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Pediatria: Baixa estatura Isadora G. Delfino Medicina -FAMETRO Mais importante problema clínico do crescimento anormal Muitas variáveis interferem no crescimento desde a concepção. Desnutrição é a principal causa em áreas de pobreza. Anamnese: · Medidas de estatura anteriores; · Desenvolvimento neuropsicomotor; · Histórico familiar; · Histórico alimentar; · Relação intrafamiliar e estimulação ambiental; · Gestação; · Período neonatal; · Medicamentos utilizados; · Intercorrências no primeiro ano de vida (gastroenterites repetitivas, tuberculose, infecções crônicas, infecções das vias aéreas, infecções nas vias urinárias.) · Idade da menarca. Exame físico: · Inspeção geral da criança · Antropometria: peso, estatura, envergadura, perímetro cefálico e torácico, segmento inferior (distância púbis-chão), segmento superior (estatura- segmento inferior). · Avaliação do estado nutricional. · Avaliação do desenvolvimento pubertário. · Exame do esqueleto. Definição: considera-se como portadora de baixa estatura a criança cuja altura esteja dois ou mais desvios-padrão abaixo da média do gráfico de crescimento (percentil 3). · Recomenda-se anotar no gráfico de crescimento a altura dos pais e a altura-alvo (atingida entre 18-20 anos). · As intercorrências que podem causar atraso de crescimento também devem ser anotadas no gráfico (processos infecciosos, internações hospitalares, agravos emocionais, etc.) · Fórmula de Tanner Sexo masculino: (média da altura dos pais + 6,5 cm) +- 7cm Sexo feminino: (média da altura dos pais – 6,5cm) +- 5,5 cm Baixa estatura intrínseca · Velocidade de crescimento normal. · Quando segue um canal de crescimento: · Compatível com o crescimento-alvo = baixa estatura familiar. · Não compatível com o crescimento-alvo= baixa estatura intrínseca não familiar. · A baixa estatura familiar é a causa mais comum · Quando o canal de crescimento da criança é muito inferior ao estimado existe grande probabilidade de que haja alguma doença associada. · Geralmente essas crianças já nascem com estatura inferior à média. · Muito ligada à vida intrauterina. Padrão de crescimento lento · Atraso constitucional no crescimento. · Causa mais comum de baixa estatura e infantilismo sexual no adolescente. · Nos estágios M2 e M3 dos critérios de Tanner, as meninas crescem cerca de 9cm/ano · Os meninos apresentam maior velocidade de crescimento durante os estágios G3 e G4, segundo os critérios de Tanner, cerca de 10,3cm/ano. · A maioria das crianças com esse padrão de crescimento nascem com estatura normal, mas desacelera entre os 3 e os 9 meses de idade. · Geralmente voltam a crescer a partir do 3º ano de vida, mas sempre abaixo do percentil 3, geralmente com idade óssea atrasada em relação à cronológica. · Apresentam segunda desaceleração do crescimento na adolescência e atraso na maturação sexual (após os 14 anos- meninas; após os 16 anos- meninos). · Geralmente bom prognóstico, a criança alcançará altura compatível com seu potencial genético. Crescimento atenuado · Diminuição da velocidade de crescimento, curva do gráfico se afasta progressivamente da curva normal, indicando problema atual. · Pode estar associado a desnutrição primária, secundária, doenças renais, gastrointestinais, cardíacas, neurológicas, pulmonares, hepáticas, diabetes, colagenoses, doenças ósseas, doenças genéticas e síndromes dismórficas e deprivação psicossocial. · Prematuridade e restrição ao crescimento intrauterino: espera-se recuperação do perímetro cefálico até os 18 meses; do peso, até os 24 meses e da altura até 3 anos de vida). · Síndrome de Noonan · Síndrome de Turner · Síndrome de Down · Doenças sistêmicas crônicas · Hipotireoidismo (congênito e adquirido) · Hipopituitarismo (deficiência de 2 ou mais hormônios hipofisários) · Uso prolongado de medicamentos corticosteroides. Avaliação clínica · Boa anamnese e exame físico completo · Diagnóstico de exclusão · Exames laboratoriais: · Hemograma completo com VHS · Análise de sedimento urinário · Exame de fezes · Radiografia de punhos (avaliação da idade óssea). · Toda criança com baixa estatura importante (mais de 3 desvios-padrão) deve ser submetida à seguinte avaliação laboratorial: · Dosagem de cálcio, fósforo e fosfatase alcalina (verificar raquitismo e etiologia carencial ou familiar) · Cariótipo- crianças com fácies sindrômicas, baixa estatura pré-natal e malformações genitais que evoluem com baixa velocidade de crescimento. · Eletroforese de proteínas, colesterol e pesquisa de gordura nas fezes. · Glicemia de jejum · Radiografia de crânio · Dosagem de hormônios tireoidianos. · Não deve ser solicitada dosagem do nível basal de GH- deficiência de GH só pode ser confirmada a partir de testes de estimulação da hipófise, normalmente, pelo menos, dois testes. · Não devem ser prescritos suplementos vitamínicos ou orexígenos como “placebo”.
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