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CURSO - FERIDAS E CURATIVOS (TÉCNICAS E TRATAMENTOS)

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1 
 
 
Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
 
Feridas e Curativos – Técnicas 
e Tratamentos 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
 
Feridas e Curativos – Técnicas 
e Tratamentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
2 
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“Patch Adams recomenda que você ajude a manter a sua saúde através do 
riso e da gentileza. Também sugere que, às vezes, o tratamento mais eficaz 
é a esperança, o amor e a simples alegria de viver”. Robin Willians 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
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MÓDULO I 
Carolina Mariano Pompeo de Moraes 
Enfermeira formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Especialista em enfermagem em unidade de terapia Intensiva pela UCG – Goiânia/GO 
Enfermeira coordenadora da Unidade Coronariana do Hospital Regional 
Enfermeira assistencialista da Unidade Coronariana da Santa Casa 
 
Mercy da Costa Souza 
Enfermeira formada pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Especialista em enfermagem em unidade de terapia Intensiva pela UNISC – São Paulo 
Enfermeira assistencialista da unidade de internação da infectologia do NHU - UFMS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
MÓDULO 1 
1. História e evolução no tratamento de feridas 
2. A ética no tratamento de feridas 
3. Anatomia e fisiologia da pele 
4. Classificações e definições 
 
MÓDULO 2 
5. Fisiologia da cicatrização 
6. Características de diferenciação das lesões 
 
MÓDULO 3 
7. Ferida infectada 
8. Avaliação da ferida 
9. Técnica de curativo 
 
MÓDULO 4 
10. Anti-sépticos 
11. Desbridantes 
12. Medicamentos favoráveis à granulação 
13. Curativos naturais 
14. Considerações finais 
15. Referências bibliográficas 
 
 
 
 
 
 
 
4 
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5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
A HISTÓRIA E A EVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE FERIDAS 
 
Para que possamos exercer a enfermagem, no âmbito do tratamento de 
feridas, não basta apenas conhecermos os novos produtos disponíveis nesta área ou as 
últimas descobertas científicas, é preciso conhecer o passado para que possamos criar 
um futuro de uma forma mais concreta e precisa. 
E para que possamos ilustrar esta evolução vamos apresentar, 
sistematicamente, algumas práticas naturais que, há vários milênios, vêm sendo 
utilizadas e que, muitas delas foram incorporadas há muitas tecnologias descobertas. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
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A HISTÓRIA 
 
Os homens da pré-história utilizam plantas e seus extratos como cataplasmas, 
para estancar hemorragias e umidificar às feridas abertas. Sendo a Cataplasma um 
emplasto de substâncias preparadas com linhaça, massa de argila, farinha de mandioca 
ou fubá colocada entre dois panos, com capacidade de absorção das toxinas da pele e 
para tratar hematomas. 
Papiro de Edwins Smith 
Foi à descoberta mais recente da história. Era chamado o Livro de feridas, 
continha tratados cirúrgicos e de clínica médica. 
Por volta de 2700 a.C. os egípcios utilizavam produtos que, hoje, 
denominamos “Fármacos da sujeira”, esses produtos eram derivados de produtos 
aparentemente absurdos como urina humana e outros, associados às orações e 
sacrifícios. Os médicos egípcios acreditavam que quanto mais a ferida supurava, mais 
rápida era a cicatrização. 
Foram os precursores do adesivo atual, com a descoberta da ligadura adesiva, 
que consistia em tiras de linho impregnado de goma. 
Os chineses em 2800 a.C. foram os primeiros a relatar o uso do mercúrio, os 
mexicanos e peruanos utilizavam o Mactellu como anti-sépticos para feridas. 
Quando falamos da civilização Grega, chegamos ao clássico A Ilíada, escrita 
por Homero (800 a.C) que descreve o tratamento de 147 feridos militares utilizando 
práticas de cauterização de feridas com ferro quente. Nessa época a taxa de mortalidade 
era bastante elevada. 
Na era Cristã, Celsius (200 d.C): classificou tipos de ferida, definiu tratamentos, 
descreveu os sinais inflamatórios, técnicas de desbridamento e sutura. 
No período medieval, Galeno (século II d.), que era médico do grande 
imperador Marco Aurélio, instaurou a teoria da secreção purulenta. Nessa teoria 
acreditava-se que a formação da secreção era fundamental para a cicatrização. 
Usava na sua terapêutica: 
• Água do mar, do mel, tinta de caneta e barro. 
• As lesões ulceradas eram ligadas com figos (que contêm Papaína); 
 
 
 
 
 
 
 
7 
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• Teia de aranha. 
 
Já os médicos árabes foram os inventores da ligadura de gesso. Chegando a 
era do Misticismo, temos a Teoria dos Miasmas, nesta teoria os corpos deviam ser 
incinerados e após, deveria ser feita à defumação do local com incenso. A igreja 
contribuiu, e muito, para a divulgação dessa teoria e proibiu a dissecação e métodos 
cirúrgicos impedindo a evolução das técnicas. Já Teodorico de Lucca e Henri de 
Mondeville utilizaram pensos embebidos em arnica e vinho (ação anti-séptica). E 
observaram que havia diminuição da formação de secreção e aumento da cicatrização. 
Ao relembrarmos a história do tratamento de feridas não podemos nos 
esquecer de Hipócrates (300 a.C), considerado o pai da medicina moderna que foi o 
primeiro a implementar os princípios da assepsia, no tratamento das feridas. 
Não acreditava que a formação de pus fosse essencial para a cicatrização 
(teoria que existiu por séculos) e quando a ferida infeccionava, utilizava emplastos para 
drenagem de secreção e que estas deveriam ser lavadas com limpa. Fez uso de ervas 
medicinais, mel, leite e vinagre. Aconselhava desbridamentos e cauterizações. 
Avançando ainda mais na história, chegamos à Revolução industrial, marco da 
história mundial. No século XVIII, alguns prisioneiros se dedicavam à confecção de 
pensos. Estes eram feitos de trapos velhos, estopa de linho e estopa (corda velha 
desfiada). Os pensos eram utilizados e depois lavados e reutilizados, já que este 
processo tornava-os mais macios e absorventes. 
Com a revolução industrial aconteceu a mecanização deste processo de 
confecção. 
Infelizmente, com a evolução dos tempos começaram as guerras locais e 
mundiais. 
Com a guerra da Criméia deu-se a introdução da pólvora no mundo ocidental. 
As feridas causadas por pólvora eram venenosas e era necessária a remoção da parte 
lesada (amputação) e para cauterizar o coto era utilizado óleo fervente. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
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Entretanto, nessa época houve uma grande escassez de óleo, o que 
possibilitou a substituição por gema de ovo e óleode rosa, o que aumentou a taxa de 
sobrevida da população. 
 
 
 
A EVOLUÇÃO 
 
A partir deste século várias descobertas favoreceram para a melhoria do 
tratamento das feridas. Destacamos, brevemente, algumas evoluções principais que 
impeliram as novas descobertas atuais neste campo. 
• 1676 = descoberta do microscópio; 
• 1752 = primeiro passo na desinfecção química, por John Pringle, com o uso 
de ácidos minerais para prevenir e impedir a putrefação. 
• 1860 (Gangee) = 1º curativo absorvente a base de algodão; 
• Em 1862, Pasteur concluiu que a putrefação era resultante da fermentação 
causada pelo crescimento dos microorganismos. Descobriu, ainda, que eles eram 
destruídos pela ação do calor. Apontou a falta de limpeza como causa da infecção, e que 
as pessoas que tratavam as feridas eram meio de transporte para esses 
microorganismos. 
• Em 1880 = foi construída com êxito a primeira estufa, vindo permitir a 
esterilização pelo calor seco. Dois anos mais tarde surgiu a esterilização pelo vapor. 
• No final de 1840: Deu-se a utilização de anti-sépticos e a proteção da lesão 
com coberturas secas. Foi nesta fase que se descobriu o efeito anti-séptico do Iodo, 
mercúrio e Alumínio, além da utilização do meio seco. 
• Luvas e mascaras foram introduzidas em 1890 e 1897, por Willian Hasteld 
e Johann Miculizz. 
• 1945: Bloom relata pela primeira vez o uso do filme transparente permeável 
ao vapor. 
• Após 1960 = descobertos os princípios de leito úmido e limpo para acelerar 
a cicatrização. Entre outras descobertas como: limpeza da ferida, aproximação das 
 
 
 
 
 
 
 
9 
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bordas através da sutura, controle da infecção. Sendo descobertas do antibiótico um dos 
maiores feitos desta época. 
• A partir de 1980 estudos em larga escala começaram a ser realizados nos 
Estados Unidos e em vários países da Europa, visando o aperfeiçoamento das técnicas 
para realização dos curativos. 
• Em 1982 as coberturas a base de Hidrocolóides são lançadas nos EUA e 
Europa, porém somente em 1990 chegaram ao Brasil com elevado custo dificultando o 
seu uso pela população brasileira. 
Apesar de todos estes avanços de tecnologias, produtos e técnicas para o 
desenvolvimento do tratamento de feridas, a incidência das úlceras crônicas em nosso 
meio ainda é bastante elevada. E embora várias descobertas já tenham sido feitas ainda 
existem muito a ser pesquisados e vários mitos a serem quebrados para aperfeiçoar 
estes recursos. 
 
 
ÉTICA NO TRATAMENTO DE FERIDAS 
 
Como vimos no capítulo anterior, com a evolução das tecnologias o tratamento 
de feridas vêm se tornando uma área cada vez mais específica e científica, exigindo do 
profissional constantes atualizações. 
Entretanto, não basta apenas o domínio do conhecimento técnico-científico, é 
necessário se priorizar àquele que recebe a nossa ação, que é o alvo do nosso 
conhecimento – o portador da lesão de pele. 
Ao pensarmos dessa forma é importante o conhecimento dos preceitos legais 
que regulamentam à nossa profissão e que nos darão o apoio necessário ao nosso 
cuidar, nos favorecendo e nos preparando para o ato ético. 
Sendo assim, comecemos relembrando alguns termos que serão utilizados no 
decorrer deste capítulo. 
Ética = do grego Ethos, Casa. Preocupa-se com os aspectos práticos da vida 
do indivíduo e da sociedade, tenta criar regras e normas de conduta para a atividade livre 
do ser humano. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito = do Grego Directum, o que é reto (DANTAS, 2003). 
• Imperícia: execução de uma função sem plena capacidade para tal; 
• Imprudência: cometer um erro conscientemente. Conhece as regras e não 
as executa com perfeição; Negligência: saber como o trabalho deve ser feito e não fazer 
corretamente. 
 
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM 
 
Capítulo I: Dos princípios fundamentais 
• Art. 1°: A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser 
humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção, recuperação da saúde e 
reabilitação das pessoas, respeitando os preceitos éticos legais. 
• Art. 4°: O profissional da enfermagem exerce suas atividades com justiça, 
competência, responsabilidade e honestidade. 
• Art. 5°: O profissional de enfermagem presta assistência à saúde visando à 
promoção do ser humano como um todo. 
• Capítulo II: Dos direitos 
• Art. 7°: recusar-se a exercer atividades que não sejam de sua competência 
legal. 
• Art. 14°: Atualizar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais. 
• Capítulo III: Das responsabilidades 
• Art. 16°: Assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de 
danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. 
 
 
 
 
 
 
 
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LEI DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 
 
ENFERMEIRO 
Lei nº 7.498/86 em seu Artigo 11, Alínea j: 
É privativo do enfermeiro: A prescrição da assistência de enfermagem 
 
TÉCNICO DE ENFERMAGEM 
Lei 1498/1986, Artigo 10, Parágrafo II 
Executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas 
do enfermeiro e as referidas no artigo 9° deste decreto. 
 
AUXILIAR DE ENFERMAGEM 
Lei 7.498/1986, Artigo 11, Parágrafo III 
Executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras 
atividades de enfermagem, tais como: Alínea c, fazer curativos. 
 
 
 
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO 
 
O artigo 159 do Código Civil enuncia que "aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica 
obrigado a reparar o dano". 
 
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 
 
 
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR 
Ser avisado, antes de comprar um produto ou utilizar um serviço, dos possíveis 
riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. Quando for prejudicado, o 
 
 
 
 
 
 
 
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consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe prestou o serviço, inclusive por 
danos morais. 
O profissional liberal pode ser responsabilizado por algum dano que causou se 
sua culpa for provada (Art. 14, § 4º, CDC). 
As causas das falhas ou erros profissionais são: 
• negligência: 
• imprudência: 
• imperícia: 
 
PARECERES 
 
COREN-SP: Parecer (1998) sobre a prescrição de curativo e criação da 
comissão de curativos. Parecer (1999) sobre o desbridamento de feridas; 
 
COREN-MS: Parecer 001/2005, sobre o desbridamento de feridas. 
“O desbridamento cirúrgico pode ser realizado pelo enfermeiro, desde que não 
atinja tecido muscular e que não necessite de narcose ou anestesia.” 
 
 
 
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE 
 
INTRODUÇÃO 
 
É o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 15% do peso 
corporal total e apresenta grandes variações ao largo de sua extensão. 
 
FUNÇÕES 
 
•Sua principal função é revestir e proteger; 
•Auxiliar na manutenção da temperatura (termorregulação); 
 
 
 
 
 
 
 
•Percepção; 
•Metabolismo; 
 
CAMADAS DA PELE 
 
São três: 
 
 
• EPIDERME 
 
 
 
 
• DERME 
 
 
 
 
 
• TECIDO SUBCUTÂNEO 
 
 www.theses.ulaval.caFonte: 
 
EPIDERME 
 
Tecido avascular possui células dispostas em múltiplas camadas. 
É nesta camada que encontramos os melanócitos, que são células 
responsáveis pela pigmentação da pele (melanina) e os queratinócitos responsáveis pela 
produção de queratina, que fornece resistência a atritos e variações de temperatura. 
 
 
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A renovação da pele: A 
pele renova-se continuamente, 
as células nascem na camada 
basal e vão empurrando as 
células mais externas até que 
estas se desprendem da 
epiderme. 
 
 
 
www.theses.ulaval.caFonte: 
DERME 
 
Camada vascularizada possui uma rica rede nervosa. 
É nesta camada que encontramos os anexos da pele: glândulas sudoríparas, 
sebáceas e folículos pilosos. 
A derme contém muitos tipos diferentes de células, incluindo: Fibroblastos e 
fibrócitos, macrófagos, mastócitos e leucócitos sangüíneos, particularmente: neutrófilos, 
eosinófilos, linfócitos e monócitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 www.theses.ulaval.caFonte: 
 
TECIDO SUBCUTÂNEO 
É vascularizada, possui tecido adiposo em sua constituição histológica 
envolvido na termorregulação, reserva nutricional e provisão de energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÕES E DEFINIÇÕES 
 
FERIDA: É caracterizada pela perda da continuidade dos tecidos, podendo ser 
superficial ou profunda, que deve se fechar em até seis semanas. 
ÚLCERA: A FERIDA se torna uma úlcera após seis semanas de evolução sem 
intenção de cicatrizar. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA LESÃO 
 
As lesões podem ser classificadas conforme: 
• Comprometimento tecidual. 
• Como foram produzidas. 
• Grau de contaminação. 
 
 
COMPROMETIMENTO TECIDUAL 
 
• Quanto à localização anatômica; 
• Quanto ao tamanho, comprimento, largura, profundidade e formação de 
túneis; 
• Aspectos do leito da ferida e pele circunjacente; 
• Drenagem, cor e consistência; 
• Dor ou hipersensibilidade e temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
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Foto: Mercy Souza 
 
COMO FORAM PRODUZIDAS 
 
 
16 
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CONTUSAS: Produzido por objeto 
rombo traumatismo das partes moles, 
hemorragia. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:Anjos do norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INCISAS: Produzidas por um 
instrumento cortante. Feridas limpas 
geralmente fechadas por sutura. 
 
Fonte:Anjos do norte 
 
 
 
 
 
 
 
 
LACERADAS: com margens irregulares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte:Anjos do norte 
 
 
 
PERFURANTES: pequenas aberturas na pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:Anjos do norte 
 
 
 
 
 
 
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GRAU DE CONTAMINAÇÃO 
 
1. LIMPAS 
 
 
 
 
 
Sem presença de infecção. 
Lesão sem exsudato ou com 
pequena quantidade de exsudato de 
cor clara ou transparente. 
 
 
 
 
 Foto: Mercy Souza 
 
 
 
2. CONTAMINADAS 
 
 
 
 
 
 
 Presença de bactérias e outros 
microorganismos, com presença 
transitória ao tecido, sem presença 
de infecção instalada. Não há sinais 
flogísticos. 
 
 
 
 
Foto: Carolina Pompeo 
 
 
 
 
 
18 
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3. INFECTADAS 
 
 
 
 
 
 
Presença e a multiplicação de 
bactéria e outros microorganismos 
associado a um quadro infeccioso já 
instalado, há presença dos sinais 
flogísticos. 
 
 
19 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores
 
 Foto: Mercy Souza 
 
 
 
 
ALGUNS TIPOS DE LESÕES DE PELE 
 
 
 
 
 
 
1. MÁCULA: Lesão superficial, 
circunscrita, coloração marrom, azulada 
ou avermelhada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. PÁPULA: Lesão sólida e elevada, 
plana ou encurvada e coloração 
variada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
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3. NÓDULO: Lesão sólida, superficial, 
circunscrita, chega a 0,5 cm de 
altura, não necessariamente faz 
relevo à superfície. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. VESÍCULA: Coleção de fluidos claros, 
podendo tornar-se turvo ou 
hemorrágico, circunscrita à superfície 
da pele, com diâmetro médio de 0,5 
cm. 
5. BOLHA: Lesão circunscrita, com 
coleção de líquido claro, com diâmetro 
maior que 1cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
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6. PÚSTULA: Coleção de leucócitos, 
circunscrita à superfície da pela e de 
tamanho variado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. ESCAMAS: excesso de células 
epidérmicas mortas ou por alterações 
inflamatórias. 
 
8. PLACA: Lesão sólida, elevada, 
diâmetro superior a 1cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
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9. CROSTAS: Lesão formada por uma 
coleção de soro, sangue ou pus, que 
junto aos restos epiteliais, desidrata a 
superfície da pele. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. FISSURAS: São fendas cutâneas, 
formato linear que podem acometer a 
epiderme e derme. 
 
 
 
 
 
 
 
11. ATROFIA: Depressão ocasionada 
pela falta de nutrição e oxigenação das 
células. 
 
 
 
 
 Fotos fonte: www.iqb.es 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO DE TECIDO 
 
TECIDO NECRÓTICO 
Restrito a uma área – Isquemia, redução da circulação, tecido não viável. 
Pode ser caracterizada por liquefação e ou coagulação produzido por enzimas 
que acarretam a degradação dos tecidos isquêmicos, se diferenciam pela coloração e 
consistência. 
• ESCARA: De coloração marrom ou preta escara é descrito como uma capa 
de consistência dura e seca 
• ESFACELO: De cor amarelada ou cinza; descrita de consistência mucóide 
e macia; pode ser frouxo ou firme a sua aderência no leito da ferida; formado por fibrina 
(concentração de proteína).e fragmentos celulares 
 
 
23 
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ESCARA ESFACELO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fotos: Mercy Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
TECIDO DE GRANULAÇÃO: 
aumento da vascularização é um 
tecido de cor vermelho vivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto: Mercy Souza 
 
24 
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EPITELIZAÇÃO: redução da 
vascularização e um aumento do 
colágeno, contração da ferida. Tecido 
róseo 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: Mercy Souza 
 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO EXSUDATO 
 
 
 
 
 
 
SECA: Fundo pálido, gaze seca gruda 
na ferida com pequena hemorragia, 
para a repitelização. 
 
 
 Foto: E. Ricci 
 
 
 
 
 
 
ÚMIDA: Fundo brilhante de cor 
vermelho vivo, a gaze fica por 24 horas 
úmida. Tem borda ativa 
 
 
 
 Foto: Mercy Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MUITO EXSUDATIVA: Vermelho vivo,tecido próximo umedecido, gaze troca 
no período de 24 horas. Borda 
lesionada e ou macerada. 
 
 
 
 
 Foto: Mercy Souza 
 
 
 
 
 
ALGUNS TIPOS DE ÚLCERAS 
 
• Úlceras de estase: Ocorre geralmente por: Varizes, trombose venosa, 
insuficiência valvular. 
Características: Não tem necrose, não é isquêmica, tem um hiperpigmentação, com 
edema no tornozelo e possui uma atrofia branca na pele. 
 
 
• Úlceras tropicais: 
EX: leishmaniose: mucosa e cartilagem. 
 Incubação: 1 a 3 meses 
 
 
Foto: Mercy Souza 
 
 
 
 
 
 
 
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• Úlceras arteriais: 
Características: Edema, ausência de pulso arterial, não possui pêlos devido a danos 
causados em órgãos anexos da pele, apresenta alteração de temperatura do órgão 
lesado. 
 
• Úlceras mistas: Presença de lesão venosa e arterial associadas. 
 
• Úlceras neuropáticas; Presença de lesão em terminações nervosas periféricas, 
principalmente em membros inferiores. 
 
• Úlceras diabéticas: 
Característica: Ferida contaminada apresenta desidrose – estase com hipóxia, 
ressecamento dá área circunjacente. 
 
• Úlcera por pressão: 
 O tipo mais comum de úlcera, encontrada em larga escala nas unidades de 
internação hospitalar e domiciliar. Além de ser uma enfermidade cutânea é considerado, 
também, um indicador de qualidade da assistência de enfermagem. 
 Caracterizam-se por uma área localizada de perda de pele e dos tecidos 
subcutâneos causadas por pressão, tração, fricção ou de uma combinação destes 
fatores. 
Estas úlceras serão descritas mais detalhadamente no módulo II. 
 
 
 
-----------------------------Fim do Módulo I------------------------------ 
 
 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Feridas e Curativos – 
Técnicas e Tratamentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
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FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO 
 
Quando pensamos em injúria tecidual, seja de qual for o tamanho e proporção, 
pensamos logo na forma como ela vai cicatrizar. E existem diversas formas de 
pensamentos e tratamentos quando falamos em cicatrização. 
Há, ainda, quem defenda o meio seco como forma de acelerar o processo 
cicatricial, mesmo existindo diversos estudos e pesquisas provando as inúmeras 
vantagens do meio úmido sobre o meio seco. 
Se entendermos a fisiologia da cicatrização, veremos que uma lesão irá cicatrizar 
tanto se mantivermos o meio seco quanto o meio úmido. O que irá fazer a diferença são o 
tempo e quantidade de energia que o organismo irá gastar para fechar a lesão. 
Ou seja, quem faz a cicatrização acontecer não são os profissionais envolvidos na 
execução de um curativo, nem tampouco os produtos utilizados para isso. Ambos podem 
acelerar ou atrasar este processo, mas quem executa a ação é o organismo do portador 
da lesão. 
A escolha é nossa! 
Nós podemos ajudar ou atrapalhar... Depende do nosso conhecimento, da técnica 
e dos produtos que usamos em cada situação. 
 
A FISIOLOGIA 
 
 
A fisiologia da cicatrização nada mais é que uma cascata de eventos celulares e 
moleculares, que envolvem processos bioquímicos e fisiológicos, sendo estes dinâmicos 
e simultâneos. 
Esse processo é desencadeado por qualquer perda tecidual, podendo essa perda 
ser variável - vem daí a definição do grau da lesão. 
O processo de cicatrização tem por objetivo único, restabelecer a integridade da 
pele. E para isso o organismo usa de diversos meios para alcançar esse objetivo. 
Alguns autores classificam e dividem a fisiologia da cicatrização em 03 estágios 
sendo eles: inflamatório, proliferativo e remodelação (maturação). Outros, a divide em 05 
 
 
 
 
 
 
 
estágios: coagulação, inflamação, proliferação, contração da ferida e remodelação 
(maturação). 
Para maior assimilação, dividiremos o processo de cicatrização em 03 estágios 
descritos a seguir. 
 
FASE INFLAMATÓRIA 
 
A função desta fase é o controle do sangramento e a limpeza da lesão, girando em 
torno de três dias. 
Tem início imediato com o surgimento da ferida, é totalmente dependente da 
atividade plaquetária e da cascata de coagulação, e da liberação de alguns produtos, 
como substâncias vasoativas, algumas proteínas, fatores de crescimento, proteases etc. 
A primeira coisa que acontece quando se tem a ruptura do tecido, é uma 
vasoconstrição local, na tentativa de estancar o sangramento, além disso, fluem para a 
ferida as plaquetas, para auxiliar no processo de hemostasia. 
Uma outra reação que acontece nesta fase é a vasodilatação, ocorrendo com isso 
um aumento do fluxo sanguíneo para o local da lesão. E esse aumento da irrigação 
promove a ruborização e o aumento da temperatura local, presente em muitas feridas. 
Existe, portanto, uma reação inflamatória local e essa reação ativa os mecanismos 
de defesa do corpo. 
Células presentes nessa fase: 
• Macrófagos; 
• Linfócitos; 
• Neutrófilos; 
• Mastócitos; 
• Plaquetas, dentre outras. 
 
 
 
 Foto: E. Ricci 
 
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FASE PROLIFERATIVA 
 
Ocorre por volta do 2º ou 3º dia pós - trauma e tem duração média de 03 a 24 dias. 
Nessa fase as células locais formam o tecido de granulação, os miofibroblastos 
agem promovendo a contração da ferida, juntamente com os fibroblastos. Durante o 
fechamento, há o processo de angiogênese, que permitirá a necessária oferta de oxigênio 
e nutrientes, permitindo a atividade dos fibroblastos. As células epiteliais nas margens da 
ferida proliferam e migram pela superfície, repondo a perda celular, formando as camadas 
da epiderme. 
Sendo assim dividimos essa fase, didaticamente, em três subfases: 
1ª - Reepitelização: acontece pela migração dos queratinócitos das margens da 
ferida. Essa migração, o movimento desses queratinócitos é determinado pelo conteúdo 
de água no leito da ferida, da umidade. 
2ª - Fibroplasia: é a formação da matriz, que é uma coleção de elementos celulares 
como fibroblastos, fibronectina, colágeno, dentre outros. Essa matriz é a base para a 
formação do tecido de granulação. 
3ª - Angiogênese: como todo processo de reparação exige um gasto grande de 
energia existe a necessidade de um aumento no aporte sanguíneo para o local da lesão. 
Esse aumento circulatório se dá pela formação de novos vasos sanguíneos, ou seja, a 
neo angiogênese. 
 
 
 
 
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FASE PROLIFERATIVA 
 
 
 
 
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Em resumo: 
A epitelização é feita pela migração de células endoteliais que vão da periferia para 
o leito da ferida. Esse processo é realizado sobre o tecido de granulação, enquanto a 
ferida se contrai em média 20% a 60% seu tamanho e só acontece em meio úmido. 
 
FASE DE MATURAÇÃO 
 
Há diminuição da vascularização e da força de contração. Nessa fase o tecido é 
remodelado, a quantidade de fibroblastos diminui e as fibras de colágeno se orientam 
aumentando a força tênsil. 
Segundo Meneghin (2003) a força tênsil também cresce na linha da ferida, após 
três semanas, 20% da força original do tecido, cinco semanas depois 40%, ao final de oito 
semanas,70%, sendo, entretanto, que a força original jamais será alcançada ou 
recuperada. 
O tecido de granulação muda de avermelhado para branco pálido, avascularizado. 
Isso se dá por devido a dois processos que ocorrem de forma simultânea que é a 
síntese de tecido, realizada pelos fibroblastos e a lise do colágeno, coordenada pela 
colagenase. Esta fase dura de 20 dias a 01 ano; 
 
 
 FASE PROLIFERATIVA FASE DE MATURAÇÃO 
 
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Foto: M. Souza Foto: E. Ricci 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfª Carol Pompeo e Enfª Mercy Souza
CICATRIZAÇÃO
Lesão Vasoconstrição vasodilatação
Resposta inflamatóriaMigração e proliferação 
de fibroblastos
Neoangiogênese Migração e proliferação 
epitelial
 
Fonte: M. Souza / C. Pompeo 
 
 
 
www.eerp.usp.com 
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TIPOS DE CICATRIZAÇÃO: 
 
CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA INTENÇÃO 
 
• Incisão limpa em que as bordas estão 
 aproximadas; 
• Existe pouca perda de tecido; 
• Pouco ou nenhum exsudato. 
 
 
 
 
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CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA INTENÇÃO 
 
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CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO 
 
• É aquela que permanece aberta; 
• Onde existe uma perda significante de tecido e onde as fases de 
cicatrização são bastante marcadas; 
• Resposta inflamatória bastante evidente, com necessidade maior de 
tecido de granulação, com epitelização visível; 
• Há necessidade de um grande fortalecimento e um grande processo 
de contração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA INTENÇÃO 
 
• Ferida que fica aberta por um tempo determinado. 
• Ela irá ficar aberta só enquanto estiver com uma infecção real e depois ela irá se 
fechar. 
 
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 Foto: M. Souza 
 
 
COMPLICAÇÕES DA CICATRIZAÇÃO 
 
 Infecção: Drenagem, borda hemorrágica. 
 Deiscência: Separação das camadas (3-11 dias após a lesão). 
 Evisceração: Protusão dos órgãos 
 Fístula: Comunicação anormal entre dois órgãos e superfície do corpo. 
 
 
FATORES QUE INTERFEREM NA CICATRIZAÇÃO 
 
Como visto, a cicatrização é um complexo processo biológico dependente de vários 
fatores. Portanto, existem fatores que interferem no processo de cicatrização a partir do 
seu fisiológico, outros que acometem o biológico do indivíduo a partir do seu psicológico. 
 
 
 
 
 
 
 
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Sendo assim, podemos classificar os fatores que interferem na cicatrização em BIO-
PSICO-SOCIAL. 
 
PSICO-SOCIAL 
 
Sendo a nossa pele o maior órgão do corpo humano podemos considerá-la, além 
de barreira protetora o nosso “cartão postal”, sendo a primeira coisa observada e vista em 
todos os indivíduos. 
Atualmente, com a evolução da medicina estão se aperfeiçoando meios cada vez 
mais avançados de tratamentos estéticos, comprovando, mais uma vez, a importância 
estética da pele. 
Se olharmos a pele também pelo ângulo da estética, qualquer tipo de lesão nela 
encontrada é causa de intenso desconforto para quem a possui. E esse desconforto é 
evidenciado pela baixa auto - estima que em muitas vezes possam levar o indivíduo à 
depressão. 
A baixa auto - estima, a depressão, dentre outros problemas pode levar a pessoa a 
diminuir a produção de inúmeras substâncias endógenas, que auxiliam ou são 
responsáveis pelo processo de cicatrização. 
 
PERFUSÃO E OXIGENAÇÃO 
 
Durante todo processo de cicatrização existe um consumo de oxigênio, sendo a 
pressão média de oxigênio (PO2) necessária para a proliferação e síntese do colágeno é 
de 40 mmHg. Em situações que essa pressão se torna menor ocorre diminuição da 
proliferação e síntese de colágeno e diminuição da resistência a infecções. 
Assim sendo, pacientes anêmicos são mais suscetíveis a um retardo na 
cicatrização devido a uma diminuição no transporte de oxigênio, ocasionado por uma 
deficiência ou incapacidade das hemácias em transportar este importante componente da 
cicatrização. 
Portanto, é importante na cicatrização o aumento no suporte de oxigênio para 
acelerar o processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NUTRIÇÃO E HIDRATAÇÃO 
 
A nutrição e hidratação têm uma tarefa fundamental na manutenção da integridade 
dos tecidos e na promoção dos processos de reparação de todas as lesões cutâneas, o 
que enfatiza a importância de uma equipe multiprofissional para que o tratamento do 
paciente portador de uma lesão seja eficaz. 
A nutrição: 
Citamos alguns elementos nutricionais fundamentais para o reparo tecidual de uma 
lesão: 
As Proteínas previnem infecções e participam na síntese do colágeno, fibroblastos 
e na angiogênese. 
 
As Calorias dão sustentação a todos os processos, a sua maior necessidade é em 
relação aos pacientes acamados, pois previnem a degradação das proteínas, e é a 
principal fonte de energia para os leucócitos e fibroblastos, por isso, o processo de 
cicatrização requer gasto de energia. 
 
A Vitamina C é um co-fator na síntese de colágeno, além de possuir ação 
antioxidante. Já a vitamina A proporciona resposta inflamatória local e migração epitelial, 
auxiliam na diferenciação celular na epitelização. E a vitamina E estimula a fibroplasia e 
age como co-fator da síntese do colágeno; 
 
O Complexo B é Importante para a junção das fibras de colágeno durante a fase 
de maturação. O ferro e o zinco são co-fatores na formação de colágeno e na síntese de 
proteínas; 
 
Hidratação: 
O nosso corpo é constituído de 70% de água que é utilizada para a manutenção da 
volêmica, da temperatura corporal, dentre outras funções. 
A sua redução, quando falamos no tratamento de feridas, causa diminuição do 
volume circulante e conseqüente hipotensão arterial. Aumenta o edema dos tecidos, além 
de reduzir a difusão do oxigênio e dos nutrientes às células. 
 
 
 
 
 
 
 
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TABELA COMPARATIVA NECESSIDADES HÍDRICAS E ENERGÉTICAS 
 
 PELE NORMAL ULCERA 
Água (ml/kg/dia) 25 50-100 
Energia (Kcal/kg/dia) 25-30 50 
Proteína (gr/Kg/dia) 0.7 1-2. 5 
 
 
INFECÇÃO 
Como vimos no início deste módulo, a fase inflamatória, primeira fase do processo, 
é onde acontece, além da hemostasia, a limpeza da lesão pelas células de defesa. 
Sendo assim, na presença de infecção as células de defesa trabalham em maior 
número, necessita de uma maior demanda metabólica e gasto energético o que prolonga 
a duração desta fase e retarda o processo de cicatrização. 
 
MEDICAMENTOS 
Algumas terapêuticas medicamentosas interferem diretamente no processo 
cicatricial, devendo ser levadas em consideração no momento em que for instituído o 
plano de cuidados de cada paciente. 
O corticosteróide inibe a proliferação epitelial e migração de neutrófilos e 
macrófagos. Já os antiinflamatórios reduzem da síntese do colágeno e inibem a contração 
daferida diminuindo a velocidade de epitelização. Os imunossupressores aumentam a 
suscetibilidade à infecção e diminui a produção de neutrófilos. 
 
IDADE 
O envelhecimento causa a diminuição da quimiotaxia e da ação das células de 
defesa; acarretando uma diminuição da resposta frente às agressões externas. 
Quando falamos no processo de cicatrização do idoso, devemos ressaltar que há 
diminuição da taxa de divisão celular e na síntese do colágeno e a capacidade de 
contração é mais lenta porque há baixa oferta de oxigenação pelos vasos capilares, 
prejudicando a atividade dos fibroblastos, lentificando e interferindo na resposta cicatricial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXTENSÃO E LOCALIZAÇÃO DA FERIDA 
 
Quanto ao tamanho da área lesionada deve se considerar a extensão e a 
profundidade que foi acometido o tecido, pois quanto maior for à extensão e profundidade 
maior a probabilidade de infecção e maior o tempo de cicatrização. 
Em relação à localização anatômica que se encontra a lesão, o fator agravante ao 
processo de cicatrização são as particularidades de cada região como as articulações, 
cabeça, pescoço e regiões abdominais, pois há um maior volume de irrigação sangüínea 
e drenagem nestas áreas que interferem na escolha do tratamento a ser utilizado, 
necessitando previamente de uma avaliação criteriosa do Enfermeiro. 
 
MOBILIDADE DO PACIENTE 
 
 Os pacientes que possuem o auto cuidado prejudicado e déficit em se movimentar no 
leito possuem maior probabilidade de desenvolver lesão de pele devido à pressão e 
compressão da micro circulação dificultando a nutrição e oxigenação celular e dificultando 
o fluxo arterio-venoso e linfático de um ou mais membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CARACTERÍSTICAS DE DIFERENCIAÇÃO DAS ÚLCERAS 
 
INTRODUÇÃO 
 
Conforme definido anteriormente a úlcera cutânea é uma lesão de pele 
caracterizada por uma perda de substância dermo-hipodérmica que não mostra nenhuma 
tendência a cicatrizar-se em até 06 semanas por uma alteração da homeostase vascular. 
No módulo anterior, citamos diversos tipos de úlcera, dentre elas estão: úlceras por 
pressão, encontradas nos ambientes hospitalares e nas internações domiciliares, as 
úlceras tropicais, muito encontradas em nosso país, e as úlceras de perna, sejam elas 
venosas arteriais ou mistas. As úlceras de pernas constituem um sério problema médico e 
sócio econômico, elas podem ocorrer na faixa etária de 20 a 40 anos. Pesquisas da OMS 
revelam que a freqüência dessas úlceras é equivalente a do câncer e diabetes. 
• Nos EUA a percentagem é de 0,3 % da população geral. 
• Na Dinamarca é de 3,9%, e na Inglaterra é de 0,4%. 
• No Brasil, estima-se que gire em torno de 3,0% (2 milhões de pacientes). 
• As úlceras de perna são, sem dúvida, um importante fator de morbidade, com 
grande repercussão sócio-econômica. 
Sendo assim, apresentamos nesse módulo, alguns tipos de úlceras, suas 
características e definições, prevenção e tratamento. 
 
 
 
FORMAÇÃO DA ÚLCERA 
• Isquemia tecidual; 
• Espessamento das fibras musculares; 
• Comprometimento arterial; 
• Necrose do tecido gorduroso; 
• Formação de fibrina nos vasos capilares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÚLCERA VENOSA 
 
A função da veia é levar o sangue de retorno ao coração, após ter cumprido a 
função de trocas metabólicas e térmicas ao nível dos tecidos. No sistema venoso existem 
três sistemas de veias diferentes em posições anatômicas e funções, sendo esses 
sistemas denominados: superficial, profundo e perfurante. 
 
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As veias desses sistemas possuem 
inúmeras válvulas, que servem para direcionar a 
corrente sangüínea impedindo seu refluxo. Este 
fluxo tem que vencer, além da pressão positiva 
abdominal, a ação da gravidade que se exerce, 
intensamente sobre os membros inferiores. 
 
 
 
 
Quando essas válvulas estão 
comprometidas, vários sinais começam a ser 
observados decorrentes de um fenômeno 
chamado ESTASE VENOSA. 
 
 
Fonte: Maual Merck 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 ESTASE VENOSA 
 
É um dano crônico ou agudo do fluxo 
de sangue das pernas que resulta em 
aumento da pressão hidrostática 
capilar e conseqüentemente a 
hipertensão venosa, que pode levar a 
ruptura da pele. 
 
 Foto: E. Ricci Fonte: www. sbacvrj.com.br 
 
 
 
 
 
 
 
 FATORES PREDISPONENTES 
 
• Hereditariedade; 
• Idade; 
• Sexo; 
• Obesidade; 
• Postura predominante de trabalho; 
• Varizes 
 
VARIZES: Fonte: Elia Ricci
 Dilatação de uma veia transportadora do retorno venoso. 
 
FISIOPATOLOGIA 
O processo de retorno venoso ao coração é feito pelas válvulas, que impedem que 
o refluxo sangüíneo de volta à periferia. Quando elas apresentam problema no seu 
funcionamento o sangue reverte seu curso, voltando para baixo, enfraquecendo a veia. 
O sangue venoso, pobre em oxigênio e nutrientes, permanece nos tecidos 
causando dilatações, edema e impedindo que o sangue arterial nutra os tecidos. Estes 
necrosam, dando origem a eczemas e úlceras. 
 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
 
• Geralmente localizada na região maleolar medial, por ser a área de maior hipertensão 
venosa e além de haver perfurantes insuficientes ao nível de tornozelo. 
• Abaulamento do tornozelo quando as pernas estão ligeiramente pendentes; 
• Descoloração no tornozelo; 
• Edema de tornozelo e pé, não depressível; 
• Pulsos presentes; 
• Pode estar presente uma lipodermatoesclerose (regiões esbranquiçadas, próximas à 
lesão); 
 
41 
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 Dermatite venosa (hiperpigmentação) 
 Exsudato purulento em 80% das úlceras; 
 Incidência elevada de erisipela, devido ao. 
 Comprometimento, da rede linfática; 
 Não há claudicação; 
 Desconforto moderado devido à úlcera aliviado por elevação. 
 Úlceras superficiais com bordas irregulares em fase de evolução; 
 
42 
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Foto: C. Pompeo / M. Souza 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
 
 Edema, Atrofia branca 
(lipodermatoesclerose) 
e Hiperpigmentação. 
 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIT 
ERLANDEN 
 
 
 
 
 
 
 
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EDEMA: Primeiro sinal de insuficiência vascular circulatória (IVC); inicialmente a parede 
dos vasos sofre alterações em sua estrutura por alteração do oxigênio; em sua fisiologia 
ocorre um desequilíbrio entre filtração e absorção. 
O edema se reduz com a elevação do membro completamente, erroneamente se faz a 
elevação apenas dos pés apoiados em travesseiros que mascaram a terapêutica 
empregada dificultando o retorno venoso e ainda o mais grave o fluxo arterial. 
 
ATROFIA BRANCA/ LIPODERMATOESCLEROSE: Em conseqüência à dificuldade do 
retorno venoso temos a hipertensão venosa crônica, que na veia sadia temos referências 
literárias que em repouso a pressão vascular é de 0 mmhg esta que se altera com o 
deambular ou o indivíduo em pé. Esta hipertensão causa um dano venoso e intersticial, 
não ocorrendoformação de novos capilares intralesional e conseqüentemente a atrofia - 
derrmo epidérmica, caracterizando a borda com manchas angiomatosas ou de 
pigmentação. 
 
HIPERPIGMENTAÇÃO: Ocorre à perda de caráter laminar do fluxo e a diminuição da 
permeabilidade capilar, consequentemente temos a aglutinação das hemácias e 
diapedese das hemácias no interstício (tecidos), com a deposição da hemosiderina 
(resultado final do metabolismo do ferro) e o aumento dos melanócitos aumentam e 
aparecem alguns micros trombos, caracterizando as manchas escuras e pontos de 
pigmentação em meios a atrofia branca. 
 
 Anamnese e Histórico 
• Patologia familiar de caráter hereditário; 
• Estilo de vida e condição particular; 
• Doença, intervenções, trauma pregresso; 
• História da formação da úlcera. 
• Diabetes; 
• Varizes em membros inferiores; 
• Dislipidemias; 
• Doenças cardiovascolares 
 
 
 
 
 
 
 
CONDUTAS: 
1- Avaliação da lesão quanto seu aspecto físico: Localização, Profundidade, Bordas, 
Leito, Exsudato e Mensuração e Dor. 
2- DOR: De característica peculiar às lesões isquêmica em sua menor intensidade, 
considerando todo o histórico do cliente e da lesão quanto: umidade da lesão e da 
cobertura utilizada, da presença de infecção e estase venosa. O tratamento 
farmacológico antes da realização do curativo auxilia a adesão ao tratamento e 
reduz o fator stress do cliente, tornando o procedimento menos traumático e 
humano. 
3- Aplicação da compressão do membro inferior pode ser de três tipos: Bandagem de 
curto estiramento ou inelástico indicado apenas para as pessoas que deambulam, 
pode ser obtida pela Bota de Unna. 
 
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 Fotos:E. Cassimiro 
 
 Bandagem de longo estiramento ou elástica, não são as mais utilizadas no Brasil 
devido o seu custo e ao clima em que vivemos, são de compressão contínua mesmo com 
o membro elevado e durante vários dias. 
 Meias elásticas são poucas usadas pela não praticidade aos idosos e necessitam 
de uma cobertura primária e devem ser substituídas por no máximo seis meses. 
4- Consultar uma equipe multiprofissional clínico, intervencionista e cirúrgico, para 
tratar a causa, a conseqüência e a reabilitação da insuficiência vascular circulatória 
e manter um cuidador constantemente orientado sobre o prognóstico, tratamento e 
o tempo que estas úlceras levam para melhorar e ou cicatrizar. 
 
 
 
 
 
 
 
ÚLCERA ARTERIAL 
 
 A lesão do sistema vascular periférico inclui também a lesão de artérias em suas 
diferentes estruturas anatômicas, sejam elas, as pequenas, médias e as grandes 
superficiais ou profundas, e ainda estão relacionadas com as condições biológicas do ser 
humano e das condições culturais quanto aos hábitos alimentares e sociais quanto ao 
sedentarismo na população adulto jovem e financeiro. 
 
CARACTERÍSTICA: 
 
 A lesão arterial periférica é descrita em várias referências literárias como um acúmulo 
de gordura na parede das artérias (aterosclerose) e pelo endurecimento desta por 
processos degenerativos (arteriosclerose) acometidos por doenças crônicas 
degenerativas (Diabetes e Hipertensão Arterial sistêmica). 
 Esta lesão é progressiva, inicialmente ocorre uma redução de fluxo ocorrendo à 
isquemia e conseqüentemente se não corrigido a causa ocorre a obstrução do vaso de 
pequeno a grosso calibre com a perda total de tecidos por necrose e ou gangrena. Com 
característica de ser uma lesão de membros inferiores que denominamos como Úlcera de 
Perna, com sinais clínicos iniciais que vai de uma simples artrite de pequenos vasos a 
uma obstrução parcial ou total de um grande vaso comprometendo todo um membro e até 
a vida deste indivíduo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: E. Ricci 
45 
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PATOGÊNESE: 
46 
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• Embolia cardíaca 
• Vasculopatia periferica obstrutiva 
• Inativação do mecanismo arteriolar e capilar de compensação; 
• Aumento da resistência periférica; 
• Redução do fluxo hemático > 50% 
• Vasculopatia inflamatoria 
 
 
Foto: E. Ricci 
 Características clínicas 
• Claudicação intermitente aliviada pelo repouso; 
• Dor noturna, aliviada por uma posição pendente; 
• Dor em repouso, no ponto da úlcera; 
• Pés frios e unhas dos pés espessadas; 
• Pulsos ausentes ou diminuídos; 
• Atrofia cutânea (fina e lustrosa); 
• Perda de pelos da extremidade inferior; 
• Rubor quando pendente; 
• Palidez por elevação 
Foto: E. Ricci 
• Possível gangrena 
 
Fatores predisponentes 
• Tabagismo 
• Hiperlipidemia 
• Diabetes Mellitus 
• Hipertensão 
 
Localização da úlcera 
• Cabeças das falanges 
 • Calcanhar 
Foto: E. Ricci 
• Maléolo lateral 
 
 
 
 
 
 
 
• Pré – tibial 
• Extremidades dos dedos do pé ou entre os dedos do pé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto: E. Ricci 
 
CARACTERÍSTICAS DA ÚLCERA: 
 Pálida com bordas regulares (como se cortado com uma forma); 
 Leito da ferida pálido, ressecado. 
 Mínima secreção 
 Aparência de perfuração 
 Poderá não ter sangramento 
 Poderá apresentar tecido necrótico negro 
 Área perilesional pálida 
 Pequenas quantidades de tecido de granulação pálido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universit Erlanden 
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O QUE INVESTIGAR? 
 
• Pés frios; 
• Pulsos ausentes ou diminuídos; 
• Atrofia cutânea (fina e lustrosa); 
• Perda de pelos da extremidade inferior; 
• Rubor quando pendente; 
• Palidez por elevação 
• Unha dos pés espessa 
• Possível gangrena 
 
CONDUTAS 
• Tratar causa subjacente (cirurgia ou farmacoterapia); melhorar perfusão tecidual; 
• Decidir cuidadosamente quanto ao método de desbridamento, a GANGRENA seca 
atua como uma capa protetora. Devido à redução do fluxo sangüíneo; 
• Prevenção do trauma e infecção 
 
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TERAPIA 
• Terapia farmacológica 
• Terapia angioradiológica 
• Terapia cirúrgica 
• Terapia contra a dor 
 
 
 Fonte: Elia Ricci 
 DOR 
Sinais físicos 
Sinais visíveis 
• Modificação da pressão arterial 
• Modificação na posição corporal; 
• Mudança na freqüência cardíaca 
• Expressão do rosto e da voz; 
e respiratória 
• Mudança no estado emocional; 
• Modificações trópicas 
• Anorexia, insônia e etc. 
 
 
 
 
 
 
 
49 
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• Sintomas neurológicos 
ÚLCERA NEUROPÁTICA 
 
As úlceras neuropáticas são lesões de pele bastante comuns e que tem incidência 
elevada na nossa população. São decorrentes, principalmente da falta de sensibilidade 
local que leva às deformidades e conseqüentemente à formação de lesões de pele. 
Dentre as úlceras neuropáticas, a mais comum e a mais conhecida, é o pé 
diabético, encontrado em larga escala nas Unidades Básicas de Saúde e que acomete 
uma grande parcela da populaçãoidosa do País. 
Uma outra neuropatia bastante conhecida é a causada pela Hanseníase, também 
comumente encontrada nos Postos de saúde de todo Brasil, e com grande incidência no 
estado do Mato Grosso do Sul. 
 
ÚLCERA NEUROPÁTICA NA HANSENÍASE 
 
A hanseníase é uma doença infecciosa de evolução lenta e duração bastante 
longa, é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, também conhecida 
por Bacilo de Hansen. 
Essa doença atinge principalmente a pele e as extremidades do corpo, sendo uma 
das suas principais características comprometimento dos nervos periféricos, o que 
acarreta diminuição ou perda de sensibilidade nos membros, além do comprometimento 
dos filetes nervosos e alguns anexos da pele, como os folículos pilosos, glândulas 
sudoríparas e sebáceas. 
 
Patogênese da úlcera neuropática na hanseníase 
 
O comprometimento dos nervos periféricos leva á diminuição da sensibilidade nos 
membros, o que pode levar a formação de úlceras, principalmente nos pés, tanto por 
trauma, uma vez que o indivíduo pode machucar-se sem sentir, quanto por pressão ou 
fricção dos pés dentro do próprio calçado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ÚLCERA DIABÉTICA 
 
A Diabete Mellitus é uma doença que acomete grande parte da população idosa no 
Brasil, sendo considerada, juntamente com a hipertensão arterial a doença crônica de 
maior repercussão sócio-econômica no nosso meio. 
Além de todos os sintomas já conhecidos, causados pela Diabete descompensada, 
um outro agravante que, atualmente preocupa as autoridades em saúde são as úlceras 
de pé, que acometem alguns portadores dessa patologia. Essas úlceras são decorrentes 
de alterações neurológicas associadas, geralmente a um quadro infeccioso. 
O surgimento dessa úlcera pode se dar de duas maneiras: 
1. Por perda de sensibilidade: 
2. Por doença vascular 
 
1. PERDA DA SENSIBILIDADE: 
A constante hiperglicemia pode afetar os nervos periféricos das pernas e, 
principalmente dos pés, o que leva a perda da sensibilidade tanto tátil, quanto térmica e 
dolorosa, deixando o pé suscetível a traumas químicos, térmicos e mecânicos. 
 
2. DOENÇA VASCULAR: 
O paciente diabético tem uma maior propensão às doenças do coração e à 
hipertensão arterial, uma vez que a glicemia aumentada por um tempo prolongado leva ao 
endurecimento e ao estreitamento das artérias e arteríolas. Além dessas patologias, 
temos também, as vasculopatias periféricas, que é o comprometimento dos vasos 
periféricos. 
Esse comprometimento leva a alguns sinais clínicos característicos, em seu 
portador sendo: 
• Pé frio, cianótico, em alguns casos e com a pele fina; 
• Unhas deformadas e com presença de fungos, na maioria dos casos; 
• Pulsos finos e diminuídos, dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
No caso dos pacientes diabéticos, podem aparecer lesões nos nervos por 
comprometimento arterial, o que acarreta diminuição do aporte sanguíneo àquele nervo 
levando-o à isquemia e conseqüentemente à diminuição da sensibilidade, já citada 
anteriormente. 
 
Características dos pés 
 
• Pulsos usualmente presentes 
• Pés frescos ou mornos 
• Ausência de dores (por vezes) devido à neuropatia 
• A pele das extremidades inferiores é seca com rachaduras/fissuras nos pés 
• Micoses nas unhas dos pés 
 
Características da úlcera 
 
• Profundas, podendo apresentas túneis; 
• Pálidas, com bordas uniformes; 
• Pode estar presente tecido de granulação; 
• Pode existir calosidade ao redor 
• Localizada geralmente nos pés (área plantar), sendo as áreas mais comuns às 
cabeças dos metatarsos e os pontos de pressão. 
 
51 
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Foto: M.Massulo 
 
 
 
 
 
 
 
ESCALA DE RISCO: Sistema de Classificação de Meggitt – Wagner 
 
GRAU/DEFINIÇÃO INTERVENÇÃO 
 
CLASSIFICAÇÃO DA PROFUNDIDADE 
 
0 – Neuropatia Ausente 
Pé “sob risco”: úlcera pregressa ou 
neuropatia com deformidade, que podem 
causar uma nova úlcera. 
Orientação do paciente, exames 
periódicos, calçados e solas internas 
apropriados. Avaliação anual. 
1 – Neuropatia presente 
Úlcera superficial sem infecção 
Redução da pressão externa: fôrma 
moldada de contato total, imobilização para 
caminhar, calçados especiais, etc. 
Avaliação semestral. 
2-Neuropatia presente e/ou 
deformidades, proeminências e/ou 
isquemia: 
Úlcera profunda com exposição de um 
tendão ou articulação (com ou sem 
infecção superficial) 
Desbridamento cirúrgico, cuidados com a 
ferida, redução da pressão se a lesão 
fechar e passar ao grau 1 (antibióticos se 
necessário). Avaliação trimestral por equipe 
especializada. 
3- Úlcera e/ou amputação 
Úlcera extensa com exposição de osso 
e/ou infecção profunda, ou seja, 
osteomielite ou abscesso. 
Desbridamentos cirúrgicos, amputação dos 
dedos ou de parte do pé, antibióticos, 
redução da pressão se a ferida passar para 
o grau 1. Avaliação 1-3 meses por equipe 
especializada. 
4- Gangrena da parte externa do pé Avaliação e reconstrução vasculares, 
amputação parcial do pé. 
5- Gangrena total do pé Avaliação vascular, amputação ampla da 
extremidade com possível reconstrução 
vascular proximal. 
 Fonte M.Massulo 
 
52 
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ESCALA DE RISCO 
 
 
 
• Grau 0: pé em risco 
 
 
 
• Grau 01: úlcera superficial não infectada 
clinicamente; 
 
 
 
• Grau 02: úlcera mais profunda, freqüentemente 
infectada, sem osteomielite; 
 
 
 
• Grau 03: úlcera mais profunda, formação de 
abscesso, osteomielite; 
 
 
 
• Grau 04: gangrena localizada (dedo, parte 
dianteira do pé ou calcanhar) 
 
 
• Grau 05: gangrena de todo o pé. 
 
 
CLASSIFICAÇÕES DA PROFUNDIDADE E ISQUEMIA DA LESÃO DO PÉ DIABÉTICO 
 
 
53 
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Foto: M.Massulo 
“PÈ DE CHARCOT” 
Os sintomas incluem temperatura cutânea elevada, hiperemia, edema, às vezes 
dor, ausência de lesões na pele e de sinais radiológicos. Traumas precipitantes, tais como 
distensão ou torção do tornozelo ou tropeço em degrau, são comuns nos relatos dos 
 
 
 
 
 
 
 
pacientes. A progressão é rápida, com fragmentação óssea e destruição das articulações 
visível ao raio-X, acompanhada de exuberante reação periósteo. 
 
Perguntas a serem feitas: 
• Quando percebeu a ferida? 
• Alguma secreção, cor, odor? 
• Algum corpo estranho? 
• Usam sempre sapatos? 
• Faz controle da glicose sempre? 
 
 Condições do paciente 
Foto: E. Ricci 
• Verificar os sapatos e as meias, quanto a cerzidos e furos; 
• Examinar ambos os pés e pernas comparando a aparência da pele e alterações; 
• Examinar a pele, verificar se está seca, rachada ou com cor alterada; 
• Examinar os pulsos e presença de deformidades nos pés. 
 
Orientações ao paciente 
• Verificar os pés diariamente; 
• Lavar e secar os pés, hidratar até a perna; 
• Verificar a temperatura da água antes do banho; 
• Cuidado com as unhas, corte em quadrado; 
• Verifique os calçados quanto à presença de corpos estranhos; 
• Nunca ande descalço, não corte calosidades ou calos. 
 
CALÇADOS ADEQUADOS: 
O sapato não deve ser muito apertado nem muito folgado; a sua parte interna deve 
ser de 1 a 2 cm maior do que o próprio pé; a largura interna do sapato deve ser igual à do 
pé tomando como referência a face lateral das articulações dos metatarsos, e a altura 
com espaço suficiente para os dedos. Os calçados devem ser experimentados com opaciente em pé, de preferência no final do dia. Se ficarem muito apertados devido às 
deformidades ou se há sinais de pressão anormal do pé, como hiperemia, calos, 
54 
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ulceração, a prescrição e confecção de palminhas ou órteses, sapatos especiais devem 
ser efetuados. 
GUIA DE DIFERENCIAÇÃO 
 
55 
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ÚLCERA DE PRESSÃO 
 
A expectativa de vida da população brasileira, segundo a OMS, tem aumentado 
substancialmente nas últimas décadas, e com isso aumentou-se também o número e o 
tempo das internações hospitalares causadas pelas doenças crônico-degenerativas, 
como o diabetes e a hipertensão, além de outras doenças como pneumonias. 
Infelizmente, com esse aumento do tempo de internação e associado às inúmeras 
patologias decorrentes da idade e de vários outros fatores, encontramos um problema 
comum em quase todos os hospitais do país, bem como nas internações domiciliares, a 
ÚLCERA DE PRESSÃO, também chamadas de úlcera de decúbito. 
ARTERIAL VENOSA LINFATICA NEUROPÁTICA 
 
PELE 
Seca, inelástica, sem 
pêlos, fria. 
Úmida Úmida, Sensível, 
translúcida, inelástica, pálida 
friável 
 
 
 
EDEMA 
Localizado na 
primeira fase. Ou 
sempre mais 
acentuado, na fase de 
descompensação da 
lesão. 
Difuso, na perna e 
pé e, se crônico, é 
endurecido. 
Sempre presente Presente 
 
 
DISCROMIA 
Acentuada Presente. Com 
prevalência na 
face Antero 
medial, de cor 
marrom violeta. 
Acentuada Acentuada 
 
 
 
ULCERA 
Pequena, poço 
secernente, 
Borda regular dói 
espontaneamente e 
aumenta. Leito da 
ferida pálido e 
ressecado. Pouca 
secreção. 
Pode apresentar 
fundo necrótico. 
Dimensão 
variável, mas 
aumenta 
rapidamente em 
extensão, 
Bordas irregulares.
Fundo muito rico 
em secreção. 
Pequena, Pequena, pouco profunda, 
multiplas, com fundo róseo. 
fissuras. 
Fonte: Elia Ricci 
 
 
 
 
 
 
 
Desse modo, vamos dispensar um pouco do nosso conteúdo para esse tema de 
real importância no nosso meio. 
 
DEFINIÇÃO 
 
 Área localizada de perda de pele e dos tecidos subcutâneos causados por 
pressão, tração, fricção ou de uma combinação destes fatores. 
 
FATORES DESENCADEANTES: 
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1. INTERNOS: 
• Doença e estado do paciente 
• Desnutrição 
• Idade 
• Mobilidade 
• Incontinência urinária e fecal 
 
2. EXTERNOS 
• Pressão 
• Fricção 
• Cisalhamento 
 
Sendo assim, os indivíduos mais propensos á formação desse tipo de lesão de 
pele são aqueles com alterações na mobilidade, alterações sensoriais e da circulação 
periférica, alteração do nível de consciência, disfunção de esfíncteres, desnutridos e 
imunodeprimidos. 
 
Foto: M. Souza 
PATOGÊNESE 
O nosso organismo precisa de energia e nutrientes para manter a vida, da mesma 
forma o nosso tecido precisa de nutrientes e oxigênio para se manter vivo. Qualquer 
 
 
 
 
 
 
 
injúria ou alteração que acarrete interrupção desse suprimento de energia pode levar ao 
sofrimento tecidual e conseqüentemente morte das células. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2
43
1
1 1 -- VascularizaVascularizaççãoão normal normal 
entre a pele e o plano doentre a pele e o plano do
osso dano microvascular osso dano microvascular 
2 dias2 dias
2 2 –– AA presspressãoão causa isquemia profunda,bloqueio artercausa isquemia profunda,bloqueio arterííolar com pele olar com pele 
integraintegra
3 3 -- A pressA pressãoão causa isquemiacausa isquemia tambem em superficie; (eritema tambem em superficie; (eritema 
persistente, flictema)persistente, flictema)
4 4 -- escara cutâneaescara cutânea
7 DIAS7 DIAS
NANO - RICCI NANO - RICCI
NANO - RICCI NANO - RICCI 
Foto: E. Ricci 
 
No caso da úlcera de pressão, a isquemia é causada pela pressão das partes 
duras do corpo, as proeminências ósseas, no tecido muscular. Essa pressão leva a uma 
diminuição ou um bloqueio da circulação arterial, que é responsável pelo fornecimento de 
nutrientes e oxigênio, com isso existe a formação de uma área isquêmica e por 
conseqüência, a morte das células e o aparecimento da úlcera de pressão. 
Causas da hipóxia 
 
• Compressão 
• Obstrução arterial 
• Redução fluxo sanguíneo 
• Estase venosa e linfatica 
• Deficit da microcirculação 
 
 
 
 
 
 
 
• isquemia 
• Congestão venosa 
• Trombose venosa 
• Necrose 
AVALIAÇÃO DA 
PRESSÃO
 
 
 
HighHigh
LowLow
PressurePressure
MediumMedium
Heel ReliefHeel Relief
ModeMode
PreventionPrevention
ModeMode
HighHigh
LowLow
PressurePressure
MediumMedium
Heel ReliefHeel Relief
ModeMode
PreventionPrevention
ModeMode
 
 
Foto: Elia Ricci 
 
 
ETIOLOGIA DAS ÚLCERAS DE DECÚBITO 
 
A) SUPERFICIES DE APOIO E COMPRESSÃO 
 
B) POSICIONAMENTO 
• Pressão 
• Atrito: 
• Cisalhamento: 
• Umidade: 
 
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CLASSIFICAÇÃO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO 
 
ESTÁGIO 1: Nesse estágio a pele ainda está integra, entretanto, existem algumas 
alterações que são indicativas de isquemia, tais como; mudança na temperatura local 
(seja calor ou frio), mudança na consistência do tecido, podendo aparecer desde áreas 
amolecidas ou endurecidas, ao edema. Além dessas alterações pode aparecer também 
uma área avermelhada, chamada eritema, que não desaparece depois de retirada à 
pressão. 
 
Foto: M. Souza 
ESTÁGIO 2: Neste estágio existe perda de tecido. A úlcera ainda é superficial, atingindo 
epiderme e derme. E pode apresentar-se como abrasão, uma espécie de queimadura, 
bolha ou uma cratera rasa. 
 
 
59 
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 Foto: Mercy 
Foto: M. Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTÁGIO 3: No estágio 03 temos a perda de todas as camadas da pele, sendo a 
epiderme, derme e tecido subcutâneo, podendo ter ou não tecido necrótico. 
 
60 
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ESTÁGIO 4: No último estágio, além da perda de todas as camadas da pele, existe ainda 
comprometimento do tecido muscular, ósseo, ligamentos, tendões, com o aparecimento 
de crateras e túneis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: M. Souza 
Foto: E. casimiro Foto: M. Souza 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: E. Ricci 
TRATAMENTO 
 
1. AVALIAÇÃO DOS RISCOS: 
O tratamento da úlcera de pressão se baseia, primeiramente, na avaliação dos 
riscos. Essa avaliação pode ser feita de diversas maneiras, uma delas é a utilização das 
escalas de risco, aqui citamos como exemplo a escala de avaliação de NORTON. 
 
NORTON: Parametros de Avaliação 
• Condição geral 
• Estado mental 
• Atividade 
• Mobilização 
• Incontinência 
 
 
 
Foto: M. Souza 
61 
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2. CUIDADOS COM A PELE DO PACIENTE 
Avaliar e inspecionar a pele do paciente constantemente, mantendo-a seca e hidratada. 
 
3. DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO• Manter o paciente, quando acamado, em colchão de ar. 
• Mudar de decúbito a cada duas horas, mesmo em colchão de ar e outros, 
• Evitar lesões por cisalhamento, mantendo cabeceira elevada a < 30°; 
• Manter proeminências ósseas afastadas do contato mútuo; 
• Elevar calcanhares; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: Elia Ricci 
PROIBIDO! 
Luvas de procedimentos com ar ou água e rodilhas (almofadas com orifício) de ar 
ou de ataduras. Essas são falsas medidas de diminuição de pressão que se utilizadas 
constantemente, acabam por aumentar ainda mais a área de isquemia piorando o quadro 
do paciente. 
EXISTEM DIVERSOS MÉTODOS PARA REDUZIR A PRESSÃO DE APOIO E 
QUE SE ADAPTAM AOS DIVERSOS MOMENTOS DO PACIENTE. MAS…. NINGUÉM 
PODE SUBSTITUIR A INTERVENÇÃO HUMANA E A MUDANÇA HABITUAL DE 
DECÚBITO 
 
---------------------Fim do Módulo II------------------------- 
62 
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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
 
Feridas e Curativos – 
Técnicas e Tratamentos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 MÓDULO III 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na bibliografia consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERIDA INFECTADA 
 
A infecção é a complicação mais comum das lesões de pele crônicas e, pode ser 
considerada a mais grave e importante complicação, uma vez que a pode deixar de ser 
local para se tornar sistêmica o que implica em uso de antibioticoterapia sistêmica, muitas 
vezes endovenosa, o que requer internação em ambiente hospitalar causando estresse 
aos pacientes e familiares, e aumentando, conseqüentemente, o tempo de tratamento 
desta lesão, além dos custos com medicamentos e curativos. 
Dessa forma é importante lembrar que toda lesão de pele pode torna-se infectada 
se não houver a atenção e um cuidado terapêutico adequado, o qual deve partir de 
avaliações criteriosas e diárias das condições de pele de cada paciente, evitando 
complicações sistêmicas que podem evoluir desde uma simples perda de tecido até o 
óbito do paciente. Salientando e afirmando que o exame físico realizado em equipe pelos 
profissionais da enfermagem e a sistematização da assistência pelo Enfermeiro é de 
suma importância e primordial na prevenção e tratamento de lesão de pele. 
 
 
 
Definições: 
 
• Contaminação: Presença de bactéria sem multiplicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto: E. Ricci 
64 
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• Colonização: Multiplicação bacteriana sem que haja, entretanto, qualquer reação do 
organismo a esses patógenos. Presente em todas as feridas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: E. Ricci 
 
• Infecção: Deposição e multiplicação de microorganismos no tecido com reação 
imunológica do hospedeiro a esses patógenos. 
65 
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 Foto: M.Souza 
Foto: M.Souza 
Relembrando a primeira fase da cicatrização, a fase inflamatória, é importante que 
o profissional saiba diferenciar um processo inflamatório do processo infeccioso, através 
do exame clínico e laboratorial de cada lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A BACTÉRIA E A LESÃO 
 
66 
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Evidências clínicas: 
 
 Não existe uma úlcera crônica estéril. Em uma única ferida 
podemos encontrar diversas bactérias, entretanto, isto não significa 
que a úlcera esteja infectada. Isto não significa que a ferida está 
infectada 
 A infecção causa várias reações de estruturas anatômicas e 
funcionais do indivíduo, alterações estas localizadas e sistêmicas que 
clinicamente identifica o início do processo infeccioso. 
Sistêmico 
• Mudança de temperatura: Hipertermia (sinal precoce) e Hipotermia (sinal tardio de 
infecção severa) 
• Taquicardia 
• Hiperventilação 
• Dor (dependente sensibilidade do local afetado) 
• Desorientação e obnubilação 
• Intolerância à glicose. 
• Maior consumo metabólico e um aumento da necessidade hídrica 
• Anemia mais freqüênte 
 
Evidências clínicas de infecção 
 
• Piora da ferida 
• Aumento de exsudação 
• Secreção purulenta 
• Celulite (rubor, calor, tumor, dor) 
• Odor intenso e não usual 
• Aumento da dor 
• Mudança no tecido de granulação 
 
 
Foto: E. Ricci 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto: M.Souza/ C.Pompeo 
 
Fatores que potencialmente causam infecção: 
• Tipo de ferida • Presença de corpo estranho 
• Profundidade • Eficácia antimicrobiana 
• Localização • Infecção remota 
• Nível de perfusão tecidual 
• Tecido desvitalizado e/ou material necrótico 
• Estadia pré-operatória prolongada e tempo de cirurgia (para pacientes cirúrgicos) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: E. Cassimiro 
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Fatores sistêmicos que facilitam a infecção: 
 
• Doença vascular 
• Edema 
• Cirurgia / Radiação 
• Incompetência imunitária 
• Alcoolismo 
• Deficiência nutricional 
• Doença crônica. 
• Uso de corticóides, quimioterápicos. 
• Isquemia ou hipóxia 
• Hipotermia 
Foto: E. Cassimiro • Tabagismo 
• Corpos estranhos na ferida (suturas, sujidades p.ex.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: E. Cassimiro 
 
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PRESENÇA E TIPOS DE DRENAGEM 
Exsudatos: 
 Fluídos extravasados dos vasos sangüíneos, material proveniente de células mortas de 
dentro ou redor da ferida fatores de crescimento e da divisão da matriz extracelular. E 
ainda quando o microorganismo presente na lesão é degradado e seu derivado compõe 
esta exsudação e ainda são estes que definem a coloração desta secreção. 
• Seroso 
• Sanguinolento 
• Purulento 
• Fibrinoso 
• Reação mista 
 
Aspectos de exsudato: 
 
1- Seroso: É caracterizado por uma intensa liberação de quantidade de líquido com baixo 
conteúdo protéico e origina - se do soro sangüíneo. Presente na fase inflamatória aguda, 
Tem aspecto fino, aguado e claro. É encontrado no estágio inicial da infecção bacteriana. 
 
 
 
 
 
 
 
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2- Sanguinolento: É decorrente de lesões com ruptura de vasos. Aspecto fino, vermelho 
e brilhante. E ainda temos o serosanguinolento que apresenta os seguintes aspectos: 
uma cor pálida avermelhada, aguada. Mistura de seroso com sanguinolento. Pode ser 
descrito como padrões mistos que ocorrem em muitas inflamações. 
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3- Purulento: É um líquido composto por células e proteínas produzidas por um processo 
inflamatório asséptico ou séptico. Aspecto fino ou espesso, com coloração variando de 
marrom opaco para amarelo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Foto: M. Souza 
 
4- Fibrinoso: É o extravasamento de grande quantidade de proteínas plasmáticas, e a 
precipitação de grandes massas de fibrina. Durante a realização da técnica do curativo 
forma uma liga com o tecido de limpeza e a lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Foto: E. Cassimiro 
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