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Transmissão da Herança

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Transmissão da Herança
No momento que a pessoa morre e deixa seus bens, o evento acarreta a abertura da sucessão. As regras do Direito material aplicáveis à sucessão, são as vigentes no momento da sucessão, ou seja, no momento da morte. Com abertura da sucessão, automaticamente os bens deixados por essa pessoa transfere-se a seus herdeiros. Essa transferência dos bens do falecido que irão automaticamente para seus herdeiros é chamada de Delação. Existe um procedimento que formalizará a transferência dos bens do falecido para os herdeiros, que é o inventário judicial. Para ocorrer a transferência automática, deverá ter pessoas que já possuem Direito à herança. Esse procedimento é chamado de “Droit de saisine”, que quer dizer que o momento morte abre-se a delação e abertura da sucessão, nos moldes do art. 1.784 c.c que diz: 
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Enquanto não for feito o inventário, os herdeiros não poderão dispor, muito menos ter posse dos bens. Excepcionalmente, João Pedro morre e nas terras de sua posse há uma invasão por exemplo, seus filhos poderão ajuizar uma ação de reintegração de posse, pois, de acordo com o princípio Droit de Saisine, os herdeiros são considerados como donos das terras de João Pedro.
Uma observação importante é que na linha reta ascendente / descendente, não tem limite de grau no tocante à transmissão de herança, salvo para as linhas colaterais. Isso quer dizer que se João Pedro pai morre e com ele os filhos e netos de João Pedro e o único sobrevivente são os bisnetos, os bisnetos poderão concorrer a herança concomitantemente com os irmãos de João Pedro. 
Não há de se falar em herança de pessoa viva. Em vida, os herdeiros não poderão renunciar a herança. Portanto, isso chama-se de “Pacta corvina.” 
Comoriência: Duas ou mais pessoas falecem primeiramente e não se sabe qual morreu em primeiro lugar. No Brasil, presume-se que ocorrendo a comoriência, as partes morrem concomitantemente ao mesmo tempo. 
Para atestar a comoriência, deve-se haver falecimento no mesmo local ou poderá o falecimento em locais diferentes? Pode ter o falecimento em lugar diferentes, pois, a comoriência não está ligada ao lugar, mas no tempo, ou seja, duas pessoas morrendo ao mesmo tempo em lugar x e outro lugar Y. São hipóteses de comoriência:
a) Falecimento concomitante do herdeiro: Dois herdeiros morrem ao mesmo tempo. Quando cônjuge concorre com os bens do falecido, herdará com todo patrimônio sem exceção, juntamente com os ascendentes, dividindo-se em 1/3. 
b) Doação com cláusula reversiva (art. 547 c.c): Quando duas ou mais pessoas morrem e não é possível determinar quem morreu primeiro e não há herança, mas, doação: O doador faz a doação. Se o donatário morrer antes da doação, ao invés do bem ir para os herdeiros, os bens doados retornam para o doador. Em outra hipótese, se porventura houver comoriência, a morte concomitante do doador e do donatário, os bens doados podem ser transferidos para os herdeiros. 
Lugar de instauração do inventário: Os bens situados no Brasil, o inventário deverá ser ajuizado no Brasil e no domicílio do falecido. 
No tocante ao inventário sem domicilio certo, o art. 48 do NCPC diz:
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Pagamento de ITCD ou ITCMD
Será devido quando o “De CUJUS” deixa o espólio. 
Lei aplicável a sucessão: Pode ser aplicado a lei nacional ou a lei estrangeira, aplicando sempre a lei mais favorável aos herdeiros;
Indivisibilidade da herança: Deve-se ressaltar que a herança é um conjunto de bens. No entanto, até que ocorra a partilha, a herança é considerado um bem indivisível, ou seja, antes da partilha os bens são indivisíveis. Os herdeiros atuam em condomínio. Obs. Propriedade em condomínio é aquela em que é administrada por duas ou mais pessoas. 
Cessão dos direitos hereditários: Cessão neste caso é transferência. No entanto, pode-se fazer a transferência dos direitos hereditários de forma gratuita, que pode se correlacionar como uma doação, ou onerosa, que se correlaciona à compra e venda. Também haverá transferência da herança de forma universal, ou seja, a transferência de todos os direitos hereditários ou parcial, que é a transferência em parte dos direitos hereditários. 
A transferência da herança se dá por escritura pública e é apenas para bens imóveis, mesmo que haja bens móveis. De acordo com o NCPC, deve-se haver transferência de imóveis por instrumento particular, com outorga do cônjuge, de acordo com art. 1.647, I do c.c, tanto marital, quanto uxória. 
No tocante ao direito de preferência na cessão de direitos hereditários, está localizado no art. 1.794 e 1.795 c.c. Aplica-se as mesmas regras do condomínio. Na cessão gratuita, não existe direito de preferência.

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