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3 2 Tendencias pedagogicas didatica_organizacao_do_trabalho_pedagogico_03

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Prévia do material em texto

Maria Fani Scheibel
D outora em Educação. Professora do Curso de Pedagogia e de Educação a Distância da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA-RS). Pedagoga.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Tendências pedagógicas I
Maria Fani Scheibel
O tema desta aula será abordado com o objetivo de conhecer as características do pensamento pedagógico de diferentes autores sobre a contextualização dos ambientes educativos de onde emergem a compreensão de homem, mundo e sociedade; compreender o papel do professor, 
do aluno, da escola e dos elementos que compõem o ambiente escolar; estabelecer relação entre as 
tendências pedagógicas e a prática docente que os professores adotam em suas salas de aula.
 A questão da natureza do conhecimento consiste em entender se aquilo que conhecemos é 
um objeto em si ou uma ideia de um objeto, uma representação. Duas correntes filosóficas surgiram 
a partir dessa questão: o Realismo e o Idealismo. Realismo é doutrina que considera os objetos de 
conhecimento independentes da nossa consciência (ser não equivale a ser percebido). O Idealismo, por 
sua vez, subordina ao pensamento, às ideias, toda existência, todos os objetos de conhecimento. 
Observe a figura a seguir, que mostra os pensadores que contribuíram para cada uma dessas 
doutrinas. 
Realismo Idealismo
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Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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A Filosofia e a Pedagogia estão interligadas porque ambas as ciências tratam 
de um mesmo elemento: o ser humano. Enquanto a Filosofia tenta explicar o 
homem e responder a todas suas angústias e indagações, a Pedagogia preocupa-se 
em aperfeiçoá-lo, desenvolvê-lo. Dessa maneira, a reflexão filosófica faz parte da 
prática docente e o professor não permanece neutro, mas conduz seus pensamentos 
sobre a maneira de educar seguindo uma determinada corrente filosófica, uma 
determinada tendência pedagógica. 
As tendências pedagógicas definem o papel do homem e da Educação no 
mundo, na sociedade e na escola, o que repercute na prática docente em sala de aula 
graças a elementos constitutivos que envolvem o ato de ensinar e de aprender.
A seguir, serão apresentados os pensamentos pedagógicos dos estudiosos 
brasileiros Paulo Freire e José Carlos Libâneo. 
Educação Bancária e 
Educação Problematizadora 
O educador Paulo Reglus Neves Freire nasceu no Recife, em 19 de setembro 
de 1921, e faleceu em São Paulo, no dia 2 de maio de 1997. Formado em Direito, 
começou sua vida profissional como professor de Língua Portuguesa. Suas mais 
destacadas obras são: Pedagogia do oprimido (1970), Pedagogia da esperança 
(1994) e Pedagogia da autonomia (1996).
Em Pedagogia do oprimido (1982), Paulo Freire fala sobre a prática 
docente sob a forma de Educação Bancária e Educação Problematizadora – 
também chamada de Libertadora, pois se propõe a conscientizar o educando de 
sua realidade social.
Educação Bancária 
Para Paulo Freire (1982), a sociedade dividida em classes, tal como é hoje, 
restringe os privilégios a poucos e impede que os bens produzidos sejam utilizados 
pela maioria; o autor acredita que entre esses bens está a Educação. 
Freire faz referência a dois tipos de Pedagogia: pedagogia dos dominantes – 
Educação como prática de dominação – e pedagogia do oprimido – Educação como 
prática de liberdade (segundo o autor, é a que precisa ser realizada).
O fundamento da pedagogia dos dominantes é Educação Bancária1, com 
sua prática narradora, sem diálogo, para a transmissão e avaliação de conheci-
mentos numa relação vertical – o saber é fornecido de cima para baixo – e autori-
tária, pois manda aquele que sabe. O método da concepção bancária é a opressão, 
o antidiálogo.
1Predomínio do discurso e da prática, na qual quem 
é o sujeito da educação é o 
educador, sendo os educandos 
como vasilhas a serem 
cheias; o educador deposita 
“comunicados” e os alunos 
os recebem, memorizam e 
repetem.
Tendências pedagógicas I
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Tendências pedagógicas I
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Freire apresenta as características que servem à opressão. São elas: conquista, 
divisão, manipulação e invasão cultural.
 Conquista: a necessidade de conquista se dá desde “as mais duras às mais 
sutis; das mais repressivas às mais adocicadas, como o paternalismo” 
(FREIRE, 1982, p. 162). 
 Divisão: “[à medida que] as minorias, submetendo as maiorias a seu 
domínio, as oprimem, dividi-las e mantê-las divididas são condições 
indispensáveis à continuidade de seu poder” (FREIRE, 1982, p. 165).
 Manipulação: “por meio da manipulação, as elites dominadoras vão 
tentando conformar as massas populares a seus objetivos. E quanto mais 
imaturas politicamente estejam, tanto mais facilmente se deixam manipular 
pelas elites dominadoras que não podem querer que se esgote seu poder” 
(FREIRE, 1982, p. 172). 
 Invasão cultural: “a invasão cultural é a penetração que fazem os invasores 
no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão de mundo, 
enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expansão” (FREIRE, 
1982, p. 178).
Assim, o educando recebe passivamente a doação do saber do educador, 
único sujeito do processo. Essa modalidade de Educação pressupõe um mundo 
harmonioso, equilibrado; conserva-se então a ingenuidade do oprimido, que se 
acostuma e se acomoda no mundo da opressão. Configura-se então a Educação 
exercida como uma prática da dominação, “em que a única margem de ação que 
se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá-los e arquivá- 
-los. Margem para serem colecionadores ou fichadores das coisas que arquivam” 
(FREIRE, 1982, p. 66).
Características da concepção bancária de Educação 
	 A Educação Bancária caracteriza-se pela prática domesticadora, na qual 
o saber do professor é depositado no aluno.
	 A narração é a técnica usada pelo educador para depositar conteúdo nos 
educandos e conduzi-los à memorização mecânica. 
	 Não há comunicação entre professor e aluno: o educador faz comunicados 
e depósitos, os quais são recebidos pacientemente pelos educandos, que 
passam a memorizá-los e repeti-los.
	 Nessa distorção da visão de Educação não há saber.
	 Os conteúdos narrados são retalhos da realidade, desconectados da tota-
lidade em que se formam, sendo petrificados e sem significado. Tornam-
-se pura verbosidade alienada e alienante.
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Educação Problematizadora
Na Educação Problematizadora, o conhecimento deve vir do contato do 
homem em seu mundo, que é dinâmico, e não como um ato de doação. Supera-se, 
pois, a relação vertical e se estabelece a relação dialógica, que supõe uma troca de 
conhecimento.
Freire (1982, p. 78) destaca que:
Em verdade, não seria possível à Educação Proble matizadora, que rompe com os esquemas 
verticais ca racterísticos da Educação Bancária, realizar-se como prática da liberdade, sem 
superar a contradição entre o educador e os educandos. Como também não lhe seria possível 
fazê-lo fora do diálogo. [...] O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto 
educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. 
Para o autor, dialogicidade é a essência da Educação Libertadora. Além 
disso, outras características são necessárias para que ela se concretize, tais 
como: colaboração, união, organização e síntese cultural.
 Colaboração: a ação dialógica só se dá coletivamente, entre sujeitos, 
“ainda que tenham níveis distintos de função, portanto de responsa-
bilidade, somente pode realizar-se na comunicação” (FREIRE, 1982, 
p. 197).
 União: a classe popular tem de estar unida e não dividida, pois significa 
“a união solidária entre si, implica essa união, indiscutivelmente, numa 
consciência de classe” (FREIRE, 1982, p. 205).
 Organização: “[...] é o momento altamentepedagógico, em que a lide-
rança e o povo fazem juntos o aprendizado da autoridade e da liberdade 
verdadeiras que ambos, como um só corpo, buscam instaurar, com a trans-
formação da realidade que os mediatiza” (FREIRE, 1982, p. 211). 
 Síntese cultural: consiste “na ação histórica, se apresenta como instru-
mento de superação da própria cultura alienada e alienante; [...] faz da 
realidade objeto de sua análise crítica” (FREIRE, 1982, p. 214-215).
Com esse processo, é possível chegar a um conhecimento crítico, já que foi 
obtido de maneira reflexiva. Com o saber construído assim, o ser humano percebe- 
-se como ser histórico, capaz de fazer as transformações necessárias no mundo.
Características da concepção 
problematizadora de Educação 
	 A Educação Problematizadora objetiva o desenvolvimento da consciência 
crítica e a liberdade como meios de superar a Educação Bancária.
	 Nessa concepção, a relação educador -educando é dialógica, pois 
ambos atuam conjuntamente como sujeitos do processo de ensino 
e aprendizagem.
Tendências pedagógicas I
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Tendências pedagógicas I
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	 Na prática problematizadora, os educandos, por meio de diálogo e reflexão, 
desenvolvem seu poder de captação e de compreensão do mundo que 
lhes aparece como uma realidade em transformação.
Quadro síntese da concepção de Educação Bancária e Educação Proble-
matizadora de Paulo Freire (1982):
Educação Bancária Educação Problematizadora/Libertadora
Ensino
O aluno é o banco em que o 
mestre deposita o seu saber que 
vai render largos juros, em favor 
da ordem social que o professor 
representa.
“Para o educador-educando [...] o conteúdo 
programático da Educação não é uma 
doação ou imposição, mas a revolução 
organizada, sistematizada e acrescentada 
ao povo daqueles elementos que este lhe 
entregou de forma desestruturada”.
Método
A narração é a técnica usada 
pelo educador para depositar 
conteúdo nos educandos e 
conduzi-los à memorização 
mecânica.
Reforça a imprescindibilidade de 
uma Educação realmente dialógica, 
problematizadora e marcadamente 
reflexiva, combinações indispensáveis 
para o desvelamento da realidade e sua 
apreensão consciente pelo educando.
Professor-aluno
Na visão bancária da Educação, 
o saber é uma doação dos que 
se julgam sábios aos que julgam 
nada saber. Doação que se 
funda numa das manifestações 
instrumentais da ideologia da 
opressão – a absolutização da 
ignorância.
A ação dialógica só se dá coletivamente, 
entre sujeitos; “ainda que tenham 
níveis distintos de função, portanto de 
responsabilidade, somente pode realizar-se 
na comunicação”. Abomina, entre outras 
coisas, a dependência dominadora.
Aprendizagem
O conhecimento é algo que, 
por ser imposto, passa a ser 
absorvido passivamente.
O comprometimento com a transformação 
social é a premissa da Educação 
Libertadora.
Pedagogia Liberal 
e Pedagogia Progressista
José Carlos Libâneo2 (1985) classifica as tendências pedagógicas segundo a 
posição que adotam em relação aos condicionantes sociopolíticos da escola, em 
Pedagogia Liberal – subdividida em tradicional, renovada progressivista, reno-
vada não diretiva e tecnicista – e Pedagogia Progressista – que se subdivide em 
libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos.
2 O professor José Carlos Libâneo é Doutor em 
Educação, Mestre em Edu-
cação Escolar Brasileira e 
professor titular da Universi-
dade Católica de Goiás.
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Pedagogia Liberal
Segundo Menezes (2006), Pedagogia Liberal é aquela que:
[...] sustenta a ideia de que a escola tem a função de preparar os indivíduos para o desempenho de 
papéis sociais, de acordo com suas aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa 
adaptar--se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da 
cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais 
não são consideradas, pois embora a escola passe a difundir a ideia de igualdade de oportunidades, 
não leva em conta a desigualdade de condições. 
Pedagogia Liberal Tradicional
Nessa tendência, a escola tem a função de preparar os alunos intelectual e 
moralmente para assumir sua posição na sociedade; seu compromisso é com a 
cultura, já que os problemas sociais pertencem à sociedade. Libâneo (1985) afirma 
que, para a Pedagogia Liberal Tradicional, “o caminho cultural em direção ao 
saber é o ‘mesmo’ para todos, desde que se esforcem”.
Os conteúdos são separados das experiências dos alunos e da realidade 
social, ou, segundo o autor (1985, p. 23), “são os conhecimentos e valores sociais 
acumulados pelas gerações adultas repassados ao aluno como verdades”. As 
matérias de estudo são determinadas pela sociedade e ordenadas na legislação, 
expostas verbalmente ou demonstradas pelo professor.
A ênfase do ensino é dada a exercícios, à repetição de conceitos e à memo-
rização de conteúdos; a aprendizagem é repetitiva e mecânica. Predomina a auto-
ridade do professor e a disciplina é imposta para assegurar atenção e silêncio. A 
avaliação é feita a partir de interrogatórios orais e exercícios de casa, assim como 
provas escritas e trabalhos de casa.
Pedagogia Liberal Renovada Progressivista
Nessa tendência, o papel da escola é adequar as necessidades individuais ao 
meio social, organizando-se de forma a retratar a vida. O conhecimento resulta da 
ação docente a partir dos interesses e necessidades dos alunos, valorizando mais os 
processos mentais e as habilidades cognitivas – isto é, as de conhecimento – que 
conteúdos organizados racionalmente. 
Os principais teóricos que a sustentam são Piaget, Montessori, Decroly, 
Dewey, entre outros.
Outras características dessa tendência são:
	 no método de ensino são valorizadas as formas de “aprender fazendo”, 
ou seja, pesquisa, descoberta, estudo do meio natural e social e solução 
de problemas;
	 o papel do professor é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo 
da criança; a disciplina surge a partir da conscientização dos limites da 
vida grupal;
	 o relacionamento entre professores e alunos é positivo, gerando uma 
vivência democrática;
Tendências pedagógicas I
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Tendências pedagógicas I
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	 a motivação dos alunos depende da força de estimulação dos problemas 
propostos pelo professor e das disposições internas dos alunos e de 
seus interesses;
	 a avaliação é fluida e tenta ser eficaz, à medida que os esforços e êxitos 
são pronta e explicitamente reconhecidos pelo professor.
Pedagogia Liberal Renovada Não Diretiva
A escola centra-se na formação de atitudes e está mais preocupada com os 
problemas psicológicos dos alunos que com os pedagógicos ou sociais – tanto que 
os conteúdos escolares são considerados secundários. Ela se esforça para estabe-
lecer um clima favorável a uma mudança dentro do indivíduo, a uma adequação 
pessoal às solicitações do ambiente. Enfatiza o processo de desenvolvimento das 
relações e da comunicação, facilitando que a busca dos conhecimentos seja feita 
pelo próprio aluno.
Nessa tendência, o professor tem um papel de facilitador da aprendizagem; 
sua função restringe-se em ajudar o aluno a se organizar.
O principal teórico dessa Pedagogia é Carl Rogers.
Pedagogia Liberal Tecnicista
Essa tendência subordina a Educação à sociedade. A partir dela, a escola 
modela o comportamento humano com técnicas específicas, que organizam o 
processo de aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, para 
que os indivíduos se integrem no sistema social global.
Os conteúdos escolares constituem-se de informações, princípios científicos 
e leis, e são estabelecidos e ordenados por especialistas de forma objetiva, elimi-
nando qualquer sinal de subjetividade. 
O métodode ensino consiste nos procedimentos e técnicas necessários ao 
controle das condições ambientais que assegurem a transmissão e recepção de 
informações: o professor transmite a matéria conforme o sistema instrucional, 
mostrando a verdade científica e o aluno; o aluno, por sua vez, recebe, aprende 
e fixa as informações.
Para a Pedagogia Liberal Tecnicista, debates, discussões e questionamentos 
são desnecessários, assim como as relações afetivas e pessoais dos sujeitos do 
processo de ensino e aprendizagem pouco importam.
O principal teórico dessa tendência é Skinner, além de Gagné, Bloom e 
Mager.
Pedagogia Progressista
Com inspiração em teorias de conhecimento marxistas, a Pedagogia 
Progressista é aquela que se preocupa com questões sociopolíticas da Educação, 
baseando-se em análises críticas das realidades da sociedade. Nela, a escola pode 
combater o sistema capitalista para construir o socialismo.
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Pedagogia Progressista Libertadora 
A Pedagogia Progressista Libertadora questiona as relações que o ser 
humano tem com a natureza e seus semelhantes (realidade social), com o propósito 
de transformá-las. Ela estabelece uma nova forma de relação entre conteúdos 
escolares e a experiência vivida pelos alunos.
Para essa Pedagogia, os conteúdos de ensino, denominados temas geradores, 
são extraídos da vida dos educandos; os conteúdos escolares tradicionais, por sua 
vez, são recusados.
O ato de conhecimento é propiciado pelo diálogo autêntico entre professores 
e alunos (ambos sujeitos do conhecimento).
Essa tendência baseia-se em Paulo Freire.
Pedagogia Progressista Libertária
Essa tendência pedagógica pretende resistir à burocracia como instrumento 
de controle e ação dominadora do Estado.
A escola exerce uma mudança na maneira de pensar dos alunos, num sentido 
libertário e autogestionário. As matérias escolares não são exigidas, mas vistas 
como instrumentos complementares colocados à disposição dos educandos. Mais 
importantes são os conhecimentos resultantes das experiências vividas pelo grupo. 
Valoriza a vivência em grupo, na forma de autogestão, como método para 
os alunos buscarem as bases mais satisfatórias de sua própria “instituição”, com 
iniciativa e sem qualquer forma de poder.
A relação professor-aluno é não diretiva, sem nenhuma forma de poder, 
obrigação ou ameaça. O professor age como orientador, conselheiro e catalisador 
junto ao grupo, visando à reflexão em comum.
Sustenta-se no pensamento do espanhol Ferrer y Guardia.
Pedagogia Progressista Crítico-Social dos Conteúdos 
A escola prepara os alunos para o mundo adulto e suas contradições, para 
que eles transformem essa realidade. 
A difusão dos conteúdos escolares é tarefa primordial da escola. Esses 
conteúdos devem ser “vivos”, concretos e indissociáveis da realidade humana e 
social.
A relação pedagógica consiste nas trocas estabelecidas entre o meio e o 
sujeito, ou seja, entre o educador e o educando. É necessário que o professor 
saiba e compreenda o que o aluno diz e faz, da mesma forma que o aluno precisa 
compreender o que o professor quer lhe dizer.
 O método de ensino parte de uma relação direta com a experiência do aluno, 
confrontada com o que ele já tem. Também pode acontecer de o professor prover a 
estrutura cognitiva de que o aluno precisa para adquirir novos conhecimentos.
A aprendizagem ocorre a partir do momento da síntese – quando o aluno 
supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora.
Tendências pedagógicas I
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Tendências pedagógicas I
41
O estudo das tendências pedagógicas permite acompanhar a evolução do 
processo educativo, destacando acentuadamente o papel do professor, do aluno, 
da educação e da sociedade. Esses elementos são necessários na medida em que 
oferecem apoio teórico-reflexivo para que ele possa encontrar bases ideológicas e 
metodológicas para a sua atual ou futura prática pedagógica.
O beija-flor da floresta
(RAMALHO, 2000) 
“Era uma vez uma floresta onde viviam muitos animais. Um dia, começou um enorme incêndio. 
Todos os animais trataram logo de fugir. Apenas um pequeno beija-flor ficou e tentou salvar a mata, 
trazendo água no bico para apagar o fogo”. A história, uma das preferidas do professor Sebastião 
Vieira da Silva, 31 anos, é contada sempre que ele inicia suas aulas de educação ambiental em Ji- 
-Paraná, no interior de Rondônia. “Quero ensinar aos alunos que, se cada um fizer sua parte, a gente 
conseguirá salvar a floresta”, explica. “Minha parte acho que é semear pessoas ecologicamente 
conscientes”.
Ensinar preservação é um feito considerável para alguém que, como Sebastião, cresceu vendo 
seus antepassados desmatar a floresta e caçar animais por esporte. “Tanta destruição fez com que eu 
desejasse proteger a natureza, que me parecia tão indefesa”, conta. Desde que começou a lecionar, 
em 1991, ele sempre tratou da questão ambiental.
Há dois anos, adotou uma nova estratégia. “Não adianta nada falar sobre meio ambiente 
na frente do quadro-negro”, diz. “Comecei a levar os alunos para a mata e a mata, para dentro 
da escola”. Os estudantes fazem caminhadas pela região, plantam mudas no quintal da escola, 
conversam com agrônomos e biólogos e mantêm uma horta.
A educação ambiental ajuda Sebastião em outras disciplinas. Ele ensina Matemática medindo 
canteiros e pesquisando o preço dos produtos regionais, dá aulas de Ciências estudando plantas 
medicinais e alfabetiza usando os nomes das espécies da fauna e da flora da região. “O aluno se 
interessa mais quando a gente fala das coisas que ele conhece”.
1. Leia o texto complementar, analise a prática do professor Sebastião e a relacione com o pensa-
mento dos autores estudados: Freire e Libâneo. 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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2. Escolha três tendências pedagógicas, conforme a perspectiva de Libâneo, e as descreva. 
Tendências pedagógicas I
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Tendências pedagógicas I
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3. De acordo com Freire, o que é Educação Bancária? E Educação Problematizadora? 
4. Entreviste alunos de uma escola e identifique se a prática pedagógica predominante segue 
uma tendência de Educação Bancária ou Problematizadora. 
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“O educador deve ser portador da consciência mais avançada de seu meio (conjuntamente 
com o filósofo, o sociólogo). Necessita possuir antes de tudo a noção crítica de seu papel, isto é, 
refletir sobre o significado de sua missão profissional, sobre as circunstâncias que a determinam e 
a influenciam, e sobre as finalidades de sua ação.” (PINTO, 2000).
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 
São Paulo: Loyola, 1985.
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Porto Alegre: Artmed, 2000.
Filme: MR. HOLLAND, adorável professor. Direção de Stephen Herek. Los Angeles: Hollywood 
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COSTA, Walkíria Perez. Proposta de Trabalho em Didática. Rio Grande: Furg, 1999. 
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MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.
RAMALHO, Patrícia. O beija-flor da floresta. Nova Escola, abr. 2000.
TORRES, Carlos Alberto. Educação, Poder e Biografia Pessoal: diálogos com educadores críticos. 
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Tendências pedagógicas I
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