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Operações com transformações lineares Sejam T1+T2: V → V' transformações lineares. A soma T1+T2 :V → V' é a transformação definida por (T1+T2) (v)=T1v+T2v, para todo v pertencente a V. Pode-se verificar sem dificuldades que T1+T2 é de fato uma transformação linear. Define-se, para cada escalar c em K, o múltiplo cT de uma transformação linear T: V → V' fazendo (cT)(v)=cTv, para todo v pertencente a V. Dadas as transformações lineares T1:V1→ V2 e T2:V2→ V3, podemos formar a transformação composta, T2T1:V1→ V3, também chamada composição de T2T1. Lembramos que, para cada v pertença a V1, temos por definição (T2T1)(v)=T2(T1(v)). A composta de duas transformações lineares é uma transformação linear. Se T3:V3→V4 é outra transformação linear, mostra-se facilmente que vale a associatividade: T3(T2T1) = (T3T2)T1. Proposição 1. Seja T: V → V' uma transformação linear bijetiva. Então a transformação inversa T-1: V' → V também é linear. Prova. Sejam c pertencente a K e v'1,v'2 pertencente a V'. Como T é bijetiva, existem únicos v1,v2 pertencentes a V tais que v'i=Tvi, a saber, vi=T-1v'i. Como T é linear, vale T(cv1+v2)=cTv1+Tv2=cv'1+v'2. Aplicando T-1 a ambos os membros obtemos T-1T(cv1+v2)=cv1+v2=T-1(cv'1+v'2) e portanto, T-1(cv'1+v'2)=cv1+v2=cT-1v'1+T-1v'2 Uma transformação linear bijetiva é também chamada de isomorfismo. Dizemos que os espaços vetoriais V, V' são isomorfos se existir um isomorfismo T: V → V' Proposição 2. Sejam V, V' espaços vetoriais. Então: (1) existe uma transformação linear injetiva T: V → V' se e somente se dimV ≤ dimV'; (2) existe uma transformação linear sobrejetiva T: V → V' se e somente se dimV ≥ dimV'; (3) V e V' são isomorfos se e somente se dimV = dimV'. Prova. (1) Seja T: V → V' linear injetiva e sejam v1,...,vn uma lista l.i. escreva v'i=Tvi, i=1,...,n. Afirmamos que v'1,...,v'n são l.i. Com efeito, se tivermos uma relação ∑civ'i=0, então o vetor v=∑civi satisfaz Tv=0. Logo, v=0, seguindo c1=...=cn=0. � Matriz associada a uma transformação linear Seja T: V → V' uma transformação linear entre espaços de dimensões finitas. Sejam B={v1,...,vn} e B'={v'1,...,v'm} bases ordenadas de V e V'. Cada vetor v em V admite uma expressão única como combinação linear, v=x1v1+...+xnvn onde x1,...,xn são escalares, chamados de coordenadas de v com respeito à base B. Denotamos por [v]B = t[x1,...,xn] o vetor coluna das coordenadas, onde t[] significa transposta. Note por exemplo que, para cada membro vi da base B, temos para seu vetor coordenadas [vi]B = (0,...,1,0..0) (1 na casa i). Calculemos analogamente o vetor coordenadas [Tv]B' = t(y1,...,ym), de sorte que vale Tv=y1w1+...+ymwm. O objetivo é mostrar que o vetor coordenadas [Tv]B' da imagem é obtido do vetor coordenadas original [v]B através da multiplicação por uma matriz que depende apenas da transformação T e da escolha das bases. Teorema. Existe uma matriz mxn, denotada [T]B'B, univocamente determinada pela condição [Tv]B' = [T]B'B [v]B para todo v em V. Prova. Mostraremos inicialmente a unicidade, supondo a existência da matriz A=[T]BB'. Note que o produto A t[1,0,..0]= ┌ a11 a12 ... a1n ┐ ┌ 1 ┐ ┌ a11 ┐ │a21 a22 ... a2n ││0│ │a21 │ │ ... ││...│ = | ... | └ am1 am2 ... amn ┘ └ 0 ┘ └ am1 ┘ é igual à 1a coluna da matriz A. Analogamente, multiplicando pelo j-ésimo vetor coluna, t[0,..,1,..0], obtemos a j-ésima coluna de A. Concluímos que esta coluna é necessariamente igual ao vetor coordenadas [Tvj]B', provando a unicidade. Para provar a existência, usamos a experiência adquirida na discussão precedente e Definimos: A=[T]B'B como a matriz mxn cuja j-ésima coluna é igual ao vetor coordenadas [Tvj]B'. Verifiquemos que esta definição de fato funciona da forma desejada. Lembrando a expressão de v em termos de [v]B, podemos calcular [Tv]B'=[x1Tv1+...+xnTvn]B' = [x1 ∑ ai1v'i+...+xn ∑ ainv'i]B' = x1 ∑ ai1[v'i]B'+...+xn ∑ ain[v'i]B' = x1 t(a11,...,am1)+...+xn t(a1n,...,amn), Já que [v'i]B' = t[0,...,1,...,0] (1 na i-ésima casa). O vetor coluna calculado acima é exatamente o produto A t[x1,..., xn]. � Bibliografia: www.mat.ufmg.br FIGUEIREDO, Luiz Manoel - Álgebra Linear I, Volume 2,Módulo 3, Cederj.
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