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IDENTIDADE: Pode ser entendida como o reconhecimento de um conjunto de características e traços particulares que caracterizam uma pessoa (nome, sexo, data de nascimento, reconhecimento social), assim como também a consciência que uma pessoa tem dela própria tornando-a única, porém com características comuns às de outras pessoas. SEXO BIOLÓGICO: Definido por características anatômicas e fisiológicas: cromossomos, gônadas, genitália interna, genitália externa, hormônios e caracteres sexuais secundários. Identifica-se o sexo como sendo masculino (macho), feminino (fêmea) ou com desenvolvimento sexual diferente (interssexualidade). GÊNERO: Conceito sociocultural que estabelece comportamentos, adereços, acessórios e gostos para o indivíduo, sendo um espectro de possibilidade entre o masculino, passando pelo andrógino/ambíguo, até o feminino. ORIENTAÇÃO AFETIVO-SEXUAL: Está relacionada ao desejo sexual e/ou afetivo por pessoas do mesmo gênero (homossexualidade), do gênero oposto (heterossexualidade), por ambos os gêneros (bissexualidade), por ambos os gêneros incluindo as possibilidades não binárias de gênero (panssexualidade) ou ausência de atração sexual e/ou afetiva (assexualidade). IDENTIDADE DE GÊNERO: Está vinculado com o entendimento de uma pessoa sobre o próprio sexo e gênero, ou seja, sua singularidade e especificidade associadas a aspectos culturais, biológicos, seus desejos, escolhas e afetos. Também passa por um espectro de possibilidades abarcando a noção de pertencimento ao gênero masculino, ao gênero feminino ou a outras possibilidades de gênero concordantes ou discordando com o binário masculino/feminino. Cisgênero → Identidade de gênero = Sexo biológico Transgênero → Identidade de gênero ≠ Sexo biológico Travesti: Pessoa que nasceu com as características físicas do sexo masculino, mas se identifica com o gênero feminino. Vivenciam papéis de gênero femininos, mas não se reconhecem como homens ou como mulheres, mas como um gênero próprio travesti. Não binários → Não se identificam com o gênero masculino ou com o gênero feminino ou transitam entre os gêneros. TRANSEXUALIDADE É UM DIAGNÓSTICO MÉDICO? Incongruência de gênero (CID-11) Incongruência marcada e persistente entre a identidade de gênero vivenciada por um indivíduo e seu sexo reconhecido ao nascimento. Disforia de gênero (DSM-5) Incongruência de gênero + sofrimento psicossocial significativo. A. Uma diferença definida entre gênero experimentado/expresso e o gênero atribuído no nascimento, com pelo menos 6 meses de duração, manifestado por no mínimo 2 dos seguintes critérios: 1. Incongruência acentuada entre gênero experimentado/expresso e as características sexuais primárias e/ou secundárias, ou, em adolescentes, as características secundárias previstas LARISSA RODRIGUES SANTOS TRANSTORNO DE SEXUALIDADE E DE GÊNERO quinta-feira, 26 de maio de 2022 08:38 Página 1 de PSIQUIATRIA secundárias, ou, em adolescentes, as características secundárias previstas 2. Forte desejo de livrar-se das características sexuais primárias e/ou secundárias em razão da diferença acentuada entre o gênero experimentado/expresso; em adolescentes jovens, desejo de impedir o desenvolvimento das características sexuais secundárias previstas 3. Forte desejo de ter as características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero 4. Forte desejo de pertencer ao outro gênero ou algum gênero alternativo diferente do designado 5. Forte desejo de ser tratado como do outro gênero ou algum gênero alternativo diferente do designado 6. Forte convicção de ter sentimentos e reações típicos do outro gênero ou algum gênero alternativo diferente do designado B. A condição está associada ao sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Especificar se: com um transtorno de desenvolvimento sexual Especificar se: pós-transição Incongruência de gênero (CID-11) A incongruência de gênero na adolescência e na idade adulta é caracterizada por uma incongruência acentuada e persistente entre o sexo expresso de um indivíduo e o sexo atribuído, conforme expresso por pelo menos dois dos seguintes: 1. Forte desgosto ou desconforto com as características sexuais primárias ou secundárias (em adolescentes, características sexuais secundárias antecipadas) devido à sua incongruência com o sexo expressado. 2. Forte desejo de se livrar de algumas ou de todas as características sexuais primárias e/ou secundárias (em adolescentes, características sexuais secundárias antecipadas) devido à sua incongruência com o sexo expressado. 3. Forte desejo de ter as características sexuais primárias e/ou secundárias do gênero expressado. O indivíduo experimenta um forte desejo de ser tratado (para viver e ser aceito) como uma pessoa do gênero expressado. A incongruência de gênero vivenciada deve ter estado continuamente presente por pelo menos vários meses. O diagnóstico não pode ser atribuído antes do início da puberdade. TRANSEXUAL Tem uma identidade de gênero oposta ao sexo designado ao nascimento e que procura fazer uma adequação/transição de seu sexo de nascimento para o gênero desejado (sexo-alvo) por meio de assistência médica, psicológica e social, por exemplo: tratamentos hormonais, psicoterapia, alteração de nome em registro civil e cirurgias plásticas e de redesignação sexual. Como é o acompanhamento de transexuais? → Avaliação e assistência devem ser feitos em equipe multidisciplinar → Prevenção, diagnóstico e tratamento de possíveis comorbidades clínicas e psiquiátricas → Orientação ao paciente e seus familiares ou responsáveis legais quanto a todos os riscos e benefícios dos procedimentos médicos desejados. → Tratamento: Psicoterapia, Tratamento hormonal e cirurgia de redesignação sexual Quais as principais disfunções sexuais? Página 2 de PSIQUIATRIA Quais são as principais disfunções sexuais? Prevalência: H: disfunção erétil = 45,1%; ejaculação precoce = 28,5% M: dificuldade de excitação = 26,6%; a anorgasmia = 26,2%; a dispareunia = 17,8%; falta de desejo = 9,8% Quais os critérios diagnósticos para os transtornos de sexualidade (DSM-5)? A. Dificuldade sexual persistente ou recorrente (estão incluídos descritores específicos dos sintomas de cada disfunção). B. Duração mínima de 6 meses dos sintomas do Critério A. C. Presença de sofrimento pessoal clinicamente significativo. D. Não é mais bem explicado por outro transtorno mental não sexual, não está relacionado a grave conflito no relacionamento ou a outros estressores, nem é atribuído a efeitos de substância/medicação ou a condição médica geral. Especificadores ■Quanto ao início: ao longo da vida vs. adquirida ■Quanto à ocorrência: generalizada vs. situacional ■Quanto à intensidade (sofrimento): mínima, moderada e grave Investigação de fatores associados que desencadeiam ou agravam as disfunções sexuais ■ Parceria (p. ex., disfunção sexual da parceria, condição de saúde da parceria) ■ Relacionamento (comunicação precária, divergência quanto ao desejo por atividade sexual) ■ Vulnerabilidade individual (autoimagem corporal insatisfatória, história de abuso sexual ou emocional), comorbidades psiquiátricas (depressão ou ansiedade) ou estressores (p. ex., desemprego, privações) ■ Cultura/religião (proibições/inibições quanto a atividade sexual, atitudes a respeito da sexualidade) ■ Presença de condições médicas relevantes para prognóstico, curso e tratamento Como é a avaliação laboratorial para os transtornos de sexualidade (DSM-5)? Página 3 de PSIQUIATRIA Como é o tratamento dos transtornos de sexualidade (DSM-5)? Página 4 de PSIQUIATRIAO que é um transtorno parafílico? É importante fazer a distinção entre interesse sexual atípico patológico e não patológico. Interesse parafílico: ⇒ Causa sofrimento/prejuízo ao indivíduo por mais de 6 meses ⇒ A satisfação sexual resulta em danos pessoais/risco de dano a terceiros e/ou, ao ter/executar o interesse parafílico, o indivíduo o fizer sem o consentimento da outra pessoa → Pedofilia, voyeurismo, frotteurismo e exibicionismo são sempre transtornos parafílicos, porque não contemplam a possibilidade de consenso entre os envolvidos. → Transtorno pedofílico Atividade sexual com criança pré-púbere (geralmente com 13 anos ou menos). → Transtorno voyeurista Espiar pessoas desavisadas, que estejam nuas, se despindo ou se envolvendo em atividade sexual. → Transtorno exibicionista Expor os órgãos genitais a estranhos ou realizar atos sexuais que podem ser observados por outras pessoas, sem que tenham dado consentimento. → Transtorno frotteurista Tocar ou se esfregar em outra pessoa, que não consentiu. → Transtorno transvéstico Usar roupas/acessórios do sexo oposto, para obter satisfação sexual. → Transtorno fetichista Utilizar objetos inanimados ou ter um foco altamente específico em partes do corpo não genitais para obter satisfação sexual. Página 5 de PSIQUIATRIA → Transtorno do masoquismo sexual Desejo de ser humilhado, espancado, amarrado ou obrigado a sofrer por prazer sexual. → Transtorno do sadismo sexual Prazer sexual por meio da imposição de dor ou humilhação a outra pessoa. → Outro transtorno parafílico especificado Inclui uma variedade de comportamentos parafílicos, como parcialismo, zoofilia, necrofilia, clismafilia, coprofilia, urofilia, infantilismo, escatologia por telefone/on-line. Como é o tratamento dos transtornos parafílicos? Objetivos do tratamento: - Diminuir ou extinguir fantasias parafílicas e - Impedir comportamentos de urgência sexual; - Reduzir o nível de sofrimento do paciente - Ter poucos efeitos adversos; - Prevenir o risco de recaída e vitimização → Padrão-ouro: Psicoterapia + Farmacoterapia → Farmacoterapia: Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) Triciclícos Agentes hormonais antiandrogênicos Aagonistas do hormônio liberador de hormônio luteinizante (agonistas de LHRH) Página 6 de PSIQUIATRIA
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