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psicologia juridica 2º bimestre 1 ⚖ psicologia juridica 2º bimestre TEXTO - PANOPTISMO - Michel Foucalt Modelo arquitetônico proposto por Benthan Panóptico - sistema de construção que permite, de determinado ponto, avistar todo o interior do edificio. - baseado em um modelo de zoológico Modelo penitenciário “ideal” O texto propõe uma análise dos dispositivos sociais O comportamento a partir do conhecimento de que se é vigiado (o tempo todo) - manipular o comportamento a partir do poder CELAS INDIVIDUAIS - SEM COMUNICAÇÃO COM NINGUÉM - VIGIADOS A TODO MOMENTO - Quanto mais visibilidade mais controle se exerce sobre o sujeito ENTENDIDO COMO UM PODER VISIVEL E INVERIFICAVEL (poder político) Visível: o detento sempre terá a visão da torre onde é observado. Inverificável: ele nunca deve saber se está sendo observado, mas deve ter certeza de que sempre pode estar. - qualquer um pode exercer o papel de observador desde que o dispositivo permaneça o mesmo 1. Automatiza e desindividualiza o poder - se sujeitar a algo que pode nem estar lá - pode utilizar todo tipo de pessoa 2. Laboratório de poder - observar o individuo em um ambiente controlado - naturaliza o poder psicologia juridica 2º bimestre 2 3. Utilizado com uma multiplicidade de indivíduos a que se deve impôr uma tarefa - presos, estudantes, doentes, operários. MODELO DISCIPLINA-BLOCO: instituição fechada (fazer para o mal, romper comunicações) - pode ser entendido como uma prisão convencional MODELO DISCIPLINA-MECANISMO: dispositivo funcional que deve melhorar o exercício de poder - modelo panóptico OS DISPOSITIVOS PODEM SER DISCURSOS, INSTITUIÇÕES, LEIS, ENUNCIADOS CIENTÍFICOS, PROPOSIÇÕES FILOSÓFICAS E ETC. - MEIOS PELOS QUAIS SE EXERCE O PODER Elemento que permite justificar uma prática Possuem uma função de regulamentar os dispositivos (ex: A delegacia como dispositivo que controla aquele que infringe a lei ou a escola como dispositivo que controla o conhecimento) Onde há poder ele precisa ser exercido - o poder precisa de dispositivos (CITADOS ACIMA) PROCESSOS DISCIPLINARES MAIS PROFUNDOS: A inversão funcional da disciplina A ramificação dos mecanismos disciplinares (ramificado em diferentes ambientes como prisões, escolas, hospitais e trabalho) A estatização dos mecanismos de disciplina (o Estado como controle dos dispostivos de poder) AS DISCIPLINAS SÃO TÉCNICAS PARA ASSEGURAR A ORDENAÇÃO DAS MULTIPLICIDADES HUMANAS. Tornar o exercício do poder o menos custoso possível (financeiramente) Fazer com que os efeitos desse poder social sejam levados a seu máximo de intensidade e longevidade (durem o maior tempo possível) psicologia juridica 2º bimestre 3 Ligar esse crescimento “econômico” do poder e rendimento dos aparelhos no interior dos quais se exerce. Devemos ainda nos admirar que a prisão se pareça com as fábricas, com as escolas, com os quartéis, com os hospitais, e todos se pareçam com as prisões? TEXTO - A TEORIA DO APEGO E OS TRANSTORNOS MENTAIS DO LUTO NÃO RECONHECIDO - Maria H. Franco Processo no qual a pessoa experimenta a perda, mas não tem seus direitos, papel ou capacidade de pesar reconhecidos socialmente (processo de luto não validado culturalmente e socialmente) - REGRAS DE LUTO (quem, onde, quando, como, por quanto tempo e por quem as pessoas devem expressar seus sentimentos de luto) Ex: ex-cônjuge que não pode sofrer o luto pela perda do ex-companheiro ou amante que não pode sofrer o luto pelo mesmo. O luto por suicídio também não é validado, pois, a pessoa que se suicida perante a sociedade se torna não merecedora de luto Mortes de animais também não são validadas como luto TEORIA DO APEGO - Entender o processo de vinculação na vida adulta, a partir dos diferentes estilos de apego - A figura de apego é desenvolvida já no primeiro ano de vida da criança (porto seguro) ESTILO DE APEGO SEGURO - Estabelecimento de relacionamentos recíprocos, com alto nível de apoio (funcional) - maior capacidade de lidar com adversidades APEGO INSEGURO AMBIVALENTE - Ser extremamente sensível à rejeição, dependente do outro (alguém que sempre espera a aprovação do outro) - em uma situação de perda esse sujeito ficará a aprovação do outro (um relacionamento abusivo por exemplo) APEGO INSEGURO EVITATIVO - Sujeito que se distancia a ponto de não se afetar pelos julgamentos externos, porém também se afasta dos próprios sentimentos de luto psicologia juridica 2º bimestre 4 (não reconhece os próprios processos - pode se tornar alguem apático) - ex: uma criança no abrigo que não se afeta pela perda de sua família e por sua posição atual. OS ESTILOS DE APEGO PODEM MUDAR - A TERAPIA PODE AJUDAR NESSE PROCESSO Um luto complicado pode desencadear quadros psicopatológicos de depressão e ansiedade - ocorre quando o sujeito não consegue seguir em frente. TEXTO - INTERVENÇÕES CLÍNICAS EM SITUAÇÃO DE LUTO NÃO RECONHECIDO - Gabriela Casellato Apesar de ser um processo potencialmente desorganizador, na maioria das vezes o luto se dá de forma saudável sendo sustentado pelos próprios recursos internos do sujeito Deve ser levado em consideração as influências culturais, socieconômicas, religiosas e familiares, além das circunstâncias da perda, do contexto, às condições do suporte social e possíveis perdas secundárias PERDAS AMBÍGUAS PARTIDA SEM DESPEDIDA: Desaparecidos de guerra, sequestrados e etc. DESPEDIDA SEM PARTIDA: Demências, alzheimer, depressão, coma e etc. INTERVENÇÃO PSICOSSOCIAL - PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS E TERCIÁRIAS - além disso é recomendada a psicoterapia individual. psicologia juridica 2º bimestre 5 1. PRIMÁRIAS: Caráter informativo e de acolhimento emocional (folhetos, palestras, grupos e etc) - PAPEL DO PSICÓLOGO NA DELEGACIA 2. SECUNDÁRIAS: Suporte psicossocial (autoajuda, orientação e aconselhamento) - NA DELEGACIA OCORRE COM MENOR FREQUENCIA 3. TERCIÁRIAS: Trabalho psicoterapêutico (recuperação de autoestima e processo de ressignificação da perda) - OCORRE NOS ABRIGOS RITUAIS DE LUTO SÃO FREQUENTEMENTE NEGADOS AOS ENLUTADOS NÃO RECONHECIDOS No processo psicoterapêutico é importante dar especial atenção aos rituais criados pelos próprios enlutados durante a intervenção psicológica. (ex do ritual de luto com o urso de pelúcia) Validação do sentimento de luto São importantes para a organização psíquica das pessoas (um velório ou casamento) TIPOS DE RITUAIS 1. De continuidade: foco no senso da perda já experimentado, valorizando a continuação da presença da pessoa falecida de forma simbólica. Ex: acender vela no aniversário de morte 2. De transição: mudança ou movimento desde a perda vivida. Ex: reformar a casa após divórcio 3. De reconciliação: oferecer ou aceitar o perdão, ou terminar alguma questão inacabada com a pessoa falecida. Ex: escrever carta para a pessoa falecida. 4. De afirmação: confirmar a perda e significar o que foi vivido e o que foi perdido em torno daquela perda. Ex: escrever livro/memorial sobre a pessoa falecida. TEXTO - DROGAS E TRATAMENTO: PANORAMA CRÍTICO O recurso da interdisciplinaridade se faz necessário no tratamento, bem como o direito à escolha do não-tratamento O uso de drogas permeia nossa realidade - SE TORNA UMA PAUTA QUANDO O USO DE DROGAS PASSA A PROMOVER NOSSO ADOECIMENTO psicologia juridica 2º bimestre 6 Existem dependentes quimicos com alta tolerância e baixa (AMBOS SÃO DEPENDENTES) O uso de drogas pode ocorrer de modo recreativo, ocasional ou controlado (ritual) 1- DETECÇÃO PRECOCE E BOA PRÁTICA NO ATO DE DIAGNOSTICAR: quanto antes for iniciado o tratamento de um quadro clínico já instalado, aumentam as chances de prevenir as complicações mais comuns. 2- TRIPÉ OLIVENSTEINIANO - Para oensar na questão da dependência química deve se levar em consideração: 1. DROGA (QUAL OU QUAIS) 2. CONTEXTO (CENA DE USO) 3. INDIVÍDUO (QUEM, COMO) QUAL O IMPACTO DESSA DEPENDÊNCIA NA VIDA DO INDIVÍDUO Tratamento estabelecido voluntariamente (paciente buscouajuda) Não estabelecer tratamento compulsório - Internação involuntária (apenas quando há perda de autonomia que gera risco de vida ou de integridade física) Tratamento gratuito e anonimato do paciente respeitado O que deve ser levado como foco principal é a queixa do paciente como sendo uma “demanda pessoal” - apenas assim se estabelece uma relação terapêutica Um tratamento eficaz busca fortalecer o sujeito na capacidade de sustentar sua própria escolha (de abstinência ou uso controlado) - GERA AUTONOMIA 3- ABSTINÊNCIA x USO CONTROLADO A abstinência pode ser entendida como uma meta de longo prazo - são mais difíceis de conseguir psicologia juridica 2º bimestre 7 As metas de tratamento (prevenção de recaída) são co-construídas, explicitadas e reavaliadas de tempos em tempos (metas modestas) 4-COMORBIDADE E FARMACOTERAPIA É importante investigar a presença de comorbidades psiquiátricas - o uso de substâncias pode desencadeá-las e vice e versa Nestes casos pode ser recomendado o uso de psicofármacos que visam controlar sintomas de fissura e abstinência, bem como os psicofármacos específicos para o diagnóstico da comorbidade EXTENSÕES DO TRATAMENTO - programas de autoajuda (ex: AA - retira a dependencia da droga para colocar essa dependencia no grupo) INTERVENÇÕES BASEADAS NA PROPOSTA DE REDUÇÃO DE DANOS. - Uso controlado para aqueles que não querem ou não conseguem parar (mudança ou quantidade de substância) TEXTO - ENTREVISTA CLÍNICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE ABUSO SEXUAL A ausência de marcas físicas da violência exige que os entrevistadores estejam atentos ao relato da vítima - alterações cognitivas, emocionais e comportamentais. O abuso envolve desde palavras sexualizadas até o intercurso completo. Relação hétero ou homo que parte de um agente que esteja em estágio de desenvolvimento mais adiantado ou de mais poder que a criança ou adolescente - como estímulo sexual ou para usar a criança para obter prazer sexual Variam de atos sem contato físico, sem penetração ou com penetração, além de exploração sexual visando lucro (prostituição ou pornografia) Pode gerar alterações cognitivas, emocionais e comportamentais (também pode gerar sintomas físicos como hematomas, gravidez ou dst) O transtorno do estresse pós-traumático é a psicopatologia mais citada como decorrente do abuso sexual. Pode ocorrer em qualquer família Famílias incestuosas - famílias coniventes com a situação do abuso psicologia juridica 2º bimestre 8 Os pais podem replicar abusos sofridos nas próximas gerações A criança ou adolescente tende a querer deixar a situação em segredo - pode oscilar entre a negação do fato e a reafirmação (a depender da situação) O abusador normalmente é alguém próximo da vítima (extra ou intrafamiliar) Sua percepeção de culpa sobre o abuso contribui para que a vítima sinta medo e vergonha em revelar a siuação (elas também podem perder a confiança nas pessoas) A vítima pode sofrer ameaças, chantagens ou intimidações para manter a situação em segredo. Crianças mais novas demoram mais para revelar o abuso (sobretudo intrafamiliar) No relato da criança é importante se atentar ao comportamento verbal e não verbal INDICADORES DE VERACIDADE DO RELATO DA VÍTIMA 1. Estrutura lógica, produção desestruturada e quantidade de detalhes 2. Adequação conceitual (fatos específicos), descrição de interações, reprodução de conversações e complicações inesperadas 3. Peculiaridades do conteúdo - detalhes distintos, emoções, associações e sentimentos 4. Motivação - correções espontâneas, admissão de falta de memória, dúvidas sobre o próprio relato, desprezo por si e perdão ao agressor 5. Elementos específicos da agressão - antecedentes e sequelas pouco prováveis de que quem não tenha vivido saiba NÃO HÁ NECESSIDADE DE SE CUMPRIR TODOS OS CRITÉRIOS, MAS QUANTO MAIS CRITÉRIOS, MAIS PROVÁVEL QUE TENHA OCORRIDO. TEXTO - PADRÕES E DINÂMICAS FAMILIARES NO ABUSO SEXUAL INFANTIL A família é uma instituição social, investida de muitas funções e que estabelece relações de intercâmbio, cooperação e conflito - podem promover um desenvolvimento saudável, ou desajustes, violências e psicopatologias psicologia juridica 2º bimestre 9 Envolve pessoas que possuem algum tipo de parentesco e/ou que se sentem pertencentes a um determinado contexto É nas famílias que ocorre a maior parte dos casos de abuso sexual - são mais perpretados por pais ou padrastos. DINÂMICAS FAMILIARES E PADRÕES DE INTERAÇÃO ABUSIVA Abuso sexual extrafamiliar: envolve pessoas estranhas ao núcleo familiar (um tarado na rua) Abuso sexual intrafamiliar: perpretado por alguém com laços significativos com a vítima (consanguíneos ou afetivos) - pode ocorrer com padrinhos ou vizinhos que tenham desenvolvido estreito laço afetivo com a família, porém, é mais comum que ocorra com pais, padrastos, avôs, tios e etc. O abusador se utiliza de vantagem econômica, física ou cronológica para tirar proveito de uma situação e obter prazer sexual com a vítima que não apresenta condições psicológicas e nem físicas para tal prática. Uma outra dinâmica de uma família abusiva é a falta de comunicação O abuso sexual é um sintoma de disfunção familiar Aspectos como abuso físico, isolamento emocional, falta de adultos solidários e ter um pai alcoolista são considerados fatores de risco para abuso sexual intrafamiliar INTRAFAMILIAR - vítima com idade mais precoce, abuso de longa duração, níveis mais elevados de intrusão, maior dano físico e emocional, menor uso de força física ou verbal e maior uso de instruções a criança para manter segredo (FAMÍLIAS INCESTUOSAS) O segredo é um princípio organizador dos relacionamentos familiares A manutenção do segredo causa desamparo, estigma,isolamento, intimidação e culpa. psicologia juridica 2º bimestre 10 Quando a crianç consegue romper a barreira do segredo normalmente é com alguém de confiança (QUE PODE ENFRENTAR OU ABAFAR A SITUAÇÃO) A criança pode se retratar - pode estar associado a tentativa de restaurar a família ou reparar uma mentira As vítimas de abuso costumam relatar níveis mais altos de conflitos em suas famílias Famílias coesas e expressivas tendem a diminuir o impacto do abuso, mesmo que esse seja severo. Não é somente a característica da criança que influencia as consequências do abuso, mas a forma como a família se coloca nessa situação. MULTIGERACIONALIDADE - transmissão intergeracional do abuso - padrão de comportamento que é aprendido na infância e reproduzido no presente (ex: mãe que sofreu abuso ser conivente com o abuso sofrido pela filha) As experiências de violência retroalimentam a produção de mais violência É comum queas mães das vítimas tenham histórias de violência, abandono e negligência, além de relatos de abuso sexual. Elas também podem ser dependentes emocionais e financeiramente do abusador. Quando notificam, buscam ajuda ou orientação elas podem romper com esse ciclo de violência Os abusadores sexuais se apresentam de modo confiável e se comportam de modo esperado socialmente, não se comportando de modo suspeito na frente de outros pessoas além da vítima A PEDOFILIA E O TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTISSOCIAL SÃO OS DOIS TRANSTORNOS MAIS ASSOCIADOS AO ABUSO SEXUAL A pedofilia é um transtorno psiquiátrico e quem o possui pode não chegar a ser um abusador de fato. psicologia juridica 2º bimestre 11 A experiência do abuso sexual é um fator de risco no desenvolvimento de consequências emocionais e cogntivas
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