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STHEPHANIE ALMEIDA Defeito do septo atrioventricular CARDIOPED Defeito do septo atrioventricular Definição: ● malformação congênita que causa ausência ou deficiência das estruturas septais atrioventriculares normais, tendo como característica a junção atrioventricular comum ● muito frequente em crianças com síndrome de down ● faz parte das cardiopatias congênitas acianóticas de hiperfluxo pulmonar (shunt- esquerdo/direito) que não causa cianose no paciente mas aumenta o fluxo sanguíneo no pulmão Epidemiologia: - forma completa → mais comum em síndrome de down - forma parcial → mais comum em crianças sem síndrome de down Morfologia: ● morfologia normal → as válvulas atrioventriculares (tricúspide e a mitral) não ficam no mesmo plano, sendo a tricúspide mais próxima do ápice e a mitral mais próxima da base ● DSAV → as válvulas atrioventriculares vão ficar no mesmo plano e formam um único anel. ● DSAV parcial → possui um anel com 2 aberturas ● DSAV total → possui um anel com 1 abertura ● As crianças que nascem com DSAV tem uma via de saída maior que a via de entrada, formando um pescoço de ganso. (porque fica mais extenso) Sthephanie Almeida - Medicina Funorte Classificação: DSAV forma parcial os dois folhetos pontes são unidos por uma lingueta e ficam aderidos no topo do septo interventricular não apresenta comunicação interventricular e nesse caso as válvulas tricúspide e mitral ficam no mesmo plano. apresenta comunicação interatrial do tipo ostium primum + fenda da valva mitral que tem variáveis graus de regurgitação fisiopatologia → após queda da resistência pulmonar, começa um shunt esquerdo/direito ao nível atrial e isso gera o hiperfluxo. Quando a regurgitação da mitral for acentuada a criança começa a queixar de cansaço aos esforços + vai ter algum grau de congestão. Na maioria dos casos não ocorre hipertensão pulmonar. DSAV forma total ou completa possui uma valva atrioventricular formada por 5 folhetos existe comunicação interventricular perimembranosa ampla de via de entrada existe comunicação interatrial do tipo ostium primum fisiopatologia → após a queda da resistência pulmonar, ocorre o shunt esquerdo/direio ao nível atrial e ventricular. As pressões do VE se transmitem para o VD e para artéria pulmonar. Isso causa hipertensão e hiperfluxo pulmonar → insuficiência cardíaca de difícil controle já nos primeiros meses de vida Sthephanie Almeida - Medicina Funorte Classificação segundo Rastelli: de acordo com o ponto de referência a inserção das cordas tendíneas do folheto ponte superior no ventrículo direito ● Tipo A → cordas tendíneas do folheto ponte superior estão insetudas no topo do septo interventricular (+ comum) ● Tipo B → cordas tendíneas do folheto ponte superior estão inseridas na parede do septo interventricular (+ raro) ● Tipo C → cordas tendíneas do folheto ponte superior estão inseridas na parte livre do VD Sthephanie Almeida - Medicina Funorte Exame físico: Forma parcial: mesma clínica de CIA desenvolvimento pondero-estatural satisfatório ausculta → 1°bulha normal/ 2°bulha com desdobramento amplo/fixo + sopro sistólico por causa do hiperfluxo para VD, mais audível em foco pulmonar. Se o shunt for muito grande pode ter o ruflar diastólico no foco tricúspide. Se a insuficiência mitral for importante tem um sopro sistólico de regurgitação na ponta com extensão para axila Forma total mesma clínica de CIA + CIV déficit pondero-estatural + ICC pulsos com amplitude normal ou diminuída ausculta → 1°bulha normal/ 2°bulha com desdobramento amplo, P2 hiperfonética. precórdio hiperdinâmico podendo ter impulsão sistólica de VD e VE Radiografia: Forma parcial aumento da área cardíaca às custas do átrio e ventrículo direito pode ter aumento do VE nos casos de regurgitação mitral acentuada abaulamento do arco pulmonar + aumento da trama vascular pulmonar Forma total aumento da área cardíaca em função da sobrecarga do volume das 4 cavidades. O tronco da pulmonar é proeminente, principalmente em crianças maiores + hiperfluxo pulmonar acentuado (aumento da trama vascular) ECG : - onda P normal - bloqueio do AV de 1°grau - desvio do eixo de -30° a -90° para o lado esquerdo - atraso na despolarização do VD (indica sobrecarga volumétrica caracterizada pelo padrão rSR’ em v1) Sthephanie Almeida - Medicina Funorte Ecocardiograma: é o padrão ouro para diagnóstico e vai mostrar: - tamanho da comunicação interatrial - tipo da valva atrioventricular - aumento das câmaras - dilatação da artéria pulmonar ou sinais de hipertensão pulmonar - via de saída do ventrículo direito e do ventrículo esquerdo - anomalias da valva atrioventricular - estima a pressão pulmonar e a relação fluxo pulmonar/fluxo sistêmico (QP/QS) Forma parcial pode ter aumento do VE nos casos de regurgitação mitral acentuada indicação de cirurgia em CIA: CIA com QP/QS > 1,5/1 CIA com ICC sem resposta ao tratamento assintomáticos entre 4-7 anos → é eletivo Forma total podemos observar que tanto a CIA primum como a valva AV são visualizadas no corte subcostal e no apical 4 câmaras dois folhetos-pontes, assim também como o “pescoço de ganso”. indicação de cirurgia em CIV: CIV moderada com QP/QS > 2:1 após o primeiro ano de vida CIV moderada com resistência vascular pulmonar > 4U/m² CIV grande com má resposta ao tratamento clínico ou ganho ponderal reduzido Tratamento: sempre cirúrgico com correção definitiva em torno dos 6 meses Nessa abordagem é preciso ter: - Ventrículos normais (se um ventrículo for hipoplásico por exemplo e fizer o fechamento, não vai dar conta de bombear o sangue para o corpo todo. Nesses casos a cirurgia não será corretiva e sim paliativa) - temos que deixar CIV e CIA, evitar lesão do sistema de condução, evitar obstrução da via de saída do VE (que fazia o pescoço de ganso) + criar 2 valvas competentes e não estenóticas Forma parcial cirurgia eletiva aos 3-4 anos indicação de cirurgia precoce: regurgitação mitral intensa Forma total usado tratamento medicamentoso se sinais de ICC: vasodilatadores diuréticos aminas cirurgia de correção total realizada nos primeiros 6 meses abordagem da artéria pulmonar → indicada em pacientes de baixa idade, IC refratária ao tratamento clínico e em situações que não permitem a correção total Sthephanie Almeida - Medicina Funorte
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