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Anestesiologia Aula 1 – Controle da dor no ato operatório Elevadas taxas de insucesso no controle da dor, de 48 a 81%, principalmente no bloqueio do NAI (Nervo Alveolar Inferior). → Erro de técnica anestésica. → Escolha da solução anestésica. → Atresia do canal radicular no terço apical. → Inflamação local. Dor: Uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a dano tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal dano (OMS). → Sinal característico dos mecanismos normais de proteção do organismo contra o dano tecidual. → A sensação pode ser diferente em vários pacientes, alguns com limiar de dor maior e menor. Alcançar uma anestesia eficaz nem sempre é uma tarefa fácil Entender a fisiologia dos anestésicos locais. Conhecimento da anatomia local. Conhecimento da solução anestésica de escolha. Comportamento do paciente. Anestesia Local Perda da sensação em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos. Anestesia Local x Anestesia Geral Uma característica importante da anestesia local é a produção da perda de sensibilidade sem indução da perda de consciência. Anestesia Local: Uma região específica. Anestesia Geral: É sistêmica, não impede a condução nervosa da dor. Quando o estimulo chega no S.N.C do paciente, deprime e impede que a sensação de dor seja interpretada. Induzindo a perda de consciência. Conceitos Anestesia: Suspensão geral ou parcial da sensibilidade, espontânea, em decorrência de problemas neurológicos, ou induzida por um agente anestésico. Parestesia: Sensação anormal e desagradável sobre a pele que assume diversas formas (p.ex., queimação, dormência, coceira etc). Quando o efeito da anestesia está passando. Disestesia: Enfraquecimento ou perda de algum dos sentidos, esp. do tato. Anestesia não gera Disestesia. Hiperestesia: Aumento da sensibilidade ao tato, à dor ou a outros estímulos sensoriais. Ex.: Operar em locais que já foram operadas ou aplicar anestesia novamente naquela região. Hipoestesia: Falta de sensibilidade à temperatura e ao contato com a pele em geral. As que mais vai acompanhar na vida profissional: Anestesia, Parestesia e Hiperestesia. Muitos métodos são usados para induzir anestesia local: Trauma mecânico (compressão dos tecidos). Baixa temperatura. Anóxia. Irritantes químicos. Agentes neurolíticos, como álcool ou fenol. Agente químicos, como anestésicos locais. No entanto, somente aqueles métodos ou substâncias que induzem um estado transitório e totalmente reversível de anestesia têm aplicação na prática. Neuroanatomia Para transferir informação de um ponto para outro no sistema nervoso, é necessário que o potencial de ação, uma vez gerado, seja conduzido ao longo do axônio. Ação: O conceito por trás das ações dos anestésicos locais é simples: Eles impedem a geração e a condução de um impulso nervoso. Na realidade, os anestésicos locais estabelecem um bloqueio da via química entre a origem do impulso e o cérebro, impedindo-o chegar ao cérebro, não podendo ser interpretado como dor pelo paciente. Mecanismo de ação dos anestésicos locais: Atuam em receptores específicos presentes na própria membrana, no interior dos canais de sódio, obstruindo a passagem dos íons sódio em direção ao interior da célula. Atuam de forma reversível por competição. Impulso Nervoso O impulso nervoso corresponde a uma corrente elétrica que se propaga pelos neurônios, graças a um processo de despolarização da membrana. Ação: A membrana nervosa é onde os anestésicos locais exercem suas ações farmacológicas https://www.biologianet.com/biologia-celular/neuronios.htm https://www.biologianet.com/biologia-celular/membrana-plasmatica.htm Marina Guimarães Considerações Anatômicas para Anestesia Oral Aula 2 – Posição Anatômica A posição anatômica é uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na posição anatômica, corpo fica ereto, calcanhares unidos, olhos para horizonte, pés para frente, braços estendidos e aplicados ao tronco, palmas das mãos voltadas para frente. a)Plano Sagital Mediano. b)Plano Frontal Médio. c)Planos Transversais. Ex.: Forame mentual está mais lateral em relação ao Forame medial. Osteologia do Crânio Relembrar para ter uma base aos nervos. Principais acidentes anatômicos do osso Maxila: Marina Guimarães Forame mandibular: Onde fazer a anestesia inferior. Ao tocar em osso, deve recuar um pouco. Maior problema em atingir Artéria ou Veia Alveolar Inferior: Fazer a injeção intramuscular (não pode acontecer). Nervos Cranianos Nervos: Conjunto de fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo denso, organizadas em feixes e responsáveis pela transmissão de impulsos nervosos. Fibras sensoriais levam p o S.N.C e fibras motoras do S.N.C aos músculos. Nervos Cranianos: Origem aparente no crânio. Nervo facial é misto (aferentes e eferentes), porém não tem inervação em mucosa oral ou estrutura óssea peridentária ou polpa dental. Bloqueamos ramos do trigêmeo. Considerações Anatômicas Nervo maxilar: É derivado do 2º par de nervo craniano, que é o trigêmeo. Sensitivo e seus ramos são: ✓ No crânio: Ramo meníngeo. ✓ Na fossa pterigopalatino: Genglionares, zogomático, alveolar superior posterior. ✓ No canal infra-orbital: Alveolar superior médio e alveolar superior anterior. ✓ Na face: Palpabrais, nasais, labiais superiores. Alveolar Superior Anterior: Bloqueio do nervo, o anestésico local é depositado próximo ao tronco nervoso principal, localizado distante do local da incisão. Marina Guimarães Bloqueio do nervo Infraorbitário Nervos Anestesiados 1. Alveolar superior anterior. 2. Alveolar superior médio. 3. Nervo infraorbitário. a) Palpebral inferior. b) Nasal lateral. c) Labial superior. O principal fator que inibe os dentistas de usar esse bloqueio é o temor de uma lesão ao olho do paciente. Felizmente, este fato é infundado. Alveolar Superior Médio O nervo alveolar superior médio (ASM) está presente apenas em cerca de 28% da população. (Levar em consideração maioria) Quem não ter alveolar superior médio, o bloqueio do ner alveolar posterior é suficiente para anestesiar polpa do 1ºmolar superior. Bloqueio do nervo Alveolar Superior Posterior Dentes posteriores da maxila. Cuidado para não atingir a fossa intertemporal. Aspectos de Segurança: → . → Não há referencias de segurança anatômica para evitar a introdução excessiva da agulha; portanto, é necessária observação cuidadosa. Potencial para formação de hematomas. Contém o S. Vascular, Artéria maxilar, Plexo Venoso Pterigoideo. Nervo Nasopalatino Áreas Anestesiadas: Porção anterior do palato duro (Tecidos moles e duros) bilateralmente desde a face mesial do primeiro pré-molar direito a face mesial do primeiro pré- molar esquerdo. Marina Guimarães Ele emerge no palato de região linha média. Posiciona a agulha de forma antero posterior adequada, paralelo ao longo do eixo do dente incisivo posterior. Nervo Palatino maior Áreas Anestesiadas: A parte do palato duro e tecido moles sobrejacentes, anteriormente até o primeiro pré-molar e medialmente até linha média. Inversa da linha média até a região cervical. Importante em dizer que vai ter dificuldade em deglutinição. A Anestesia pode chegar na região de palatino menor. Anestesia do nervo palatino maior Complicações: Isquemia e necroce dos tecidos moles, quando uma solução vasoconstritora muitoconcentrada e utilizada para a hemostasia por um período prolongado. Nunca se deve usar a noradrenalina para hemostasia dos tecidos palatinos. Bloqueio do Nervo Maxilar O bloqueio do nervo maxilar (segunda divisão ou V2) e um método eficaz para produzir anestesia profunda de uma hemimaxila. Útil em procedimentos odontológicos que envolvem quadrantes e em procedimentos cirúrgicos extensos. Técnica: Abordagem da Tuberosidade Alta Técnica: Abordagem do Canal Palatino Maior Marina Guimarães Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior Bloqueio do Nervo Bucal Alinhamento da seringa: Paralelamente ao plano oclusal no lado da injeção, mas bucal a ele. Distal e bucalmente ao último molar. Bloqueio do Nervo Mentual Bloquear tecidos moles dessas regiões. Anestesia: Ao longo eixo região de dentes pré molares. Ramos do Trigêmeo Após o gânglio trigeminal, os ramos são: ✓ O ramo oftálmico (V1), que se localiza no terço superior da face e emerge pelo ramo meníngeo recorrente. ✓ O ramo maxilar (V2), localizado no terço médio e emersão no forame redondo. ✓ O ramo mandibular (V3), que se situa no terço inferior e emersão pelo forame oval. Marina Guimarães Anestesiologia Aula 3 – Respostas da atividade O que são inervadas pelos Nervos: Alveolar superior posterior: Aspecto posterior do seio maxilar e molares da arcada dentária superior. Alveolar superior médio: Aspectos medial e lateral do seio maxilar e os pré-molares, também pode inervar a raiz mesiobucal do primeiro molar. Alveolar superior anterior: Aspecto anterior do seio maxilar, sendo eles incisivos e caninos. Nasopalatino: Gengiva lingual dos incisivos, no ramo do nervo maxilar. Sai do forame redondo, passa pela fossa pterigopalatina, forame esfenopalatino, cavidade nasal, septo nasal e forame incisivo. Palatino maior: Gengiva lingual de caninos e molares, no ramo do nervo maxilar (V2). Sai do forame redondo, passa pela fossa pterigopalatina e canal palatino. Alveolar inferior: Inerva dentes incisivos, caninos, pré-molares e molares inferiores. Ramo do nervo mandibular (V3), subdividindo em nervo mentual, incisivo, bucal, aurículo temporal e lingual. Bucal: Gengiva vestibular do segundo pré-molar até os molares. Mentual: Lábio inferior, mento, sulco vestibular anterior e gengiva vestibular ao longo eixo da região de dentes pré molares. 12 pares de Nervos Cranianos em ordem crescente: I par: Nervo olfatório – sensitivo – emerge do crânio através da lâmina crivosa do osso etmoide – função de transmitir impulsos relacionados ao cheiro. II par: Nervo óptico - sensitivo - emerge através do canal óptico - função de conectar comandos e impulsos nervosos da retina ao córtex. III par: Nervo óculomotor - motor - origina no mesencéfalo e entra na fissura orbital superior - ela é dividida pela inervação dos músculos e levantador da pálpebra superior; e divisão inferior, inervando músculos retos inferiores e medial, músculo oblíquo inferior. - Movimentação do bulbo do olho. IV par: Nervo troclear - motor - emerge na fissura orbital superior, músculo oblíquo superior - também participa na movimentação do bulbo do olho. V par: Nervo trigêmeo - misto - ela tem três divisões: raiz oftálmica (fissura orbital superior), raiz maxilar (forame redondo) e raiz mandibular (forame oval). - função mastigatória, sensibilidade geral da face e parte da língua até meninge dura-mater. VI par: Nervo abducente - motor - emerge na fissura orbital superior, músculo reto lateral - movimentação do bulbo do olho. VII par: Nervo facial - misto - emerge no meato acústico interno - função de inervação das glândulas salivares, 2/3 anteriores da língua para gustação e inervação músculos da mímica facial. VIII par: Nervo vestibulococlear - sensitivo - emerge no meato acústico interno - porção vestibular é responsável pelo equilíbrio e a porção coclear está relacionada à audição. IX par: Nervo glossofaríngeo - misto - emerge forame jugular - inerva faringe e 1/3 posterior da língua. X par: Nervo vago - misto - emerge forame jugular - inervação das vísceras, parassimpática aos órgãos e parte da laringe e faringe. XI par: Nervo acessório - misto - emerge forame jugular - inervação de alguns músculos próximos ao ombro, ação auxiliar o vago na inervação de algumas vísceras. XII par: Nervo hipoglosso - motor - emerge no canal do hipoglosso - movimentação da língua. Marina Guimarães Anestésicos Locais Ação: Impedem a geração e condução de um impulso nervoso, estabelecem um bloqueio da via química entre origem do impulso e cerébro. Atuam em receptores especificos presentes na própria membrana, no interior dos canais de sódio, obstruindo a passagem dos íons sódio em direção ao interior da célula. Tem ação farmacológica na membrana nervosa. Diferencial: Precisam entrar no sistema circulatório em concentrações suficientemente altas para exercer uma ação clínica. São preparadas como sais ácidos (hidrossolúvel), pois são bases orgânicas fracas. → A acidez aumenta a estabilidade das soluções anestésicas. → pH variado de 4,5 a 6,0 em tubetes odontológicos. Tecidos inflamados ou infeccionados A anestesia não faz efeito nesses tecidos, o recomendado é fazer pedido de um anti-inflamatório e marcar retorno para fazer o procedimento com anestesico. Por que isso acontece? O pH tecidual extremamente baixo (ácido) promove ionização da molécula, impedindo a ação anestesica. Em meio ácido, as bases recebem íons hidrogênio e tornam-se carregadas positivamente, diminuindo sua capacidade de atravessar membranas celulares. Suplementação excessiva de doses de um mesmo local determina menor resposta, pois esgota a capacidade tamponamento do meio, não liberando a base. Bloqueio a distâncias e técnicas podem bloquear o nervo mesmo se estiver inflamado. Tipos de Anestésicos Locais Ésteres: Utilizado como anestesico tópico. Butacaína, Cocaína, Etilaminobenzoato, Hexilcaína, Piperocaína, Tetracaína, Cloroprocaína, Procaína e Propoxicaína. Amidas: Injetaveis usados na prática clínica. Articaína e Bupivacaína (usadas em cirurgias), Dibucaína, Etidocaína, Lidocaína, Mepivacaína e Prilocaína. Propriedades mais desejáveis em um anestésico local: 1. Não deve ser irritante p/ o tecido. 2. Não causar qualquer alteração permamenente. 3. Toxicidade deve ser baixa. 4. Deve ser eficaz. 5. Tempo de inicio da anestesia deve breve. 6. Duração de atenção deve durar até se complementar o procedimento, porém não seja tão longa que exija recuperação prolongada. 7. Potência suficiente para proporcionar anestesia. 8. Ser isento quanto à produção de reação alérgica. 9. Estével em solução e submetido à biotransformação no corpo. 10. Estéril/ esterilizado pelo calor sem deterioração. Esperar 1 ou 2 minutos para ação da solução. Normal crianças com lesões, já que a anestesia é “algo novo”, elas mesmo podem ter curiosidade e causar a mesma. Toxicidade Quantidade de solução anestesica injetada, que pode ser toxico ao tecido. Todos os anestésicos locais injetáveis e tópicos são absorvidos de seu local de administração p/ o sist. cardiovascular. Marina Guimarães Sistema Cardiovascular Os anestésicos locais tem ação direta no miocárdio e na vasculatura periférica. Entretanto, em geral, o Sist. Cardiovascular é mais resistente aos efeitos de substâncias anestésicas locais do que o SNC. Eles diminuem: Excitabilidade elétrica do miocárdio, Velocidade de condução e Força de contração. Anestésicos locais (exceto cacaína) produzem vasodilatação periférica pelo relaxamento da musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos, resultando em aumento do fluxo sanguíneode entrada e saída do local da deposição do anestésico local. Dica: Não pode reproveitar anestesico assim de injetado no paciente. A procaína, o vasodilatador mais potente entre os anestésicos locais. • Utilizada clinicamente para induzir vasodilatação nos casos em que o fluxo sanguíneo periférico foi comprometido por causa da injeção (acidental) intra-arterial (IA) de uma substância como adrenalina ou noradrenalina. Sistema Nervoso Central Anestésicos locais atravessam facilmente a barreira hematoencefálica. ✓ Ação farmacológica no SNC e a depressão. ✓ Em níveis sanguíneos baixos (terapêuticos, não toxicos), não ocorrem efeitos clinicamente significativos no SNC. ✓ Em níveis mais altos (tóxicos, superdosagem), a manifestação clínica primária e a convulsão tônico-clonica generalizada. O anestésico pode provocar ou parar a convulsão, tudo depende da quantidade da dose. Toxidade Tecidual Local O músculo esquelético é mais sensível as propriedades irritantes locais dos anestésicos locais do que outros tecidos. Produzem alterações em músculos esqueléticos: Injeções intramusculares, lidocaína, mepivacaina, procaína, bupivacaína e etidocaína. Aula 4 - Mecanismo de ação dos anestésicos locais Amidas: O local primário da biotransformação dos anestésicos locais do tipo amida é o fígado. Praticamente todo o processo metabólico ocorre no fígado p/ a lidocaína, mepivacaina, etidocaína e bupivacaína. Articaína, uma molécula hibrida contendo componentes tanto éster quanto amida, e metabolizada tanto no sangue quanto no fígado. Ésteres: O local primário da biotransformação são hidrolisados no plasma pela enzima pseudocolinesterase. Marina Guimarães Excreção dos anestésicos locais Os rins são os orgãos principais de excreção dos anestésicos locais e seus metabólitos, tanto dos tipos ésteres quanto dos tipos amidas. Uma porcentagem da dose do anestésico local é excretada inalterada na urina. Paciente com insuficieência renal crônica: Pode utilizar anestesico, mas deve haver cuidados. Todos os pacientes devem ser atendidos após 1 dia de fazer hemodiálise. → Contraindicação relativa. Incapazes de eliminar do sangue o anestésico local original ou seus principais metabólitos, resultando em um ligeiro aumento dos níveis sanguíneos desse composto e, portanto, em aumento no potencial de toxicidade. Biotransformação dos anestésicos locais Pacientes com fluxo sanguíneo hepático abaixo do habitual (hipotensão, insuficiência cardíaca congestiva) ou função hepática deficiente (cirrose) são incapazes de efetuar a biotransformação dos anestésicos locais do tipo amida em velocidade normal. Meia-vida de anestésico: Metade da biotransformação. Interações Medicamentosas Depressores do SNC: Opioides, substancias ansiolíticos, fenotiazinas e barbitúricos. (Ter cuidado com pacientes com esses usos) Quando administrados em conjunto com anestésicos locais, levam a potencialização das ações depressoras dos anestésicos locais sobre o SNC. Farmacologia dos Vasos Constritores Vasocontritores contraem os vasos sanguíneos e, portanto, controlam a perfusão tecidual. Eles são adicionados às soluções anestésicas locais para equilibrar as ações vasodilatadoras intrínsecas dos anestésicos locais. Os vasoconstritores são adições importantes a uma solução anestésica local, pelas seguintes razões: 1. Por meio da constrição de vasos sanguíneos, os vasoconstritores diminuem o fluxo sanguíneo para o local de administração do anestésico. 2. A absorção do anestésico local para o sistema cardiovascular torna-se mais lenta, resultando em níveis sanguíneos menores do anestésico. 3. Os níveis sanguíneos do anestésico local são reduzidos, diminuindo assim o risco de toxicidade do anestésico local. 4. Maiores quantidades de anestésico local penetram no nervo, onde permanecem por períodos mais longos, aumentando (em alguns casos de maneira significativa, em outros minimamente) a duração de ação da maioria dos anestésicos locais. 5. Os vasoconstritores diminuem o sangramento no local da administração; portanto, eles são úteis quando é previsto sangramento elevado (p. ex., durante um procedimento cirúrgico). Marina Guimarães • Todos os anestésicos locais injetáveis clinicamente eficazes são vasodilatadores. • Todo anestésico local, exceto a cocaína possuem um grau de ação vasodilatadora periférica, resultando em aumento na perfusão tecidual. • Os Vasoconstritores comumente utilizados em conjunto com os anestésicos locais injetáveis são quimicamente idênticos ou semelhantes aos mediadores do sistema nervoso simpático adrenalina e noradrenalina. Assim, as ações dos vasoconstritores assemelham-se tanto à resposta dos nervos adrenérgicos à estimulação, que eles são classificados como agentes simpaticomiméticos ou adrenérgicos. Esses fármacos têm muitas ações clínicas além da vasoconstrição. Diluição 1:1000 significa que existe 1 grama de um soluto (droga) em 1.000 de solução. Em 1:1000 contém 1.000mg em 1.000ml ou 1,0mg/ml de solução. Na diluição de 1:100.000 temos 0,01mg em 1ml. Seleção de um Vasoconstritor Na seleção de um vasoconstritor apropriado para o uso com anestésico local, vários fatores devem ser considerados: → Duração do procedimento dentário. → Necessidade de hemostasia durante e após o procedimento. → Necessidade de controle pós-operatório da dor. → Condição médica do paciente. Vasoconstritores: Anfetamina, Metanfetamina, Efedrina, Fenilefrina, Metoxamina, Metaraminol, Hidroxianfetamina, Adrenalina, Noradrenalina, Levonordefrina e Dopamina. Adrenalina Ações Sistêmicas Miocárdio: O bedito e a frequência cardíaca aumentam. Pressão Arterial: Pressão arterial sistólica é aumentada e pressão diastólica é reduzida. Vasculatura: Ação primária da adrenalina oorre nas arteríolas menosres e esfíncteres pré-capilares. A adrenalina é eficaz em prevenir ou minimizar a perda de sangue durante procedimentos cirúrgicos. Entretanto, a adrenalina também produz um efeito vasodilatador rebote à medida que o nível tecidual da adrenalina diminui. Isso leva a possível sangramento pós-operatório, com potencial de interferir na consolidação da ferida, observando algum sangramento aproximadamente 6 horas após o procedimento cirúrgico. Metabolismo da Adrenalina ➢ A adrenalina aumenta o consumo de oxigênio em todos os tecidos, estimulando a glicogenólise no fígado e nos músculos esqueléticos, elevando os níveis sanguíneos de glicose. (Importante p/ paciente diabético) ➢ Essa resposta pode ser obtida com o equivalente a quatro tubetes de anestésico local contendo adrenalina a 1:100.000. Outras ações: • Hemostasia: Com a diminuição dos níveis teciduais de adrenalina ao longo do tempo, a sua ação primária sobre os vasos sanguíneos é revertida para a vasodilatação, com isso podem ocorrer sangramentos pós uso da adrenalina em alguns procedimentos. • Sistema Respiratório: A adrenalina é um potente dilatador do músculo liso dos bronquíolos. • Sistema Nervoso Central: Nas doses terapêuticas habituais, a adrenalina não é um estimulante potente do sistema nervoso central (SNC). Marina Guimarães • Final da Ação e Eliminação: Apenas pequenas quantidades (aproximadamente 1%) da adrenalina são excretadas de forma inalterada na urina. • Em pacientes que apresentam doenças cardiovasculares ou da tireoide, os efeitos colaterais da absorção da adrenalina devem ser avaliados em relação aos efeitos dos níveis sanguíneos elevados de anestésico local. Considera -se atualmente que os efeitos cardiovasculares de doses convencionais de adrenalina são pouco significativos, mesmo em pacientes com doença cardíaca.Entretanto, mesmo quando se seguem as devidas precauções (p. ex., aspiração, injeção lenta), pode ser absorvida quantidade suficiente de adrenalina para causar reações simpaticomiméticas como apreensão, taquicardia, sudorese e batidas fortes no tórax (palpitações): a chamada “reação à adrenalina”. • Outros vasoconstritores usados incluem noradrenalina, fenilefrina, levonordefrina e felipressina. • A noradrenalina produz intensa vasoconstrição periférica, com possível elevação dramática da pressão arterial, e é associada a um índice de efeitos colaterais nove vezes maior do que a adrenalina. Dinâmica cardiovascular relacionada à Adrenalina Aumento: → Pressões sistólica e diastólica. → Débito cardíaco. → Volume de ejeção. → Frequência cardíaca. → Força de contração. → Consumo de oxigênio pelo miocárdio. Efeitos colaterais da Adrenalina → Medo e ansiedade crescentes; → Agitação; → Cefaléia pulsátil; → Tremor; → Fraqueza; → Tonteira; → Palidez; → Dificuldade respiratória; → Palpitação. Aplicações clínicas para Vasoconstritores → Controle de reações alérgicas. → Broncoespasmos. → Parada cardíaca. → Anestésicos. Marina Guimarães Semiologia Aula 5 – Avaliação Pré-Anestésica Antes de realizar qualquer procedimento deve ser avaliado se o paciente pode tolerar, fisicamente e psicológico, os procedimentos planejados com relativa segurança. Relativa segurança? Todo procedimento odontológico gera um risco em potencial ao paciente. Assinar termo de segurança. A anamnese e o exame físico bem feitos são a melhor forma de se fazer a triagem. Semiologia: Entrevista com o paciente com o objetivo de colher informações, estabelecer uma relação de confiança fornecendo também orientações. Sequência para o preparo operatório: 1. Identificação: Nome, sexo, idade, raça, estado civil, profissão e naturalidade. 2. Queixa principal: Motivo que fez o paciente procurar o tratamento. 3. História da doença atual: Relato nas palavras do paciente dos problemas que levaram o paciente a procurar tratamento. 4. História médica pregressa (hábitos deletérios): Condição médica que o paciente se encontra, como de doenças prévias, presenças de outras doenças, traumatismos, alergias, medicações em uso, alimentação, atividade física, histórico de sangramento, possibilidade gravidez, cirurgias e internações prévias. Assinatura do Paciente. Revisão de Sistema (Check-list): Cardiovascular, respiratório, gastrointestinal, músculo esquelético, geniturinário, endócrino, neurológico, hematológico, psicológico, dermatomucoso. Importante: Histórico de anestesia e hábitos (tabagismo, álcool ou drogas, roer unhas). 5. História odontológica (hábitos parafuncionais). 6. História psicossocial. 7. História familiar. 8. Exame físico (geral/ locorregional/ sv): Deabulação e formato da face. 9. Exames complementares (laboratoriais/ imaginológico). A partir desses dados podemos dar o diagnóstico geral ou local do paciente. Risco Benefício da modalidade de Tratamento Proposto Delineação do Risco: Boa história, exame físico e definição de intervenções prioritárias para ver se existe condições ao tratamento. Sempre fazer checagem dos sinais vitais: Hipertensão Arterial: Devemos diminuir ao máximo a probabilidade de acontecer algum prejuízo ao paciente. Marina Guimarães Classificação da Saúde do Paciente – Estado Físico segundo ASA ASA I – Paciente Saudável. ASA II – Doença sistêmica leve sem limitações (HAS compensada, DM compensado, Tabagista sem DPOC etc...). Não tem alteração respiratória. ASA III – Doença sistêmica grave com limitações (HAS não compensada, DM não compensado, ICC compensada, Angina estável, IAM prévio...). ASA IV – Doença sistêmica grave incapacitante (ICC não compensada, Angina instável, DPOC sistomático, síndrome hepatorrenal...). ASA V – Moribundo sem esperança de vida por mais de 24horas com ou sem cirurgias (falência de vários órgãos, coagulopatias graves não controláveis). ASA VI – Morte cerebral, doador de órgãos. Odontologicamente vamos intervir ASA I, ASA II e ASA III. Modificado para Odontologia: Relacionando aos procedimentos cirúrgicos Fazer Pedido Parecer Médico Ex.: Ao endocrinologista Paciente xxxx, relata ser hipertenso, porém não está em tratamento médico. Pressão Arterial aferida na consulta = 170x95mmHg. Solicito avaliação e conduta para posterior procedimento odontológico cirúrgico de instalação de implantes dentários sob anestesia local. Previsão de uso de 7ml de lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000. Grata, Data: Aula 6 – Soluções Anestésicas Específicas Cloridrato de Lidocaína → Classificação: Amida. → Metabolismo: No fígado. → Excreção: Pelos rins; Menos de 10% de forma inalterada, mais de 80% na forma de vários metabolitos. → Início de ação: Rápido (3 a 5 minutos). → Concentração Odontológica Eficaz: 2%. → Meia-vida do Anestésico: 1,6 hora (aproximadamente 90 minutos). → Ação tópica: Sim. → Alergias: Apesar de documentada, são extremamente rara no grupo das amidas. Amplamente utilizada e hoje, se tornou “padrão ouro” na odontologia. Formulação simples: Lidodaína 2% sem vaso constritor; Tem efeito vasodilatador e efeito rápido em anestesia pulpar (5 a 10 minutos). Formulação com vaso constritor: 1:50.000: Reduz a perfusão tecidual local de forma intensa e tem efeito pulpar por aproximadamente 60 minutos, e feito em tecidos moles de 3 a 5 horas. 1:100.000: Reduz a perfusão tecidual local satisfatória e tem efeito pulpar por aproximadamente 60 minutos, e efeito em tecidos moles de 3 a 5 horas. Marina Guimarães Lidodaína 2% com noradrenalina 1:100.000 (Tem uma ação muito potente): Reduz a perfusão tecidual local intensa sendo de uso mais restrito e contraindicado principalmente no palato. Lidodaína 2% com noradrelina 1:50.000: Reduz a perfusão tecidual local MUITO intensa sendo de uso contraindicado. (Não é indicada em casos odontológicos). Paciente sensíveis à adrenalina (alguns cardiopatas e hipertireóideos): Dose máxima 0,04mg por consulta. → Formulação com adrenalina 1:100.000: 0,01mg/ml ou 0,018 por tubete. 2 tubetes por consulta. → Formulação com adrenalina 1:50.000: 0,02mg/ml ou 0,036 por tubete. 1 tubete por consulta. Dose Máxima Recomendada pelo autor: A dose máxima recomendada pela FDA da lidocaína com ou sem adrenalina é de 7,0mg/kg de peso em pacientes adultos e pediátricos, sem exceder a dose máxima absoluta de 500mg. Cloridrato de Mepivacaína Cloridrato de Mepivacaína → Classificação: Amida. → Potência: 2 (procaína = 1; lidocaína = 2). → Toxicidade: 1,5 a 2 (procaína = 1; lidocaína = 2). → Metabolismo: No fígado. → Excreção: Pelos rins. → Início de ação: Rápido (3 a 5 minutos). → Concentração Odontológica Eficaz: 3% sem vasocontritor; 2% com vasoconstritor. → Meia-vida do Anestésico: 1,9 hora. Dose Máxima Recomendada: A DMR é de 6,6mg/kg ou 3,0mg/kg de peso corporal, não devendo ultrapassar 400mg. Marina Guimarães Mepivacaína a 3% sem Vasoconstritor: Recomendada para pacientes aos quais o uso de vasoconstritor não está indicado para procedimentos odontológicos que não requeiram anestesia pulpar de longa duração ou com grande profundidade. A mepivacaina pura e o anestésico local utilizado em pacientes pediátricos, quando o profissional não é odontopediatra, é também frequentemente utilizada em pacientes geriátricos. Cloridrato de Prilocaína Cloridrato de Prilocaína → Classificação: Amida. → Início da ação: Discretamente mais lento que o da lidocaína (3 a 5 minutos). → Concentração Odontológica Eficaz:4%. → Metabolismo: O metabolismo da prilocaína difere significativamente da lidocaína e mepivacaina. Hidrolisa de maneira direta pelas amidas hepáticas a prilocaína reduz consistemente a capacidade de transporte de oxigênio do sangue, por vezes suficientes para causar cianose visível. → Níveis sanguíneos de metemoglobina. → A Meteglobinemia: Pode ser revertida dentro de 15 minutos com administração de 1 a 2 mg/kg de solução de azul de metileno a 1% por via intravenosa durante 5 minutos. → Contraindicada para pacientes: Meteglobinemia idiopática ou congênita, anemia falciforme, insuficiência cardíaca ou respiratória evidenciada por hipoxia. Dose Máxima Recomendada: A DMR para prilocaína é de 8,0mg/kg de peso corporal, para pacientes adultos, até uma dose máxima recomendada de 600mg. Cloridrato de Articaína Cloridrato de Articaína → Classificação: Molécula hidrida. Classificada como amida; todava possui características tanto de amida como de éster. → Potência: 1,5 vez a da lidocaína; 1,9 vez a da prilocaína. → Toxicidade: Semelhante a da lidocaína e prilocaína. → Metabolismo: A articaína e o único anestésico local do tipo amida que sua biotransformação ocorre tanto no plasma, quanto no fígado. → Início da ação: Articaína 1:200.000, infiltração: 1 a 2 minutos, bloqueio mandibular: 2 a 3 minutos; articaína 1:100.000, infiltração: 1 a 2 minutos, bloqueio mandibular: 2 a 2,5 minutos. → Concentração Odontológica Eficaz: 4% com adrenalina a 1:100.000 ou 1:200.000. Cloridrato de Bupivacaína Cloridrato de Bupivacaína → Classificação: Amida. → Toxicidade: Menos de quatro vezes a da lidocaína e mepivacaina. → Metabolismo: Metabolizada no fígado. → Excreção: Pelo rim. Marina Guimarães → Início de ação: Requer maior tempo para inicio de ação que outros anestésicos locais de uso comum (p. ex., 6 a 10 minutos). → Concentração Odontológica Eficaz: 0,5%. → Meia-vida do Anestésico: 2,7 horas. Dose Máxima Recomendada: A dose máxima recomendada pela FDA é de 90mg para a bupivacaína, baseada em 2,0mg/kg. Aula 7 – Técnicas Anestésicas - Parte 1 Anestésico Tópico é um componente importante na administração da anestesia atraumática. Anestésico Tópico: Benzocaína, Tetracaína e Lidocaína. EMLA (Mistura Eutética de Anestésicos Locais): Creme composto de lidocaína a 2,5% e prilocaína a 2,5%. Único anestésico tópico capaz de proporcionar anestesia superficial na pele. (Não é muito usado por questões de custo, porém é mais confortável para o paciente). Tópicos para fazer uma anestesia atraumática: 1. Tracionar o tecido. 2. Ao tracionar, conseguimos ver vasos, não podemos inserir em cima delas. Somente ao lado. 3. Secar o tecido, auxiliar aspirando a saliva da região. 4. Aplicar o anestésico tópico, com cotonete ou algodão. Esperar o tempo de ação, pelo menos 5 minutos. 5. Usar uma agulha adequada com bisel liso, checando se não está danificada. 6. Introduzir a agulha devagar. 7. Não aplicar de forma rápida, pois pode ser dolorida. 2 minutos para injetar um tubete de anestésico para 1,8ml. O anestésico deve ficar em local com pouca ou nenhuma luz, fresco e ventilado. Não colocar na geladeira: Anestésico gelado causa muita dor ao paciente. Técnicas Anestésicas de Maxilares Terminal Infiltrativa Supraperiortal: → Posicionada paralela ao longo eixo do dente, introduzindo a mucosa em região de fundo de vestíbulo, SEM TOCAR EM OSSO. A mucosa tracionada faz com que a introdução da agulha seja menos traumática. Terminal Infiltrativa Subperiortal → Abaixo do periósteo depositar a anestesia, ao tocar no osso. Anestesia dolorosa. Inserir com bisel 45graus do osso. → Usado em instalação de implantes e exodontia + preservação alveolar. Lembrar: Periósteo fica na superfície externa dos ossos e Endósteo na superfície interna. Marina Guimarães Prof. já passou: Complemento resumo aula 2. Alveolar Superior Anterior Chamada de infiltração local, é a técnica de anestesia local usada com mais frequência para a obtenção da anestesia pulpar nos dentes superiores. Anestesia dos tecidos moles, indicada para procedimentos cirúrgicos em área circunscrita. Bloqueio do nervo infraorbitário Produz anestesia profunda da polpa e tecidos moles vestibulares, desde o incisivo central superior até os pré-molares. Introduzir para bloqueio do nervo Alveolar Superior Anterior (ASA) na prega mucovestibular acima do primeiro pré- molar superior. Indicações: → Procedimentos odontológicos envolvendo mais de dois dentes superiores e tecidos vestibulares sobrejacentes. → Inflamação ou infeção; se houver celulite, pode indicar bloqueio do nervo maxilar no lugar do bloqueio do nervo ASA. → Quando as injeções supra periosteais forem ineficazes devido ao osso cortical denso. Vantagens: → Técnica comparativamente simples. → Comparativamente segura; minimiza o volume de solução anestésica. Alveolar Superior Médio Áreas anestesiadas: → Polpas do primeiro e segundo pré-molares superiores, raiz mesiovestibular do primeiro molar superior. → Tecidos periodontais vestibulares e osso sobre estes mesmos dentes. Indicações: Procedimentos dentários envolvendo apenas os pré-molares superiores. Posição da agulha entre os pré-molares superiores para um bloqueio do nervo alveolar superior médio (ASM). Bloqueio do nervo Alveolar Superior Posterior Indicações: Tratamento de dois ou mais molares superiores, quando a injeção supra periosteal está contraindicada (presença de infecção ou inflamação aguda) e quando a injeção supra periosteal foi ineficaz. Áreas anestesiadas: → Polpas do terceito, segundo e primeiro molares inferiores (todo o dente = 72%; raiz mesiovestibular do primeiro molar superior não anestesiada = 28%. → Tecido periodontal vestibular e osso sobrejacente a estes dentes. Técnica anestésica: Bloqueio regional do NASP. Marina Guimarães Aula 8 – Técnicas Anéstesicas – Parte II Anestesia no palato Procedimentos odontológicos envolvendo manipulação dos tecidos moles ou duros do palato. As injeções no palato são uma experiencia muito traumática: É mais dolorosa, já que no palato tem mais tecido conjuntivo frouxo e musculatura de maior abundancia. Infiltração Palatina Indicações: Basicamente para obter hemostasia durante procedimentos cirúrgicos ou controle da dor palato gengival quando são necessárias. Nervo Nasopalatino Nervos anestesiados: Nervos nasopalatino bilateralmente. Áreas anestesiadas: Porção anterior do palato duro (tecidos moles e duros) bilateralmente desde a face mesial do primeiro pré-molar direito a face mesial do primeiro pré-molar esquerdo. Nervo Maxilar Áreas anestesiadas: → Anestesia pulpar dos dentes superiores no lado do bloqueio. → Periodonto vestibular e osso sobrajacente a estes dentes. → Tecidos moles e osso do palato duro e parte do palato mole, medialmente a linha media. → Pele da pálpebra inferior, lateral do nariz, bochecha e lábio superior. Indicações: → Controle da dor antes de procedimentos cirúrgicos extensos. → Casos em que uma inflamação ou infecção tecidual impede o uso de outros bloqueios regionais. → Procedimentos diagnósticos ou terapêuticos para neuralgias ou tiques da segunda divisão do nervo trigêmeo. Marina Guimarães Anestesiologia Aula 10 – Anestesias Anestesias terminais: ➢ Terminais superficiais: Ação do anestésico dar-se a através do cantato superficial com a pele ou a mucosa; Anestesia tópica. ➢ Terminais infiltrativas: Ação do agente anestésico dar-se pela sua infiltração nos tecidos através de injeções. Anestesias por bloqueio: ➢ Bloqueio regional: Remo nervosoé insensibilizado, promovendo a anestesia da região por ele inervada. ➢ Bloqueio troncular: O anestésico é depositado no nível do tronco nervoso, insensibilizando várias áreas por ele inervadas. Anestesia superficial: Usada para insensibilizar a mucosa ou tecido subcutâneo, geralmente para evitar a dor devido a penetração da agulha. Anestesia Infiltrativa Podem ser por infiltração nos tecidos moles, a solução é depositada no tecido mole que recobre a zona a intervir-se, é por difusão através da região, sensibilizando terminações nervosas. Classificação: → Supraperióticas. → Subperiósticas. → Submucosas. → Intra-septais. → Intra-ósseas. → Peridentais. → Circunlares. → Intrapulpares. Anestesia Terminal Infiltrativa Intraóssea e Anestesia Peridental É praticada no tecido esponjoso, entre camadas corticais da mandíbula ou da maxila, tornando mais rápida a difusão da solução anestésica. → Risco de lesar raízes dentais. → Penetra-se o tecido ósseo com a broca e insere a agulha com local, depositando a solução anestésica. → Indicada para exodontias; Pulpectomias imediatas. Anestesia Infiltrativa Intraseptal Realizada no septo de dois dentes contíguos. Solução é rapidamente absorvida pela estrutura esponjosa óssea anestesiando filamentos nervosos terminais que inervam o alvéolo, membrana peridental e câmara pulpar. → Gengival ou papilar Marina Guimarães Anestesia Intraligamentar → Agulha mais fina, na angulação correta. → Anestesia apenas um dente. → Injetar anestésico sob pressão no ligamento periodontal. → É uma técnica complementar, principalmente na mandibular. Anestesia Intrapulpar A dor é aguda, mas no mesmo instante vai ter alivio. → Direto na polpa dental. → Eficaz em qualquer dente vital. → Indicado para pulpectomia de molares inferiores. → Qualquer agulha pode ser usada. Anestesia Papilar → Inserir na mucosa. → Quando ocorre isquemia da papila palatina ou lingual, complementa-se a anestesia neste local, e que a mucosa palatina/lingual fique efetivamente anestesiada. Anestesia Subperiosteal → Anestesia sob o periósteo, facilitando absorção, necessitando de menor quantidade de anestésico. → Abaixo da mucosa Anestesia Supraperiosteal → Anestésico depositado próximo ao periósteo. → Depende da porosidade óssea para se infiltrar até o dente. → Eficaz em dentes superiores e anteroinferiores. → Anestesia circunscrita – ótimo para bloqueio de único dente. → Bloqueio de polpa, área da raiz do dente, periósteo vestibular, tecido conjuntivo adjacente e membrana da mucosa → Não funciona bem em incisivos centrais superiores. → Técnica simples e com alta eficácia. Marina Guimarães Recomendações Verificação do tubete e da seringa: ➢ O líquido deve estar transparente e livre de partículas. ➢ O êmbolo deve estar totalmente inserido no tubete. ➢ O selo metálico que veda a parte superior do tubete deve estar íntegro. ➢ Caso ocorra vazamento pelo êmbolo, verificar se a haste da seringa não estar deformada. Equipamento Seringa carpule: Montagem da seringa carpule Para inserir o tubete de anestésico na Carpule, é necessário tracionar a haste-embolo da mesma, provocando, assim, uma desarticulação entre o corpo e a empunhadura da seringa. Para expor o terminal da agulha que será acoplado à Carpule e que violará o lacre do tubete anestésico, gire a tampa em sentido horátio e anti- horário. Empunhadura da seringa: Aula 11 – Técnicas anestésicas da Mandíbula Na mandíbula (como na maxila) pode fazer técnica terminal infiltrativa. Ex. de caso clínico: Anestesia por bloqueio regional. Acesso amplo, pois os implantes estão instalados a frente dos forames mentuais. Com tecidos moles (gengival, lingual, vestibular) e periósteo anestesiados, não é preciso bloqueio do nervo alveolar, apenas por técnica terminal infiltrativa. Quando acontece retirada de dentes, anestesiamos polpa e ligamento periodontal. Na região anterior de mandíbula é inervado pelo Nervo Incisivo (derivado ao nervo alveolar inferior, na porção de forame mentual e é intra- óssea). Por não termos acesso ao Nervo Incisivo, bloqueamos o Nervo Alveolar Inferior, anestesiando o nervo incisivo e mentual. Então bloqueamos toda a região de tecido mole anterior aos forames mentuais e tecidos intra- ósseos. Bloqueio Nervo Alveolar Inferior Inerva: Polpa, lig. periodontal, tecidos moles gengivais e vestibular, periósteo, mucosa labial, lábio e mento. Até linha média. Marina Guimarães Atingir o nervo antes dele entrar no forame mandibular. Também anestesiar região posterior ao forame mandibular. Introduzimos a agulha até encostar no osso, recuar 1mm e soltar o êmbolo da agulha (para saber se está refluindo ou não). Injeção Intravascular: Ao entrar sangue, devemos jogar fora o tubete e colocar outro. Se entrar na via sanguínea não vai ter efeito anestésico, pode ter dosagem de efeito tóxico. Bloqueio do Nervo lingual Bloqueio do Nervo Mandibular Técnica de Gow-Gates: A ponta da agulha é colocada imediatamente abaixo da cúspide mesiolingual do segundo molar maxilar e é movida até um ponto imediatamente distal ao molar, mantendo a altura estabelecida na etapa anterior. Esse é o ponto de inserção para um bloqueio do nervo mandibular de Gow-Gates. Nerva os mesmos elementos do nervo alveolar inferior. Bloqueio do Nervo Bucal Bom para trabalhar em cirurgias, como raspagem periodontal, exodontia de molares inferiores. Alinhamento da seringa: Paralelamente ao plano oclusal no lado da injeção, mas bucal a ele, e bucalmente ao último molar. Introduzir 0,5 a 1cm. Anestesia do tecido mole (mucosa gengival vestibular) e osso lingual até a membrana mucosa alveolar. Hemostasia: Ação vasoconstritora da epinefrina (7minutos), diluição 1:100.000. Bloqueio do Nervo Mentual Marina Guimarães Resumo da inervação dos dentes e seus tecidos de suporte: Incisivos superiores: Ramos dentais dos nervos alveolares superiores anteriores do nervo infraorbital. Os tecidos de suporte (periodonto, gengiva e osso alveolar) são inervados pelo alveolares superiores anteriores, pelo ramo labial do nervo infraorbital e pelo nervo nasopalatino. Incisivos inferiores: Nervo alveolar inferior. Os tecidos de suporte são também supridos pelo nervo lingual e pelo nervo mentoniano. Canino superior: Nervos alveolares superiores anteriores que são ramos do nervo infraorbital. Os tecidos de suporte, pelos mesmos nervos e pelo ramo labial do nervo infraorbital e pelo nervo nasopalatino. Canino inferior: Nervo alveolar inferior. Os tecidos de suporte, pelo mesmo nervo e também pelo lingual e nervo mentoniano. Pré-molares superiores: Nervo alveolar superior médio (que se junta ao plexo alveolar superior) e que é ramo do nervo infraorbital. Os tecidos de suporte, pelo mesmo alveolar superior médio, pelo infraorbital, e pelo nervo palatino maior. Pré-molares inferiores: Nervo alveolar inferior. Tecidos de suporte, pelo mesmo nervo, mais os nervos lingual e mentoniano. Molares superiores: Nervos alveolares superiores posteriores, ramos do nervo maxilar. Raiz mesiovestibular do primeiro molar também pelo nervo superior médio. Tecidos de suporte, pelo nervo palatino maior, ramo gengival do alveolares superiores posteriores e às vezes pelo nervo bucal. Molares inferiores: Nervo alveolar inferior. Tecidos de suporte, pelo mesmo nervo, mais os nervos bucal e lingual.
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