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Universidade Estadual do Ceará - UECE Faculdade de Veterinária - FAVET Toxicologia Veterinária Docente: Rafael de Morais Campos Intoxicação por Plantas Ornamentais Dayse Queiroz Emanuel Cavalcante Larissa Linhares Isabela Reis Nathalia Ferreira Plantas Ornamentais ➔ São aquelas cultivadas devido aos seus atributos físicos, tais como floração, folhagem, aspecto do caule, entre outros. Utilizadas para a decoração interna dos ambientes e em ações paisagísticas em jardins e outras áreas externas. 02 ➔ Algumas plantas ornamentais apresentam compostos potencialmente tóxicos para animais. 03 Vias que podem ser afetadas: Plantas Ornamentais Dérmica Inalação Ingestão 04 Plantas Ornamentais Ricinus communis Pteridium aquilinum Zantedeschia aethiopica SamambaiaMamona Copo- de-leite Ricinus communis Família: Euphorbiaceae Género: Ricinus Nome popular: Mamona, Pé-de-mamona, Mamoneira, Carrapateira, Carrapato e Rícino 05 https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Euphorbiaceae https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(biologia) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ricinus Características gerais ➔ É um arbusto anual ou perene, que pode chegar a medir até cinco metros. Ciclo de vida de poucos anos; ➔ Planta de fácil cultivo e resistente à seca, por isso é utilizada como ornamental em zonas temperadas; ➔ Os frutos desenvolvem-se em cápsulas pontiagudas vermelhas ou alaranjadas; ➔ As folhas são simples e grandes, em média 25 cm, alternadas e na forma de palma. 06 ➔ Cápsulas espinhosas (frutos), com 3 sementes tóxicas; ➔ Sementes lisas e pretas, com manchas brancas. Características gerais 07 Ricina Principais princípios tóxicos ➔ É uma toxalbumina, presente nas sementes de R. communis; ➔ Encontra-se mais no endosperma, e atua como proteína de armazenamento e defesa; ➔ A intoxicação pela ricina já foi identificada em grande número de espécies animais e em seres humanos. 08 Ricina Mecanismo de ação ➔ Toxina classificada como proteína inativadora de ribossomos (RIPs); ➔ Absorção endocítica lenta (longo período de latência); ➔ Heterodimérica, formada por uma cadeia A e B, ligadas por ponte dissulfeto. Apenas uma molécula de ricina que entra no citosol é capaz de inativar mais de 1500 ribossomos por minuto. Cadeia A Cadeia B Inibição da síntese protéica Internalização da toxina 09 Toxicidade Toxicidade variável, a depender da: ➔ Variação na susceptibilidade entre espécies ● Equinos ● Bovinos, ovinos, suínos e cães ● Galinhas ❖ Sem registros de gatos ➔ Via de exposição ● Inalatória ou parenteral ● Oral ➔ Quantidade ingerida/mastigada 10 Sintomatologia Inicialmente há irritação gastrointestinal, com vômitos, seguidos de depressão, diarréia aquosa e dor abdominal. Progressão para diarreia sanguinolenta, podendo haver também hematêmese. Distúrbios cardíacos também podem ocorrer, havendo apresentação de taquicardia, por exemplo. Sialorréia, ataxia, hipertermia, fraqueza e decúbitos podem ser explicitados pelo paciente. 11 Diagnóstico ✓ Anamnese e exame físico bem feito ✓ Observação do conteúdo excretado, na êmese e diarréia ✓ Detecção de ricina em sangue e fluidos corpóreos, por ensaio imunoenzimático e radioimunoensaio Tratamento ❖ Não há antídotos ✓ Indução de êmese ✓ Administração do carvão ativado ✓ Lavagem gástrica ✓ Intensa fluidoterapia ✓ Terapia eletrolítica 12 *Epidemiologia Semente usada como matéria prima ao biodiesel Aumento do biocombustível, resulta no aumento no número dessas sementes Acesso facilitado dos animais, aumentando os casos de intoxicação Fontes: ANP e Abiove. Elaboração: StoneX. 13 Pteridium aquilinum Filo: Pteridophyta; Família: Dennstaedtiaceae; Nomes populares: samambaia, samambaia-do-campo, pluma. 14 Características ➔ Possui ampla distribuição por todo o Brasil; ➔ Se desenvolvem bem em solos ácidos e são resistentes a diversos ambientes; ➔ Possui grande capacidade invasora. 15 Características ➔ Não é uma planta palatável; ➔ A planta inteira é considerada tóxica, mas os brotos e as folhas são mais tóxicos; ➔ Em alguns países, era consumido por humanos. 16 Tiaminase Enzima que causa distúrbios neurológicos. Prunasina Glicosídeo norsesquiterpênico de atividade carcinogênica, mutagênica e clastogênica. Ptaquilosídeo Glicosídeo cianogênico. Princípios tóxicos 17 Mecanismo de ação Tiaminase ➔ Tiamina é um co-fator em reações de descarboxilação; ➔ Quebra da tiamina (vitamina B₁); ➔ Compromete o metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas. 18 Mecanismo de ação Ptaquilosídeo Meio ácido Meio básico Pterosina B Dienona Alterações moleculares e celulares Formação e multiplicação de tecido afuncional e canceroso 19 Mecanismo de ação Prumasina ➔ São hidrolisados por glicosidases; ➔ Liberam ácido hidrocianídrico; ➔ Bloqueia a fosforilação oxidativa celular. 20 Sinais clínicos Alterações neurológicas Diátese hemorrágica Carcinoma do trato digestivo superior Hematúria enzoótica 21 Tratamento ➔ Não há tratamento conhecido; ➔ Recomendado a identificação e erradicação da espécie. 22 COPO DE LEITE 1 Gênero: Zantedeschia Familia: Araceae Ordem: Alismatales Espécie: Zantedeschia aethiopica 23 Grupo: Planta herbácea florífera Porte: até um metro de altura. As folhas são longas, com até 19 centímetros. Formato: As flores brancas têm formato de taça. CARACTERÍSTICAS 24 Origem: África Ocorrência Natural: Margens de tanques e lagos, abundantes em matéria orgânica e alta umidade. Prefere lugares com baixas temperaturas. Cultivo:A pleno sol ou meia sombra desde que a terra seja úmida e com muita matéria orgânica Principais animais afetados: Cães e aves CARACTERÍSTICAS 25 PRINCIPAIS ATIVOS TÓXICOS OXALATO DE CÁLCIO Ráfides SaponinasGlicosídeo 26 VIAS ORAL OCULAR DERMAL SINAIS CLÍNICOS Obstrução nas vias áreas Asfixia Apatia Fraqueza muscular Penas arrepiadas Alterações na coloração das fezes e consistência anormal 27 Tratamento ✓ Demulcentes; ✓ Protetores de mucosa; ✓ Antitóxico à base de metionina; ✓ Lavar com água e soro. Prevenção ✓ Conscientização sobre plantas tóxicas ornamentais; ✓ Remoção de plantas ao acesso dos animais. 28 REFERÊNCIAS: AGUIAR, A. T. C.; JÚNIOR, V. F. da V. O jardim venenoso: a química por trás das intoxicações domésticas por plantas ornamentais. Química Nova, v. 44, n. 8, 1093-1100, 2021. BALTAR, S. L. S. M. A.; FRANCO, E. S.; AMORIM, L. P.; PEDROSA, H. C. S.; PAIXÃO, T. N.; PEREIRA, R. C. A.; MAIA, M. B. S. Aspectos botânicos e clínicos das intoxicações por plantas das Famílias Araceae, Euphorbiaceae e Solanaceae no Estado de Pernambuco. Revista Fitos, v. 11, n. 2, 119-249, 2017. HOJO-SOUZA, N. S.; CARNEIRO, C. M.; SANTOS, R. C. dos. Pteridium aquilinum: o que sabemos e o que ainda falta saber. Bioscience Journal, v. 26, n. 5, p. 798-808, set.-out., 2010. GUIMARÃES, R.; CARVALHO, G. D. Pteridium aquilinum: importância para saúde pública. PUBVET, v. 8, n. 9, ed. 259, art. 1707, maio, 2014. ROCHA, L. D.; PEGORINI, F.; MARANHO, L. T. Organização estrutural e localização das estruturas tóxicas em comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia picta (L.) Schott) e copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica (L.) Spreng). Revista Unicenp de Biologia e Saúde, v. 2, n. 1, p. 54-63, jan.-mar., 2006. RIBEIRO, D. da S. F.; BLANCO-SOLO, B. Intoxicação por plantas do gênero Pteridium (Dennstaedtiaceae) em animais de produção. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v. 14, n. 1, p. 90-107, jan.-mar., 2020. SPINOSA, H. de S.; GÓRNIAK, S. L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia aplicada à medicina veterinária. Barueri: Manole, 2008. 29 Obrigado!
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