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8. Descreva o exame físico venoso e defina turgor pastoso. VEIAS As veias dos braços, da região superior do tronco, da cabeça e do pescoço drenam para a veia cava superior, a qual drena para o átrio direito. As veias dos membros inferiores e da região inferior do tronco fazem drenagem para cima, até a veia cava inferior. Como a estrutura de sua parede é mais fraca, as veias dos membros inferiores, são mais suscetíveis a dilatação irregular, compressão, ulceração e invasão por tumores; por isso, devem receber atenção especial. EXAME FÍSICO VEIAS PERIFÉRICAS Verifique se há edema. Compare os pés e as pernas do paciente, observando as dimensões relativas e a proeminência de veias, tendões e ossos. Verifique se há edema depressível. Comprima delicada, porém firmemente, com o polegar, durante pelo menos 2 s, (1) o dorso de cada pé do paciente, (2) a região por trás dos maléolos mediais e (3) a região tibial anterior. Observe se houve formação de cacifo – depressão gerada pela compressão do seu polegar. Normalmente, isso não ocorre. A intensidade do edema é classificada segundo uma escala de quatro pontos, que varia de discreta a muito acentuada. Se for detectado edema unilateral, a medida dos membros inferiores identifica o edema e permite acompanhar sua evolução. Com uma fita métrica, meça (1) a parte anterior do pé, (2) a menor circunferência possível acima do tornozelo, (3) a maior circunferência na panturrilha e (4) a região média da coxa, medida acima da patela com o joelho esticado. Compare os dois lados. Uma diferença superior a 1 cm acima do tornozelo ou 2 cm na panturrilha é incomum em pessoas normais e sugere a existência do edema. Obs: assimetria das panturrilhas aumenta a probabilidade de TVP (trombose venosa periférica). Se houver edema, pesquise possíveis causas relacionadas com o sistema vascular periférico. Estas incluem trombose venosa profunda recente, insuficiência venosa crônica por trombose venosa profunda prévia ou incompetência das válvulas venosas e linfedema. Observe a extensão do edema. Que altura do membro inferior ele atinge? Obs: na trombose venosa profunda a extensão do edema sugere a localização da oclusão – a veia poplítea, quando a perna ou o tornozelo se encontram edemaciados; as veias iliofemorais, quando todo o membro inferior está edemaciado. Outras perguntas são “o edema é unilateral ou bilateral? As veias estão anormalmente proeminentes?” Distensão venosa sugere edema de causa venosa. Edema bilateral ocorre na insuficiência cardíaca, na cirrose e na síndrome nefrótica. Tente identificar uma eventual dor à palpação que acompanha a trombose venosa profunda (TVP). Palpe a região inguinal na porção imediatamente medial ao pulso femoral e verifique se há dor à palpação da veia femoral. Em seguida, com o membro inferior do paciente fletido na altura do joelho e relaxado, palpe a panturrilha. Com as pontas dos dedos, comprima cuidadosamente os músculos da panturrilha contra a tíbia e verifique se isso provoca dor ou se há cordões. Entretanto, a trombose venosa profunda pode não se associar a sinais demonstráveis, e este diagnóstico, muitas vezes, depende de um elevado grau de suspeita clínica e de outros tipos de exame. Deve-se observar a coloração da pele: Existe alguma região de vermelhidão? Em caso positivo, verifique a temperatura do local e, com cuidado, verifique se existe, à palpação, o cordão de consistência firme de uma veia trombosada. A panturrilha é a região mais frequentemente envolvida. Edema, vermelhidão e aumento da temperatura localizados e cordão subcutâneo sugerem tromboflebite superficial, que é um fator de risco para TVP. Há úlceras cutâneas? Se sim, onde estão localizadas? O espessamento cutâneo é observado no linfedema e na insuficiência venosa avançada Existem regiões acastanhadas nas proximidades do tornozelo? A coloração acastanhada ou úlceras situadas logo acima do maléolo sugerem insuficiência venosa crônica. Solicite ao paciente que fique de pé e inspecione o sistema das veias safenas, à procura de varicosidades. Na posição ortostática, as varizes são preenchidas por sangue, o que facilita sua visualização. Elas podem facilmente não serem percebidas quando o paciente está em decúbito dorsal. As pernas devem ser palpadas a procura de varicosidades e de eventuais sinais de tromboflebite. Obs: as veias varicosas são dilatadas e tortuosas. As suas paredes podem ser algo espessadas à palpação. MAPEAMENTO DE VEIAS VARICOSAS O mapeamento determina as veias insuficientes e a sua origem. É possível mapear o trajeto e as conexões de veias varicosas pelas ondas de pressão que transmitem ao longo das veias preenchidas por sangue. Com o paciente em pé, coloque os dedos cuidadosamente sobre uma veia e, com a sua outra mão abaixo dela, comprima essa veia bruscamente. Tente perceber a transmissão de uma onda de pressão para os dedos da mão que está na parte de cima. Uma onda de pressão palpável indica que as duas partes da veia estão conectadas. AVALIAÇÃO DA COMPETÊNCIA DAS VÁLVULAS VENOSAS É possível avaliar a competência valvular, tanto nas veias comunicantes quanto no sistema das veias safenas, mediante o teste de enchimento retrógrado (Trendelenburg). Inicie com o paciente em decúbito dorsal. Uma das pernas do paciente é elevada até cerca de 90°, para esvaziá-la de sangue venoso. Em seguida, a veia safena magna é ocluída na região superior da coxa por compressão manual. A compressão deve ser apenas suficiente para ocluir essa veia, sem afetar os vasos mais profundos. Solicite ao paciente que fique de pé. Mantendo a veia ocluída, observe o enchimento venoso da perna. Normalmente, a veia safena se enche de baixo para cima e o fluxo de sangue do leito capilar até o sistema venoso demora cerca de 35 s. Obs: enchimento rápido das veias superficiais, durante a oclusão da veia safena, indica a existência de válvulas incompetentes nas veias comunicantes. O sangue reflui rapidamente do sistema venoso profundo para o sistema das veias safenas. Depois de o paciente ficar de pé por 20 s, libere a compressão e verifique se há enchimento venoso adicional súbito. Normalmente, isso não ocorre: as válvulas competentes da veia safena bloqueiam o fluxo retrógrado. Persiste um lento enchimento venoso. Obs: enchimento adicional súbito das veias superficiais, após a liberação da compressão, indica a existência de válvulas incompetentes na veia safena. Quando as duas fases deste teste são normais, a resposta é dita negativa-negativa. Também podem ocorrer respostas negativa-positiva, positiva-negativa e positiva-positiva. TURGOR PASTOSO É o turgor da pele diminuído, ou seja, existe a sensação de a pele estar murcha (pele pastosa) e a prega feita durante o exame físico se desfaz lentamente. O turgor diminuído indica desidratação. REFERÊNCIAS BATES. Propedêutica médica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. PORTO, Celmo Celeno. Clínica médica na prática diária. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. PORTO, Celmo Celeno. Exame Clínico. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 12. Classifique as feridas quanto à origem, profundidade, conteúdo microbiano e diferencie os tipos de cicatrização. (PPM) QUANTO À ORIGEM Agudas: geralmente são feridas traumáticas, há ruptura da vascularização e desencadeamento imediato da hemostasia. Crônicas: descritas como de longa duração ou recorrência frequente; ocorre um desvio na sequência do processo cicatricial fisiológico. QUANTO AO AGENTE CAUSAL 1. Incisas ou cortantes - são provocadas por agentes cortantes, como faca, bisturi, lâminas, etc.; suas características são o predomínio do comprimento sobre a profundidade, bordas regulares e nítidas, geralmente retilíneas. Na ferida incisa o corte geralmente possui profundidade igual de um extremo à outro da lesão, sendo que na ferida cortante, a parte mediana é maisprofunda. 2. Corto-contusa - o agente não tem corte tão acentuado, sendo que a força do traumatismo é que causa a penetração do instrumento, tendo como exemplo o machado. 3. Perfurante - são ocasionadas por agentes longos e pontiagudos como prego, alfinete. Pode ser transfixante quando atravessa um órgão, estando sua gravidade na importância deste órgão. 4. Pérfuro-contusas - são as ocasionadas por arma de fogo, podendo existir dois orifícios, o de entrada e o de saída. 5. Lácero-contusas - Os mecanismos mais frequentes são a compressão: a pele é esmagada de encontro ao plano subjacente, ou por tração: por rasgo ou arrancamento tecidual. As bordas são irregulares, com mais de um ângulo; constituem exemplo clássico as mordidas de cão. 6. Perfuro-incisas - provocadas por instrumentos pérfuro-cortantes que possuem gume e ponta, por exemplo, um punhal. Deve-se sempre lembrar, que externamente, poderemos ter uma pequena marca na pele, porém profundamente podemos ter comprometimento de órgãos importantes. 7. Escoriações - a lesão surge tangencialmente à superfície cutânea, com arrancamento da pele. 8. Equimoses e hematomas - na equimose há rompimento dos capilares, porém sem perda da continuidade da pele, sendo que no hematoma, o sangue extravasado forma uma cavidade. QUANTO À PROFUNDIDADE / CONTEÚDO MICROBIANO Superficial: atinge apenas a epiderme e a derme. Parcial: é aquela que destrói a epiderme, derme e tecido subcutâneo. Profunda: atinge o tecido muscular e as estruturas adjacentes. (Unoeste) O ferimento pode ser superficial ou profundo. Os superficiais envolvem a pele, o tecido subcutâneo e os músculos. Já os profundos atingem estruturas profundas ou nobres, como nervos, tendões, vasos calibrosos, ossos e vísceras. Os ferimentos podem ser fechados (contusões, hematomas e equimoses) ou abertos (incisivos, contusos, perfurantes, perfurocontusos, perfurocortantes, transfixante, escoriações, avulção/amputação, lacerações). QUANTO AO GRAU DE CONTAMINAÇÃO 1. Limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como o digestório, respiratório e genito-urinário. A probabilidade da infecção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%. 2. Limpas-contaminadas – também são conhecidas como potencialmente contaminadas; nelas há contaminação grosseira, por exemplo, nas ocasionadas por faca de cozinha, ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos anteriormente. O risco de infecção é de 3 a 11%. 3. Contaminadas - há reação inflamatória; são as que tiveram contato com material como terra, fezes, etc. Também são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou seis horas após o ato que resultou na ferida. O risco de infecção da ferida já atinge 10 a 17%. 4. Infectadas - apresentam sinais nítidos de infecção. QUANTO À CICATRIZAÇÃO Cicatrização por primeira intenção: é a situação ideal para o fechamento da lesão e está associada a feridas limpas, ocorrendo quando há perda mínima de tecido, quando é possível fazer a junção dos bordos da lesão por meio de suturas ou qualquer outro tipo de aproximação e com redução potencial para infecção. Cicatrização por segunda intenção: está relacionada a ferimentos infectados e a lesões com perda acentuada de tecido, onde não é possível realizar a junção dos bordos, acarretando um desvio da sequência esperada de reparo tecidual, envolve uma produção mais extensa de tecido de granulação. Cicatrização por terceira intenção: ocorre quando há fatores que retardam a cicatrização de uma lesão inicialmente submetida a um fechamento por primeira intenção, esta situação ocorre quando uma incisão é deixada aberta para drenagem do exsudato e posteriormente fechada. REFERÊNCIAS SIATE. CBPR. Ferimentos, curativos e bandagens, 2018. Disponível em: http://www.bombeiros.pr.gov.br/sites/bombeiros/arquivos_restritos/files/documento/2018- 12/FerimentosCurativoseBandagens.pdf. Acesso em 24 set. 2020. UNIARA. Feridas, 2011. Disponível em: https://www.uniara.com.br/arquivos/file/cursos/graduacao/farmacia/guias-de- medicamentos/guia-feridas.pdf. Acesso em: 24 set. 2020. UNOESTE. Guia de habilidades: curativo irrigado.
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