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Contra reforma

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Contra - Reforma 
Em relação ao Estado, existem fortes repercussões dos processos delineados anteriormente – 
reestruturação produtiva e mundialização da economia – que configuram as linhas gerais de uma 
verdadeira contra-reforma. Esta adquire maior ou menor profundidade, dependendo das escolhas 
políticas dos governos em sua relação com as classes sociais em cada espaço nacional. Trata-se de 
uma contra-reforma porque existe uma forte evocação do passado no pensamento neoliberal, bem 
como um aspecto regressivo quando da implementação de seu receituário de medidas. 
Para além da mudança substantiva na direção da intervenção estatal engendrada pela mundialização, 
observa-se a chamada crise fiscal do Estado. Da virada para a longa onda com tonalidade depressiva 
a partir de 1973, decorre uma inflexão na receita e no gasto público. É o esgotamento dos anos de 
ouro do Keynesianismo, com sua específica combinação entre capitalismo e social-democracia. 
Sob o argumento de escassez de recursos, de conter o déficit público, de evitar a volta de inflação, 
preconiza-se o corte dos gastos estatais, para o equilíbrio das contas públicas. 
As políticas sociais entram nesse cenário caracterizadas por meio de um discurso nitidamente 
ideológico: são paternalistas, geradoras de desequilíbrio, devendo ser acessada via mercado. 
Sobre a crise fiscal do Estado, há toda uma difusão de uma cultura da crise, cujos componentes 
centrais estão no pensamento privatista e na idéia do cidadão-consumidor (discussão desenvolvida por 
Mota, em seu livro Cultura da Crise e Seguridade Social, da Ed. Cortez – 1995). O eixo central do 
convencimento repousa no fato de que há uma nova ordem a qual todos deves se integrar, e que é 
inevitável adaptar-se a ela. Estes são os termos que compõem a justificativa do que a autora chama 
de contra-reforma. 
As políticas sociais são consideradas como não-políticas, com transferências de ações focalizadas para 
o terceiro setor (tema de nossa próxima aula).

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