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AULA 24 - IED PRIVADO II

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AULA 24 – PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Na maior parte dos casos, há prazos para que se exerça direitos, limitados dentro do tempo. 
1. Direitos à prestação:
São direitos que, para serem satisfeitos, é necessário que outra pessoa realize uma conduta a favor de outrem. Ex: A vende um bem a B e B paga a prestação a A. 
Na prestação, o sujeito tem um direito e quando este se torna exigível, tem-se a pretensão. 
Art. 189 – CC: Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Nem sempre o disposto no art. 189, CC, se aplica. Ex: Nath está devendo R$ 1.000,00, mas ficou certo de Maurício cobrar. Se no dia, Maurício não aparecer para cobrar, quem errou foi Maurício e, por conseguinte, não se pode falar em uma violação a direito. 
2. Direitos potestativos: 
Não há a correspectividade direitos/deveres, mas um direito ou poder sujeição. 
Um sujeito tem um direito e pode submeter outrem a esse direito. 
Ex: A emite um mandato para B lhe representar e, certo dia, resolve revogar essa procuração. 
Ex: Um cônjuge resolve se divorciar do outro (este não pode fazer nada, somente aceitar o divórcio). 
3. Prescrição e decadência: 
No momento que surge a pretensão, passa a começar a prescrição. Quando se passa o prazo prescricional, o sujeito perde o direito de ingressar com uma ação. Se, por exemplo, Maurício tem cinco anos para cobrar a dívida de Nath, mas não cobra neste prazo, ele perde o direito de ingressar com uma ação a cobrar (a prescrição atinge a prestação), mas a dívida se mantém. 
A decadência se vincula aos direitos potestativos, já que não se exige uma conduta de alguém, mas há o poder de sujeitar uma pessoa a algo. As ações vinculadas aos direitos potestativos são ações desconstitutivas. 
Temos algumas situações (exceções) das chamadas ações ou direitos imprescritíveis. A lesão a um direito de personalidade pode ser cessada a qualquer tempo. 
4. Prescrição:
Os prazos trazidos pela lei não podem ser modificados pelas partes. Depois que a prescrição se consumar (já aconteceu), as partes podem renunciar a essa prescrição. Ex: A tem que pagar a B em cinco anos e, depois desse período, A quita a dívida. 
Essa prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição. Hoje, o juiz pode reconhecer a prescrição de ofício, mesmo que ninguém alegue, tendo em vista a economia processual. O juiz para reconhecer a prescrição de ofício, não deve simplesmente analisar o documento e dizer que prescreveu, já que existem diversas situações que podem mudar a contagem da prescrição. Mesmo quando o juiz, analisando o processo, notar que, aparentemente aconteceu a prescrição, antes disso deve intimar as partes para verificar se há um evento que altere a contagem do prazo. 
Essa contagem do prazo, conforme já citado, pode sofrer algumas modificações. 
· Impedimento: O prazo nem começou a contar e já aconteceu uma causa listada;
· Suspensão: O prazo já começou a contar e é pausado. Acabando a causa, volta a contar de onde estava; 
5. Não corre a prescrição: 
Art. 197 – CC: Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Se A está devendo a B e antes do prazo começar a contar, eles se casam. Por razões óbvias – impedir que os cônjuges se processem – não corre a prescrição; 
Nos incisos II e III, há um debate sobre pessoas que dependem umas das outras (o filho do pai, o tutelado do tutor, o curatelado do curador). Não faz sentido, por exemplo, um pai processar um filho; um tutelado o seu tutor; o curatelado o seu curador. 
Art. 198 – CC: Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
A prescrição só não corre para os absolutamente incapazes (menores de 16 anos). No caso de um relativamente incapaz, ao atingir a capacidade pode processar o assistente que foi responsável pela perda de um direito. 
Os incisos II e III discorrem sobre pessoas que estão prestando serviços públicos. 
Art. 199 – CC: Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Só começa a contar a prescrição quando se tem a pretensão. Os incisos I e II são redundantes por razões óbvias. 
Acontece evicção quando um sujeito pede um bem para outro que comprove melhor direito. Ex: Uma disputa acerca do limite entre dois terrenos (um necessariamente vai perder terreno e o outro vai ganhar). 
Art. 200 – CC: Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201 – CC: Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Em uma discussão que dependa de uma ação penal (que discorre, por exemplo, a autoria), só se começa a correr a prescrição após a sentença definitiva.
6. Interrompe a prescrição:
Art. 202 – CC: A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Art. 203 – CC: A prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado.
Art. 204 – CC: A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1 o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. 
Na responsabilidade solidária, são afetados não somente aqueles que participaram do negócio.
§ 2 o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3 o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Se há uma ação contra o devedor, interrompe a prescrição, também, no que tange ao fiador. 
7. Prazos:
O prazo geral é de dez anos (art. 205, CC) – regra geral. 
Os parágrafos do art. 206, CC discorrem sobre prazos específicos. 
8. Decadência: 
Art. 207 – CC: Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208 – CC: Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. 
A decadência não corre no que tange aos absolutamente incapazes (únicos sujeitos que gozam dessa proteção). 
Art. 209 – CC: É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Art. 210 – CC: Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211 – CC: Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Como já citado, atualmente, o juiz pode reconhecer, de ofício tanto a decadência quanto a prescrição. 
Consoante, o art. 209, CC, a pessoa não pode renunciar a uma decadência fixada em lei, já que o Código traz, também, a possibilidade dos sujeitos fixarem prazos decadenciais maiores. 
Referências: 
· Critério cientifico para distinguir a prescrição da decadência e para identificaras ações imprescritíveis - Agnelo Amorim Filho.

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