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Aula 09 - Direito Civil - Curso Estágio Ministério Público Estadual

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CURSO: Ministério Público Estadual 
 
 
 
Estagiando Direito 
@estagiando_direito_ 
 
AULA 09 – 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
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 Olá, alunos. Na aula de hoje, continuaremos nossa matéria sobre Direito Reais, 
especificamente, dando início à perda da nossa. 
 
Perda da Posse 
 
 A perda da posse ocorre quando o possuidor deixa de agir como o proprietário, ou seja, 
quando não é mais possível o exercício, sobre a coisa, de poderes inerentes ao domínio. 
 
 Agora, examinaremos as hipóteses clássicas e mais importantes – em sede de 
concursos – sobre a perda da posse. 
 
Derrelicção 
 
 Está, consiste no abandono voluntário da coisa. Onde, o possuidor, simplesmente, não 
quer mais possuir. Via de regra, isso ocorrerá quando o proprietário não quiser mais o domínio 
da posse, mas nada impede que o abandono se realize pelo possuidor e, não pelo proprietário. 
 
Tradição 
 
 A tradição consiste na entre voluntária da coisa. Nesta modalidade, ocorrem 04 
espécies, que são: 
 
I – Real: Quando ocorre a entrega da coisa em si; 
II – Fictas: Que são as simbólicas; 
III – Contratuais: Instituto possessório, por meio do qual quem possuía à título precatório, passa 
a possuir como proprietário; 
IV – Solene: Irá se operar pelo registro do título translativa da propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Esbulho 
 
 Este, é configurado pela tomada da coisa contra a vontade do possuidor, seja por 
intermédio da violência, clandestinidade ou da precariedade. 
 
 Ademais, pode-se conceituar; 
I – Violência: É a força ou o terror psicológico; 
II – Clandestinidade: Trata-se do ocultamento, e; 
III – Precariedade: Que é a inversão no título, pelo possuidor que se nega a restituir a coisa a 
quem de direito quando deveria fazê-lo. 
 
 Leia-se: 
 
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora contra a vontade do 
possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se refere o art. 1.196. 
 
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o 
esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, 
tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
 
Destruição 
 
 Clara e objetiva, quando a coisa se destrói, e a destruição há de ser total, não pode mais 
ser objeto do direito de propriedade e, dessa forma, não podendo ser mais um objeto passível 
de Direito de Posse. 
 
Efeitos da Posse 
 
 Pois bem. Dentre os efeitos que a posse pode gerar, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
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Proteção possessória 
 
 Conhecida como interditos possessórios, é a proteção possessória que pode ser 
invocada tanto pelo que tem a posse justa – como injusta – de boa-fé – ou de má-fé – direta ou 
indireta. 
 
 Ademais, assim preceitua o artigo 1.210 do Código Civil: 
 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se 
tiver justo receio de ser molestado. 
 
Legítima defesa da posse 
 
 Quando a sua posse é violada, umas das primeiras medidas que o possuidor pode se 
valer é a Legítima defesa da posse. Ademais, assim preceitua o §1º do artigo 1.210. 
 
§1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se 
por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de 
desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou 
restituição da posse 
 
 Assim, ela possui dois mecanismos: 
 
I – Defesa em sentido estrito: Que tem como objetivo evitar o incômodo da posse, ou seja, 
acontece quando ocorrer a turbação, e: 
II – Defesa em sentido imediato: Tem como objetivo recuperar a posse perdida, ou seja, ocorre 
quando há o esbulho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Ação de reintegração da posse 
 
 Por intermédio deste instituto, é possível reaver a posse que foi esbulhada, o possuidor, 
por força do artigo 560 a 566 do CPC, tem a seu dispor a ação de reintegração da posse. 
 
 Que, por sua vez, se for ajuizada até ano e dia da data do esbulho (posse nova, interdito 
denominado de força nova espoliativa) aplicar-se-ão todos os dispositivos supracitados, dentre 
os quais têm-se a antecipação da tutela, sem precisar ouvir o réu. É o que preconiza o artigo 
558 do CPC. 
 
Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de 
posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta 
dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. 
Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o 
procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. 
 
 Por outro lado, se for ajuizada após ano e dia da data do esbulho (a posse será velha, e 
o interdito será denominado de força velha espoliativa) a ação de reintegração de posse será 
no procedimento comum, em que a antecipação de tutela, no caso do rito ordinário, depende 
dos requisitos para a concessão da tutela provisória. Observe o artigo 561 do CPC: 
 
Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou 
a perda da posse, na ação de reintegração. 
 
Ação de manutenção da posse 
 
 Esta ação, dar-se-á quando ocorrer a turbação e, está prevista nos artigos 560 a 566 do 
CPC. Ademais, se for ajuizada até ano e dia após a turbação – força nova turbativa – ocorrerá 
pelo procedimento especial. Assim preconiza o artigo 558 do CPC: 
 
 
 
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Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II 
deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho 
afirmado na petição inicial. 
 
 De outra forma, caso a posse dê-se após ano e dia – força velha turbativa – ocorrerá 
por intermédio do procedimento comum. 
 
Interdito proibitório 
 
 Seu objetivo, prevenir a violação da posse. Como prevê o artigo 567 do CPC, o autor 
poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou do esbulho eminente, mediante mandado 
proibitório, no qual se cominará ao réu determinada pena pecuniária, caso ocorra a 
transgressão da ordem judicial. 
 
Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor 
quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a 
pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. 
Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a 
alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. 
 
Propriedade 
 
 Pois bem, a propriedade, em suma pode ser caracterizada como o direito real mais 
completo. Confere ao seu titular os poderes de usar, gozar e dispor da coisa, assim como de 
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. É o que se pode obter 
com a leitura do artigo 1.228 do Código Civil. 
 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, 
e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua 
ou detenha. 
§1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as 
suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, 
de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as 
 
 
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belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, 
bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
§2 º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer 
comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar 
outrem. 
§3 º O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de 
desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, 
bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente. 
§4º O proprietário também pode ser privado da coisa se o imóvel 
reivindicado consistir em extensa área, na posse ininterrupta e de boa-fé, 
por mais de cinco anos, de considerável número de pessoas, e estas nela 
houveremrealizado, em conjunto ou separadamente, obras e serviços 
considerados pelo juiz de interesse social e econômico relevante. 
§5 º No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a justa indenização 
devida ao proprietário; pago o preço, valerá a sentença como título para o 
registro do imóvel em nome dos possuidores. 
 
Poderes da propriedade 
 
 Consiste em 04 (quatro) poderes definidos dentro da propriedade que, são eles: Poder 
de Usar, Usufruir, Dispor e Reivindicar. Que, por sua vez, está destrinchado no artigo 1.228 do 
Código Civil. “O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de 
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha”. 
 
Aquisição das propriedades dos bens imóveis 
 
 Pois. bem No Brasil, o registro do título configura modo derivado de aquisição da 
propriedade, pois deriva de uma transferência do domínio de seu titular anterior ao novo. Dentre 
eles, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
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Registro do título translativo 
 
 À leitura do artigo 1.245 do Código Civil, pode-se observar que a propriedade se 
transfere por meio de registro do título translativo no Registro de Imóveis. Ademais, os artigos 
1.246 e 1.247, trazem mais informações. 
 
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do 
título translativo no Registro de Imóveis. 
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o 
título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. 
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o 
interessado reclamar que se retifique ou anule. 
 
Usucapião 
 
 A usucapião, consiste em modo originário de aquisição da propriedade de qualquer bem 
suscetível de domínio, bem como, de alguns direitos reais. Pois bem, em sua essência, a 
usucapião é o modo de adquirir o domínio de outros direitos reais pelo decurso do tempo 
condicionado à posse incontestada e ininterrupta. 
 
Posse usucapionem 
 
 Em suma, a posse usucapionem, é a posse mansa ou pacífica, ininterrupta e com 
animus domini. A Posse mansa não é posse de boa-fé ou posse justa, é a posse que não sofreu 
oposição, ela pode até ser de má-fé desde que não tenha oposição. 
 
 De outro forma, para que ocorra a posse usucapionem, é necessário o cumprimento de 
alguns requisitos e, são eles: 
 
I – Posse Mansa; 
II – Pacífica; 
III – Pública; 
IV – Contínuo e Ininterrupta. e; 
V – Com animus domini; 
 
 
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 Dessa forma, concluímos a nossa aula de n° 10 do Direito Civil, dentro da matéria de 
Direitos Reais. Na próxima aula, continuares nosso estudo sobre a usucapião e suas 
modalidades e finalizaremos nosso estudo dos Direitos Reais.

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