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1 Louyse Jerônimo de Morais Vacinação no idoso Referência: aula do prof. Eduardo Gomes Introdução Temos uma cultura de tratar um problema que já existe, só que é bem mais eficaz e menos oneroso evitar o problema. Isso pode ser feito através da promoção de saúde primária. A grande revolução do último século foi a vacinação, que foi a grande responsável para a elevação da expectativa de vida dos 40 para os 75 anos. As vacinas recomendadas no calendário de vacinação do idoso são contra: • Gripe: protege contra Influenza, H2N3 e H1N1. • Pneumonia pneumocócica: contra o pneumococo, não precisa fazer todo ano, mas é rotineira para os idosos. • Tétano e difteria: também é uma vacinação de rotina. • Hepatites: hepatite B é de rotina [se não vacinado ou não imune], a vacina da hepatite A não tem no SUS. • Febre amarela: situações especiais. • Tríplice viral: situações especiais; para idoso, não tem de rotina no SUS. • Herpes zoster [particular] • Meningite meningocócica [particular] Vacina contra a gripe [vírus inativado] Previne gripe, pneumonias e necessidade de hospitalização, bem como diminui o risco de morte. A proteção indireta contra pneumonia é porque a gripe predispõe infecção bacteriana. Atenção: na confecção da vacina são selecionados 3 ou 4 dos vírus mais circulantes e perigosos do período, é possível que as pessoas se infectem por outros tipos de Influenza ou por vírus causadores de resfriados, o que confunde muita gente. Ficar “doente” pela vacina é apenas uma reação a ela, pois não tem como adoecer de forma ativa, uma vez que o vírus é morto, ou seja, inativado. • Recomendação: tomar uma vez por ano, de preferência, antes do início do outono [em geral, abril]. • Contraindicações: história de reação anafilática, alergia grave ao ovo de galinha. o Adiar a vacina em pessoas com quadro de infecção febril moderado a grave. Vacina pneumocócica Antigamente, era reservada para cardiopatas, pneumonatas ou indivíduos que tivessem alguma doença cardiopulmonar estrutural. Depois que o governo começou a produzir mais, ela passou para o calendário vacinal de todo idoso. Previne infecções causadas pela bactéria S. pneumoniae, incluindo pneumonia, meningite e bacteremia. Há dois tipos de vacinas disponíveis para idosos: polissacarídica 23-valente [VPP23], que contém 23 tipos de pneumococos; e conjugada 13-valente [VPC13], que contém 13 tipos. • Esquema com três doses o VPC13, seguida por: o VPP23 [após 6 a 12 meses] o VPP23 [dose de reforço após 5 anos] • Contraindicação: reação anafilática à dose anterior da vacina. o Adiar em caso de doença febril aguda. Se o paciente tomou a segunda dose da VPP23 antes dos 65 anos, quando ele passar dessa idade, ele deveria tomar outra VPP23. Vacina contra a febre amarela [vírus atenuado] Evita-se para idosos e pessoas com a imunidade comprometida, pois há risco de desenvolver uma reação grave: "visceralização do vírus" – é uma forma de manifestação, em que há insuficiência hepática fulminante e pode levar à morte. Aplicar em idosos que: • Habitam áreas endêmicas • Irão viajar para áreas endêmicas • Sempre que houver exigência internacional, em área considerada sem risco. Atenção: em todos os casos, deve-se conversar com o idoso sobre os riscos e benefícios desta vacina, que só deve ser aplicada após o seu consentimento. • Recomendação: tomar a cada 10 anos como reforço, e 10 dias antes para quem vai viajar para uma região de risco: zonas rurais no Norte e no Centro-Oeste do país, alguns municípios dos Estados do Maranhão, do Piauí, da Bahia, de 2 Louyse Jerônimo de Morais Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. • Contraindicações o Histórico de reação anafilática após ingestão de ovo de galinha ou aos componentes da vacina; o Doenças que cursam com redução da imunidade, como câncer, diabetes, AIDS ou uso de fármacos imunossupressores, quimioterápicos ou radioterápicos; o Alguns casos de doença febril aguda. Vacina meningocócica Protege contra meningite e meningococcemia pela bactéria Neisseria meningitidis. • Indicação em idosos: situações de epidemia da doença, viagens para áreas de risco. • Como deve ser tomada: dose única, em casos de epidemias. • Contraindicação: alergia a qualquer componente da vacina. o Adiar em caso de doença febril aguda Vacina contra herpes zoster [ZOSTAVAX] Existem duas formas dessa vacina, uma com vírus atenuado e outra com vírus inativado [mais segura]. Apesar disso, nenhuma delas tem no SUS. • Recomendação: dose única, para todas as pessoas com idade acima de 60 anos. o Para o quadro de herpes zoster prévio, é preciso aguardar o intervalo mínimo de seis meses a 1 ano para a aplicação da vacina. • Contraindicações: pessoas com alergia aos componentes da vacina, imunidade comprometida por doenças ou uso de medicamentos. Ex.: AIDS, câncer, em uso de corticoides sistêmicos ou quimioterápicos [apenas se for por vírus atenuado]. Vacina contra o tétano e a difteria [dT] • Recomendação: deve ser tomada de 10 em 10 anos, como reforço para pessoas que foram corretamente vacinadas na infância. Obviamente que se o idoso tiver um acidente grave e sujo, não considera 10 anos para aplicar reforço, mas apenas 5. Atenção: para idosos que não foram vacinados ou que não têm nenhum registro da vacina, é necessário fazer o esquema de 3 doses com um intervalo de 2 meses entre cada e, em seguida, fazer o reforço a cada 10 anos. • Contraindicação: reação anafilática prévia à vacina ou a algum de seus componentes. Existe a vacina dTPA, que também protege contra coqueluche. O ideal é que o idoso receba tal vacina em pelo menos um dos reforços, pois a imunidade para a doença Coqueluche não é duradoura, ou seja, pode-se adquirir novamente. Contudo, não tem no SUS. Se o idoso tiver entrado em contato com lactente ou alguém sabidamente com coqueluche, ele tem indicação formal de receber a dTPA, mais ainda do que o calendário habitual. Vacina tríplice viral A tríplice viral é a vacina contra os vírus da caxumba, do sarampo e da rubéola. Não faz parte do calendário vacinal habitual do idoso. • Indicação: situações de surtos, viagens para locais de risco, pessoas que nunca foram infectadas ou que não tenham recebido as 2 doses da vacina ao longo da vida. • Como deve ser tomada: são necessárias apenas 2 doses ao longo da vida, com intervalo mínimo de 1 mês. • Contraindicações: pessoas com imunidade gravemente comprometida [pois é de vírus atenuado], reação anafilática após ingestão de ovo. Vacina contra hepatite A proteção contra a hepatite A e hepatite B pode ser adquirida através de vacinas separadas ou combinadas, para pessoas que não têm imunidade contra essas doenças, que nunca foram vacinadas ou que não têm registros de vacinas. • Recomendação: a vacinação contra hepatite B, ou a combinada A e B, é feita em 3 doses, no esquema 0 - 1 - 6 meses. Já a vacina contra hepatite A isolada deve ser feita após avaliação sorológica que indica falta de imunidade contra essa infecção ou em situações de exposição ou surtos, em um esquema de duas doses, com intervalo de 6 meses. • Contraindicação: pessoas com reação anafilática aos componentes da vacina. o Adiada em casos de doença febril aguda
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