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Lucros Cessantes_2021_VF

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Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros
E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. 
 Seguros de lucros cessantes / Supervisão e coordenação metodológica da 
 Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de José Eduardo Teixeira 
 Arias, Frederico Martins Peres e Claudio Bizerra de Oliveira. – 24.ed. -- Rio de 
 Janeiro : ENS, 2021.
 79 p. ; 28 cm 
 
 1. Seguros de lucros cessantes. I. Arias, José Eduardo Teixeira. II. Peres, Frederico Martins. III. Oliveira, 
Claudio Bizerra. IV. Título.
 0021-2553 CDU 368(072)
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
24ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2021
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
CLÁUDIO BIZERRA DE OLIVEIRA – 2021
FREDERICO MARTINS PERES – 2021
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA ARIAS – 2021
JOSÉ CARLOS LACERDA DE SOUZA – 2019/2018/2017
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE PLANEJAMENTO E ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
 Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 1. INTRODUÇÃO 
 AO SEGURO DE LUCROS CESSANTES 7
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 8
Qual o objetivo dessa circular? 8
Como identificar essas mudanças? 8
 HISTÓRICO DO SEGURO DE LUCROS CESSANTES 9
 O SEGURO DE LUCROS CESSANTES 
 NO MERCADO BRASILEIRO 10
 EVENTOS COBERTOS 11
 REQUISITOS BÁSICOS PARA CONTRATAÇÃO 11
 CONDIÇÕES CONTRATUAIS 12
 FATO GERADOR DO SEGURO DE LUCROS CESSANTES 13
 RISCOS GARANTIDOS NOS SEGUROS DE DANOS MATERIAIS 15
Principais Modalidades de Seguros de Danos Materiais 15
 FIXANDO CONCEITOS 1 18
 2. GARANTIAS DO SEGURO 
 DE LUCROS CESSANTES 21
 OBJETO DO SEGURO 22
 RISCOS COBERTOS – COBERTURA BÁSICA 22
Lucro Bruto 23
Gastos Adicionais 26
Impedimento de Acesso 27
SUMÁRIO
INTERATIVO
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 CONDIÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA 28
A Empresa Opera com Lucro Líquido 29
A Empresa Opera com Resultado Nulo 30
A Empresa Opera com Prejuízo 31
 PARTICIPAÇÃO DO LUCRO BRUTO NO MOVIMENTO DE NEGÓCIOS DA EMPRESA 34
Movimento de Negócios 35
Tipos de Especificações 35
Margem de Lucro Bruto 37
Cálculo da Margem de Lucro Bruto 37
 FIXANDO CONCEITOS 2 39
 3. ELEMENTOS DO SEGURO 
 E SUAS CARACTERÍSTICAS 42
 PERÍODO INDENITÁRIO 43
 IMPORTÂNCIA SEGURADA 46
Cálculo do Lucro Bruto Segurável 46
Cálculo do Lucro Bruto Segurado 47
 Resumindo: 47
 TAXAÇÃO 50
 FRANQUIA DEDUTÍVEL 52
 FIXANDO CONCEITOS 3 53
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 4. COBERTURAS ADICIONAIS DOS 
 SEGUROS DE LUCROS CESSANTES 56
 COBERTURAS ADICIONAIS 57
 Honorários de peritos contadores 57
 Despesas com instalação 
 em novo local 58
 Extensão da cobertura 
 a fornecedores e/ou 
 compradores 58
 COBERTURA ESPECIAL INTERRUPÇÃO DE NEGÓCIOS – PERDA DE RECEITA BRUTA 60
 FIXANDO CONCEITOS 4 62
 5. SINISTROS NOS SEGUROS 
 DE LUCROS CESSANTES 65
 VALOR EM RISCO E RATEIO 66
 INDENIZAÇÃO 68
Parcelas Indenizáveis 71
 LIQUIDAÇÃO DO SINISTRO 74
 FIXANDO CONCEITOS 5 75
 GABARITO 78
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79
7
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 ■ Conhecer os principais 
conceitos relativos 
aos termos utilizados 
no seguro de lucros 
cessantes, considerando a 
literatura especializada.
 ■ Reconhecer os requisitos 
básicos para contratação 
dos seguros de lucros 
cessantes considerando as 
regras mercadológicas e a 
legislação vigente do setor. 
 ■ Reconhecer os eventos 
cobertos pelos seguros 
de lucros cessantes 
considerando a legislação 
vigente do setor.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Conhecer as condições 
contratuais dos seguros 
de lucros cessantes, 
bem como as cláusulas 
obrigatórias, considerando 
as normas vigentes do 
setor.
 ■ Reconhecer o fato gerador 
e a finalidade do seguro 
de lucros cessantes 
considerando o contexto 
mercadológico vigente e a 
análise de casos práticos.
INTRODUÇÃO 
ao SEGURO
de LUCROS CESSANTES
01
⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
⊲ HISTÓRICO DO SEGURO 
 DE LUCROS CESSANTES
⊲ O SEGURO DE LUCROS 
CESSANTES NO MERCADO 
BRASILEIRO
⊲ EVENTOS COBERTOS
⊲ CONDIÇÕES CONTRATUAIS
⊲ FATO GERADOR DO SEGURO 
 DE LUCROS CESSANTES
⊲ RISCOS GARANTIDOS NOS 
SEGUROS DE DANOS MATERIAIS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
8
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Ao longo do estudo desta apostila, você poderá observar diversas refe-
rências à circular Susep nº 620/2020, emitida em 29/12/2020, que dispõe 
sobre as regras e os critérios para operação dos seguros do grupo patri-
monial – Grupo 01 da classificação da Susep.
 — Qual o objetivo dessa circular?
A partir de um conceito que privilegia a criação, inovação e simplicidade 
dos textos das cláusulas, práticas perfeitamente alinhadas com aquelas 
já utilizadas por outros mercados ao redor do mundo, a norma apresenta 
regras mais flexíveis para estruturação das condições contratuais de todos 
os seguros patrimoniais, as quais passam a ser redigidas com maior clare-
za e objetividade em comparação às rígidas condições que conhecemos 
hoje na estrutura de seguros do mercado brasileiro. 
 — Como identificar essas mudanças?
Para melhor compreensão desse conceito, serão apresentados os mode-
los de cláusulas, coberturas e outras práticas usualmente utilizados pelo 
mercado para comercialização do seguro de Lucros Cessantes, indican-
do, porém, para cada tema, as mudanças de regras promovidas pela circu-
lar Susep nº 620/2020.
Como consequência desse processo, não há dúvidas que surgirão no mer-
cado novos modelos e formas de contratação de apólices, entretanto, é cer-
to também que a consolidação dessa transformação demandará um certo 
tempo de adaptação, durante o qual os modelos atuais que conhecemos 
permanecerão a ser utilizados pelo mercado para venda dos seus produtos. 
9
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 HISTÓRICO DO SEGURO 
 DE LUCROS CESSANTES 
Após a Revolução Industrial, com o incremento das atividades industriais e, 
consequentemente, das atividades comerciais, a demanda por Seguros de 
Incêndio aumentou consideravelmente, haja vista a necessidade de prote-
ção do patrimônio das empresas.
Com o passar dos tempos, e após serem analisados vários sinistros ocorri-
dos que estavam garantidos pelo Seguro Incêndio, constatou-se que havia 
perdas que não eram cobertas por esse seguro. Ou seja, concluiu-se que 
um sinistro que atinja os bens materiais (prédios, máquinas, instalações, 
mercadorias) de uma empresa não gera apenas danos ao seu patrimônio 
físico, pois o reparo desses danos demandará algum tempo e, consequen-
temente, durante esse tempo, as atividades da empresa serão reduzidas 
ou até paralisadas total ou parcialmente.
Os prejuízos decorrentes da paralisação ou da sensível redução das ativi-
dades industriais ou comerciais podem até mesmo superar, em valor, os 
danos ou a destruição de bens materiais. Exemplos: 1 – no maior sinistro 
pago no Brasil, do segurado CSN, foramindenizados mais de US$ 500 
milhões, e a parte relativa à cobertura de Lucros Cessantes representou 
quase 90% desse valor; e 2 – na grande tragédia ocorrida em Mariana 
(MG), além dos danos ambientais que são enormes (difíceis de mensurar, 
de tão grandes), a maior perda da própria Samarco foi de Lucros Cessan-
tes, pois as atividades foram totalmente paralisadas há muito tempo e 
parece que não voltará a funcionar tão cedo (as perdas de lucros cessan-
tes podem superar US$ 1 bilhão).
O Seguro de Lucros Cessantes tem sua origem nessa constatação: a ocor-
rência de sinistros pode gerar, além de danos materiais, prejuízos financei-
ros consequentes da paralisação ou diminuição das atividades das empre-
sas industriais ou comerciais.
Então, a finalidade do Seguro de Lucros Cessantes é garantir a situação 
financeira da empresa após um sinistro de Danos Materiais que tenha 
perturbado ou paralisado o movimento normal de seus negócios.
Comentário
Os sinistros não geram apenas 
danos ao patrimônio físico 
das empresas, pois o reparo 
desses danos demandará 
algum tempo e, durante 
esse tempo, as atividades 
das empresas poderão ser 
reduzidas ou paralisadas. 
Com a paralisação de suas 
atividades, as empresas sofrem 
perdas financeiras que podem, 
inclusive, gerar sua falência.
10
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 O SEGURO DE LUCROS CESSANTES 
 NO MERCADO BRASILEIRO 
O Seguro de Lucros Cessantes foi regulamentado em 1948, pela Por-
taria 5 do extinto DNSPC, atual Susep, tendo o IRB – atual IRB-Brasil 
Resseguros S.A. – começado a operar na carteira em 1951, época em 
que, efetivamente, o seguro foi introduzido no mercado brasileiro. O mode-
lo adotado foi a apólice standard utilizada pelos ingleses, bem como suas 
reformulações, devidamente adaptadas às condições do nosso mercado.
Os seguros de proteção às receitas das empresas (entre os quais se insere 
o de Lucros Cessantes) foram modernizados, aperfeiçoados e ampliados. 
Até poucos anos atrás, o único ramo destinado a proteger receitas era o 
de Lucros Cessantes. Quando muito, tínhamos algumas coberturas aces-
sórias em ramos específicos, que protegiam, em caráter particularíssimo 
com óbvia limitação de amplitude, determinadas receitas.
A partir do final da década de 1980, foi implementado pelo então Instituto 
de Resseguros do Brasil (IRB), mediante cobertura facultativa de resseguro, 
o Seguro de Lucros Cessantes Decorrentes de Quebra de Máquinas, cujas 
apólices eram emitidas no Ramo Riscos de Engenharia e conjugavam, num 
único contrato, a cobertura de Danos Materiais de Quebra de Máquinas e 
os Lucros Cessantes decorrentes.
Embora, em teoria, representasse um grande avanço, esse seguro infeliz- 
mente foi inviabilizado comercialmente, pois a quantidade de documentos 
e de informações exigidas era muito extensa. 
Atualmente, o ramo Lucros Cessantes (código Susep 01.41) é responsável 
por menos de 1% dos prêmios arrecadados pelo mercado segurador bra-
sileiro. Essa inexpressiva participação deve-se a diversas razões, entre as 
quais podemos citar:
 ■ falta de programas de divulgação e esclarecimentos sobre as van-
tagens da contratação desse tipo de seguro; 
 ■ conjuntura econômica do país
 ■ falta de pessoal tecnicamente habilitado;
 ■ dificuldades de obter informações fidedignas da contabilidade das 
empresas;
 ■ complexidade e dificuldades nas regulações de sinistros. 
Importante
Um dos principais fatores 
que dificulta a correta 
mensuração dos prêmios 
emitidos pela carteira de 
seguros de Lucros Cessantes, 
é a contração dessa cobertura 
como garantia adicional 
inserida em outros ramos, 
como por exemplo: Seguros 
Compreensivos (Multirriscos 
Empresariais e Condomínios), 
Riscos Nomeados e Riscos 
Operacionais, e Riscos de 
Engenharia.
11
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 EVENTOS COBERTOS 
De acordo com as novas regras divulgadas pela Susep – Circular nº 
620/2020, mencionada anteriormente, a definição de eventos cobertos 
nos seguros de Lucros Cessantes, passa a ter a seguinte redação:
“O seguro de lucros cessantes visa garantir indenização pelos prejuízos 
resultantes da interrupção parcial ou total ou perturbação no movimento 
de negócios do segurado, causada pela ocorrência de riscos cobertos na 
apólice, não restritos a riscos patrimoniais”.
Os prejuizos decorrentes da pertubação no giro de negócios da empresa 
(movimento de negócios), continua sendo o principal objetivo da garantia 
definida pelo seguro, o que muda é o conceito da causa (riscos) desses 
prejuízos, que chamamos de “fato gerador”.
A cobertura do Seguro de Lucros Cessantes é fundamental para as empre-
sas. Os corretores de seguros devem analisar com muita atenção as 
necessidades de seus clientes, pois as perdas financeiras decorrentes da 
paralisação dos negócios de uma empresa podem ser enormes, e, se não 
forem indenizadas, podem gerar até a falência dessa empresa.
Durante o processo de comercialização, é aconselhável que os corretores 
de seguros ofereçam aos seus clientes, preferencialmente por escrito, a 
contratação do seguro de Lucros Cessantes como instrumento garantidor 
da continuidade dos negócios da empresa.
 REQUISITOS BÁSICOS 
 PARA CONTRATAÇÃO 
A empresa que pretende contratar o Seguro de Lucros Cessantes, deve-
rá atender aos seguintes requisitos:
 ■ estar inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ/MF);
 ■ possuir contabilidade organizada; e
 ■ possuir seguro de danos, normalmente o de danos materiais, 
A organização contábil é aspecto fundamental na contratação desse seguro, 
pois, através dos dados contábeis, são fixados os valores seguráveis e, em 
caso de ocorrência de sinistro, apuradas as perdas decorrentes. É imprescin-
dível, portanto, que os registros contábeis estejam organizados e acessíveis.
12
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
A exigência do Seguro de Danos, feita pelo segurador, visa garantir a repo-
sição das perdas sofridas e assim permitir ao segurado retornar mais facil-
mente, e com maior rapidez, ao ritmo normal das suas atividades.
No caso do seguro de danos materiais, a reposição dos bens patrimoniais, 
assume papel fundamental para essa rápida retomada das atividades.
 CONDIÇÕES 
 CONTRATUAIS 
As Condições Contratuais dos Seguros de Lucros Cessantes, podem ago-
ra seguir regras mais flexíveis de formatação estabelecidas pela Circular 
Susep nº 621/2021, de 12/02/2021, respeitados, é claro, todos os deveres e 
as obrigações contratuais estabelecidos pelo Código Civil Brasileiro, con-
forme já abordado na apostila de Introdução ao Seguro de Danos, inte-
grante deste curso de formação de corretores.
Todavia, pela necessidade de acomodação e interpretação das novas 
regras, é provável que a maioria das seguradoras ainda continue a praticar 
a segmentação de seus clausulados na formatação antiga, apresentando 
Condições Gerais, como as cláusulas comuns a toda e qualquer apólice 
de seguro daquele tipo de produto compreensivo; Condições Especiais, 
sendo as cláusulas específicas das coberturas contratadas e Condições 
Particulares, onde eventualmente se particulariza alguma condição para 
apólice específica.
É importante registrar que a referida Circular Susep nº 621/2021 represen-
tou um avanço na obrigatoriedade de uniformização das condições con-
tratuais dos produtos de danos, na medida em que transfere ao mercado 
uma maior responsabilidade em razão da liberdade para criação de seus 
contratos. Contudo, não eliminou a manutenção de algumas cláusulas obri-
gatórias que devem constar dos contratos dos seguros de Lucros Cessan-
tes, também apresentadas na cadeira de Introdução a Seguro de Danos, 
deste curso. São elas:
 ■ Objetivo do Seguro
 ■ Definições
 ■ Forma de contratação
 ■ Âmbito geográfico
 ■ Coberturas
 ■ Riscos excluídos
13
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 ■ Aceitação
 ■ Vigência e renovação
 ■ Concorrência de apólicese bilhetes
 ■ Franquias e participações obrigatórias do segurado
 ■ Atualização a alteração de valores
 ■ Pagamento de prêmios
 ■ Indenização
 ■ Comunicação, regulação e liquidação de sinistros
 ■ Reintegração
 ■ Perda de direitos
 ■ Cancelamento e rescisão contratual
 ■ Beneficiário
 ■ Sub-rogação
 FATO GERADOR DO SEGURO 
 DE LUCROS CESSANTES 
O fato gerador, para definição da cobertura do seguro, esteve sempre atre-
lado, exclusiva e obrigatoriamente, à ocorrência de “danos materiais”. Toda-
via, de acordo com a nova definição, essa condição passa a ser ampliada 
com objetivo de garantir a pertubação no movimento de negócios decor-
rente de qualquer risco, desde que coberto na apólice.
A condição prévia de ocorrência de um dano, para caracterizar a cobertura 
do seguro de Lucros Cessantes, deixa de ser apenas os danos mate-
riais, passando a admitir, para essa caracterização, a ocorrência de qual-
quer tipo de dano, desde que descrito e garantido por apólice de seguro, 
abrangendo, inclusive, riscos garantidos por ramos não apenas do grupo 
de seguros patrimoniais.
Conforme já explicado, durante determinado período de tempo, o mer-
cado continuará atrelando a caracterização da cobertura do seguro de 
Lucros Cessantes à ocorrência de Danos Materiais e, dessa forma, todos 
os exemplos que vamos estudar nas unidades desta apostila, levará em 
conta essa condição. 
14
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
O segurado, para garantir a reposição das perdas financeiras consequen-
tes da paralisação das atividades da empresa e ficar plenamente protegi-
do, além do seguro de Lucros Cessantes, deve antes contratar também 
um Seguro de Danos, normalmente o de danos materiais, que garante a 
reposição dos bens patrimoniais que possam ser atingidos pela ocorrência 
de um evento aleatório.
Sinistro de Danos Materiais Danos no Patrimônio Físico
Seguro de Danos MateriaisPerturbação ou Paralisação 
do Movimento de Negócios
Perda Financeira
Seguro de Lucros Cessantes
PROTEÇÃO
PROTEÇÃO
Conclusão: 
O Seguro de Lucros Cessantes somente será acionado se ocorrer sinistro, 
causado pelos eventos previstos na apólice e que provoquem paralisação 
ou redução do movimento de negócios, quando então ficará caracterizada 
a perda de lucro bruto da empresa. 
Portanto, o Seguro de Lucros Cessantes não deve ser considerado um 
“ramo isolado”, pois não pode ser contratado sem estar atrelado à cober-
tura de um risco, normalmente o risco de Danos Materiais. 
A empresa que desejar contratar o Seguro de Lucros Cessantes para 
determinado evento deverá ter apólice de seguro que garanta os danos 
materiais que possam ser causados por esses eventos.
Exemplo: uma empresa, para contratar uma apólice de Lucros Cessantes 
em decorrência de incêndio, deverá possuir cobertura de incêndio, ampa-
rando o seu patrimônio físico contra este evento.
Assim sendo, os eventos que dão origem a cobertura do seguro de Lucros 
Cessantes são acidentes aos quais estão sujeitos os bens da empresa cuja 
ocorrência podem causar perturbações no giro de seus negócios.
15
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 RISCOS GARANTIDOS NOS SEGUROS 
 DE DANOS MATERIAIS 
Os eventos cuja ocorrência acionam as coberturas do seguro de Lucros 
Cessantes são os riscos normalmente de danos materiais a que estão 
sujeitos os bens da empresa segurada. Esses eventos, quando ocorridos, 
podem causar a paralisação das atividades da empresa segurada ou cau-
sar perturbações no seu movimento de negócios.
O segurado deverá definir, na apólice, os eventos que deseja garantir para 
o acionamento das coberturas do seguro de Lucros Cessantes.
Nas apólices atuais, os eventos (riscos) mais utilizadas são:
 ■ Incêndio/Queda de Raio/Explosão de Qualquer Natureza;
 ■ Danos Elétricos;
 ■ Vendaval, Furacão, Ciclone, Tornado, Granizo, Queda de Aerona-
ves, Impacto de Veículos Terrestres e Fumaça;
 ■ Tumultos (podendo-se optar pela inclusão de Atos Dolosos);
 ■ Alagamento;
 ■ Quebra de Máquinas;
 ■ Desmoronamento;
 ■ Deterioração de Mercadorias em Ambiente Frigorificados;
 ■ Derrame ou Vazamento de Sprinklers.
A cobertura do seguro de Lucros Cessantes poderá se dar por meio de 
apólices específica ou em conjunto com uma apólice, por exemplo, de 
Danos Materiais.
É aconselhável que seja emitida uma única apólice, nesses caso, a cober-
tura de Lucros Cessantes será considerada cobertura adicional ou uma 
segunda seção dessas apólices específicas de danos. Todavia, se forem 
emitidas apólices distintas, recomenda-se a emissão na mesma Segurado-
ra, pois isso facilitará a regulação e a liquidação de um eventual sinistro.
 — Principais Modalidades de 
Seguros de Danos Materiais
Vamos conhecer um pouco mais sobre algumas modalidades de seguros 
de Danos Materiais e os tipos de riscos possíveis de serem garantidos:
16
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Seguros Multirriscos
São os seguros que oferecem coberturas concedidas pelos diver-
sos ramos de seguro, sendo a cobertura principal (básica) contra 
Incêndio, Queda de Raio e Explosão de Qualquer Natureza.
São seguros desenvolvidos por cada seguradoras, com base nas 
normas e condições estabelecidas pela Susep.
Seguros Compreensivos
Os Seguros Compreensivos integram o grupo de seguros classi-
ficados como “patrimonial” e se dividem em: compreensivo resi-
dencial; compreensivo condomínio e compreensivo empresarial, 
quando destinado a atividades comerciais, industriais ou serviços.
Para garantir as coberturas do Seguro de Lucros Cessantes, os ris-
cos a serem relacionados são os do grupo compreensivo empre-
sarial e condomínio comercial.
Riscos Nomeados
Seguros que oferecem coberturas concedidas pelos diversos 
ramos de seguro, nos quais há clara identificação dos riscos, pos-
sibilitando a enumeração das garantias oferecidas. Nesse tipo de 
seguro, a exemplo das demais modalidades, a cobertura principal 
(básica) garante os riscos de Incêndio, Queda de Raio e Explosão 
de Qualquer Natureza.
Riscos Operacionais
Os Seguros de Riscos Operacionais se caracterizam por serem con-
tratados com cobertura do tipo All Risks, que se caracteriza por abran-
ger todas as perdas e os danos materiais causados aos bens segu-
rados, exceto os formalmente excluídos em suas condições, sem a 
necessidade de mencionar quais os riscos que encontram cobertos.
Exemplo de Contratação de 
Seguro de Danos Materiais: 
Uma empresa que necessite contratar o Seguro de Lucros Cessantes, 
decorrente do risco de alagamento, deverá ter seu patrimônio físico ampa-
rado por um Seguro de Danos Materiais. Nesse caso, a cobertura de ala-
gamento poderá ser contratada por meio de uma apólice de Seguro Riscos 
Diversos, na modalidade específica de alagamento,como cobertura adicio-
nal nos seguros Compreensivo Empresarial ou Multirriscos ou, ainda, pelos 
seguros de Riscos Nomeados ou Riscos Operacionais.
17
UNIDADE 1
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Considerações Importantes sobre os 
Seguros Compreensivos e Multirriscos
A cobertura de Lucros Cessantes, nos seguros Compreensivos Empresa-
riais/Condomínios, será aquela com que a maioria dos corretores terá con-
tato na sua vida profissional, haja vista que os condomínios comerciais/ 
shopping centers, as micro, as pequenas e as médias empresas contratam 
este tipo de apólice para se proteger das perdas em seu patrimônio físico, 
bem como nos lucros gerados por suas atividades.
A garantia de Lucros Cessantes é uma das coberturas adicionais faculta-
tivas, oferecidas pelos Seguros Compreensivos Multirriscos, sob diversas 
denominações (Diária de Interrupção de Atividade, Despesas Fixas, Lucros 
Cessantes, entre outras) e são oferecidas, em sua maioria, para garantir 
somente as despesas fixas ou parte delas – nesse caso, despesas fixas 
especificadas. 
Usualmente, a cobertura de despesas são oferecidas a Risco Absoluto 
(sem aplicação da cláusula de rateio). Há casos, porém, em que elas são 
oferecidaa Risco Relativo.
Lembre-se
Sem sombra de dúvida, 
a introdução dos Seguros 
Compreensivos e Multirriscos 
no mercado brasileiro, 
popularizou a cobertura de 
Lucros Cessantes. Entretanto, 
essa massificação ocorreu 
somente através da garantia 
para as despesas fixas, 
normalmente oferecida 
nesses produtos..
18
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta
1. Com relação ao Seguro de Lucros Cessantes, as ocorrências de sinistros 
de Danos Materiais podem ser entendidas como sendo:
(a) As perdas decorrentes da paralisação ou redução das atividades.
(b) Algo neutro em relação às perdas decorrentes da paralisação ou da 
redução das atividades.
(c) Amparados pela cobertura de Lucros Cessantes.
(d) O fato gerador do risco de Lucros Cessantes.
(e) A diferença entre perdas e prejuízos relativos à deficiência de seguro.
2. Os acidentes a que estão sujeitos os bens da empresa segurada, que 
podem provocar a paralisação no seu movimento de negócios, são defini-
dos em Lucros Cessantes como:
(a) Eventos cobertos 
(b) Riscos excluídos 
(c) Riscos cobertos
(d) Perdas Financeiras
(e) Bens Cobertos
Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque 
a alternativa correta. 
3. E requisito básico para a empresa contratar o Seguro de Lucros Ces-
santes:
( ) Dedicar-se exclusivamente a atividades industriais.
( ) Possuir Seguro de Danos Materiais para os eventos contra os quais 
deseja se garantir.
( ) Estar inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ/MF).
( ) Possuir contabilidade organizada, a partir da qual poderão ser fixa-
dos os valores seguráveis.
( ) Estar constituída como sociedade anônima.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) V, V, F, V, F (d) F, V, V, V, F
(b) F, V, F, V, F (e) V, V, V, V, V
(c) V, V, V, F, V
19
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Marque a alternativa correta
4. A principal causa da inexpressiva participação do ramo Lucros Cessan-
tes nos prêmios de seguros arrecadados pelo mercado segurador brasi-
leiro é a(o):
(a) Contratação da cobertura de Lucros Cessantes em outros ramos.
(b) Facilidade na regulação e na liquidação de sinistros.
(c) Programa de divulgação do ramo.
(d) Baixo comissionamento pago ao corretor.
(e) Falta de capacidade financeira das seguradoras.
5. A exigência que se faz às empresas que desejam contratar o Seguro de 
Lucros Cessantes, de que possuam Seguro de Danos Materiais, tem por 
objetivo:
(a) Vender mais uma apólice de seguro, gerando, assim, maior receita 
para as seguradoras.
(b) Preservar o patrimônio do acionista da empresa, pois, se não for 
feito o seguro, a empresa pagará vultosas multas.
(c) Garantir a reposição dos bens imóveis e móveis atingidos em caso 
de sinistro, permitindo ao segurado retornar mais facilmente, e com 
maior rapidez, ao ritmo normal de suas atividades.
(d) Aumentar o valor da importância segurada total, para gerar uma 
indenização maior que as perdas sofridas em caso de sinistro.
(e) Permitir à empresa escolher entre a reposição das perdas ocorridas 
com os danos materiais e as perdas decorrentes da paralisação de 
suas atividades.
6. A apólice de Lucros Cessantes será acionada sempre que:
(a) Houver queda de vendas, tanto em consequência de sinistro coberto 
quanto de alterações na conjuntura econômica.
(b) Houver um dano material, garantido por apólice própria, cujo evento 
seja coberto e que conduza a uma redução no giro de negócios do 
segurado.
(c) O período indenitário se encerrar antes do término de vigência do 
contrato.
(d) Houver um dano material, garantido por apólice própria, mesmo que 
o evento ocorrido não esteja coberto por essa apólice.
(e) Não houver franquia na apólice de danos materiais.
20
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
7. A cobertura de Lucros Cessantes pode ser contratada:
(a) Somente no Ramo de Lucros Cessantes.
(b) De forma independente, não sendo necessária a contratação do 
dano material.
(c) Somente para empresas pertencentes a grandes complexos indus-
triais.
(d) No ramo específico, nos seguros compreensivos, multirriscos, riscos 
nomeados e operacionais.
(e) Inclusive para pessoas físicas desempregadas.
21
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
02
GARANTIAS 
do SEGURO 
 ■ Entender como é formado o lucro segurável e como a 
condição econômico-financeira da empresa pode influenciar 
na contratação do seguro de lucro cessantes, considerando 
a literatura especializada na análise de casos práticos.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ OBJETO DO SEGURO
⊲ RISCOS COBERTOS – 
 COBERTURA BÁSICA
⊲ LUCRO LÍQUIDO
⊲ DESPESAS FIXAS
⊲ DESPESAS VARIÁVEIS
⊲ GASTOS ADICIONAIS
⊲ CONDIÇÃO 
ECONÔMICO-FINANCEIRA 
DE UMA EMPRESA
⊲ PARTICIPAÇÃO DO LUCRO BRUTO 
NO MOVIMENTO DE 
NEGÓCIOS DA EMPRESA
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
de LUCROS CESSANTES
22
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Nesta unidade, serão apresentados os diversos conceitos que caracteri-
zam o seguro de Lucros Cessantes, com destaque para a definição do 
objeto do seguro, que apresenta a finalidade da cobertura e a composição 
dos riscos cobertos.
 OBJETO DO SEGURO 
No Seguro de Lucros Cessantes, o objeto a ser garantido é a manutenção 
da operacionalidade e lucratividade da empresa, sendo as perdas ocorri-
das identificadas através da análise dos relatórios financeiros.
 RISCOS COBERTOS – 
 COBERTURA BÁSICA 
A cobertura básica do Seguro de Lucros Cessantes abrange as seguintes 
garantias: 
 ■ Perdas do Lucro Bruto;
 ■ Realização de gastos adicionais;
 ■ Impedimento de acesso.
23
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 — Lucro Bruto
O principal risco normalmente coberto pelo Seguro de Lucros Cessantes 
é a perda de lucro bruto gerada pela paralisação total ou parcial dos 
negócios da empresa, em virtude de danos causados por eventos cober-
tos, exemplo, Danos Materiais.
A responsabilidade no Seguro de Lucros Cessantes estará sempre condi-
cionada às limitações ou às restrições impostas pelas condições dos segu-
ros que garantem os eventos cobertos. Desse modo, se o evento ocorrido 
não estiver coberto pelo seguro específico, o Seguro de Lucros Cessantes 
poderá também não conceder a cobertura.
O conceito de lucro bruto, garantido pelo seguro de Lucros Cessantes, 
não é, necessariamente, o mesmo daquele apresentado na Contabilidade 
da empresa. 
O lucro bruto contábil é a simples diferença entre as recitas líquidas de 
vendas e os custos dos produtos ou mercadorias vendidos ou serviços 
prestados, enquanto que nas condições do seguro de lucros cessantes, 
lucro bruto é tradicionalmente definido como a soma do Lucro Líquido mais 
as Despesas Fixas.
Como fixas consideram-se aquelas despesas que precisam ser realizadas 
mesmo durante o período de paralisação das atividade, não importando se 
haverá ou não receitas para financiá-las.
Portanto, a soma do lucro líquido mais as despesas fixas, será considerada 
como Lucro Bruto Segurável gerado diretamente pelas atividades opera-
cionais da empresa.
O esquema a seguir nos permite uma visualização melhor dos conceitos 
apresentados.
Despesas Fixas
Lucro Líquido
Despesas Variáveis
Preço de Venda
Despesas Fixas Despesas Fixas
Despesas Variáveis
Preço Total de Custo Lucro Bruto Segurável
Lucro Líquido
Lucro Bruto = Lucro Líquido + Despesas Fixas
24
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Lucro Líquido 
As condições dos seguros de Lucros Cessantes, também de forma tradicio-
nal, considera como Lucro Líquido o resultado da diferença entre o total das 
receitas geradas pela venda dos produtos, mercadorias ou serviços presta-
dos e o total das despesas realizadas pela empresa em sua operação.
Normalmente, não são computadas na apuração do Lucro Líquido, as ren-
das de capital e as despesas a elas atribuíveis, justamente por não 
serem oriundas diretamente das atividades operacionaisdas empresas. 
Simplificadamente, podemos definir Lucro Líquido para fins do seguro 
de Lucros Cessantes, como lucro líquido operacional que consta das 
demonstrações contábeis das empresas.
Despesas Fixas
São as despesas realizadas pela empresa, durante cada exercício finan-
ceiro, e que perduram mesmo após a ocorrência de sinistro que para-
lise ou reduza suas atividades, independentemente do volume produzido 
ou negociado.
A definição das despesas fixas a serem incluídas no seguro, exige prévia 
e criteriosa análise contábil do plano de contas da empresa, já esses gas-
tos fixos, muitas vezes, estão incluídos sob títulos gerais no plano contábil. 
Não é aconselhável a exclusão de quaisquer despesas fixas da cobertura 
do seguro de Lucros Cessantes. O ideal é que seja garantida a totalidade 
dessas despesas e nesse caso não é necessário discriminá-las.
Porém, se o cliente optar pela contratação somente de parte de suas des-
pesas fixas, estas devem então ser identificadas na apólice com o mesmo 
nome constante do plano de contas da empresa. 
O conjunto dessas despesas fixas seguradas pela apólice é chamado de 
despesas fixas especificadas.
São exemplos de despesas fixas:
 ■ salários e ordenados;
 ■ honorários;
 ■ FGTS;
 ■ indenizações;
 ■ aviso prévio;
 ■ contribuições para a Previdência Social (INSS);
 ■ Seguros;
Saiba mais
Rendas de capital
São os resultados positivos 
de investimentos realizados. 
Também são chamadas de 
ganhos financeiros.
Despesas atribuíveis
São as despesas decorrentes 
da realização de investimentos. 
Exemplos: comissões pagas, 
taxas de administração financeira.
Lembre-se
As depesas fixas nem 
sempre guardam relação de 
proporcionalidade com o 
volume de bens produzidos ou 
comercializados.
Independentemente de uma 
empresa estar funcionando ou 
não à plena carga ou mesmo 
que ela esteja paralisada, 
boa parte das despesas 
fixas precisam e devem ser 
realizadas.
25
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 ■ energia elétrica; (*) 
 ■ gás; (*) 
 ■ água; (*)
 ■ telefone;
 ■ - portes e telegramas, telex;
 ■ despesas com limpeza;
 ■ assistência: médico-hospitalar, jurídica, contábil, administrativa e 
técnica;
 ■ contribuições e associações;
 ■ impostos em geral; (**) 
 ■ propaganda e publicidade;
 ■ revistas, jornais e livros técnicos;
 ■ despesas da área de Relações Públicas;
 ■ conservação e manutenção;
 ■ aluguéis;
 ■ vigilância;
 ■ juros sobre empréstimos;
 ■ depreciação do ativo; 
 ■ amortizações.
(*) Dependendo das condições negociadas na apólice, parte das despesas 
de energia elétrica, gás e água – mais especificamente aquelas que esti-
verem diretamente relacionadas à variação da quantidade dos bens pro-
duzidos ou vendidos – podem não ser consideradas como despesa fixas. 
(**) Incluem-se na mesma condição acima, as despesas de impostos como: 
IPTU, IPVA, ICMS, ISS, IPI e outros, que também podem não ser considera-
dos como despesas fixas, caso não perdurem em caso após a ocorrência 
de um evento coberto. 
No seguro de Lucros Cessantes, o segurado poderá optar por garantir 
apenas parte do Lucro Líquido, das Despesa Fixas (neste caso, devendo 
especificá-las) ou parte do Lucro Bruto.
No entanto, a escolha desejável é segurar a totalidade desses componen-
tes, pois, em caso de sinistro e respeitado o limite de importância segu-
rada, o segurado será indenizado pela totalidade das perdas oriundas da 
paralisação das suas atividades.
Depreciação 
Fator contábil redutor do 
Ativo Permanente Imobilizado, 
baseado na existência, no uso 
e na conservação dos bens 
relacionados nesse ativo.
Amortização
 Parcela dos gastos alocados no 
exercício financeiro decorrente
de fator redutor do Ativo Diferido, 
ou seja, gastos/investimentos 
realizados em outros exercícios 
que são pulverizados em vários 
exercícios financeiros, devido 
ao seu vulto e porque servirá 
à empresa por vários anos, 
como, por exemplo, despesas 
pré-operacionais, gastos com 
pesquisas e desenvolvimento de 
produtos, dentre outros.
26
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Despesas Variáveis
Antes de explicarmos o conceito de despesas variáveis, é preciso lembrar 
que, de acordo com as normas estabelecidas pela circular Susep nº 
620/2020, nada impede que as seguradoras, em caso especiais, estudem 
formas de garantir cobertura no seguro de Lucros Cessantes para essas 
despesas, desde que seja demonstrado que elas podem contribuir de for-
ma mais rápida para o restabelecimento normal das atividades da empresa.
Assim, tradicionalmente, são definidas como despesas variáveis, aquelas 
que sofrem variação proporcional ao volume de bens produzidos ou vendi-
dos e que não perduram após a ocorrência de sinistro coberto.
Atualmente, como exemplos de despesas variáveis, temos:
 ■ consumo de matérias-primas;
 ■ fretes;
 ■ ICMS, IPI, ISS;
 ■ em geral, os tributos ligados - produção/venda, como PIS, COFINS, 
Imposto de Renda e outros.
 — Gastos Adicionais
Gastos Adicionais são as despesas extraordinárias realizadas pelo segurado 
com o objetivo de eliminar ou reduzir a queda no movimento de negócios 
durante o período de paralisação das atividades da empresa e, assim, evitar 
ou atenuar as perdas de lucro bruto consequentes de um sinistro, restabele-
cendo o ritmo normal de suas atividades o mais rapidamente possível.
A cobertura básica de Gastos Adicionais, incluída no seguro de Lucros 
Cessantes, normalmente não acarreta cobrança de prêmio adicional.
Podemos caracterizar como Gastos Adicionais as despesas não previstas 
nos custos operacionais da empresa, realizadas quando da ocorrência de 
sinistros, como o aluguel de equipamentos para substituir, temporariamen-
te, aqueles que foram danificados e a contratação de mão de obra para 
jornadas extras de trabalho.
Essas despesas, para que sejam indenizadas pela seguradora, devem ser 
realizadas pelo segurado exclusivamente para produzir resultados efetivos 
na redução do tempo de paralisação e, por consequência, nos prejuízos 
indenizáveis. 
Lembre-se
As despesas variáveis 
não estão abrangidas pelo 
Seguro tradicional de Lucros 
Cessantes, uma vez que, como 
deixam de existir quando 
ocorre um sinistro que paralise 
a atividade do segurado, não 
terão de ser realizadas e, 
assim, não serão consideradas 
na composição do lucro bruto 
segurável. 
27
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Limitações de Gastos Adicionais
Ressaltamos que, para a efetiva cobertura de gastos adicionais, deverá 
ocorrer o que se chama de relação custo x benefício, conforme demons-
trada pela figura a seguir:
Perturbação ou 
paralisação do 
movimento de 
negócios, 
em consequência 
de sinistros de 
danos materiais 
de evento 
amparado pelo 
Seguro de Lucros 
Cessantes
Queda do 
movimento 
de negócios 
Perda do 
Lucro Bruto
GASTOS 
(DESPESAS 
EXTRAORDINÁRIAS)
Redução da queda 
do movimento de 
negócios, 
consequentemente à 
redução da Perda do 
Lucro Bruto
Amparado pela 
cobertura básica, sob 
o título de gastos 
adicionais
Sem reflexo na 
queda do movimento 
de negócios
Não será 
amparado pelo Seguro 
de Lucros Cessantes
 — Impedimento de Acesso
A cobertura de Impedimento de Acesso garante a perturbação ou parali-
sação no giro de negócios da empresa, quando provocada pela interdição 
do estabelecimento ou do logradouro onde a empresa está localizada, em 
virtude de ocorrência de evento previsto na apólice, porém ocorrido em 
outro local da vizinhança. 
Dessa forma, por meio dessa garantia, o seguro de Lucros Cessantes 
garante cobertura mesmo que nenhum dos locais mencionados na apólice 
tenha sofrido qualquer dano material. 
Normalmente, a cobertura exige que o período de interdição do estabele-
cimento ou logradouro seja superior a 48 horas e tenha sido determinado 
por autoridade competente.
Pela prática atual do mercado, que poderá ser entendida de forma dife-
rente no futuro próximo, em razão da mencionadacircular Susep nº 
620/2020, para caracterização da cobertura de impedimento de acesso, 
é necessário que:
 ■ os danos materiais ocorram na vizinhança do local segurado, cau-
sando-lhes perdas materiais;
 ■ o evento causador do dano material na vizinhança esteja garantido 
pela apólice do segurado;
 ■ a interdição do local seja decretada por autoridade competente;
 ■ o período de interdição seja superior a 48 horas.
A cobertura de impedimento de acesso funciona independentemente 
28
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
do fato de nenhum dos locais segurados ter sofrido dano material (apenas 
seus vizinhos). É uma garantia compreendida na cobertura básica do Segu-
ro de Lucros Cessantes, portanto, não há necessidade de pagamento de 
prêmio adicional nem de se estabelecer verba específica.
Exemplo:
Um posto de gasolina, vizinho ao local segurado, sofreu um alagamento, e 
todo o logradouro (inclusive o local segurado) foi interditado pela Defesa 
Civil, paralisando as atividades do segurado por 7 dias.
Situação 1: O segurado contratou o Seguro de Lucros Cessantes decor-
rente dos eventos de Incêndio e Alagamento.
Neste caso, a cobertura de impedimento de acesso será normalmente 
garantida pelo seguro de Lucros Cessantes, uma vez que o evento que 
originou a paralisação das atividades da empresa – alagamento, encon-
tram-se especificado na apólice.
Situação 2: O segurado contratou o Seguro de Lucros Cessantes decor-
rente apenas do evento de Incêndio.
Neste caso, pelas praticas atuais de mercado, a cobertura de impedimento 
de acesso não seria garantida pelo seguro de Lucros Cessantes segurado, 
pois o risco de Incêndio encontra-se especificado na apólice.
Todavia, lembrando mais uma vez os efeitos da flexibilização das condi-
ções contratuais dos seguros do grupo patrimonial, promovida pela circu-
lar SUSEP nº 620/2020, esse segundo exemplo poderá vir a ser estudo e 
concedida a cobertura de impedimento de acesso, mesmo sem a contra-
tação de cobertura para o risco de alagamento. Para isso, podemos admi-
tir, por exemplo, que o segurado, pelas características da localização das 
sua instalações (situado em um plano mais elevado em relação ao posto 
de gasolina), não precisaria contratar a cobertura de alagamento na sua 
apólice de Danos Materiais, pelo simples fato de não estar sujeito a sofrer 
danos diretos pela ocorrência desse evento.
 CONDIÇÃO 
 ECONÔMICO-FINANCEIRA 
 DE UMA EMPRESA 
29
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
A análise econômico-financeira de uma empresa é realizada através de 
suas demonstrações contábeis: 
 ■ Balanço Patrimonial: retrato da situação econômico-financeira em 
determinado momento.
 ■ Demonstração do Resultado do Exercício: receitas e despesas 
auferidas pela empresa em determinado período. 
 ■ Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos: variações do 
capital de giro ou capital circulante. 
 ■ Fluxo de Caixa: movimentação (entradas e saídas) de recursos 
financeiros da empresa. 
A condição econômico-financeira de uma empresa em funcionamento 
só pode apresentar uma das três situações abaixo:
 ■ a empresa opera com lucro;
 ■ a empresa opera com resultado nulo; ou
 ■ a empresa opera com prejuízo.
É com base nessas possíveis situações que o Seguro de Lucros Ces-
santes opera.
 — A Empresa Opera com Lucro Líquido
É a situação ideal, pretendida por todos os empresários.
Nesse caso, a cobertura do Seguro de Lucros Cessantes tem por objetivo 
indenizar o lucro bruto que a empresa obteria em condições normais 
de funcionamento, ou seja, o lucro líquido somado às despesas fixas.
Lucro Bruto Segurável = Lucro Líquido + Despesas Fixas
Despesas Fixas
Lucro Líquido
Despesas 
Variáveis
Preço de Venda
Despesas Fixas Despesas Fixas
Despesas
Variáveis Total
Preço Total de Custo Lucro Bruto Segurável
Lucro Líquido
30
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Estudo de Caso 1
Dados apurados pela Contabilidade da Empresa A
Movimento de Negócios (Vendas) R$ 100.000,00
Despesas Fixas (R$ 30.000,00)
Despesas Variáveis (R$ 60.000,00)
Total das Despesas (R$ 90.000,00)
Lucro Líquido R$ 10.000,00
Lucro Bruto Segurável = R$ 10.000,00 + R$ 30.000,00 = R$ 40.000,00
R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 R$ 30.000,00
R$ 10.000,00 R$ 10.000,00
R$ 60.000,00 R$ 60.000,00
Preço Total de Custo Preço de Venda Lucro Bruto Segurável
 — A Empresa Opera com 
Resultado Nulo
A situação, embora difícil de ocorrer na prática, é bastante didática para o 
estudo desse seguro.
Caracteriza-se pelo preço de venda ser equivalente ao preço total de 
custo. No caso, a cobertura tem por objetivo indenizar as despesas 
fixas (pois não há lucro líquido).
Lucro Bruto Segurável = Despesas Fixas
Despesas Fixas Despesas Fixas Despesas Fixas
Despesas Variáveis Despesas Variáveis
Preço Total de Custo Preço de Venda Lucro Bruto Segurável
31
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Estudo de Caso 2
Dados apurados pela Contabilidade da Empresa B
Movimento de Negócios (Vendas) R$ 100.000,00
Despesas Fixas (R$ 30.000,00)
Despesas Variáveis (R$ 70.000,00)
Total das Despesas R$ 100.000,00
Lucro Líquido Zero
Lucro Bruto Segurável = R$ 30.000,00
R$ 30.000,00 R$ 30.000,00 R$ 30.000,00
R$ 70.000,00 R$ 70.000,00
Preço Total de Custo Preço de Venda Lucro Bruto Segurável
 — A Empresa Opera com Prejuízo
Podemos afirmar que, se a empresa opera com prejuízo, os custos são 
superiores às vendas; logo o lucro líquido é negativo (representação mate-
mática para o prejuízo, em que a empresa estava).
É a situação empresarial mais desfavorável, mas nem por isso seria desvan-
tajosa ou desaconselhável a contratação do Seguro de Lucros Cessantes.
Pelo contrário, nesse caso, o objetivo seria o de não permitir o agra-
vamento da situação econômico-financeira da empresa, mantendo o 
mesmo nível de prejuízo que havia antes do sinistro.
Lembre-se de que o seguro jamais pode proporcionar lucro ao segurado. 
Então, se por ocasião do sinistro a empresa atuava com prejuízo, o máximo 
que poderia obter do Seguro de Lucros Cessantes seria a mesma situação 
de prejuízo em que se encontrava antes.
O seguro, nesse caso, terá como objetivo indenizar a diferença entre o 
total das despesas fixas e o prejuízo, ou seja, o objetivo do seguro será 
financiar a parcela das despesas fixas que as vendas financiariam se não 
tivesse ocorrido o sinistro.
Se o lucro líquido é negativo (prejuízo), o lucro bruto é o resultado da 
seguinte equação:
32
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Lucro Bruto = (– Lucro Líquido) + Despesas Fixas
Ou seja: se a empresa apresenta prejuízo, a equação será a seguinte:
Lucro Bruto Segurável = Despesas Fixas – Prejuízo
Verifica-se que assim é alcançado o objetivo do Seguro de Lucros Cessan-
tes, pois, ao indenizar a parte das despesas fixas que são financiadas pelas 
receitas da empresa, evita-se que o segurado obtenha prejuízos maiores 
que ocorreriam em uma situação normal sem sinistros, ou seja, restabelece 
a situação financeira que seria alcançada se não houvesse o sinistro.
Estudo de Caso 3
Dados apurados pela Contabilidade da Empresa C
Movimento de Negócios (Vendas) R$ 100.000,00
Despesas Fixas (R$ 30.000,00)
Despesas Variáveis (R$ 120.000,00)
Total das Despesas (R$ 150.000,00)
Lucro Líquido (R$ 50.000,00)
Lucro Bruto Segurável = R$ 30.000,00 – R$ 50.000,00 = (R$ 20.000,00)
Despesas Fixas 
R$ 30.000
Prejuízo 
R$ 50.000
Despesas Variáveis 
R$ 120.000
Vendas 
R$ 100.000
Preço Total de Custo Preço de Venda Lucro Bruto Segurável
33
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Nesse caso, temos um lucro bruto segurável negativo, o que significa 
que as receitas (vendas) da empresa não conseguem pagar suas despesas 
fixas, ou seja, se a empresa deixar de operar, obterá um melhor resultado 
(seu prejuízo será menor).
A Empresa C não tem lucro a perder, portanto, não deve fazer o Seguro de 
Lucros Cessantes.
Estudo de Caso 4
Dados apurados pela Contabilidade da Empresa D
Movimentode Negócios (Vendas) R$ 100.000,00
Despesas Fixas (R$ 30.000,00)
Despesas Variáveis (R$ 90.000,00)
Total de Despesas (R$ 120.000,00)
Lucro Líquido (Prejuízo) (R$ 20.000,00)
Lucro Bruto Segurável = R$ 30.000,00 – R$ 20.000,00 = R$ 10.000,00
Despesas Fixas 
R$ 30.000
Prejuízo 
R$ 20.000
Despesas Variáveis 
R$ 90.000
Vendas 
R$ 100.000
R$ 10.000
Preço Total de Custo Preço de Venda Lucro Bruto Segurável
Repare que o caso da Empresa D é diferente. Embora suas receitas (ven-
das) não consigam pagar a totalidade das suas despesas fixas, uma parte 
destas despesas é paga. Logo, se houver uma paralisação dos negó-
cios, como a empresa irá pagar esta parte das despesas?
Ou seja, diferentemente da Empresa C, a Empresa D tem lucro a perder. 
Portanto, poderá contratar o Seguro de Lucros Cessantes para cobrir a 
parcela das despesas fixas que suas receitas conseguem pagar quando a 
empresa está operando.
34
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Conclusão
O Seguro de Lucros Cessantes ampara a empresa que opera obtendo lucro líquido 
 (Empresa A), a que opera obtendo nem lucro líquido nem prejuízo (Empresa B), e até a 
que opera obtendo prejuízo (Empresa D).
O lucro bruto segurável é igual à diferença entre o valor das vendas (faturamento) e as 
Despesas Variáveis (incluindo-se nestas despesas os custos de venda, de produção 
ou de prestação de serviços), sempre que o valor das vendas ultrapassar as Despesas 
Variáveis. A empresa será indenizada, em caso de sinistro, das perdas geradas pela 
redução do faturamento, ou seja, do lucro bruto perdido.
No caso de o faturamento (vendas) da empresa ser igual ou inferior às suas despesas 
variáveis, o Seguro de Lucros Cessantes não se aplicará, porque o interesse segurável, 
que é o lucro bruto, não existirá (como é o caso da empresa C).
Não obstante a validade da aplicação prática de todos esses exemplos, mais uma 
vez precisamos lembrar que as normas recentemente publicadas, permitirão estudos 
específicos para possibilitar a garantia de qualquer situação socioeconômica apresen-
tada pela empresa que pretende garantir o seguro de Lucros Cessantes, condicionada, 
sempre, à condição de não proporcionar lucro ao segurado. 
Atenção
O corretor de seguros deve orientar seus clientes a contratar o Seguro de Lucros 
Cessantes para garantir a totalidade do lucro bruto. Caso o segurado opte por garantir 
somente parte desse lucro bruto, o corretor de seguros deve expressar, formalmente, 
qual é a sua recomendação e qual foi a decisão do segurado, para evitar quaisquer 
problemas num sinistro futuro.
 PARTICIPAÇÃO DO LUCRO BRUTO 
 NO MOVIMENTO DE 
 NEGÓCIOS DA EMPRESA 
35
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 — Movimento de Negócios
Movimento de negócios de uma empresa é o total das quantias pagas 
ou devidas por mercadorias ou produtos vendidos ou por serviços pres-
tados no curso das atividades industriais ou comerciais, realizadas nos 
locais cobertos pelo seguro. 
Movimento de negócios também pode ser entendido como as receitas 
operacionais líquidas ou, simplesmente, o faturamento (vendas líquidas) da 
empresa.
A análise do movimento de negócios da empresa servirá de base para a 
determinação dos valores a segurar, bem como para a apuração das perdas 
financeiras sofridas em decorrência de sinistro.
Dependendo da atividade desenvolvida pelo segurado, faz-se necessário 
incluir, no texto das apólices, especificações (cláusula) sobre os critérios 
que serão utilizados para a apuração do movimento de negócios da empre-
sa (Valor em Risco), bem como quais são as perdas cobertas pela apólice e 
como essas perdas serão apuradas no momento do sinistro.
 — Tipos de Especificações
Movimento de Negócios – Base: Vendas
Como vimos anteriormente, Movimento de Negócios é o total das 
quantias pagas ou devidas ao Segurado por mercadorias vendidas 
ou por serviços prestados, e serve para definir o Valor em Risco 
em caso de sinistros em empresas comerciais e de prestação de 
serviços.
Produção – Base: Unidades Produzidas
Definição utilizada para o cálculo do Valor em Risco com base no 
total de unidades da mesma espécie produzidas no local segurado. 
Tem sua maior aplicação no caso de indústrias que fabricam um 
único tipo de produto.
Produção – Base: Valor de Venda
Definição utilizada para o cálculo do Valor em Risco com base no 
valor total de venda dos produtos produzidas no local segurado.
Tem sua maior aplicação no caso de indústrias que fabricam vários 
produtos e utilizam diversas matérias-primas.
36
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Consumo
Definição utilizada para o cálculo do Valor em Risco com base no 
valor total de unidade de matéria-prima consumida na fabricação 
dos produtos no local segurado.
Tem sua maior aplicação no caso de indústrias que fabricam mais 
de um produto e consomem uma única matéria-prima.
Comentário
As especificações de Produção e Consumo são definições complementares à especi-
ficação Movimento de Negócios e têm por finalidade facilitar o processo de regulação 
de sinistros em indústrias. 
Assim, utilizando-se as definições de produção ou consumo, facilmente poderá ser 
determinado o Valor em Risco a ser utilizado no cálculo da indenização, bastando 
determinar a queda na produção de produtos prontos ou a queda no consumo de 
matérias-primas..
Exemplo
Uma indústria de sapatos contratou uma apólice de Seguro de Lucros Cessantes 
 decorrentes do evento Incêndio. Alguns dias depois, o local segurado foi atingido por um 
sinistro de incêndio, que só causou danos materiais ao setor de produção. 
Em consequência desse sinistro, a indústria passou a produzir apenas 50% dos sapatos 
que produzia normalmente. Todavia, como havia sapatos estocados, que não foram da-
nificados pelo incêndio, as vendas dessa indústria se realizaram normalmente durante os 
meses que foram necessários para o retorno da produção e normalização das atividades. 
Situação 1:
Se a seguradora fizesse a apuração do valor em risco apenas com base na definição 
movimento de negócios, concluiria que não houve perda nesses 3 meses, já que as 
vendas foram realizadas normalmente durante o período de paralisação, o que seria 
injusto com o segurado, que não receberia a indenização.
Situação 2:
Nesse caso, tratando-se de uma indústria, o correto é utilizar as definições produção (uni-
dades ou valor de venda) ou consumo, pois somente por meio da análise da queda na 
fabricação de produtos prontos ou no consumo de matérias-primas é possível determinar 
as perdas financeiras ocorridas que serão cobertas pelo Seguro de Lucros Cessantes.
37
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 — Margem de Lucro Bruto
Margem de lucro bruto é a denominação que se dá a participação propor-
cional do Lucro Bruto Segurável (soma do lucro líquido com as despesas 
fixas) no Movimento de Negócios da empresa, assim representada:
Margem de Lucro Bruto = Lucro Bruto Segurável x 100 
 Movimento de Negócios 
Ou por outra leitura, Margem de Lucro Bruto é o percentual que o Lucro 
Bruto Segurável representa no movimento de negócios da empresa e 
corresponde à parcela máxima desse movimento que será garantida pelo 
Seguro de Lucros Cessantes.
A finalidade de se conhecer a Margem de Lucro Bruto da empresa é 
facilitar a determinação da importância segurada e a apuração do valor em 
risco em caso de sinistro.
 — Cálculo da Margem de Lucro Bruto
Para a contratação do Seguro de Lucros Cessantes, é fundamental a corre 
ta identificação do lucro bruto (LB), das despesas fixas (DF), do lucro líquido 
(LL) e do movimento de negócios (MN).
Vejamos o seguinte exemplo:
Exemplo
Movimento de Negócios (Vendas) R$ 100.000,00
Despesas Fixas (R$ 20.000,00)
Despesas Variáveis (R$ 70.000,00)
Total das Despesas (R$ 90.000,00)
Lucro Líquido (Vendas – Despesas) 
(R$ 100.000 – R$ 90.000) 
R$ 10.000,00
Lucro Bruto Segurável (LL + DF)(R$ 10.000 + R$ 20.000)
R$ 30.000,00
Margem de Lucro Bruto = (R$ 30.000,00 ÷ R$ 100.000,00) × 100 = 30%
Neste caso, o lucro bruto segurável representa 30% do movimento de negócios 
(vendas) da empresa, sendo, portanto, a parcela máxima do faturamento que será 
garantida pelo Seguro de Lucros Cessantes.
Lembre-se
O Seguro de Lucros Cessantes 
objetiva restabelecer as 
mesmas condições financeiras 
existentes na empresa 
segurada, antes da ocorrência 
do sinistro.
38
UNIDADE 2
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Aplicação prática
Calcule a margem de lucro bruto para o Seguro de Lucros Cessantes de uma empresa, 
que apresenta os seguintes dados contábeis:
Despesas Fixas: R$ 1.000.000,00
Despesas Variáveis: R$ 1.200.000,00
Prejuízo: R$ 200.000,00
Movimento de Negócios (Vendas): R$ 2.000.000,00
Solução:
1º Passo – Cálculo do Lucro Bruto:
Verifica-se que a empresa não opera com lucro líquido, mas com prejuízo, portanto, o 
seguro irá garantir apenas a parcela das despesas fixas que superam o prejuízo, ou seja:
Lucro Bruto = Despesas Fixas – Prejuízo
Lucro Bruto = R$ 1.000.000,00 – R$ 200.000,00 = R$ 800.000,00
2o Passo – Cálculo da Margem de Lucro Bruto, em que:
Margem de Lucro Bruto = (R$ 800.000,00 ÷ R$ 2.000.000,00) × 100 = 40%
39
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta
1. O objeto do Seguro de Lucros Cessantes:
(a) É a manutenção da operacionalidade e lucratividade da empresa.
(b) São exclusivamente os bens imóveis da empresa.
(c) São exclusivamente as mercadorias e as matérias-primas da empresa.
(d) São exclusivamente os bens móveis da empresa.
(e) São todos os bens móveis e imóveis da empresa.
2. Entende-se por riscos cobertos pelo Seguro de Lucros Cessantes:
(a) A perda do patrimônio físico da empresa, pela ocorrência de sinis-
tro de Danos Materiais de evento coberto.
(b) A perda do lucro bruto, gerada pela paralisação total ou parcial 
dos negócios da empresa, em virtude de ocorrência de sinistro de 
Danos Materiais de evento coberto.
(c) A perda do patrimônio físico e, consequentemente, a perda do lucro 
bruto, gerada pela paralisação total ou parcial dos negócios da 
empresa, em virtude de ocorrência de sinistro de Danos Materiais 
de evento coberto.
(d) A perda do lucro bruto, gerada pela paralisação total ou parcial dos 
negócios da empresa, pela ocorrência de sinistro de Danos Mate-
riais de qualquer evento.
(e) A perda do lucro bruto, gerada pela paralisação total ou parcial dos 
negócios da empresa, em consequência de instabilidade econômi-
ca do país.
3. A participação do lucro bruto no movimento de negócios da empresa 
é obtida:
(a) Com base nos valores, em estoque, dos produtos acabados na data 
do evento.
(b) Pela soma lucro líquido + despesas fixas, dividida pelo movimento 
de negócios.
(c) Pela soma lucro bruto + despesas fixas, dividida pelo movimento de 
negócios.
(d) Pela soma lucro líquido + despesas variáveis, dividida pelo movimen-
to de negócios.
(e) Pela soma gastos adicionais + despesas com instalação em novo 
local, dividida pelo movimento de negócios.
40
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
4. Se uma empresa opera com prejuízo, o objetivo do Seguro de Lucros 
Cessantes é o de indenizar:
(a) A rentabilidade positiva da empresa.
(b) As despesas variáveis.
(c) Somente os gastos adicionais.
(d) A diferença entre as despesas fixas e o prejuízo.
(e) A soma do lucro bruto com as despesas fixas.
5. As especificações produção (unidades), produção (valor de venda) e 
consumo:
(a) São típicas de riscos comerciais.
(b) Não são utilizadas, em nenhuma circunstância, nos sinistros de 
Lucros Cessantes.
(c) Aplicam-se a riscos industriais e são complementares à especifica-
ção movimento de negócios.
(d) São aplicáveis quando uma loja comercial é paralisada por impedi-
mento de acesso.
(e) Aplicam-se aos riscos comerciais, mas não são complementares à 
especificação movimento de negócios.
Assinale com “V” as afirmativas verdadeiras e com “F”, as falsas 
6. No Seguro de Lucros Cessantes, com relação à cobertura de despesas 
fixas:
( ) O segurado poderá decidir se garantirá total ou parcialmente as des-
pesas fixas.
( ) Despesas fixas são aquelas que perduram após a ocorrência do sinistro. 
( ) Somente as despesas variáveis relacionadas na apólice serão indenizadas.
( ) As despesas fixas relacionadas na apólice são denominadas despe-
sas fixas especificadas.
( ) O segurado poderá garantir a totalidade das despesas variáveis.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) F, F, V, V, V (d) V, F,V, V, V
(b) V, V, F, F, V (e) V, V, F, V, F
(c) F, V, V, F, V
41
FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Marque a alternativa correta
7. As chamadas despesas variáveis, no Seguro de Lucros Cessantes, são 
aquelas que:
(a) Aumentam em demasia, por causa do sinistro.
(b) Simplesmente deixam de existir, após um sinistro com perda total.
(c) Significam a mesma coisa que gastos adicionais.
(d) Somadas às despesas fixas, perfazem aquilo que se chama de lucro 
bruto para efeito de seguro.
(e) A rigor não existem, pois todas as despesas de uma empresa são fixas.
8. Os gastos adicionais, para serem considerados como tais, para efeito do 
Seguro de Lucros Cessantes:
(a) Devem resultar em redução na queda de movimento de negócios.
(b) São sempre indenizáveis, desde que tenha havido boa-fé por parte 
do segurado.
(c) Destinam-se a cobrir deficiências do Seguro de Danos Materiais.
(d) Nada têm a ver com o Seguro de Lucros Cessantes.
(e) São indenizáveis, desde que realizados antes do sinistro.
9. Com relação à cobertura de impedimento de acesso, podemos afirmar 
que:
(a) Exige interdição do local por autoridade competente.
(b) Precisa possuir verba própria na apólice.
(c) Ampara o segurado mesmo se o evento ocorrido não estiver previsto 
na apólice.
(d) Só é eficaz se o evento ocorrer no interior do estabelecimento segurado.
(e) Ampara os danos a partir do momento de ocorrência do evento em 
causa.
10. No Seguro de Lucros Cessantes, a expressão “movimento de negó-
cios” significa:
(a) Os gastos com propaganda e publicidade da empresa segurada.
(b) A movimentação de mercadorias no espaço físico da indústria.
(c) A transferência de estoques da matriz para as filiais da empresa.
(d) O total das quantias que o segurado receberá quando vender esto-
ques acumulados e salvados após o sinistro.
(e) O total das quantias pagas ou devidas ao segurado por mercadorias 
vendidas ou por serviços prestados no curso das atividades, nos 
locais mencionados na apólice.
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UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ PERÍODO INDENITÁRIO
⊲ IMPORTÂNCIA SEGURADA
⊲ TAXAÇÃO
⊲ FRANQUIA DEDUTÍVEL
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
ELEMENTOS 
DO SEGURO 
e SUAS CARACTERÍSTICAS
03
 ■ Entender as características e o funcionamento das 
coberturas do seguro de lucros cessantes, considerando a 
literatura especializada em análises de casos práticos.
43
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Nesta unidade, estudaremos as características dos elementos básicos do segu-
ro de Lucros Cessantes, como itens fundamentais para emissão da apólice. 
 PERÍODO INDENITÁRIO 
Após a ocorrência de um evento (fato gerador), haverá a necessidade de 
um tempo para a empresa recuperar o ritmo normal de suas atividades. Esse 
tempo é denominado período indenitário, o qual deverá, obrigatoriamen-
te, ser definido na apólice, estimado pelo segurado, expresso em meses e 
limitado, normalmente, ao máximo de 36 meses.
Período indenitário, portanto, é o tempo necessário para a empresa recu-
perar o ritmo normal de suas atividades, após a ocorrência de um sinistro 
que provoque a paralisação ou a redução de seu movimento de negócios.
O início do período indenitário coincide com a data da ocorrência do evento 
que causou danos ao patrimônio do segurado, por exemplo,o sinistro de 
Danos Materiais, e seu término ocorre com a normalização das atividades 
da empresa ou quando se esgotar o número de meses estabelecido na apó-
lice como período indenitário, prevalecendo o que ocorrer primeiro.
Tendo ainda como base um sinistro de danos materiais, como o período 
indenitário está relacionado ao restabelecimento do movimento de negó-
cios do segurado, e não à reparação do dano material causador da paralisa-
ção, caso esse dano tenha sido reparado, o período indenitário continuará 
sendo considerado até a retomada da situação financeira que a empresa se 
encontrava anteriormente a ocorrência do sinistro de Dano Material.
Esta é uma característica própria do Seguro de Lucros Cessantes: a garantia 
se prolonga no tempo, podendo até ultrapassar a vigência da apólice, 
dependendo da data em que ocorrer o fato gerador do sinistro de Lucros 
Cessantes e do número de meses do período indenitário. Entretanto, é 
necessário que o sinistro causador da paralisação e coberto por apólice 
específica ocorra dentro do período de vigência da apólice do Seguro de 
Lucros Cessantes.
Lembre-se
Normalmente, um incêndio é 
um acidente mais grave do 
que um dano elétrico. Logo, o 
número de meses necessários 
à retomada das atividades 
será maior após um incêndio 
do que após um dano elétrico, 
o que acarreta em períodos 
indenitários diferentes.
44
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
É importante que o período indenitário seja bem dimensionado para 
cada evento (risco) coberto no seguro específico, observando-se as provi-
dências que normalmente são necessárias em caso de sinistros:
 ■ limpeza e remoção de bens destruídos; 
 ■ obtenção das licenças necessárias; 
 ■ tempo de reconstrução dos prédios; 
 ■ reinstalação de equipamentos;
 ■ recuperação do processo produtivo.
Dessa forma, o segurado deverá fixar, na apólice, o período indenitário de cada 
evento contra os quais se deseja a cobertura do seguro de Lucros Cessantes.
Exemplo
Situação hipotética de um sinistro Incêndio numa indústria de autopeças, que atingiu 
os prédios e seus conteúdos (M.M.U e M.M.P), e para o qual foi contratado um período 
indenitário de 15 meses.
SINISTRO
CLIENTELA
Peritos para 
avaliação de 
perdas
Encomendas
Espera
Espera
Recebimento
Retomada 
dos negócios
Acabamentos
Instalação e 
montagem
Testes
Obras
Peritos para 
remoção de 
escombros, 
planejamento, 
licenças
ESTOQUES
MÁQUINAS E 
EQUIPAMENTOS
11o MÊS
RETOMADA DA 
PRODUÇÃO
15o MÊS
FIM DO P.I. 
CONTRATADO 
NA APÓLICE
PRÉDIOS
Normalmente, o período indenitário pode variar de 1 a 36 meses e é um 
dos parâmetros base para a determinação da importância segurada, pois 
quanto maior o período necessário à retomada das atividades, maior será 
o volume de lucro bruto que o segurado poderá perder com a ocorrência 
de um sinistro. 
O período indenitário é também determinante para o cálculo da taxa e, 
consequentemente, do prêmio do seguro de lucros cessantes.
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UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Aplicação prática
Por quanto tempo o segurado teria direito à indenização, pelo Seguro de Lucros Ces-
santes, com base nos dados abaixo?
 ■ Vigência: 01/01/20 a 01/01/21
 ■ Data do sinistro de Dano Material: 01/03/20 
 ■ Data da finalização da reparação do Dano Material: 30/04/20
 ■ Data da normalização das atividades por parte do segurado: 31/05/20 
 ■ Período indenitário fixado na apólice: 5 meses
É importante lembrar que, para fins de sinistro de Lucros Cessantes, não existe 
relação entre o prazo do seguro (vigência) e o período indenitário, pois este começa 
a vigorar a partir da data do sinistro de Dano Material que cause perturbação ou pa-
ralisação no movimento de negócios do segurado. Contudo, é necessário que esse 
sinistro causador do dano material ocorra dentro da vigência da apólice de Lucros 
Cessantes.
Resposta:
 ■ A data do sinistro de Dano Material (01/03/20) ocorreu dentro da vigência da apó-
lice e, considerando que tal sinistro tenha causado perturbação no movimento de 
negócios do segurado, será indenizável pela apólice de Lucros Cessantes.
 ■ Assim, o período indenitário começará a contar a partir da data do sinistro de Danos 
Materiais (01/03/20) e será encerrado quando findar este período (previsto na apó-
lice) ou quando se der a normalização das atividades do segurado (mesma situação 
financeira anterior à ocorrência do sinistro).
 ■ Pelo exemplo, como a normalização das atividades do segurado ocorreu três meses 
após a ocorrência do sinistro de Danos Materiais, o período indenitário coberto será 
de 3 meses (de 01/03/20 a 31/05/20).
INÍCIO DO PI
01/01/20 30/04/20 31/05/20 01/01/2131/07/2001/03/20
FIM DO PI MÁXIMO
(fixado na apólice)
Recuperação 
Dano Material
Recuperação 
do Mercado
E se o segurado viesse a normalizar as suas atividades somente em 30/09/20? 
Nesse caso, seria obedecida a limitação dos meses do período indenitário fixado 
na apólice, de 5 meses, ou seja de 01/03/20 a 31/07/20.
46
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 IMPORTÂNCIA SEGURADA 
Para estipular o LMI – Limite Máximo de Indenização (importância segura-
da), que deve ser garantido na apólice de Lucros Cessantes, o segurado 
precisa estimar inicialmente o valor do lucro bruto segurável, correspon-
dente ao período indenitário que será escolhida para a apólice. 
Como vimos, cada evento pode ter um período indenitário diferente, logo, 
teremos também que estimar o LMI – Limite Máximo Indenizável para cada 
evento. 
Para a fixação desse LMI, precisamos passar por mais duas etapas além da 
definição do número de meses do Período Indenitário, a saber:
 I – Cálculo do Lucro Bruto Segurável
II – Cálculo da Margem de Lucro Bruto
 — Cálculo do Lucro Bruto Segurável
Nesta etapa, é necessário definir qual será a abrangência da cobertura, 
ou seja, o que será garantido pelo seguro, se apenas o Lucro Líquido (LL), 
se o Lucro Líquido mais Despesas Fixas (LL + DF) ou somente as Despe-
sas Fixas (DF). Tudo de acordo com os princípios já estudados na unidade 
sobre Condição Econômico-Financeira de uma Empresa da Unidade 2, 
que se aplicam, justamente, neste momento.
1ª opção: totalidade do lucro bruto
Somatório do lucro líquido e todas as despesas fixas, que é a 
opção mais aconselhável, haja vista que isso permitirá ao seguro 
cumprir integralmente sua função de restabelecimento da mesma 
situação financeira da empresa segurada.
Lucro Bruto Segurável = Lucro Líquido + Despesas Fixas Totais
2ª opção: somente o lucro líquido
Neste caso, o segurado garantirá, única e exclusivamente, o lucro 
líquido que obteria se não paralisasse suas atividades, ou seja, não 
garante suas despesas fixas.
Lucro Bruto Segurável = Lucro Líquido
Atenção
 ■ A importância segurada 
deve ser igualada ao valor em 
risco, pois se a LMI for igual 
ao VR, não haverá rateio;
 ■ Se forem estipulados perío-
dos indenitários específicos 
para cada evento coberto, 
encontraremos valores em 
riscos diferentes e, con-
sequentemente, devemos 
estipular importâncias segu-
radas diferentes; 
 ■ Se os períodos indenitários 
forem iguais, os valores em 
riscos serão iguais, logo 
as importâncias seguradas 
devem ser as mesmas.
47
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
3ª Opção: somente despesas fixas
Essa condição exige que o segurado reconheça como segurável a 
totalidade das despesas fixas contantes do seu balanço patrimonial.
Lucro Bruto Segurado = Despesas Fixas Totais
4ª opção: somente despesas fixas especificadas
Neste caso, o segurado escolhe algumas de suas despesas fixas 
e as relaciona na apólice. São as chamadas despesas fixas espe-
cificadas, ou seja, as demais despesas fixas não estarão cobertas 
pela apólice.
Lucro Bruto Segurado = Despesas Fixas Especificadas 
5ª Opção: apenas parte das despesas fixas e o 
lucro líquido 
Neste caso, o segurado exclui do seguro algumas despesas fixas, 
garantindo apenasas suas despesas especificadas e o lucro líqui-
do de sua atividade.
Lucro Bruto Segurado = Lucro Líquido + Despesas Fixas Especifi-
cadas
 — Cálculo do Lucro Bruto Segurado 
Após apurado o Lucro Bruto Segurável e a Margem de Lucro Bruto, está na 
hora de determinar o Lucro Bruto Segurado, que irá representar o LMI do 
seguro de Lucros Cessantes.
Para o cálculo do Lucro Bruto Segurado, aplica-se a Margem de Lucro 
Bruto ao maior volume de previsão de vendas (movimento de negócios) 
relativo ao mesmo número de meses futuro do período indenitário (PI)
Assim temos:
 —
LB Segurado ou LMI = Movimento de Negócios Ajustado x Margem de LB
 Resumindo:
Para calcular a importância segurada da cobertura básica, temos as seguin-
tes etapas:
I. Definir se será garantido na apólice somente o Lucro Líquido, ape-
nas as Despesas Fixas ou o somatório de ambos, Lucro Bruto;
48
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
II. Definir quais serão os riscis que serão cobertos (danos materiais) e 
respectivos períodos indenitários;
III. Projetar as vendas futuras (de acordo com a tendência dos negó-
cios do segurado) para os mesmos números de meses do período 
indenitário contratado para cada evento.
IV. Determinar a maior perda de lucro bruto possível, ou seja, aplicar 
a mar gem de lucro bruto ao maior volume de vendas possíveis 
de serem perdidas durante o período indenitário de cada evento. 
49
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 
Aplicação prática
Um depósito de bebidas deseja contratar um Seguro de Lucros Cessantes anual (vigên-
cia de janeiro a dezembro de 2019). Sabendo-se que haverá garantia da cobertura bá-
sica para o lucro líquido e a totalidade das despesas fixas, e que o evento coberto será 
alagamento, com período indenitário de 4 meses, que importância segurada deverá ser 
estipulada para o seguro?
1. Cálculo da Margem de Lucro Bruto (MLB) 
Foram extraídos os seguintes dados do último exercício financeiro encerrado:
 ■ Lucro Líquido: R$ 300.000,00
 ■ Despesas Fixas: R$ 900.000,00
 ■ Movimento de Negócios (faturamento): R$ 3.000.000,00
Então: MLB = [ (R$ 300.000 + R$ 900.000) ÷ R$ 3.000.000 ] × 100 = 40%
2. Previsão de Faturamento (Vendas Futuras)
Como o período indenitário estipulado pelo segurado foi de 4 meses, precisamos ter as 
estimativas de vendas futuras para o período de vigência da apólice ( janeiro a dezem-
bro de 2019) mais os 4 meses subsequentes, ou seja, de janeiro a abril de 2020. Para 
fazer essas estimativas, devem ser aplicados todos os ajustamentos necessários, consi-
derando-se a tendência do negócio. Feito isso, foram encontrados os seguintes valores:
MÊS PREVISÃO DE VENDAS (R$)
Janeiro/19 200.000,00
Fevereiro/19 250.000,00
Março/19 180.000,00
Abril/19 190.000,00
Maio/19 230.000,00
Junho/19 250.000,00
Julho/19 240.000,00
Agosto/19 300.000,00
Setembro/19 320.000,00
Outubro/19 350.000,00
Novembro/19 380.000,00
Dezembro/19 600.000,00
Janeiro/20 300.000,00
Fevereiro/20 320.000,00
Março/20 380.000,00
Abril/20 400.000,00
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UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Deverão ser considerados os 4 meses consecutivos de maior volume de vendas, no caso 
setembro a dezembro de 2019, que, somados, perfazem o total de R$ 1.650.000,00.
3. A Importância Segurada será de: 
Importância Segurada = maior volume de vendas × MLB = R$ 1.650.000 × 40% 
= R$ 660.000,00
 TAXAÇÃO 
Como regra geral, a taxação da cobertura básica do Seguro de Lucros Ces-
santes é calculada com a aplicação da taxa básica (ou taxa média) do seguro 
de dano material referente ao evento coberto, multiplicado por um coeficien-
te de agravação, em função do período indenitário escolhido pelo segurado.
Taxa de Lucros Cessantes = Taxa Dano Material × Coeficiente de Agravação
TABELA DE COEFICIENTE DE AGRAVAÇÃO
PERÍODO 
INDENITÁRIO
PERCENTAGEM 
APLICÁVEL
até 01 mês 320%
até 02 meses 212%
até 03 meses 188%
até 04 meses 168%
até 05 meses 156%
até 06 meses 148%
até 07 meses 137%
até 08 meses 127%
até 09 meses 116%
até 10 meses 111%
até 11 meses 105%
até 12 meses 100%
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UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
até 15 meses 96%
até 18 meses 92%
até 21 meses 88%
até 24 meses 84%
até 27 meses 80%
até 30 meses 76%
até 33 meses 72%
até 36 meses 68%
Exemplos de Cálculos da Taxa e do Prêmio
1) Caso o cliente deseje contratar o Seguro de Lucros Cessantes decorrente de Incên-
dio, com período indenitário de 4 meses e importância segurada de R$ 800.000,00, 
será necessário, para se obter o valor do prêmio:
 ■ apurar a taxa média ponderada a ser aplicada no Seguro de Lucros Cessantes; 
 ■ a partir da apólice do Seguro de Danos Materiais (Incêndio), verifica-se que há 2 locais 
segmentados, sendo que:
LOCAL 1
BENS IMPORTÂNCIA SEGURADA TAXA PRÊMIO
Prédio R$ 100.000,00 0,20% R$ 200,00
*MMU R$ 200.000,00 0,40% R$ 800,00
**MMP R$ 250.000,00 0,40% R$ 1.000,00
LOCAL 2
BENS IMPORTÂNCIA SEGURADA TAXA PRÊMIO
Prédio R$ 150.000,00 0,30% R$ 450,00
MMU R$ 250.000,00 0,50% R$ 1.250,00
MMP R$ 300.000,00 0,50% R$ 1.500,00
TOTAL IMPORTÂNCIA SEGURADA PRÊMIO
R$ 1.250.000,00 R$ 5.200,00
*MMU = Máquinas Móveis e Utensílios
**MMP = Mercadorias e Matérias Primas
52
UNIDADE 3
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Logo:
Taxa Média Ponderada = (5.200 / 1.250.000) × 100 = 0,416% 
Taxa Básica (Evento Incêndio) = 0,416%
 ■ Na tabela de coeficientes de agravação, em função do período indenitário, para um 
período escolhido (4 meses) obtém-se a percentagem de 168%;
 ■ Taxa aplicável no Seguro de Lucros Cessantes = 0,416% × 168% = 0,69888%;
 ■ Prêmio de Lucros Cessantes = R$ 800.000,00 × 0,69888% = R$ 5.591,04.
2) Caso o segurado deseje contratar o Seguro de Lucros Cessantes decorrente 
de alagamento, com período indenitário de 6 meses e importância segurada de R$ 
1.000.000,00, será necessário para se obter o valor do prêmio:
 ■ Apurar a taxa aplicada no Seguro de Dano Material (alagamento): como a taxa é única 
(0,60%) para ambas as plantas, não precisamos calcular a média, pois para Lucros Ces-
santes, a taxa básica será 0,60%;
 ■ Na tabela de coeficientes de agravação, em função do período indenitário para um perío-
do escolhido (6 meses), obtém-se a percentagem de 148%;
 ■ A taxa aplicável no Seguro de Lucros Cessantes será de: 0,60% × 148% = 0,888%; e
 ■ Prêmio de Lucros Cessantes = R$ 1.000.000,00 × 0,888% = R$ 8.880,00.
 FRANQUIA DEDUTÍVEL 
O Seguro de Lucros Cessantes, normalmente, prevê franquia dedutível, 
por sinistro, que poderá ser fixada em valores monetários ou em tempo.
Alguns produtos adotam a opção de franquia dedutível facultativa, e de 
acordo com a opção adotada para essa franquia, será concedido um des-
conto no prêmio do seguro.
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FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
 FIXANDO CONCEITOS 3 
Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque 
a alternativa correta.
1. No Seguro de Lucros Cessantes:
( ) Para cada evento coberto, pode haver um período indenitário diferente. 
( ) O período indenitário é um dos parâmetros para a determinação da 
importância segurada.
( ) O período indenitário pode variar de 1 a 24 meses.
( ) O período indenitário pode ultrapassar a vigência da apólice.
( ) Para a determinação do número de meses do período indenitário, 
devemos considerar o planejamento e a recuperação do processo 
produtivo.
Agora assinale a alternativa correta:
(a) V, F, V, F, V (d) V, F, V, V, F
(b) F, F, V, F, V (e) V, V, F, V, V
(c) F, V, F, F, V
Marque a alternativa correta
2. Os principais fatores a serem considerados na determinação do período 
indenitário são:
(a) Evento coberto e período de tempo para retorno às atividades nor-
mais da empresa.
(b) Evento coberto e lucro da empresa.
(c) Evento coberto e prejuízo da empresa.
(d) Localização e atividade da empresa.
(e) Localização e lucro da empresa.
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FIXANDO CONCEITOS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES
Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque 
a alternativa correta. 
3.

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