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Aula - Direitos Fundamentais

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Escola Politécnica de Pernambuco – UPE 
Disciplina: Direito para Engenheiro
Professora: Dilane Martins
		dilanemartins@poli.br
1 – Direitos Fundamentais 
1.1 – Conceito de Direitos Fundamentais:
Na aula passada nós vimos que o termo “constitucionalismo” está ligado à idéia de “limitação de poder”. Trata-se de um movimento que busca estabelecer regimes constitucionais, ou seja, um sistema no qual o governo tem seus limites traçados em algum documento: a Constituição. Assim, o Estado é formado por uma lei fundamental que se impõe aos próprios governantes e à sociedade, ao mesmo tempo em que organiza a sua estrutura e estabelece direitos e garantias aos cidadãos. É o chamado Estado de Direito.
A partir dessa idéia traçada acerca do constitucionalismo, chegamos aos Direitos Fundamentais, que são os direitos do ser humano, reconhecidos e inseridos na esfera do direito constitucional de um determinado Estado. Ele difere-se do termo Direitos Humanos, com o qual é freqüentemente confundido e utilizado como sinônimo, na medida em que os Direitos Humanos são estabelecidos por meio de tratados, inerentes à esfera do Direito Internacional, buscando uma validade universal.
Os direitos fundamentais podem ser classificados por gerações ou dimensões, conforme foram surgindo ao longo da história. Eles vêm sendo ampliados de acordo com a evolução da humanidade. Na ordem jurídica brasileira, uma vez conquistados em benefício do ser humano, eles não podem retroceder (ex. direito à vida, à liberdade, à educação). 
Nossa Constituição Federal de 1988 destaca os direitos fundamentais no seu Título II, que se divide em 05 (cinco) capítulos: 
- Dos direitos e deveres individuais e coletivos: art. 5º; 
- Dos direitos sociais: arts. 6º a 11; 
- Da nacionalidade: arts. 12 e 13; 
- Dos direitos políticos: arts. 14 a 16;
- Dos partidos políticos: art. 17.
O fato dos direitos fundamentais estarem inseridos especificamente no título II da nossa Constituição não quer dizer que eles apenas estejam incluídos nessa parte. Eles são desenvolvidos em vários outros pontos da Constituição. Por exemplo, o art. 6º menciona o direito à educação. Mais adiante, no Título VIII – Da Ordem Social – o seu capítulo III vai tratar de forma mais detalhada da educação, da cultura e do desporto (esportes). 
O título II utiliza os termos “direitos” e “garantias” fundamentais. Aqui, podemos compreender o termo “direito” como sendo a declaração de determinado benefício, e a “garantia” como sendo o mecanismo pelo qual o cidadão pode fazer valer o seu direito. Ex. Se a CF prevê o direito à liberdade e eu sou injustamente presa, tenho o direito de defender a minha liberdade a partir da impetração de um “remédio constitucional”, ou seja, uma ação denominada Habeas Corpus. 
 
1.2 – Gerações dos Direitos Fundamentais:
- Primeira Geração dos Direitos Fundamentais:
Os direitos de primeira geração são os direitos individuais – consagram o princípio da liberdade - direito à vida, à liberdade, à igualdade, à propriedade. Aqui o Estado é abstencionista, ou seja, obriga-se a um não fazer, não se intrometer na vida privada, na propriedade das pessoas, já que surgiram a partir da crise dos regimes absolutistas, no qual o monarca detinha o poder sobre a vida, a liberdade e a propriedade das pessoas. Os súditos, agora denominados cidadãos, lutavam em favor da liberdade.
- Segunda geração dos Direitos Fundamentais:
São os direitos sociais - remetem-se ao princípio da igualdade entre os indivíduos - direitos econômicos, sociais e culturais. Ou seja, direito à educação, à saúde, ao lazer, à moradia. Aqui o Estado tem um dever de agir, ele deve proporcionar mecanismos para implementar esses direitos, uma vez que se remetem à Revolução Industrial, a partir da pressão do proletariado. Essa geração busca uma compatibilidade entre o capitalismo e a consecução do bem-estar social. É um Estado tutor, provedor, o que traz uma idéia de clientelismo social.
- Terceira geração dos Direitos Fundamentais:
São os direitos de direitos de titularidade coletiva - consagram o princípio da fraternidade. Englobam o direito ao meio ambiente equilibrado, uma saudável qualidade de vida, progresso, paz, autodeterminação dos povos e outros direitos envolvendo coletividades.
* Obs.: Alguns constitucionalistas discutem acerca de uma quarta geração dos direitos fundamentais, que seriam o direito decorrente da evolução da ciência: clonagem, manipulação genética. 
1.3 – Classificação dos Direitos Fundamentais:
Historicidade: Surgiram ao longo da história e continuam em processo ampliativo, conforme a evolução e mudanças da humanidade;
Universalidade: A abrangência desses direitos engloba todos os indivíduos, independentemente de sua nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político-filosófica; 
Limitabilidade: Eles não são absolutos. Existe uma relativização quando se aplicam ao caso concreto, quando existe conflito com outros direitos fundamentais. Sempre há exceção, por mais importante que seja (Ex. direito à vida x aborto decorrente de gravidez ocasionada por estupro, pena de morte em caso de guerra declarada: crime de traição);
Concorrência: Podem ser usados entre pessoas (Ex. Direito de informação x direito de opinião);
Irrenunciabilidade: Podem não ser exercidos, mas não podem ser renunciados. (Ex. Pessoa autorizar que outra lhe tire a vida);
Imprescritibilidade: São imprescritíveis, ou seja, não se perdem pelo decurso de prazo;
1.4. Animais e embrião: Podem ser titulares de direitos fundamentais?
Animais – Eles são objetos de direitos, e não sujeitos de direitos, uma vez que não podem sujeitar-se a direitos e obrigações;
 Embrião humano – a CF não fala em que momento a vida começa. Segundo o STF (Supremo Tribunal Federal), deve-se observar se ele está dentro ou fora do útero materno: Embrião dentro do útero materno, em desenvolvimento – é titular de alguns direitos fundamentais (os que lhe são possíveis), como o direito à vida. Fora do útero materno: os congelados em hospitais, em clínicas de fertilização - O STF julgou a constitucionalidade da manipulação genética de embriões humanos para fins de pesquisas científicas. Aqui o embrião não é titular de direitos fundamentais. Levou-se em consideração a vida de milhares de pessoas que poderiam ser beneficiadas pela pesquisa científica. 
Segue o link da Constituição Federal na íntegra:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
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