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Fobia Social - resumo

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Transtorno de Ansiedade Social (TAS) 
Fobia Social 
 
 
DEFINIÇÃO 
 
A fobia social é a incapacidade de lidar com 
situações de interações sociais com desconhecidos 
ou em lugares que coloquem a pessoa em 
evidência, gerando um extremo desconforto e 
nervosismo, fazendo com que ela se sinta 
vulnerável e evite essas situações a qualquer 
custo. 
Quem possui fobia social age dessa forma, 
porque acredita que está sendo analisada o 
tempo inteiro e julgada pelas suas palavras, 
comportamento e atitudes. 
 
Como o desconforto é muito grande ao 
passar ou simplesmente por pensar que pode 
passar por alguma situação que possa ser 
constrangedora a ela, a pessoa com fobia social vai 
agir sempre na fuga das situações, evitando-as o 
máximo possível a fim de não experimentar 
aquelas sensações desagradáveis. 
 
Portanto, uma pessoa com fobia social vai 
desviar-se ao máximo de interagir com pessoas 
que não conhece ou ficar calado mesmo em 
situações com seus amigos quando uma nova 
pessoa está por perto. 
Ela não tomará a iniciativa em uma 
conversa e evitará ao máximo o contato visual. 
Festas e reuniões são seu verdadeiro pavor e 
sempre arranjará uma desculpa para não estar 
presente. 
Se houver alguma atividade importante em 
que ela se sinta exposta na escola, faculdade ou 
trabalho, sua tendência será de faltar. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Os indivíduos com transtorno de ansiedade 
social do tipo somente desempenho → têm 
preocupações com desempenho que são 
geralmente mais prejudiciais em sua vida 
profissional (p. ex., músicos, dançarinos, artistas, 
atletas) ou em papéis que requerem falar em 
público. 
Os medos de desempenho também podem se 
manifestar em contextos de trabalho, escola ou 
acadêmicos nos quais são necessárias 
apresentações públicas regulares. E não temem ou 
evitam situações sociais que não envolvam o 
desempenho. 
 
É importante fazer a distinção 
entre os subtipos de TAS, pois esta 
discriminação pode fornecer 
informações quanto à gravidade, 
incapacidade e prejuízos inerentes ao TAS, os 
quais são maiores no subtipo generalizado. 
Igualmente, sugere-se que esta diferenciação 
possa determinar diferentes abordagens 
medicamentosas e/ou psicoterápicas. 
 
A Classificação Internacional de 
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), 
apresenta: 
Incapacidade → um termo genérico para 
caracterizar deficiências, limitações de atividades 
e restrições de participação em diferentes 
domínios, englobando a interação entre o 
indivíduo e seus fatores contextuais. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 
As fobias específicas acometem cerca de 10% 
da população geral. 
 
Costumam se iniciar na infância e, se não 
forem graves nem ocorrerem em comorbidade, 
podem desaparecer sem tratamento, mas 
comumente persistem por toda a vida. 
–
 
Geralmente, a fobia é evitada com facilidade 
e não gera prejuízo social, mas indivíduos com 
fobias específicas têm cinco vezes mais chances de 
apresentarem outro transtorno psiquiátrico ao 
longo da vida. 
 
O tratamento é por meio de técnicas de 
exposição gradual aos estímulos fóbicos, e 
costuma ser eficaz em 70% a 85% dos casos. 
 
O TAS é um dos transtornos mentais mais 
prevalentes, com taxas de 13% ao longo da vida e 
de 8% em 12 meses entre adultos. 
 
O TAS tem um risco aumentado para TDM, 
transtorno por uso de substância e doenças 
cardiovasculares. 
 
Os traços de temperamento subjacentes que 
predispõem os indivíduos ao TAS incluem inibição 
comportamental e medo de avaliação negativa. 
Esses traços são fortemente influenciados 
geneticamente. Crianças com alta inibição 
comportamental são mais suscetíveis às 
influências ambientais, como modelos parentais 
socialmente ansiosos. Parentes de 1º grau têm 
uma chance 2 a 6 vezes maior de ter o transtorno. 
Maus-tratos e adversidades na infância são fatores 
de risco para o transtorno. 
 
Em geral, são encontradas taxas mais altas 
no sexo feminino do que no masculino, com 
proporções variando de 1,5:1 a 2,2:1. 
 
Estudos indicam que as mulheres (9%) são 
mais propensas a ter fobia social e demonstram 
uma apresentação clínica mais grave em 
comparação com os homens (7%). Sugerem que 
homens e mulheres com fobia social têm idades de 
início de manifestações da doença semelhantes e 
taxas de procura por tratamento também 
semelhantes. A prevalência ao longo da vida pode 
ser de 13%. 
 
Apesar de se apresentar geralmente na 
adolescência, no período inicial de 15 anos, 
acentuando-se no desenvolvimento e na fase 
adulta, a fobia social pode desenvolver-se 
precocemente na infância, apresentando 
comportamentos de esquiva social excessiva, 
timidez extrema, recusa em participar de 
brincadeiras comuns à idade, e se manter sempre 
perto dos adultos conhecidos que lhe passam 
segurança (núcleo familiar). 
 
Além dos males da própria patologia, há 
associação de comorbidades, sendo mais incidente 
a depressão, que pode ocorrer como consequência 
do isolamento social e sentimentos de 
inferioridade, além do uso abusivo do álcool e 
drogas, meio encontrado como redutor, mesmo 
que momentâneo, da ansiedade, ocorrendo 
principalmente quando o início dos sintomas é na 
infância ou na adolescência. 
 
A idade média de início do transtorno de 
ansiedade social nos Estados Unidos é 13 anos, e 
75% dos indivíduos têm idade de início entre 8 e 
15 anos. 
 
O transtorno ocasionalmente emerge de 
história infantil de inibição social ou timidez. O 
início também pode ocorrer no princípio da 
infância. Pode se seguir a uma experiência 
estressante ou humilhante (p. ex., ser alvo de 
bullying, vomitar durante uma palestra pública) 
ou pode ser insidioso, desenvolvendo-se 
lentamente. 
 
O início na idade adulta é relativamente 
raro e é mais provável de ocorrer após um evento 
estressante ou humilhante ou após mudanças na 
vida que exigem novos papéis sociais (p. ex., casar-
se com alguém de uma classe social diferente, 
receber uma promoção no trabalho). 
 
O transtorno de ansiedade social pode 
diminuir depois que um indivíduo com medo de 
encontros se casa e pode ressurgir após o divórcio. 
Entre as pessoas que buscam atendimento clínico, 
o transtorno tende a ser particularmente 
persistente. 
 
Os adolescentes apresentam um padrão 
mais amplo de medo e esquiva, incluindo os 
encontros, comparados com crianças menores. 
 
Os adultos mais velhos 
expressam ansiedade social em 
níveis mais baixos, mas dentro de 
uma variedade mais ampla de 
situações, enquanto os adultos 
mais jovens expressam níveis mais altos de 
ansiedade social para situações específicas. Em 
adultos mais velhos, a ansiedade social pode 
referir-se a incapacidade devido ao declínio do 
funcionamento sensorial (audição, visão), 
vergonha em relação à própria aparência (p. ex., 
tremor como um sintoma da doença de Parkinson) 
ou funcionamento devido a condições médicas, 
incontinência ou prejuízo cognitivo (p. ex., 
esquecer os nomes das pessoas). 
A detecção do transtorno de ansiedade social 
em adultos mais velhos pode ser desafiadora 
devido a diversos fatores, incluindo foco nos 
sintomas somáticos, doença médica comórbida, 
insight limitado, mudanças no ambiente ou nos 
papéis sociais, os quais podem obscurecer o 
prejuízo no funcionamento social ou psíquico. 
 
COMORBIDADE 
 
O transtorno de ansiedade social é com 
frequência comórbido com outros transtornos de 
ansiedade, transtorno depressivo maior e 
transtornos por uso de substâncias, e seu início 
geralmente precede o de outros transtornos, 
exceto a fobia específica e o transtorno de 
ansiedade de separação. 
O isolamento social crônico no curso de um 
transtorno de ansiedade social pode resultar em 
transtorno depressivo maior. 
A comorbidade com depressão é alta 
também em adultos mais velhos. Substâncias 
podem ser usadas como automedicação para 
medos sociais; porém,os sintomas de intoxicação 
ou abstinência, como tremor, também podem ser 
uma fonte de (mais) medo social. 
 
O TAS é frequentemente comórbido com 
transtorno bipolar ou transtorno dismórfico 
corporal; por exemplo, um indivíduo tem 
transtorno dismórfico corporal referente à 
preocupação com uma leve irregularidade em seu 
nariz e também transtorno de ansiedade social 
devido a um medo grave de parecer pouco 
inteligente. 
 
A forma mais generalizada de transtorno de 
ansiedade social, mas não o transtorno de 
ansiedade social do tipo somente desempenho, é 
com frequência comórbida com transtorno da 
personalidade evitativa. Em crianças, as 
comorbidades com autismo de alto funcionamento 
e mutismo seletivo são comuns. 
 
FATORES DE RISCO 
 
Existem muitos caminhos para o 
desenvolvimento da fobia social, com uma ampla 
gama de fatores de risco e proteção tendo 
influência. Deriva de importante interação entre 
fatores ambientais e intrínsecos ainda pouco 
esclarecidos. Observa-se que fatores causais e de 
manutenção da fobia social podem não ser os 
mesmos e que diferentes fatores de risco podem 
ser mais ou menos influentes em diferentes 
idades. 
Fobia social geralmente inicia-se a meio da 
adolescência, embora por vezes possa acontecer 
na infância ou na idade adulta. Vários fatores 
aumentam o risco: 
• Histórico familiar de doença de cunho 
psicológico. 
• Experiências negativas com outras 
crianças (rejeição, humilhação, implicação, 
‘bullying’); 
• Temperamento: tímido, introvertido, 
retraído aumentam o risco; 
• Novas exigências sociais ou de trabalho: 
discursar em público, por exemplo; 
• Ter uma condição de saúde que atraia a 
atenção das pessoas (desêguramento 
facial, tremores involuntários), podem 
aumentar a ansiedade em algumas 
pessoas. 
 
Assim como várias condições 
de saúde mental, a fobia social é 
muito provavelmente o resultado de 
uma combinação de fatores 
genéticos e ambientais. As disfunções de 
ansiedade geralmente ocorrem em famílias, no 
entanto as relações entre a genética e 
comportamentos apreendidos não está bem 
estabelecida. Pessoas com fobia social, 
frequentemente descrevem os pais como: 
• Superprotetores; 
• Não muito afetivos; 
• Constantemente críticos com eles e 
preocupados se estes fazem algo de errado; 
• Muito exigentes com as maneiras e 
aparência, reforçando a importância destas; 
• Exagerados com o perigo da aproximação 
com estranhos. 
 
ETIOLOGIA 
 
As causas para a fobia social podem ser 
inúmeras, mas quase sempre estão relacionadas 
com o ambiente no qual aquela pessoa está 
inserida, suas relações, personalidade e até 
mesmo fatores genéticos. 
 
Indo dos fatores biológicos às questões 
comportamentais e ambientais, podemos citar 
a hereditariedade, pois apesar de não haver 
comprovação científica nesse caso, a fobia social é 
mais comum em pessoas que tenham histórico na 
família. A estrutura cerebral também pode 
influenciar, pois uma hiperatividade em 
determinadas regiões podem tornar a pessoa 
suscetível a situações ansiosas. 
 
Já em relação aos fatores ambientais, que 
são mais determinantes nesses casos, a criação 
que a criança recebeu dos pais é algo bastante 
importante, bem como sua vivência na escola. 
Crianças tendem a desenvolver fobia social 
quando criadas em um meio muito repressivo ou 
sem afeto. No caso da escola, crianças que 
sofrem bullying ou possuem dificuldade de 
aprendizagem também têm mais chances de 
desenvolver o transtorno. 
 
Algumas situações também podem 
desencadear a fobia social, como no caso de 
pessoas que tiveram algum trauma por 
estarem expostas a outras pessoas em 
alguma situação constrangedora, por exemplo. 
Nesses traumas também se incluem assédio moral 
e sexual. 
 
É importante ressaltar que pessoas 
com personalidade com traços de timidez têm 
mais probabilidade em desenvolver fobia social. 
Por isso, ficar atento aos sinais nas crianças, que 
podem ser observados em situações em que a 
criança evita de encontrar os coleguinhas, está 
recluso demais ou não se envolve em nenhum 
círculo social. Nesses casos, a criança precisa ser 
estimulada para conseguir lidar melhor com 
situações que envolvam contato social. A ajuda de 
um psicólogo ou psiquiatra é muito bem-vinda. O 
mesmo vale para adultos. 
 
FISIOPATOLOGIA 
 
Os sistemas cerebrais de defesa, constituído 
por estruturas nervosas, longitudinalmente 
organizadas, formado pela amígdala, hipotálamo 
medial e matéria cinzenta periaquedutal e o 
sistema de inibição comportamental estão inter-
relacionados à ansiedade. A amígdala possui 
conexões nervosas com o neocórtex, com 
estruturas límbicas, funcionando como interface 
sensório-emocional entre elas, avaliando e 
classificando o tipo e grau do estímulo. 
O resultado desse estímulo é, então, 
transmitido ao hipotálamo medial e à matéria 
periaquedutal. A matéria cinzenta periaquedutal 
seleciona e organiza reações comportamentais e 
fisiológicas da defesa, visto que esta deve ser 
apropriada ao resultado do estímulo. O 
hipotálamo medial regula o funcionamento da 
hipófise que, por meio da secreção do hormônio 
adrenocorticotrópico estimula as glândulas 
suprarrenais a secretar glicocorticoides, como o 
cortisol, norepinefrina e epinefrina. 
A ativação do sistema de inibição 
comportamental a estímulos condicionados a 
frustração, punição, ameaças, provoca a inibição 
dos movimentos de qualquer animal. Quando o 
estímulo atual é compatível com o esperado, então 
o sistema permanece no modo de “checagem”, não 
havendo o controle comportamental pelo sistema 
de inibição comportamental, se o estímulo atual 
não é compatível com o esperado, o sistema de 
inibição comportamental opera no modo de 
“controle”, gerando a inibição comportamental, 
acompanhada do aumento de atenção ao meio e 
da vigilância em direção aos estímulos 
potencialmente perigosos. 
Os neurotransmissores que participam da 
modulação e regulação do sistema defensivo são a 
noradrenalina, epinefrina, dopamina, serotonina, 
ácido gama-aminobutírico (GABA) e peptídeos que 
atuam como fator de liberação de corticotropina. A 
noradrenalina é implicada na defesa da ansiedade 
e quando em baixas doses há uma regulação 
noradrenérgica deficitária. A serotonina possui um 
papel tanto inibitório quanto estimulatório, 
quando os sistemas cerebrais de defesa são 
estimulados por sinais de perigo através da 
amígdala, há a ativação de neurônios 
serotoninérgicos. 
O GABA exerce função inibitória sobre os 
neurônios serotoninérgicos cuja função é 
controlar o sistema nervoso central garantindo seu 
funcionamento moderado, e os benzodiazepínicos 
atuam de maneira a potencializar a ação dos 
neurotransmissores. O sistema endócrino é 
grande influenciador em todos os processos 
supracitados. 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
 
Os sintomas da fobia social são formados 
por um conjunto de sensações emocionais e 
físicas que a pessoa pode sentir, além da 
externalização do comportamento em virtude 
desse transtorno. 
Às vezes, os sintomas da fobia social podem 
ser confundidos com as características da 
personalidade de uma pessoa tímida, mas suas 
consequências são muito mais graves. 
Enquanto uma pessoa tímida experimenta 
um pouco de nervosismo em situações novas ou 
de exposição, quem tem fobia social sofre uma 
reação muito mais intensa, de verdadeiro pavor e 
com muita ansiedade. Com isso, toda sua 
estrutura de vida e rotina são afetadas, 
prejudicando seu trabalho, estudos, 
relacionamentos e amizades. 
Veja quais são os sintomas experienciados 
por quem possui fobia social, divididos 
em sintomas comportamentais e físicos: 
 
Sintomas COMPORTAMENTAIS 
 
 
• Medo de interagir com 
pessoas desconhecidas, 
autoridades ou de destaque 
• Medo de demonstrar 
nervosismo e ansiedade 
• Medo de demonstrar sintomas físicos (comorubor e voz trêmula) 
• Receio em passar por constrangimentos 
• Ansiedade extrema que antecede um evento, 
compromisso ou encontro 
• Receio em ser colocado em evidência em 
alguma situação 
• Receio de chegar em uma sala já com as 
pessoas sentadas 
• Ficar apreensivo em posicionar-se em 
discordância com alguma pessoa 
• Receio de expressar sua opinião 
• Pavor de situações em que pode ser avaliado 
• Ficar nervoso ao reunir-se com amigos em 
uma festa ou colegas do trabalho fora do 
expediente 
• Receio de atender ao telefone ou outras 
chamadas 
• Desconforto em manter contato visual com 
alguém durante uma conversa. 
 
Sintomas FÍSICOS 
 
• Respiração ofegante 
• Batimento cardíaco acelerado 
• Enrubescimento da face 
• Náuseas ou enjoo 
• Confusão mental 
• Dor de barriga 
• Tensão muscular 
• Tontura ou desorientação 
 
Além de todos esses possíveis 
sintomas, pessoas com fobia social sentem-se 
avaliadas e julgadas por todos o tempo todo. Por 
isso, sempre depois de passarem por uma situação 
que tenha causado desconforto, elas ficarão 
analisando por muito tempo depois o seu 
desempenho, em um looping ansioso, em busca de 
erros que possa ter cometido em relação ao seu 
comportamento ou o que falou ou deixou de falar, 
por exemplo. 
 
Crianças e adolescentes 
Os primeiros sintomas do 
transtorno de ansiedade social em 
adolescentes pode ser preocupação 
excessiva antes de participar de um 
evento social ou preparação excessiva para uma 
apresentação em sala de aula. Os primeiros 
sintomas em crianças podem ser acessos de raiva, 
choro, congelamento, apego ou afastamento de 
situações sociais. Comportamentos de esquiva (p. 
ex., recusar a ir à escola, não ir a festas, não comer 
na frente dos outros) podem ocorrer em seguida. 
As queixas são geralmente somatizadas (p. ex., 
“Meu estômago dói”, “Eu tenho cefaleia”). Esta 
somatização leva estas crianças a muitas 
consultas e avaliações médicas. 
A criança afetada tem pavor de sentir-se 
humilhada perante seus pares, ao dar uma 
resposta errada, dizer algo inapropriado, ficar 
envergonhada ou mesmo vomitar. Em alguns 
casos, o transtorno de ansiedade social surge após 
um incidente embaraçoso, desagradável. Nos 
casos graves, as crianças se recusam a falar ao 
telefone ou até a sair de casa. 
 
Características Associadas que Apoiam o 
Diagnóstico 
 
 
→ Podem ser inadequadamente assertivos ou 
muito submissos ou, com menos frequência, 
muito controladores da conversa. 
 
→ Podem mostrar uma postura corporal 
excessivamente rígida ou contato visual 
inadequado ou falar com voz extremamente suave. 
 
→ Podem ser tímidos ou retraídos e ser menos 
abertos em conversas e revelar pouco a seu 
respeito. 
 
→ Podem procurar emprego em atividades que não 
exigem contato social, embora esse não seja o caso 
para indivíduos com transtorno de ansiedade 
social somente desempenho. 
 
→ Podem sair da casa dos pais mais tarde. 
 
→ Os homens podem retardar o casamento e a 
paternidade, enquanto as mulheres que gostariam 
de trabalhar fora de casa podem viver uma vida 
inteira como donas de casa. 
 
→ A automedicação com substâncias é comum (p. 
ex., beber antes de ir a uma festa). 
 
 
 
INVESTIGAÇÃO CLÍNICA 
 
 
 
Frases baseadas em crenças 
 
 
ANAMNESE 
 
Estrutura para iniciar a entrevista 
psquiatrica: 
 
✓ Identificação/dados gerais; 
✓ Confiabilidade e acompanhante; 
✓ Queixa principal e duração; 
✓ História da doença atual; 
✓ História psiquiátrica prévia; 
✓ História social e de desenvolvimento; 
✓ História familiar prévia; 
✓ Uso de psicotrópicos prévios e atuais; 
✓ Hábitos, uso e abuso de substâncias e 
comportamentos aditivos; 
✓ Antecedentes pessoais clínicos e 
medicamentos; 
✓ Revisão de sintomas psiquiátricos 
✓ Exame do estado mental; 
✓ Avaliação física sumária; 
✓ Formulação de hipóteses; 
✓ Diagnóstico baseado no DSM-5; 
✓ Plano terapêutico. 
 
1) IDENTIFICAÇÃO: A identificação é idêntica a 
semiológica, nela perguntamos o nome, sexo, 
idade, estado civil, grupo étnico, procedência, 
religião, profissão. 
 
2) QUEIXA PRINCIPAL: Utilizando-se a 
terminologia do paciente, deve-se fazer uma 
breve descrição sobre o problema atual para o 
qual ele está buscando ajuda profissional, ou 
para o qual foi trazido por outros para o 
tratamento. É importante observar quem 
encaminhou, de quem foi a iniciativa de 
buscar ajuda e com que objetivo. 
 
3) HISTÓRIA MÓRBIDA ATUAL: Deve-se 
avaliar como a doença começou, se existiram 
fatores precipitantes, como evoluiu, qual a 
gravidade e o impacto da doença sobre a vida 
da pessoa. É importante considerar a 
descrição detalhada dos sintomas, a 
frequência, duração e flutuações dos mesmos. 
Ainda, deve-se observar a sequência 
cronológica dos sintomas e eventos 
relacionados desde as primeiras 
manifestações até a situação atual. 
 
4) ANTECEDENTES – História médica e 
psiquiátrica: Descrever, em ordem 
cronológica, as doenças, cirurgias e 
internações hospitalares. Observar o estado 
atual de saúde, as mudanças recentes de 
peso, de sono, hábitos intestinais e problemas 
menstruais. Colher informações sobre 
medicamentos em uso e, habitualmente, 
consumidos verificando dosagem e quem 
prescreveu. Verificar abuso de medicamentos, 
de drogas e álcool. Quanto aos antecedentes 
psiquiátricos levantar informações sobre os 
tratamentos prévios, especificando há quanto 
tempo ocorreram, o tipo e a duração dos 
mesmos. Verificar a utilização prévia de 
psicofármacos, especificando tipo e dosagem. 
É importante estar atento ao significado e aos 
sentimentos do paciente frente a sua história 
de doença, o impacto sobre a sua vida, os 
sistemas de apoio com que conta e as 
expectativas de recuperação. 
 
5) ANTECEDENTES – História pessoal: 
a) História pré-natal/nascimento: Informações 
sobre a gestação, o parto e as condições do 
nascimento, incluindo: peso, anoxia, icterícia, 
distúrbio metabólico. 
b) Infância e desenvolvimento: Descrever as 
condições de saúde; os comportamentos e 
hábitos com relação ao sono, alimentação; as 
aquisições de habilidades, incluindo o 
desenvolvimento motor, da linguagem e o 
controle esfincteriano; a vida escolar, 
abrangendo idade de início da aprendizagem, 
o ajustamento, o temperamento, medos, o 
relacionamento e interação social. 
c) Adolescência: Descrever os interesses, as 
aquisições quanto à vida escolar, a 
profissionalização ou trabalho, as interações e 
o relacionamento com familiares e colegas, a 
sexualidade incluindo a menarca, namoro, a 
1ª relação sexual, o uso de drogas ou álcool. 
É importante observar a atitude frente ao 
crescimento, os sentimentos de isolamento ou 
depressão e as manifestações de 
delinquência. 
d) Idade adulta: Descrever as situações e as 
atitudes frente ao trabalho, a vida familiar e 
conjugal, a sexualidade, os relacionamentos e 
a situação sócio-econômica. Quanto ao 
trabalho é importante observar: o tipo de 
atividade, a evolução, as interrupções, as 
mudanças, o nível de satisfação e as 
dificuldades relativas à competência e aos 
relacionamentos. A vida familiar e conjugal 
englobam informações sobre os 
relacionamentos anteriores, as condições do 
casamento, as características do cônjuge, 
separações, a sexualidade, a idade, sexo e as 
condições físicas e psicológicas dos filhos. 
Com relação à sexualidade, colher 
informações sobre as experiências sexuais, as 
dificuldades de relacionamento, 
contracepção, gestações e abortos. Os 
relacionamentos englobam a convivência 
social nas rotinas de vida, no lazer, na 
situação familiar, de vizinhança e de trabalho. 
A situação sócio-econômica deve incluir as 
condições de moradia, as fontes de provisão 
de recursos, as dificuldades financeiras e os 
planos e projetos futuros. 
 
6) ANTECEDENTES - História familiar: Colher 
informações sobreos pais e irmãos quanto à 
idade, sexo, nível educacional, atividade 
profissional, características de personalidade, 
problemas de saúde, com destaque aos 
relacionados com à saúde mental. Observar 
história de adoção, de suicídio e de violação 
da lei ou dos padrões sociais. Com relação aos 
irmãos, observar a ordem cronológica de 
nascimento. Caso os pais ou irmãos sejam 
falecidos, especificar a causa da morte e a 
idade na ocasião. O ambiente familiar: o nível 
de interação, os padrões de relacionamento 
dos pais entre si, com os filhos e destes entre 
si, constitui-se numa informação importante. 
 
7) PERSONALIDADE PRÉ-MÓRBIDA: 
Compreende o conjunto de atitudes e padrões 
habituais de comportamento do indivíduo, a 
descrição deve abarcar o modo de ser habitual 
do paciente, independente da sua situação de 
doença. Trata-se de uma tarefa complexa e 
difícil. Deve englobar os seguintes aspectos: 
as preocupações excessivas com ordem, 
limpeza, pontualidade, o estado de humor 
habitual, a capacidade de expressar os 
sentimentos, a maneira como se expressa 
habitualmente, o nível de desconfiança e 
competitividade, a capacidade para executar 
planos e projetos e a maneira como reage 
quando se sente pressionado. É importante 
observar as mudanças de personalidade com 
a doença. 
 
EXAME FÍSICO 
 
Em geral, o exame físico revela pouco ou não 
contribui no diagnóstico. 
→ A ansiedade social entre adultos mais velhos 
também pode incluir a exacerbação de sintomas 
de doenças médicas, como tremor aumentado ou 
taquicardia. O rubor é a resposta física 
característica do transtorno de ansiedade social. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
Realizar exame conforme necessidade, na 
dúvida ou suspeita de haver outra patologia 
envolvida. 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
O diagnóstico é clínico e baseia-se nos 
critérios do Diagnostic and Statistical Manual of 
Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). Para isso 
os pacientes devem ter: 
 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para 
transtorno de ansiedade social (TAS) 
A. Medo ou ansiedade acentuada acerca de 
uma ou mais situações sociais em que o 
indivíduo é exposto a possível avaliação 
por outras pessoas. Exemplos incluem 
interações sociais (p. ex., manter uma 
conversa, encontrar pessoas que não são 
familiares), ser observado (p. ex., 
comendo ou bebendo) e situações de 
desempenho diante dos outros (p. ex., 
proferir palestras) 
B. O indivíduo teme agir de forma a 
demonstrar sintomas de ansiedade que 
serão avaliados negativamente (p. ex., 
será humilhante ou constrangedor, 
provocará a rejeição ou ofenderá os 
outros) 
C. As situações sociais quase sempre 
provocam medo ou ansiedade 
D. As situações sociais são evitadas ou 
suportadas com intenso medo ou 
ansiedade 
E. O medo ou a ansiedade é desproporcional 
à ameaça real apresentada pela situação 
social e contexto sociocultural 
F. O medo, a ansiedade ou a esquiva causa 
sofrimento clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo 
G. O medo, a ansiedade ou a esquiva não é 
consequência dos efeitos fisiológicos de 
uma substância ou outra condição 
médica 
H. O medo, a ansiedade ou a esquiva não é 
mais bem explicado pelos sintomas de 
outros transtornos mentais, como TP, 
transtorno dismórfico corporal ou 
transtorno do espectro autista. 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para 
transtorno de ansiedade social (TAS) 
I. Se outra condição médica (p. ex., doença 
de Parkinson, obesidade etc.) está presente, 
o medo, a ansiedade ou a esquiva é 
claramente não relacionado ou excessivo 
Especificar se: 
▪ Somente desempenho: se o medo está 
restrito à fala ou ao desempenho em público 
 
Além disso, o medo e a ansiedade não 
podem ser caracterizados mais corretamente 
como um transtorno mental diferente (p. 
ex., agorafobia, transtorno do pânico, transtorno 
dismórfico corporal) ou consequência de efeitos 
fisiológicos de alguma substância ou de outra 
condição médica. 
A duração dos sintomas já citados deve ser 
de no mínimo três meses em crianças e 
adolescentes até 17 anos, e de seis meses a 
partir dos 18 anos de idade. 
Nos adultos, ainda, para não ser confundido 
com outra patologia, é necessário que o paciente 
reconheça que seus medos são irracionais e 
excessivos, o que pode garantir a legitimidade do 
diagnóstico. 
No CID-10, a fobia social é também 
denominada antropofobia e aparece classificada 
em F40.1, tendo como sintomas presentes: o 
rubor, tremores das mãos, náuseas ou desejo 
urgente de urinar, sudorese, podendo evoluir para 
um ataque de pânico. 
 
Critérios para o diagnóstico de 
transtorno de ansiedade social ou fobia 
social segundo a CID-10: 
 
• Medo de escrutínio pelas outras pessoas que 
leva à evitação de situação social. As fobias 
mais pervasivas são frequentemente 
associadas com baixa autoestima e medo de 
ser criticado. 
• Os pacientes podem apresentar uma queixa 
de rubor facial, tremor nas mãos, náuseas, 
ou urgência urinária, algumas vezes se 
convencendo de que uma destas 
manifestações secundárias de sua 
ansiedade é o problema primário. 
• Os sintomas podem progredir para ataques 
de pânico 
 
Crianças e adolescentes 
Para diagnosticar o 
transtorno de ansiedade social, a 
ansiedade deve persistir por ≥ 6 
meses e estar consistentemente presente em 
ambientes similares (p. ex., as crianças ficam 
ansiosas em todas as apresentações em sala de 
aula, em vez de apenas naquelas especiais ou para 
uma aula específica). A ansiedade deve ocorrer em 
ambientes com colegas, e não apenas durante as 
interações com os adultos. 
 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 
Outras condições psiquiátricas podem 
manifestar sintomas semelhantes aos do TAS, que 
merecem ser melhor investigados, como as citadas 
a seguir. 
 
Timidez normal → é um traço de 
personalidade comum e não é por si só patológica. 
Em algumas sociedades, a timidez é até avaliada 
positivamente. 
Entretanto, quando existe um impacto 
adverso significativo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da 
vida do indivíduo, um diagnóstico de transtorno de 
ansiedade social deve ser considerado, e, quando 
são satisfeitos todos os critérios para transtorno 
de ansiedade social, o transtorno deve ser 
diagnosticado. Somente uma minoria (12%) dos 
indivíduos tímidos autoidentificados nos Estados 
Unidos tem sintomas que satisfazem os critérios 
diagnósticos para transtorno de ansiedade social. 
 
Agorafobia → podem ter medo ou evitar situações 
sociais (p. ex., ir ao cinema) porque escapar pode 
ser difícil ou o auxílio pode não estar disponível no 
caso de incapacitação ou sintomas do tipo pânico, 
enquanto os indivíduos com transtorno de 
ansiedade social têm mais medo da avaliação dos 
outros. Além disso, aqueles com transtorno de 
ansiedade social ficam normalmente calmos 
quando deixados inteiramente sozinhos, o que 
com frequência não é o caso na agorafobia. 
 
Transtorno de pânico → Os indivíduos com 
transtorno de ansiedade social podem ter ataques 
de pânico, mas a preocupação está relacionada ao 
medo de avaliação negativa, enquanto no 
transtorno de pânico a preocupação se relaciona 
aos próprios ataques de pânico. 
 
Fobias específicas → consistem em medos 
persistentes, irracionais e intensos de situações, 
circunstâncias ou objetos específicos, causando 
ansiedade e esquiva, sendo possível ser 
identificado uma situação ou objeto em particular, 
como, por exemplo, medo de determinados 
animais, de altura ou de tempestades e não em 
situações sociais ou relacionadas a desempenho. 
 
Transtorno de ansiedade generalizada → 
Preocupações sociais são comuns no transtorno 
de ansiedade generalizada, mas o foco é mais na 
natureza das relações existentes do que no medo 
de avaliação negativa. Os indivíduos com 
transtornode ansiedade generalizada, 
particularmente crianças, podem ter 
preocupações excessivas acerca da qualidade do 
seu desempenho social, mas essas preocupações 
também são pertinentes ao desempenho não 
social e a quando o indivíduo não está sendo 
avaliado pelos outros. No transtorno de ansiedade 
social, as preocupações focam no desempenho 
social e na avaliação dos demais. 
 
Transtorno de ansiedade de separação → 
Os indivíduos com transtorno de ansiedade de 
separação podem evitar contextos sociais 
(incluindo recusa à escola) devido às preocupações 
de serem separados das figuras de apego ou, em 
crianças, por demandarem a presença de um dos 
pais quando essa exigência não é apropriada ao 
seu estágio de desenvolvimento. Geralmente ficam 
confortáveis em contextos sociais quando sua 
figura de apego está presente ou quando estão em 
casa, enquanto aqueles com transtorno de 
ansiedade social podem ficar desconfortáveis 
quando ocorrem situações sociais em casa ou na 
presença das figuras de apego. 
 
Fobias específicas → Os indivíduos com 
fobias específicas podem ter medo de 
constrangimento ou humilhação (p. ex., vergonha 
de desmaiar quando lhes é tirado sangue), mas 
geralmente 
não têm medo de avaliação negativa em outras 
situações sociais. 
 
Mutismo seletivo → Os indivíduos com 
mutismo seletivo podem fracassar em falar devido 
ao medo de avaliação negativa, mas não têm medo 
de avaliação negativa em outras situações sociais 
em que não seja exigido falar (p. ex., um jogo não 
verbal). 
 
Transtorno depressivo maior → Os 
indivíduos com transtorno depressivo maior 
podem se preocupar em serem avaliados 
negativamente pelos outros porque acham que são 
maus ou não merecedores de que gostem deles. 
Em contraste, aqueles com transtorno de 
ansiedade social preocupam-se em serem 
avaliados negativamente devido a certos 
comportamentos sociais ou sintomas físicos. 
 
Transtorno dismórfico corporal → Os 
indivíduos com transtorno dismórfico corporal 
preocupam-se com a percepção de um ou mais 
defeitos ou falhas em sua aparência física que não 
são observáveis ou parecem leves para os outros; 
essa preocupação frequentemente causa 
ansiedade social e esquiva. Se seus medos e a 
esquiva social são causados apenas por suas 
crenças sobre sua aparência, um diagnóstico 
separado de transtorno de ansiedade social não se 
justifica. 
 
Transtorno delirante → Os indivíduos com 
transtorno delirante podem ter delírios e/ou 
alucinações não bizarros relacionados ao tema 
delirante que foca em ser rejeitado por ou em 
ofender os outros. Embora a extensão do insight 
das crenças acerca das situações sociais possa 
variar, muitos indivíduos com transtorno de 
ansiedade social têm bom insight de que suas 
crenças são desproporcionais à ameaça real 
apresentada pela situação social. 
 
Transtorno do espectro autista → 
Ansiedade social e déficits na comunicação social 
são características do transtorno do espectro 
autista. Os indivíduos com transtorno de 
ansiedade social geralmente têm relações sociais 
adequadas à idade e capacidade de comunicação, 
embora possam parecer ter prejuízo nessas áreas 
quando inicialmente interagem com pessoas ou 
adultos estranhos. 
 
Transtornos da personalidade → Dado seu 
frequente início na infância e sua persistência 
durante a idade adulta, o transtorno de ansiedade 
social pode se parecer com um transtorno da 
personalidade. A sobreposição mais evidente é 
com o transtorno da personalidade evitativa. Os 
indivíduos com esse transtorno têm um padrão 
mais amplo de esquiva do que aqueles com 
transtorno de ansiedade social. No entanto, o 
transtorno de ansiedade social é geralmente mais 
comórbido com o transtorno da personalidade 
evitativa do que com outros transtornos da 
personalidade, e o transtorno da personalidade 
evitativa é mais comórbido com o transtorno de 
ansiedade social do que com outros transtornos de 
ansiedade. 
 
Outros transtornos mentais → Medos 
sociais e desconforto podem ocorrer como parte da 
esquizofrenia, mas outras evidências de 
transtornos psicóticos costumam estar presentes. 
Em indivíduos com um transtorno alimentar, é 
importante determinar se o medo de avaliação 
negativa acerca dos sintomas ou comportamentos 
do transtorno alimentar (p. ex., purgação e 
vômitos) não é a única fonte de ansiedade social 
antes de estabelecer um diagnóstico de transtorno 
de ansiedade social. Igualmente, o transtorno 
obsessivo-compulsivo pode estar associado a 
ansiedade social, mas o diagnóstico adicional de 
transtorno de ansiedade social é usado apenas 
quando os medos sociais e a esquiva são 
independentes dos focos das obsessões e 
compulsões. 
 
Outras condições médicas → Condições 
médicas podem produzir sintomas 
constrangedores (p.ex., tremor na doença de 
Parkinson). Quando o medo de avaliação negativa 
devido a outras condições médicas é excessivo, um 
diagnóstico de transtorno de ansiedade social deve 
ser considerado. 
 
Transtorno de oposição desafiante → A 
recusa em falar devido à oposição a figuras de 
autoridade deve ser diferenciada do fracasso em 
falar devido ao medo de avaliação negativa. 
 
CONDUTA TERAPÊUTICA 
 
Assim como a maioria dos outros 
transtornos mentais, a fobia social pode ser 
tratada através da psicoterapia, da prescrição 
de medicamentos ou também pela união dos 
dois métodos, com o acompanhamento do 
psiquiatra. 
O tratamento do TAS pode ser 
medicamentoso, não medicamentoso ou ambos. A 
escolha do tratamento depende das preferências 
do indivíduo ou do julgamento clínico. Em 
pacientes nos quais a ideia da psicoterapia é 
assustadora (em função da exposição a situações 
temidas), a farmacoterapia pode ser preferida 
inicialmente. 
O tratamento farmacológico e a TCC 
aparentam ter efeitos semelhantes no curto prazo, 
sendo que a farmacoterapia traz melhoras mais 
imediatas, enquanto os efeitos da psicoterapia são 
mais duradouros. 
 
No caso do tratamento com 
medicamentos, os antidepressivos e inibidores de 
ansiedade são comumente utilizados, a fim de 
promover uma melhora um pouco mais rápida ao 
paciente, permitindo que ele consiga depois, 
sozinho, lidar com os sintomas e enfrentar as 
situações. 
A psicoterapia, por sua vez, pode ter várias 
abordagens, mas a mais empregada é a TCC – 
Terapia Cognitivo-Comportamental, que age 
diretamente no problema em questão, através da 
sugestão de exercícios e tarefas para fazer com que 
o paciente reconheça, encare e mude sua 
realidade, com o devido acompanhamento do 
profissional de saúde mental. Assim, aos poucos, 
ele vai aprendendo a lidar com as situações que 
antes causavam um estresse muito grande, 
evoluindo ao longo do tempo. 
A combinação de ambos os tratamentos 
costuma ser muito eficaz em casos mais graves, 
em que o sofrimento do paciente está muito grande 
e prejudicando severamente sua qualidade de vida 
em todas as esferas. 
 
CONDUTA MEDICAMENTOSA 
 
O tratamento isolado mais efetivo para Fobia 
Social é o farmacológico, apesar de a psicoterapia 
também ser útil e eficaz, principalmente em 
associação com medicação. 
 
Os objetivos do tratamento são: 
(1) eliminar sintomas físicos 
(2) eliminar esquiva fóbica. 
(3) eliminar disfunções cognitivas negativas (baixa 
auto-estima, dar importância exagerada ao outros, 
perfeccionismo, pensamentos catastróficos). 
 
No que diz respeito ao tratamento 
farmacológico, ISRS e IRSN são considerados o 
tratamento de primeira linha. Esses 
medicamentos têm baixo risco de efeitos colaterais 
e oferecem benefícios adicionais no tratamento de 
condições coexistentes, como o transtorno 
depressivo ou outros transtornos de ansiedade. A 
dose é semelhante à usada para o TDM. O uso 
continuado após o tratamento em curto prazo (14 
semanas ou menos) é recomendado, por trazer 
melhora e ter baixas taxas derecaídas. Ensaios 
clínicos sugerem a manutenção do tratamento por 
pelo menos 3 a 6 meses após a melhora do quadro. 
O uso dos anticonvulsivantes gabapentina e 
pregabalina demonstrou-se superior ao placebo 
em ensaios clínicos. Já os antidepressivos 
tricíclicos não são considerados úteis nesse 
transtorno. 
O uso de benzodiazepínicos é eficaz, 
sobretudo clonazepam e bromazepam. Entretanto, 
o risco de dependência, sintomas de abstinência e 
o fato de não ser recomendado na presença 
comórbida da depressão limitam o seu uso. Essas 
substâncias podem ser úteis como tratamento 
inicial ou terapia adjunta em pacientes nos quais 
os sintomas são tão incapacitantes que 
necessitam de alívio imediato. 
 
O uso de betabloqueadores → como 
propranolol é frequente na ansiedade de 
desempenho. Quando tomados aproximadamente 
1 hora antes da apresentação, reduzem os 
sintomas autonômicos como tremor, sudorese e 
taquicardia. Os benzodiazepínicos muitas vezes 
são usados nessas situações. 
 
Subtipo circunscrito → betabloqueadores 
podem ser utilizados como tratamento inicial, pelo 
efeito na frequência cardíaca e nos sintomas 
autonômicos: 
• atenolol 25-100mg 1 vez ao dia 
• propanolol 10-40mg 2 vezes ao dia). 
Em situações muito específicas, podem ser 
utilizados apenas eventualmente, uma hora antes 
da exposição. Se eficazes, devem ser mantidos por 
6 meses. 
 
Subtipo generalizado ou em caso de falha 
terapêutica com betabloqueadores no tipo 
circunscrito → utilizar os ISRS (fluoxetina 20-
80mg), seguindo as mesmas orientações gerais do 
uso nos outros transtornos de ansiedade. A 
melhora pode ser muito lenta e progressiva ao 
longo de alguns meses, e o antidepressivo deve ser 
mantido por um ano após a melhora. 
 
Pelo potencial de dependência e interferência 
no treinamento de exposição, não se recomenda o 
uso rotineiro de benzodiazepínicos no manejo da 
fobia social. 
 
CONDUTA NÃO MEDICAMENTOSA 
 
A TCC é considerada tratamento de primeira 
linha. Alguns estudos apontam taxa de resposta 
entre 50 e 65%. Outros tipos de psicoterapia 
também são utilizados para tratar TAS, 
entretanto, poucos estudos investigam sua 
eficácia. Outra forma de terapia que vem sendo 
estudada é o mindfulness, com resultados 
promissores. 
As formas mais eficazes de tratamento para 
a fobia social consistem em terapia cognitivo-
comportamental (TCC) individual ou em grupo, 
acompanhada, quando necessário, de utilização 
de fármacos adequados. Nos casos mais graves da 
doença, a terapia de grupo não é aconselhável, 
sendo necessário o acompanhamento individual. 
A TCC ensina os pacientes a reconhecerem e 
controlarem seus pensamentos distorcidos e suas 
convicções falsas, assim como os instrui sobre 
a terapia de exposição, que consiste em exposição 
controlada à situação que provoca medo e 
ansiedade, sempre com o objetivo de que o 
paciente aprenda a controlar os sintomas físicos 
da ansiedade, com a modificação dos 
pensamentos desadaptativos, e o enfrentamento 
do medo, de modo gradual, das situações sociais 
para que retome a tê-las sem o temor existente. 
 
O tratamento infantil requer, ainda, um 
acompanhamento com os pais, para orientações e 
colaboração no tratamento. Os pais são as figuras 
fundamentais no desenvolvimento infantil de 
habilidades, principalmente sociais, e, por isso, é 
necessária a verificação da influência desses no 
comportamento da criança. 
 
CONDUTA EDUCACIONAL 
 
Recomendações ao paciente e 
familiares 
 
❖ Encorajar o paciente a praticar métodos de 
respiração controlada para reduzir sintomas 
físicos de medo. 
 
❖ Pedir ao paciente que faça uma lista de 
todas as situações que ele/ela evita e que outras 
pessoas não. 
 
❖ Discutir formas de desafiar esses medos 
exagerados. 
 
❖ Planejar uma série de passos que permitam 
que o paciente enfrente e se acostume às situações 
temidas: 
- Identificar um pequeno primeiro passo em 
direção à situação temida (p. ex., dar um pequeno 
passeio para longe de casa com um membro da 
família). 
- este passo deve ser praticado todos os dias até 
que não seja mais assustador. 
- Se a situação temida ainda causa ansiedade, o 
paciente deve praticar uma respiração lenta e 
relaxada, dizendo para si mesmo que o medo irá 
passar em 30 minutos. Não abandonar a situação 
temida ate o medo passar. 
- Passar para um passo um pouco mais difícil e 
repetir o procedimento (p. ex., ficar 
mais tempo longe de casa). 
 
❖ Identificar um amigo ou membro da família 
que possa ajudar na superação do medo. Grupos 
de auto-ajuda ou de apoio podem ajudar no 
enfrentamento da situação temida. 
 
❖ O paciente deve evitar usar álcool ou 
benzodiazepínicos para enfrentar as situações 
temidas. 
 
PROGNÓSTICO 
 
O prognóstico para fobia social é bom 
quando o tratamento é feito corretamente. 
Na comunidade, aproximadamente 30% dos 
indivíduos com transtorno de ansiedade social 
experimentam remissão dos sintomas no espaço 
de um ano, e em torno de 50% experimentam 
remissão em poucos anos. 
Para cerca de 60% dos indivíduos sem um 
tratamento específico para transtorno de 
ansiedade social, o curso é de vários anos ou mais. 
Deve ser mantido o acompanhamento 
médico e psicológico mesmo após a cura do 
transtorno, sendo de extrema importância para 
que não haja recidiva. 
 
Além disso, é recomendado que o paciente 
tente se aproximar de pessoas com as quais se 
sinta confortável, faça atividades físicas, durma 
quantidades suficientes, se alimente de maneira 
saudável e deixei de lado tabagismo e a ingestão 
de álcool e cafeína. 
 
COMPLICAÇÕES 
 
A fobia social pode prejudicar severamente a 
vida de quem a desenvolve, trazendo prejuízos ao 
trabalho, relacionamentos interpessoais e até 
mesmo propiciando o desenvolvimento de outros 
transtornos mentais. 
No caso do trabalho, a pessoa pode perder 
oportunidades de promoção, desenvolvimento 
profissional e crescimento na carreira, devido às 
limitações que possui por causa do transtorno. Em 
alguns casos, pode até ser demitida se o seu 
comportamento não for compatível com o que a 
empresa espera. 
Nos relacionamentos interpessoais, a 
pessoa tende a ficar isolada, já que não gosta de 
participar de novos grupos ou age de forma muito 
solitária na companhia de outras pessoas. O 
afastamento do círculo social juntamente com a 
impossibilidade de fazer novos contatos ou 
amizades pode trazer sofrimento. 
Em relação à vida pessoal, a dificuldade de 
se posicionar, dizer o que está pensando e 
sentindo e até mesmo de discordar dos outros, 
pode levar o fóbico social a fazer coisas que ele não 
gostaria ou então fazer promessas que ele não é 
capaz de cumprir, sentindo-se angustiado e 
cobrado. 
Outras consequências como o abuso de 
substâncias como álcool e drogas podem 
acontecer, não sendo difícil de gerar uma relação 
de dependência. A baixa autoestima junto com 
o sentimento de isolamento podem ser o cenário 
ideal para o desenvolvimento de uma depressão. 
Tentativas de suicídio também podem 
acontecer. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: 
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos 
mentais. Artmed Editora, 2014. 
 
BARROS, Yahana Silva et al. A Fobia Social no 
Cotidiano de Adolescentes. Revista Brasileira 
Adolescência e Conflitualidade, n. 15, p. 56-61, 
2016. 
 
CREMONESE; Evelyn, SARAIVA; Sonia Augusta 
Leitão, FURLANETTO; Letícia Maria. Secretaria 
Municipal de Saúde. Protocolo de atenção em 
saúde mental Município de Florianópolis. 
Secretaria Municipal de Saúde. Tubarão: Copiart, 
2010. 
 
PERES, Karoline Rochelle Lacerda. Transtorno de 
ansiedade social: psiquiatria e psicanálise. 
2020. Tese de Doutorado. Universidade de São 
Paulo.

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