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Resenha artigo "Terapia cognitivo-comportamental no manejo da desesperança e pensamentos suicidas"

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
Campus Cachoeira do Sul/RS 
Curso de Psicologia 
 
 
Disciplina: Teorias Psicoterápicas II Data: 14/09/2019 
Professora: Laura Machado 
Acadêmica: Hanna Kemel Brum 
 
RESENHA 
ARTIGO: 
“Terapia cognitivo-comportamental no manejo da 
desesperança e pensamentos suicidas” 
 
O artigo estudado traz como objetivo identificar as contribuições da terapia cognitivo-
comportamental (TCC) no manejo da desesperança e de pensamentos suicidas, com a 
intenção de compreender a relação entre os mesmos, identificar a tríade cognitiva 
relacionada ao problema e verificar estratégias da TCC no tratamento de pacientes desse 
tipo. 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), suicídio é o ato deliberado 
de matar a si mesmo, sendo considerado atualmente um problema de saúde pública. O 
Brasil está entre os 10 países que registram os maiores números de suicídio, com uma 
média de 24 mortes por dia. 
Dentro do comportamento suicida compreendem-se o pensamento ou ideação suicida 
(seriam os pensamentos, crenças, imagens, as coisas trazidas pelo indivíduo que se refere 
a acabar com a própria vida), o planejamento para o suicídio (quando a pessoa planeja 
detalhes para a realização do suicídio, como escolher o local, o horário, escrever uma 
carta de despedida), a tentativa de suicídio (seriam os comportamentos autoagressivos 
que não chegam a matar o indivíduo) e o suicídio propriamente dito, que resulta na morte. 
As autoras trazem que os transtornos mentais possuem grande associação ao 
comportamento suicida, sendo que 90% das pessoas que se suicidaram tinham algum tipo 
de transtorno mental, e indivíduos que têm mais de um transtorno acabam por ter um risco 
mais alto ainda. 
A desesperança é uma crença de um futuro sem perspectivas, indivíduos com essa 
crença geralmente não encontram motivação em suas vidas, nem possuem expectativas 
de seus futuros. A crença de desesperança é muito relacionada com a intenção suicida e 
é considerada um sintoma central na depressão, com comportamentos desadaptativos. 
Chamamos de tríade cognitiva os 3 padrões cognitivos que levam o indivíduo a 
compreender a si mesmo, suas experiências e o futuro de uma maneira particular. Os 
componentes dessa tríade são: a visão negativa que o indivíduo tem de si, se sentindo 
assim anormal, diferente; a propensão a analisar negativamente as suas experiências 
atuais, sempre se achando derrotado; e a visão negativa do futuro, onde o paciente sempre 
acredita que se frustrará e que passará apenas por dificuldades. 
A TCC acredita que os comportamentos são influenciados pelo modo como vemos o 
mundo ao nosso redor. Sendo assim, o processo terapêutico com pacientes com 
pensamentos suicidas é parecido com o processo com pacientes com depressão, 
ansiedade, abusos. O terapeuta necessita apresentar ao paciente o modelo cognitivo para 
que o mesmo compreenda como estão relacionados as emoções e o comportamento, além 
de acreditar no tratamento do paciente e possuir um bom plano de ação, criando uma 
aliança terapêutica. 
Já no primeiro momento é importante avaliar os riscos de comportamentos suicidas 
no indivíduo, e então desenvolver planos que possam trabalhar fatores que desencadeiam 
crises. Existem técnicas e estratégias para a diminuição de possíveis atos suicidas, como 
o treino de habilidades para resolução de problemas, a busca de ferramentas cognitivas 
que identifiquem razões para viver e promover a esperança, e o incentivo a busca por 
tratamento psiquiátrico. 
São trazidas escalas que ajudam a medir o nível de desesperança do indivíduo ou 
mensurar fatores relacionados à ideação suicida, e que podem ajudar na complementação 
da avaliação diagnóstica, como: a Escala de Desesperança, desenvolvida por Beck e 
colaboradores; a Escala de Ideação Suicida; a Escala de Intenção Suicida, e a Escala de 
Atitudes Disfuncionais. 
Depois que o paciente consegue identificar pensamentos e crenças negativas e 
compreender como essas cognições afetam os sentimentos e os comportamentos, na fase 
avançada do tratamento deve ser trabalhada a prevenção de recaídas. De acordo com 
Wenzel e colaboradores (2010), esse trabalho requer alguns passos: preparação; revisão 
da crise suicida recente; revisão da crise suicida recente usando habilidades; revisão da 
crise suicida futura; debriefing, que é quando o paciente deve falar sobre o que aprendeu, 
identificar questões que ainda considera um problema, e caso esteja com ideações 
suicidas, criar um plano para lidar com elas; e o seguimento, que seria revisar o plano de 
segurança com o paciente e oferecer sessões adicionais caso sejam necessárias. 
 
REFERÊNCIA 
MARBACK, Roberta Ferrari; PELISOLI, Cátula. Terapia cognitivo-
comportamental no manejo da desesperança e pensamentos suicidas. Rev. bras.ter. 
cogn., Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 122-129, dez. 2014. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-
56872014000200008&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 04 set. 2019.

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