognomônico de sarampo. 
 
- Exantema maculopapular morbiliforme: 
exantema disseminado que aparece 
inicialmente em região occipital e 
retroauricular e, posteriormente, dissemina-
se para face, tronco e extremidades; o 
exantema apresenta duração de 7 dias e 
desaparece da mesma forma que seu 
aparecimento, causando leve descamação 
das lesões cutâneas. 
 
 
3 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
 
O diagnóstico de sarampo é clínico-
epidemiológico. Os principais achados 
laboratoriais são leucopenia com linfopenia, 
PCR e VHS normais, IgM reagente na fase 
aguda da doença e IgG reagente na fase de 
convalescença da doença. 
O tratamento do sarampo baseia-se em 
hidratação, nutrição adequada, uso de 
analgésicos e antitérmicos, isolamento da 
criança, devido ao alto risco de transmissão 
do vírus e suplementação de vitamina A em 
crianças < 2 anos de idade. 
As complicações do sarampo são raras, 
mas, quando ocorrem, são mais frequentes 
em crianças < 5 anos de idade 
(principalmente crianças < 1 ano de idade), 
adultos > 20 anos de idade ou pacientes com 
desnutrição deficiência de vitamina A e/ou 
imunodeficiência. As complicações do 
sarampo devem ser suspeitadas sempre que 
houver persistência da febre ou retorno da 
febre após o início do exantema. 
A complicação mais comum do sarampo é a 
otite média aguda bacteriana e a 
complicação do sarampo associada à maior 
mortalidade é a pneumonia, que pode ser 
causada também por vírus do sarampo, 
quanto por infecção bacteriana secundária. 
Outras complicações mais graves e muitos 
raras do sarampo são encefalite por 
sarampo, encefalite pós-sarampo, pan-
encefalite esclerosante subaguda e sarampo 
hemorrágico/negro. 
A prevenção do sarampo baseia-se em 
vacinação, por meio da vacina tríplice viral, 
que protege contra sarampo, caxumba e 
rubéola, sendo dividida em 2 doses (1 ano + 
1 ano e 3 meses). Além disso, há também a 
profilaxia pós-exposição ao vírus do 
sarampo, que baseia-se em vacinação 
contra o sarampo em até 72 horas após a 
exposição e em imunoglobulina humana em 
até 6 dias após a exposição, sendo indicada 
para gestantes, crianças < 6 meses de idade 
e crianças imunocomprometidas. 
Rubéola: 
A rubéola, também denominada terceira 
doença exantemática, é uma doença 
erradicada no Brasil desde a introdução da 
vacina (tríplice viral). A rubéola, 
diferentemente do sarampo, caracteriza-se 
por manifestações clínicas leves e 
autolimitadas em crianças, além de 
apresentar evolução clínica mais rápida que 
o sarampo. 
A rubéola é causada por um vírus de RNA da 
família Togaviridae e do gênero Rubivirus. A 
transmissão do vírus ocorre por gotículas de 
secreções das vias aéreas superiores, 
eliminadas por meio de espirro, tosse ou fala. 
A transmissão dá-se entre 5 antes e 7 dias 
após o início do exantema. 
Quanto às manifestações clínicas, a rubéola 
caracteriza-se por: 
- Período de incubação de 2-3 semanas. 
- Sinais e sintomas prodrômicos: às vezes 
ausentes; quando presentes, os principais 
são febre, mal-estar, dor de garganta, 
hiperemia ocular e linfonodomegalia 
suboccipital e/ou retroauricular; manchas de 
Forchheimer (petéquias localizadasno 
palato) são altamente indicativas de rubéola, 
entretanto não são patognomônicas da 
doença. 
 
- Exantema maculopapular rubeoliforme: 
exantema disseminado que aparece 
inicialmente em face e tronco e, 
posteriormente, dissemina-se para 
extremidades; geralmente, apresenta 
coloração rósea, diferentemente do 
exantema do sarampo, que é avermelhado; 
 
4 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
o exantema apresenta duração de 3 dias e 
desaparece da mesma forma que seu 
aparecimento, mas sem descamação. 
 
O diagnóstico de rubéola é clínico-
epidemiológico. Os principais achados 
laboratoriais são leucopenia com 
neutropenia, trombocitopenia leve, PCR e 
VHS normais, pesquisa do vírus em 
secreções nasofaríngeas por PCR, IgM 
reagente na fase aguda da doença e IgG 
reagente na fase de convalescença da 
doença. 
O tratamento da rubéola baseia-se em 
hidratação, nutrição adequada, uso de 
analgésicos e antitérmicos, isolamento da 
criança, devido ao alto risco de transmissão 
do vírus e, nos casos de trombocitopenia 
grave, uso de corticoides e imunoglobulina 
humana. 
As principais complicações da rubéola são 
artrite e trombocitopenia, que são 
autolimitadas e mais frequentes em 
mulheres jovens. Outras complicações 
graves e raras da rubéola são encefalite pós-
infecciosa e pan-encefalite progressiva. 
A prevenção da rubéola baseia-se em 
vacinação, por meio da vacina tríplice viral, 
que protege contra rubéola, caxumba e 
sarampo, sendo dividida em 2 doses (1 ano 
+ 1 ano e 3 meses). Além disso, há também 
a profilaxia pós-exposição ao vírus da 
rubéola, que deve ser realizada 
principalmente em gestantes e baseia-se em 
administração de imunoglobulina humana 
em até 6 dias após a exposição, objetivando 
a prevenção da síndrome da rubéola 
congênita. 
Escarlatina: 
A escarlatina, também denominada segunda 
doença exantemática, é uma doença 
bacteriana causada por Streptococcus 
pyogenes (Streptococcus β-hemolítico do 
grupo A). A escarlatina geralmente 
desenvolve-se como evolução de quadro de 
faringoamigdalite causada por 
Streptococcus pyogenes que, entretanto, é 
infectado por vírus bacteriófagos que 
induzem a produção de toxinas 
eritrogênicas. Os bacteriófagos são capazes 
de produzir 3 toxinas eritrogênicas 
diferentes, que são as exotoxinas 
pirogênicas estreptocócicas A, B e C. Assim, 
uma criança pode apresentar escarlatina 3 
vezes ao longo de sua vida. 
A escarlatina é mais frequente em crianças 
de 3-15 anos de idade, principalmente 
durante o inverno e o início da primavera, 
que correspondem às características 
epidemiológicas das faringoamigdalites. 
Quanto às manifestações clínicas, a 
escarlatina apresenta pródromos, que 
correspondem a sinais e sintomas de 
faringoamigdalite bacteriana, como febre 
alta, mal-estar, dor de garganta e hiperemia 
de orofaringe com presença de exsudato 
purulento à oroscopia. 
O exantema da escarlatina geralmente 
manifesta-se em 24-48 horas após o início 
do quadro de faringoamigdalite 
estreptocócica e é autolimitado. O exantema 
é maculopapular do tipo micropapular, de 
coloração avermelhada e desaparece à 
digitopressão. O exantema inicialmente 
aparece em pescoço e, posteriormente, 
dissemina-se para tronco e extremidades, 
durando aproximadamente 3-4 dias. O 
desaparecimento do exantema segue a 
mesma ordem de seu aparecimento e cursa 
com descamação cutânea, que é mais 
intensa em mãos e pés. 
 
Os principais achados clínicos 
característicos de escarlatina são as linhas 
de Pastia, que correspondem à acentuação 
do exantema em regiões de dobras, como 
axila, cotovelo e virilha, a face esbofeteada, 
que corresponde ao eritema facial, 
principalmente em região malar, poupando a 
 
5 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
região perioral (Sinal de Filatov) e a língua 
em framboesa, que corresponde ao achado 
de língua eritematosa e edemaciada. A face 
esbofeteada também pode estar presente no 
eritema infeccioso, havendo necessidade de 
realizar o diagnóstico diferencial entre essas 
doenças exantemáticas. 
 
Imagem: Linhas de Pastia. 
 
Imagem: Face esbofeteada associada a Sinal de Filatov. 
 
Imagem: Língua em framboesa. 
O diagnóstico de escarlatina é clínico e 
laboratorial. O diagnóstico laboratorial 
baseia-se na identificação da bactéria 
Streptococcus pyogenes na orofaringe do 
paciente. Para isso, realiza-se cultura de 
SWAB de orofaringe, que representa o 
método padrão-ouro para o diagnóstico de 
escarlatina. Além disso, pode-se realizar a 
dosagem de anticorpos anti-estreptocócicos, 
como anticorpo antiestreptolisina O (ASLO) 
e anticorpos anti-DNAse A e anti-DNAse B. 
O tratamento da escarlatina baseia-se em 
erradicação da infecção por Streptococcus 
pyogenes por meio de antibioticoterapia com 
amoxicilina VO durante 10 dias ou com 
penicilina G benzatina (Benzetacil) IM em 
dose única. O tratamento com antibiótico 
diminui o curso clínico da doença, evita o 
desenvolvimento de complicações 
supurativas e previne o desenvolvimento de 
febre reumática. 
Doença de Filatov-Dukes: 
A doença de Filatov-Dukes, também 
denominada quarta doença exantemática, 
corresponde à Síndrome da Pele Escaldada 
Estafilocócica. 
Eritema Infeccioso: 
O eritema infeccioso, também denominado 
quinta doença exantemática, é uma doença 
viral causada por parvovírus B19. O 
parvovírus B19 é um vírus de DNA de fita 
simples da família Parvoviridae e do gênero 
Erythrovirus. O eritema infeccioso é mais 
frequente em crianças de idade escolar (5-15 
anos), durante o inverno e o início da 
primavera. 
A transmissão do parvovírus B19 ocorre por 
gotículas de secreções das vias aéreas 
superiores, eliminadas por meio de espirro, 
tosse ou fala. A infecção por parvovírus B19 
geralmente é autolimitada, entretanto, às 
vezes, há o desenvolvimento de fenômenos 
imunológicos pós-infecciosos, como artrite e 
eritema infeccioso. Assim, quando a criança 
apresenta quadro de eritema infeccioso, não 
há mais transmissão do parvovírus B19, pois 
o vírus já foi eliminado do organismo. 
O eritema infeccioso representa a 
manifestação clínica mais comum da 
infecção por parvovírus B19, apresenta 
período de incubação de 4-28 dias, 
pródromos de febre, cefaleia e IVAS e 
exantema, que apresenta 3 estágios 
diferentes. As 3 fases do exantema 
associado ao eritema infeccioso são face 
esbofeteada associada ao Sinal de Filatov, 
exantema maculopapular de aspecto 
rendilhado que, inicialmente, aparece em 
tronco e, posteriormente, dissemina-se para 
extremidades, poupando palma das mãos e 
planta dos pés, e desaparece em 
aproximadamente 10 dias não apresentando 
descamação, e recidiva do exantema 
maculopapular rendilhado por 1-3 semanas 
após exposição solar, calor, prática de 
exercícios físicos e/ou estresse. 
 
6 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
 
Imagem: Face esbofeteada associada a Sinal de Filatov. 
 
Imagem: Exantema maculopapular rendilhado. 
A infecção por parvovírus B19 em crianças 
portadoras de anemias hemolíticas crônicas 
e em crianças imunodeprimidas pode causar 
crise aplásica transitória, caracterizada por 
anemia, leucopenia e trombocitopenia. 
O diagnóstico de eritema infeccioso é 
essencialmente clínico. Quanto aos exames 
laboratoriais, pode-se realizar dosagem de 
anticorpos anti-B19, com presença de IgM 
reagente na fase aguda da doença e de IgG 
reagente na fase de convalescença da 
doença. 
O tratamento do eritema infeccioso baseia-
se em hidratação, nutrição adequada e uso 
de analgésicos e antitérmicos. Não há 
necessidade de isolamento da criança, pois 
não há risco de transmissão do vírus. As 
principais complicações do eritema 
infeccioso são artralgia/artrite e, mais 
raramente, púrpura trombocitopênica 
imunológica, meningite asséptica e síndrome 
hemofagocítica. 
Exantema Súbito: 
O exantema súbito, também denominado 
roséola ou sexta doença exantemática, é 
uma doença viral causada por herpesvírus 
humano 6 (HHV-6). O HHV-6 é um vírus de 
DNA de fita dupla da família Herpesviridae. 
O exantemasúbito acomete lactentes, com 
pico de incidência de 6-15 meses de idade, 
não apresentando sazonalidade. 
A transmissão do HHV-6 ocorre por gotículas 
de secreções das vias aéreas superiores, 
eliminadas por meio de espirro, tosse ou fala. 
A infecção por HHV-6 geralmente é 
assintomática, não evoluindo para exantema 
súbito, apresenta período de incubação de 5-
15 dias, pródromos de IVAS, conjuntivite e 
febre alta por 3-5 dias que desaparece 
subitamente e exantema de aparecimento 
súbito 12-24 horas após o desaparecimento 
da febre. O exantema é maculopapular e 
róseo, aparece incialmente em tronco e, 
posteriormente, dissemina-se para pescoço, 
face e extremidades, e desaparece em 1-3 
dias sem causar descamação. 
 
O diagnóstico de exantema súbito é 
essencialmente clínico. Quanto aos exames 
laboratoriais, pode-se realizar dosagem de 
anticorpos anti-HHV-6, com presença de IgM 
reagente na fase aguda da doença e de IgG 
reagente na fase de convalescença da 
doença. 
O tratamento do eritema infeccioso baseia-
se em hidratação, nutrição adequada e uso 
de analgésicos e antitérmicos. Em pacientes 
imunodeprimidos, recomenda-se o uso do 
antiviral ganciclovir devido ao risco de 
encefalite e pneumonite. Não há 
necessidade de isolamento da criança, pois 
não há risco de transmissão do vírus. 
Varicela: 
A varicela, também denominada catapora, é 
uma doença viral que, antes da introdução 
da vacina, era muito frequente em crianças 
principalmente de idade pré-escolar e, após 
a introdução da vacina, é menos frequente e 
acomete principalmente crianças em idade 
escolar. A vacina contra a varicela é 
administrada em crianças com 1 ano e 3 
 
7 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
meses de idade, com reforço aos 4 anos de 
idade. A varicela está associada a maior 
morbimortalidade em lactentes, adultos e 
crianças imunocomprometidas. 
A varicela é causada pelo vírus varicela-
zóster, que é um vírus de DNA de fita dupla 
da família Herpesviridae. A doença é mais 
em crianças de idade escolar, sendo mais 
frequente durante o inverno e a primavera. A 
transmissão do vírus varicela-zóster ocorre 
por gotículas de secreções das vias aéreas 
superiores, eliminadas por meio de espirro, 
tosse ou fala, e por contato com as lesões da 
varicela. 
A infecção primária por varicela-zóster causa 
a varicela, entretanto o vírus permanece 
latente nos gânglios nervosos, podendo ser 
reativado e causar infecção recorrente, que 
é o herpes-zóster. O herpes-zóster 
manifesta-se em 10-15% dos casos de 
infecção por varicela-zóster, geralmente em 
pacientes com idade > 45 anos. 
A infecção por varicela-zóster apresenta 
período de incubação de 10-21 dias e 
pródromos de febre, mal-estar, cefaleia e dor 
abdominal leve, que antecedem em 2-4 dias 
o aparecimento do exantema. O exantema 
da varicela é maculopapulovesicular 
polimórfico, ou seja, em uma mesma área de 
pele, observa-se lesões em diferentes 
estágios de evolução, desde máculas e 
pápulas eritematosas até vesículas e 
crostas. 
 
As lesões exantemáticas aparecem 
inicialmente em couro cabeludo, face e 
pescoço e, posteriormente, disseminam-se 
para tronco e extremidades e são 
extremamente pruriginosas. A coçadura das 
lesões causa escoriações da pele, que 
podem atuar como porta de entrada para 
microrganismos, causando infecções 
secundárias às lesões de varicela. Novas 
lesões aparecem a cada 3-5 dias e, por isso, 
observa-se lesões em diferentes estágios na 
mesma área de pele. 
As crianças vacinadas para varicela podem 
apresentar quadro de varicela modificada, 
que caracteriza-se por exantema 
maculopapular com menos de 50 lesões, 
associadas à febre baixa, além de ser muito 
menos contagiosa do que a varicela em 
pacientes não vacinados. 
O diagnóstico de varicela é essencialmente 
clínico. Quanto aos exames laboratoriais, há 
leucopenia nas primeiras 72 horas de 
doença, linfocitose e aumento de 
transaminases hepáticas (TGO e TGP). 
Além disso, em casos graves, realiza-se 
pesquisa do vírus varicela-zóster por PCR de 
amostra das lesões cutâneas. 
O tratamento da varicela baseia-se em 
sintomáticos, como analgésicos, 
antitérmicos e também anti-histamínicos 
para o alívio do prurido das lesões 
exantemáticas. O uso de AAS é 
contraindicado em crianças com varicela, 
devido ao risco de desenvolvimento de 
Síndrome de Reye. Em pacientes com risco 
de doença grave, ou seja, adolescentes, 
pacientes portadores de doenças crônicas 
ou que estão em uso crônico de corticoides, 
recomenda-se uso de aciclovir VO por 5 dias, 
devendo ser iniciado nas primeiras 24 horas 
do aparecimento das lesões. Além disso, os 
pacientes que apresentam varicela grave, 
gestantes e pacientes imunodeprimidos 
devem fazer uso de aciclovir EV até 48 horas 
após o desaparecimento das lesões. 
As principais complicações da varicela são a 
infecção bacteriana secundária das lesões, 
principalmente por Staphylococcus aureus e 
Streptococcus pyogenes, que caracteriza-se 
por eritema da base da vesícula e retorno da 
febre após 3-4 dias do início do exantema, 
hepatite, geralmente leve e assintomática, 
caracterizada por elevação de 
transaminases hepáticas, e trombocitopenia. 
Outras complicações graves da varicela são 
pneumonia (mais comum em adultos), 
síndrome da pele escaldada estafilocócica 
(infecção secundária por Staphylococcus 
aureus produtor de toxinas esfoliativas) e 
distúrbios neurológicos, como ataxia 
cerebelar e meningoencefalite. 
 
8 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 
A prevenção da varicela baseia-se em 
vacinação, que é dividida em 2 doses (1 ano 
e 3 meses + 4 anos). Além disso, a criança 
com varicela deve ser isolada até o 
desaparecimento das lesões exantemáticas, 
pois a transmissão do vírus cessa apenas 
quando todas as lesões evoluem para a 
formação de crostas. A profilaxia pós-
exposição é realizada apenas em pacientes 
imunodeprimidos, gestantes e recém-
nascidos e baseia-se em administração de 
imunoglobulina humana. 
Herpes-Zóster: 
O herpes zóster é a doença causada por 
reativação do vírus varicela-zóster latente no 
organismo, sendo mais comum em adultos 
com idade > 45 anos e crianças 
imunocomprometidas ou com história de 
varicela precoce (< 6 meses de idade). O 
herpes zóster caracteriza-se por replicação 
do vírus varicela-zóster causando 
inflamação do nervo (neurite) e 
aparecimento de lesões cutâneas restritas 
ao dermátomo correspondente a este nervo. 
 
 O herpes-zóster caracteriza-se por 
pródromos de dor e parestesia na região do 
dermátomo 3-5 dias antes do exantema, 
exantema maculopapulovesicular localizado 
e manifestações clínicas sistêmicas, como 
febre, mal-estar e cefaleia. As principais 
complicações do herpes-zóster são a 
neuralgia pós-herpética e o herpes-zóster 
disseminado em pacientes 
imunocomprometidos. 
O tratamento do herpes-zóster baseia-se em 
sintomáticos, aciclovir VO para reduzir a 
duração da neuralgia pós-herpética, aciclovir 
EV em pacientes imunocomprometidos ou 
com herpes-zóster oftálmico para reduzir o 
risco de cegueira. 
 
Doença Mão-Pé-Boca: 
A doença mão-pé-boca é uma doença 
causada por coxsackievírus e enterovírus, de 
transmissão por via oral e/ou por via 
respiratória. A doença apresenta período de 
incubação de 3-6 dias, pródromo de febre 
baixa, lesões vesiculares em boca (língua, 
mucosa oral e região perioral) e exantema 
maculopapulovesicular em mãos e em pés 
com duração de aproximadamente 7 dias. O 
diagnóstico da doença mão-pé-boca é 
essencialmente clínico. O tratamento da 
doença mão-pé-boca baseia-se em 
sintomáticos.

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