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Gestão de Turismo Geografia Aplicada ao Turismo Aula 02 - Paisagem e Turismo Profa. (Me.) Valéria de Meira Albach Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 2 Introdução A segunda aula da disciplina Geografia Aplicada ao Turismo vem trabalhar mais um importante conceito em geografia, a paisagem. O entendimento da construção de paisagens para o turismo ou como se apropriamos delas é objeto central desta aula, além da percepção da paisagem para a atividade turística. A percepção possui influências de estudos da psicologia para sua compreensão o que torna este estudo complexo e bem interessante. Problematização Com as análises realizadas, você será capaz de responder as seguintes questões: O turismo pode criar paisagens? Como o turismo se apropria das paisagens? É correto esconder problemas das cidades dos turistas? Como o planejamento pode contribuir para a relação paisagem e turismo? Paisagem e Geografia A observação e a interpretação da fisionomia da paisagem - que é a porção do lugar que a vista alcança - faz parte da essência do saber da Geografia. Olhar e pensar sobre o que está presente em cada rua de sua cidade, em cada campo plantado, em cada montanha ou floresta pode ajudar a compreender como natureza e a sociedade se combinam para moldar as diferentes formas que existem na superfície da Terra é a opinião da geógrafa Eliane Ferretti, e seguimos nessa abordagem com suas reuniões de ideias sobre paisagem. A noção de paisagem, para a Geografia, não deve ser confundida com a do paisagismo, que está ligada a uma concepção de estética na distribuição de objetos em um jardim ou um parque. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 3 Para a ciência geográfica, a paisagem deve ser entendida como indicadora de conteúdo vivo e de processos dinâmicos, isto é, em constante transformação. A interpretação da paisagem para a Geografia é a busca da explicação científica de como as formas que observamos são o resultado visível da combinação de processos físicos, biológicos e humanos ou antrópicos (do grego antropos = homem). Percebida por intermédio de uma visão científica, a paisagem ganha uma abordagem com características próprias de um método de pesquisa. Assim, o estudo da paisagem se constitui num dos mais antigos métodos de estudo pertencentes à Geografia. Entenda o estudo de paisagem com este exemplo: A observação da vegetação, que é o aspecto mais visível da vida na superfície da Terra. As formações vegetais revelam muitas informações sobre as condições do clima e do solo do lugar. Em uma área tropical, quente e úmida, a existência de uma floresta exuberante e permanentemente verde mostra, quase sempre, que o clima é favorável ao desenvolvimento da vida vegetal. Entretanto, nessas mesmas condições de clima, pode ocorrer também a savana ou o cerrado, o que revela as limitações do solo das áreas tropicais - com estações seca e úmida bem marcadas - para o crescimento das árvores. Os conhecimentos reunidos pela Geografia formam um conjunto de informações diversificadas sobre formas de relevo, diferentes climas e formações vegetais, dados sobre população e atividades econômicas que, embora tomados isoladamente, estão de fato estreitamente vinculados entre si. Em cada lugar da superfície terrestre, as condições de vida são o resultado de uma interação dos distintos elementos naturais, trabalhados pela atividade humana, com maior ou menor intensidade. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 4 Por causa das atividades humanas, a paisagem natural vai sofrendo múltiplas modificações no decorrer do tempo, transformando-se numa paisagem humanizada, pela incorporação de elementos culturais. De acordo com a atividade predominante da população de um lugar, vão se estruturando paisagens de diferentes características, segundo os graus de transformação dos elementos naturais, e conforme a intensidade e a orientação da atividade humana. Desse modo, podemos diferenciar paisagens agrícolas, minerais, industriais e urbanas. O maior impacto das atividades humanas está presente na paisagem urbana, que é o produto de atividades ligadas à indústria, ao comércio e ao serviço. Isso mostra que a paisagem não é dada para todo o sempre, mas que é objeto de mudança permanente. É nas cidades que melhor podemos observar a dinâmica da paisagem, dada a velocidade das transformações que ocorrem no espaço urbano. A cidade é uma espécie museu vivo da história do trabalho e das técnicas desenvolvidas pela sociedade. Casas antigas e modernas, ruas com grandes edifícios comerciais ou pequenas vilas, praças e monumentos mostram que o trabalho humano se incorpora ao espaço em que vivemos, o qual está em constante transformação. Pode-se dizer, então, que as paisagens são como as fotografias que refletem as combinações entre processos naturais e sociais em um espaço geográfico, no decorrer do tempo histórico. Atenção! Se soubermos observar e interpretar a paisagem, isso permitirá que tenhamos uma concepção de como o lugar que ocupamos no espaço geográfico é o resultado das condições sociais em que vivemos. Os mapas sempre foram um meio de representar o espaço geográfico; e as pinturas e fotografias procuravam mostrar as distintas paisagens existentes nos lugares representados. Os antigos atlas e compêndios de Geografia mostram muitos mapas e ilustrações que procuram refletir a diversidade de Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 5 paisagens. Hoje as fotos aéreas e o sensoriamento remoto permitem que acompanhemos as mudanças em um ritmo acelerado. A percepção do espaço ou paisagem A inter-relação do ser humano com o espaço ou paisagem é traduzida através de laços afetivos. Essa inter-relação é definida como topofilia, é o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico. A palavra “topofilia” é um neologismo, útil quando pode ser definida em seu sentido amplo, incluindo todos os laços afetivos dos seres humanos com o meio ambiente material. Estes diferem profundamente em intensidade, sutileza e modo de expressão. A resposta ao meio ambiente pode ser basicamente estética: em seguida, pode variar do efêmero prazer que se tem uma vista, até a sensação de beleza, igualmente fugaz, mais muito mais intensa, que é subitamente revelada. A superfície da Terra é extremamente variada. Mas são mais variadas as maneiras como as pessoas percebem e avaliam essa superfície. Duas pessoas não vêem a mesma realidade. Observe estas imagens: Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 6 Fonte:www.ilusaodeotica.com As pessoas não observarão estas imagens da mesma forma, na imagem da direita alguns virão primeiramente a moça e depois da idosa, alguns virão ao contrário, outros terão muitas dificuldade em verificar alguma distinção. O mesmo ocorre na imagem da esquerda com a taça e as faces. Dica: Perceba várias outras imagens curiosas acessando o www.iulsaodeotica.com e o http://www.juraemprosaeverso.com.br/Curiosidades/FigurasDuplas.htm O observador é ativo e seus movimentos sempre modificam as imagens retinianas. A mente possui um mundo tridimensional, incluindo o tamanho aparente dos objetos de acordo com a distância, a superposição de contornos, a distribuição de luz e sombra, a perda de detalhes, a percepção de brilho e cor, largura e altura, distância e profundidade. Para se configurar o mundo, há necessidade da relaçãoentre observador e observado. O espaço geográfico oferece essas Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 7 informações. O observador coleta essas observações que lhe permitem conhecimento do mundo físico. Esta cena possui profundidade, distância me solidez e este espaço físico três dimensões. A partir da imagem percebida o observador oferece a ela uma série de significados. (Gibson apud Xavier, 2007). Observe esta outra imagem: Na observação de uma paisagem podemos identificar 3 planos, conforme demonstra a figura. O primeiro plano é o que se encontra mais próximo do observador e onde é possível destacar maior número de detalhes da paisagem. O segundo plano constitui o plano intermédio e o terceiro plano ou plano de fundo corresponde à área mais afastada do observador e onde se perde a riqueza do pormenor de observação. A diferenciação de percepção entre os indivíduos ocorre por meio dos seguintes elementos: Os sentidos: Visão, enfocado neste estudo pois é com este sentido que conseguimos observar a paisagem tecnicamente, para as pessoas cegas outros sentidos farão com que se observe uma paisagem, dentro de outra conceituação diferente das pesoas que enxergam. Tato, podemos sentir elementos dinâmicos da paisagem como o vento, por exemplo, no contato com a pele. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 8 Audição, elementos sonoros influenciam na perpeção de uma paisagem, por exemplo, em áreas naturais se busca silêncio, quando há interferência do barulho de rodovias, por exemplo, qualidade daquela observação e experiência são influenciadas. Olfato, o odor influencia também a perpeção de uma paisagem, o cheio da poluição, por exemplo, ajuda a detetoriar a qualidade uma paisagem visual. Paladar, as paisagens podem provocar sensações de boca seca ou salivação sentidas pelo paladar. Sentido vestibular, de equilíbrio, pessoas com medo de altura, por exemplo, não se sentem a vontade em observar paisagens em mirantes elevados. Estruturas e respostas psicológicas; Mundos pessoais: diferenças e preferências individuais; Cultura, experiência e atitudes ambientais. Xavier (2007) destaca que o indivíduo estrutura seu espaço geográfico em torno de si próprio, assim cada um tem uma forma de percebê-lo. Paisagem e espaço turístico No espaço turístico existem as estruturas e todo o deslocamento das pessoas e a conduta das comunidades para receber o visitante. O indivíduo processa mentalmente as informações que os lugares e a herança genética lhe oferecem, construindo a conduta mediante a assimilação e o equilíbrio entre os fatores internos e externos (Oliveira apud Xavier, 2007). O conhecimento do espaço turístico deve ser valorizado, pois possibilita a sensação de segurança e permite o aparecimento de respostas apropriadas nos momentos de tomadas de decisões. Por meio de informações e de experiências, procura o homem conhecer os lugares e apreende formas de ação para seu uso. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 9 Para o turismo, a paisagem deve ser interpretada. Interpretar a paisagem significa agregar valores ao que é percebido. Quando ela é conhecida, é valorizada. Paisagem é para ser observada, mas não necessariamente para ser admirada, ela é definida por nossa visão e interpretada pela nossa mente. Xavier (2007) ressalta que a percepção da paisagem é uma arte. Sua avaliação envolve a cultura e é influenciada pela arquitetura ou pela literatura. Colocam-se em evidência os sentimentos ecológico e sociológico entre a stendências atuais que influenciam a percepção de paisagens. Eles podem afetar seriamente nossas reflexões e nossos julgamentos. O encanto que a paisagem oferece é prazer, se visto por meio de reflexão ecológica, mas pode ser incômodo, diante de críticas sociológicas. Veja que interessante: Em uma pesquisa onde pessoas observavam a mesma paisagem Meinig conseguiu 10 enfoques diferentes que foram atribuídos (Xavier, 2007): 1. Natureza (onde se tenta tirar o homem da cena, destaque para elementos físicos) 2. Habitat (vista como território de morada do homem) 3. Artefato (impacto do homem sobre a natureza) 4. Sistema (visão de conjunto, interações) 5. Problema (percepção de problemas na cena) 6. Riqueza (atribuição de valor monetário a cena) 7. Ideologia (manifestações de interpretação de liberdade, individualismo, competição, utilidade, poder, modernidade ou expansão e progresso) 8. História (registro de ocorrências diversas, de experiências passadas) Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 10 9. Lugar (paisagem familiar) 10. Estética (qualidade panorâmica) Lugar, paisagem e turismo Com os deslocamentos turísticos surgem os lugares turísticos, onde as pessoas atribuem significação, sentido de pertencimento, de fazer parte. Para Lynch, um lugar é para ser lembrado, apreciado positivamente e para tanto deve estar em boas condições para que se possa guardar lembranças agradáveis. Como condição básica, deve contar com um sistema capaz de delinear sua imagem. Esta afirmação de Lynch pode se relacionar tanto a áreas urbanas quanto a rurais (áreas naturais pouco ou muito transformadas). E vale a nossa reflexão: o turismo pode criar as paisagens? Por meio do planejamento urbano ou ambiental poemos tornar os espaços mais agradáveis aos olhos e assim, melhorar as experiências turísticas. Por outro lado, o turismo mal planejado causará interferências negativas em paisagens que possuem melhor qualidade antes da atividade turística existir. Lynch comenta que se pode atribuir três componentes para a imagem do meio ambiente: identidade, estrutura e significado. Como já comentado na primeira aula, os marcos, por exemplo, são importantes imagens das cidades e consequentemente conformam a paisagem. Tuan, importante geógrafo que evidencia em suas obras a relação paisagem e percepção, afirma que a paisagem de forma geral é bastante abrangente e inclui componentes naturais e construídos, visíveis e não-visíveis e as relações que se estabelecem entre os diversos componentes. Assim, Xavier diz que a paisagem é matéria-prima do turismo em determinado lugar. Na paisagem, os participantes do turismo se deslocam, valorizam seus produtos, modificam seus componentes e atribuem-lhes valores econômicos, sociais, afetivos e simbólicos. Para Pires (2001) a paisagem, como expressão espacial e visual do ambiente, sintetiza todas as dimensões implicadas na sua formação e Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 11 transformação, seja por força da própria natureza, seja pelas interferências humanas. Pires menciona que a verdadeira essência do turismo é a motivação de viajar para lugares (destinos) diferentes do local de residência, para romper a rotina, e a paisagem é o elemento que melhor indica ao turista essa tão sonhada mudança de lugar. Paisagem como indicador e o turismo Para Font citado por Pires (2001, p.235), “a paisagem torna-se um indicador privilegiado de como o turista está realmente mudando de lugar, pois é ela “(...) um produto da sociedade e da cultura que se desenvolve em toda parte”, ou ainda, “(...) a projeção cultural da sociedade num determinado espaço”. A paisagem e o turismo são realidades que se inter-relacionam. A paisagem é um fator de vital importância ao turismo e possui peso considerável na oferta turística. A conceituação de paisagem pode ser diferenciada conforme os interesses impostos no projetoturístico. Mas comumente há três dimensões (Pires, 2001): Dimensão estética ou visual: relaciona-se com a reação sensitiva e intuitiva e a percepção de cada ser humano diante da expressão visual da paisagem. Dimensão cultural: conforme cada cultura, a paisagem poderá estar “carregada” de valores emocionais que vão além de qualquer conceito de beleza estética ou da utilização ecológica equilibrada. Dimensão ecológica (ou ecológico-geográfica): é a resposta visual da evolução dos elementos físicos e biológicos que compõem a paisagem. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 12 O profissional responsável pelo planejamento turístico deve lembrar que os turistas terão percepções diferenciadas daquele espaço ou paisagem e, de uma certa forma, deverá diminuir a possibilidade de percepções negativas. Para isso é fundamental que você conheça, o melhor possível, o espaço que implantará a atividade turística para respeitar as características naturais e culturais desse espaço. Assim, promoverá a integração dessas características espaciais com as características da atividade turística. Dica de leitura: Aprenda mais sobre a relação da paisagem com o turismo lendo este breve artigo: http://www.webartigos.com/artigos/paisagem-e-turismo-dialogo- emergente/20544/ Fatores de Avaliação e Propriedades Visuais da Paisagem e/ou Espaço Segundo a percepção obtida esta apresenta algumas qualidades, como: qualidade visual (aspectos visuais), qualidade ecológica (valor naturístico do sistema) e qualidade cultural (valores culturais). A qualidade visual é o potencial cênico paisagístico, para o desenvolvimento de atividades ligadas ao turismo rural, ecológico e recreação ao ar livre. Através da qualidade de uma paisagem é possível diagnosticar as causas e prognosticar a longo, médio e curto prazos, qual a melhor forma de organização e utilização para conservação paisagística de determinada área, possibilitando desta maneira, aumento na qualidade e a diminuição da descaracterização ambiental, além da recuperação de áreas já modificadas. Além do domínio conceitual do que é paisagem, o turismólogo necessita de outros conceitos a partir do momento em que a paisagem se torna um recurso turístico (Pires, p. 237): Fragilidade visual da paisagem: grau de suscetibilidade a deteriorização da paisagem em função de determinadas atividades desenvolvidas no local. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 13 Detração da qualidade visual da paisagem: influenciada a partir de intrusões visuais negativas sobre a natureza, a integridade dos componentes e composição estética da paisagem. Caracteriza o impacto visual que alterará a qualidade da paisagem, o que poderá afetar o interesse turístico. Há alguns indicadores utilizados para elevar a qualidade visual da paisagem, vejamos alguns em relação ao espaço natural destacados pelo professor Paulo Pires: Atributos de origem natural: Florestas e outras formações vegetais autóctones (elemento da fauna ou da flora nativo; natural daquela região) em estado natural ou pouco alterado. Flores campestres, vegetação rupestre (que cresce sobre rochedos). Montanhas, serras e demais expressões naturais da transformação do relevo. Penhascos, picos, afloramentos rochosos e outras saliências topográficas naturais. Superfícies d’água como rios, lagos e lagunas e seu entorno natural.; Movimentos naturais da água na forma de cachoeiras, corredeiras, rebentação do mar etc. Praias, linhas de contorno da costa, ilhas e outros elementos litorâneos íntegros. Presença de fauna nativa quando em liberdade etc. DICA: Entre no site do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e observe imagens de paisagens naturais dos nossos Parques em ótimo estado de conservação, e naturalmente belas: http://www.icmbio.gov.br/portal/o-que-fazemos/visitacao/parques-nacionais-do- brasil.html Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 14 Atributos de origem antrópica Terras cultivadas e mosaicos verdes. Aldeias, povoados, paragens e lugares com características remotas ou primitivas.; Movimento de embarcações, atracadouros e faróis. Travessias, pontes e caminhos antigos. Edificações, monumentos, fortificações, igrejas e templos históricos. Benfeitorias e usos tradicionais no meio rural como rodas d’água, fornos, estábulos, ferrarias, cultivo da terra, afazeres artesanais etc. Espaços verdes no meio urbano como parques, praças, arborização de ruas e jardins etc. E também, observamos os detratores visuais da paisagem, aqueles indicadores negativos que necessitam de ações de planejamento para serem revertidos em fatores positivos: Da paisagem urbana Edificações e construções abandonadas. Depósitos de lixo, de entulhos e sucatas. Presença indiscriminada de outdoors. Valas, sarjetas e esgoto a céu aberto. Disposição caótica de postes e fiação aérea. Adensamento excessivo de elementos de urbanização e ausência de elementos naturais. Escavações e movimentos de terra descontrolados etc. Da paisagem rural/natural Mineração de superfície. Desmontes de encostas e áreas de empréstimo. Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 15 Traçado de estradas e caminhos nas encostas em desarmonia topográfica. Desmatamentos e queimadas. Cursos e superfícies d’água poluídos e assoreados.; Margens de rios, lagos, lagunas erodidas e desprovidas de vegetação natural. Terrenos com erosão. Avanço de edificações, elementos de urbanização sobre a linha natural da costa etc. DICA DE VÍDEO: Observe a reconstrução do World Trade Center e reflita sobre os impactos na paisagem que são tanto visuais quanto emocionais: http://tvuol.uol.com.br/assistir.htm?video=a-reconstrucao-do-world-trade- center-em-2-minutos-04024D9B3368CCB92326. E fique atento: Segundo Ferretti (2002), o profissional de turismo deverá ser capaz de analisar a paisagem, sendo este um vasto campo de trabalho. Para isso, deverá conhecer métodos de avaliar a qualidade da paisagem. Esses métodos podem ser classificados em função dos critérios utilizados, dos sistemas de medidas, da participação ou não do público etc. Se independentemente do método utilizado para avaliar a qualidade da paisagem, não poderá esquecer que há uma carga de subjetividade em função do juízo de valor pessoal ou profissional dos agentes da avaliação. Essa influência poderá ser minimizada por técnicas estatísticas conferindo maior credibilidade científica ao resultado. Atividades 1. Aponte a questão correta da relação do estudo de geografia e turismo: a. A paisagem é matéria-prima do turismo, pois nela o turista se desloca, cria relações e oferece suas percepções. correta b. A percepção da paisagem é realizada de maneira homogênea pelos observadores.incorreta, pois dois observadores não possuem mesma percepção Gestão de Turismo | Geografia Aplicada ao Turismo | Aula n° 02 16 c. Não se pode interferir na paisagem para se criar experiência turística. Incorreta, pois muitas vezes há necessidade de intervenção que deve ser feito dentro de planejamento urbano e ambiental d. Um lugar turístico existe devido a planejamento turístico. Incorreta, um lugar turístico existe quando as pessoas que atribuem significados 2. Na conceituação de paisagem atribuída por Pires existem dimensões características, julgue a afirmação incorreta:a. A dimensão estética ou visual se relaciona com a reação sensitiva e intuitiva e a percepção de cada ser humano diante da expressão visual da paisagem. b. A dimensão cultural é compreendida conforme cada cultura, a paisagem poderá estar “carregada” de valores emocionais que vão além de qualquer conceito de beleza estética ou da utilização ecológica equilibrada. c. A dimensão ecológica é a resposta visual da evolução dos elementos físicos e biológicos que compõem a paisagem. d. A dimensão geográfica está relacionada às configurações do relevo e da hidrografia. Incorreta, essa dimensão não existe e nem é mencionada por Pires, a dimensão ecológica pode ser ecológica-geográfica. Referências BOULLÓN, R. Planejamento do espaço turístico. São Paulo: EDUSC, 2002. FERRETTI, E. R. Turismo e meio ambiente: uma visão integrada. São Paulo: Roca, 2002. PIRES, P. S. Dimensões do Ecoturismo. 1ª. ed. São Paulo: Editora SENAC- SP, 2002. XAVIER, H. A percepção geográfica do turismo. São Paulo: Aleph, 2007.
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