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SAÚDE MENTAL DA MULHER

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Por que existem diferenças na saúde mental de homens e mulheres?
- Mulheres tem maior exposição à variabilidade hormonal. Algumas mulheres tem maior vulnerabilidade a essas variações hormonais, ao longo e ao 
longo do ciclo menstrual.
TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL 
Mudanças de comportamento que cessam com a menstruação. Mau humor, propensão a brigas, melancolia no período pré-menstrual, sintomas 
obsessivos, estados confusionais e ninfomania.
“Tensão pré-menstrual”: fadiga, irritabilidade, impulsividade, sensação de descontrole, além de vários sintomas físicos.
Existe grande variabilidade nas apresentações: diversos sintomas diferentes e em intensidades diferentes.
Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) – DSM-5
A. Na maioria dos ciclos menstruais, pelo menos 5 sintomas devem estar presentes na semana final antes do início da menstruação, começar a melhorar 
poucos dias depois do início da menstruação e tornar-se mínimos ou ausentes da semana pós-menstrual
B. Um (ou mais) dos seguintes sintomas devem estar presentes:
1. Labilidade afetiva acentuada (p. ex., mudanças de humor, sentir-se repentinamente triste ou chorosa ou sensibilidade aumentada à rejeição).
2. Irritabilidade ou raiva acentuadas ou aumento de conflitos interpessoais.
3. Humor deprimido acentuado, sentimentos de desesperança ou pensamentos autodepreciativos.
4. Ansiedade acentuada, tensão, sentimentos de estar nervosa ou no limite.
C. Um (ou mais) dos seguintes sintomas deve adicionalmente estar presente para atingir um total de 5 sintomas quando combinados com os sintomas do 
critério B:
1. Interesse diminuído pelas atividades habituais (p. ex., trabalho, escola, amigos, passatempos)
2. Sentimento subjetivo de dificuldade em se concentrar
3. Letargia, fadiga fácil ou falta de energia acentuada
4. Alteração acentuada do apetite; comer em demasia; ou avidez por alimentos específicos
5. Hipersônia ou insônia
6. Sentir-se sobrecarregada ou fora de controle
7. Sintomas específicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço” ou ganho de peso
Nota: os sintomas nos critérios A a C devem ser satisfeitos para a maioria dos ciclos menstruais que ocorreram no ano precedente.
D. Os sintomas estão associados a sofrimento clinicamente significativo ou a interferência no trabalho, na escola, em atividades sociais habituais ou relações 
com outras pessoas (p. ex., esquiva de atividades sociais, diminuição de produtividade e eficiência no trabalho, na escola ou em casa).
E. A perturbação não é meramente uma exacerbação dos sintomas de outro transtorno, como transtorno depressivo maior, transtorno de pânico, 
transtorno depressivo persistente (distimia) ou transtorno de personalidade (embora possa ser concomitante a qualquer um desses transtornos).
F. O critério A deve ser confirmado por avaliações prospectivas diárias durante pelo menos 2 ciclos sintomáticos. Nota: o diagnóstico pode ser feito 
provisoriamente antes dessa confirmação.
G. Os sintomas não são consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou de outra 
condição médica (p. ex., hipotireoidismo).
O diagnóstico deve ser feito clinicamente, através do acompanhamento diário dos sintomas durante o ciclo por 2 ciclos consecutivos. Realizar avaliação 
clínca e ginecológica para exclusão de diagnósticos diferenciais, comorbidades e fatores agravantes
Avaliar: Padrões alimentares e de atividade física, exames laboratoriais dos hormônios sexuais, funcionamento da tireoide e hemograma. Ensaio terapêutico 
com agonista GnRH.
Apresentação clínica muito variável. Inicia na adolescência, tem piora entre 20-30 anos e melhora até a menopausa.
LARISSA RODRIGUES SANTOSSAÚDE MENTAL DA MULHER
quinta-feira, 26 de maio de 2022 07:43
 Página 1 de PSIQUIATRIA 
Abordagem psicossocial + farmacológica
Tratamento não farmacológico
Atividade física regular, alimentação saudável, suplementos alimentares (Cálcio, B6 e triptofano) e terapia cognitivo-comportamental
Tratamento farmacológico
Antidepressivos durante a fase lútea ou contínuo
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noraepinefrina (IRSN)
Anticoncepcional oral
Agonista GnRH
Sintomáticos
Ooforectomia e histerectomia
QUAL A RELAÇÃO ENTRE A GESTAÇÃO E TRANSTORNOS MENTAIS? 
Mulheres tem maior incidência/risco de doença mental durante o período fértil, principalmente durante a gestação. 50% das gestações não são planejadas 
(EUA). Podendo então acontecer e interromper o tratamento de uma doença mental que esteja em andamento.
- Aumenta o risco de recaídas, crises e internações.
Condições médicas gerais e específicas da gestação podem apresentar sintomas que se confundem com os dos transtornos mentais no período perinatal.
Quais as principais características da depressão durante a gestação?
Depressão é o transtorno mental mais comum durante o período perinatal (10 – 15% das mulheres). Os picos de incidência ocorrem no 1o e no 3o 
trimestres.
Fatores de risco envolvem todo o espectro biopsicossocial: Episódios depressivos prévios, outros transtornos psiquiátricos, níveis altos de ansiedade, 
problemas obstétricos, ausência de companheiro, baixo suporte social, gestação não desejada ou não planejada, conflitos conjugais e violência doméstica.
A apresentação clínica e os sintomas são os mesmos da população geral. 2/3 das pacientes não são diagnosticadas e 20% não procura tratamento.
Qual o risco de um transtorno depressivo ou ansioso não tratado durante a gestação?
→ Pior adesão às orientações perinatais: nutrição, sono e exercícios físicos
→ Aumento do risco de abortamento espontâneo
→ Aumento do risco de complicações obstétricas
→ Aumento da exposição às drogas (álcool, nicotina e drogas ilícitas)
→ Aumento de comportamentos de autoagressão e suicidas
→ Aumento do risco de depressão pós-parto
Qual o risco de um transtorno depressivo ansioso não tratado para o desenvolvimento fetal?
→ Aumento do risco de prematuridade (< 37 semanas)
→ Aumento do risco de baixo peso ao nascer (≤ 2.500 g) e de menor circunferência craniana
→ Escores mais baixos do Apgar
→ Maiores taxas de admissão à UTI neonatal
→ Cuidados perinatais deficientes
→ Maiores riscos de lesões pela mãe por desorganização, impulsividade ou agressividade
→ Bebês com menor contato visual, maior reatividade fisiológica e menos vocalizações
→ Comprometimento do padrão do sono
→ Atraso no desenvolvimento emocional, cognitivo e da linguagem
→ Maior incidência de transtornos psiquiátricos na infância
 Página 2 de PSIQUIATRIA 
Como é o tratamento de quadros depressivos durante o período de gestação?
→ Priorizar abordagens não-farmacológicas
→ Riscos envolvidos com a prescrição de psicofármacos são: aborto, malformação, sintomas neonatais e impacto no neurodesenvolvimento.
→ Decisão compartilhada com paciente e familiares sobre o uso de psicofármacos: considerar a gravidade dos sintomas atuais, gravidade de episódios 
prévios e resposta a tratamentos anteriores.
→ Medicações mais seguras: Sertralina, fluoxetina, citalopram, nortriptilina.
Quais os principais fatores de risco para depressão pós-parto? 
→ Depressão ou ansiedade patológica na gestação
→ Antecedentes pessoais de transtornos de humor
→ Complicações obstétricas na gestação
→ Baixo suporte social
→ Ausência de parceiro
→ Dificuldades na amamentação
→ Problemas de saúde do bebê
Como é o tratamento da depressão pós-parto?
→ Priorizar abordagens não-farmacológicas
→ Praticamente todas as medicações passam pelo leite materno: avaliar a relação risco benefício do tratamento farmacológicopara cada caso
→ Efeitos colaterais podem aparecer em bebês que amamentam na forma de alterações comportamentais
→ Medicações mais seguras: Nortriptilina, sertralina, fluvoxamina, paroxetina, citalopram, fluoxetina
PSICOCE PUERPERAL 
Fatores de risco: Episódios prévios, familiares com psicose puerperal e história familiar de transtorno bipolar
Ocorre até a 3a semana pós-parto, em geral se inicia em 72 horas
Sintomas: delírios, alucinações auditivas, alterações do humor, labilidade afetiva, irritabilidade, alterações do sono, desorganização do pensamento, 
agitação psicomotora e catatonia.
 Página 3 de PSIQUIATRIA

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