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UNIDADE 1 - DA COMPETÊNCIA - aula 01

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Unidade I – COMPETÊNCIA CIVIL 
1. Conceito: consiste no fracionamento da função jurisdicional, atribuindo-se a cada juiz ou 
tribunal parcela da jurisdição, possibilitando o seu exercício. A competência se justifica 
como uma questão de racionalização do serviço forense é como diz José Frederico 
Marques: 
“Razões de ordem prática obrigam o Estado a distribuir o poder jurisdicional, 
entre vários juízes e tribunais, visto não ser possível que um só órgão judiciário 
conheça de todos os litígios e decida todas as causas” (Instituições de direito 
processual civil. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1962, v.1., p. 339) 
 Todo juiz ou tribunal é investido da função jurisdicional, mas apenas se torna 
competente a partir do momento em que o direito de ação for exercitado. 
 
 A regra de competência é LIMITADORA, ou seja, se a competência de determinado 
órgão jurisdicional não for especificada na Lei, por conta de certa matéria ou daquela 
pessoa, ele pode julgar tudo. Se a competência for fixada, é limitada, restringindo o 
poder jurisdicional ao órgão específico. 
 
2. Momento da fixação da competência 
 
 Regra geral: O art. 87 do CPC prevê que, a competência é fixada no momento da 
propositura da ação, coincidindo com a distribuição da petição inicial em juízo, se a 
comarca (o foro) for servida por mais de uma vara (juízo), ou com o despacho 
lançado na petição inicial (art. 263 do CPC), quando apresentar vara (juízo) única, o 
que ocorre em algumas comarcas do interior, não se verificando tal procedimento 
nas comarcas das capitais, que apresentam inúmeras varas. 
Ex: AÇÃO DE COBRANÇA. É uma ação que tem como objeto direito pessoal, recaindo na regra 
geral do artigo 94 do CPC, que determina a comarca do domicílio do réu, como a competência 
para a propositura daquela ação. Se o réu, após a propositura da ação mudar de domicílio, a 
competência permanecerá no juízo do domicilio do réu ao tempo da propositura da ação. 
 Esta regra decorre do brocardio PERPETUATIO JURISDICTIONIS que assegura 
estabilidade da lide, que não é regra absoluta, pois existe a possibilidade legal de 
mudança nos critérios de modificação da competência. 
3. Competência Internacional (artigo 88 do CPC) 
 Quando se propõe uma ação, primeiro ponto a ser analisado é se a mesma será 
proposta perante a Justiça Interna (nacional) ou externa (internacional). 
 
 No direito brasileiro, a competência internacional NÃO EXCLUI, necessariamente, a 
competência da autoridade brasileira, pelo que, a mesma ação poderá ser proposta 
tanto perante a justiça estrangeira, quanto perante a justiça brasileira, pois nesse caso 
o critério de COMPETÊNCIA CONCORRENTE. 
 
 Desta feita, a COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA BRASILEIRA É CONCORRENTE, NÃO 
EXCLUSIVA, PERMITINDO QUE AS PARTES TAMBÉM POSSAM PROPOR AÇÃO 
IDÊNTICA PERANTE A AUTORIDADE ESTRANGEIRA. 
 
 No Brasil, havendo propositura de causas idênticas (que são aquelas com mesmas 
partes, causa de pedir e pedido), uma delas será extinta sem apreciação do mérito, 
em face de LITISPENDÊNCIA, ficando a decisão aportada na decisão de mérito da ação 
que primeiro estava em andamento. 
 
 Tendo duas causas idênticas, mas tramitando uma na justiça brasileira e outra na 
justiça estrangeira, pelo critério da competência concorrente não haverá 
LITISPENDÊNCIA, NÃO EXTINGUINDO NENHUM DOS PROCESSOS SEM RESOLUÇÃO 
DO MÉRITO. 
 
 Para o direito brasileiro, as ações seguem normalmente e simultaneamente seu 
curso, e, aquela que primeiro alcançar a fase de execução da sentença, imporá o 
desprezo da outra para fins de execução. 
 
DADOS DOS TRIBUNAIS: Os Tribunais brasileiros vêm negando a competência da 
autoridade judiciária brasileira para dissolver p. ex. sociedade conjugal estabelecida no 
estrangeiro, tendo os consortes, fixado domicílio no Brasil. 
 As hipóteses fixadas nos incisos I e II do art. 88 do CPC, REFEREM-SE A COMPETÊNCIA 
PARA JULGAMENTO DE AÇÕES ONDE O RÉU É DOMICILIADO NO BRASIL QUALQUER 
QUE SEJA SUA NACIONALIDADE, OU QUE DIGAM RESPEITO A FATO OCORRIDO OU 
ATO PRATICADO NO BRASIL; 
LIÇÃO DE LUIZ FUX: “Nesses casos de competência concorrente, segundo o art. 90 
CPC, não há litispendência acaso aforadas ações iguais aqui e alhures, 
prevalecendo aquela cuja decisão transitar em julgado em primeiro lugar, 
devendo considerar-se esse termo em relação à decisão estrangeira após a 
homologação indiscutível perante o STF (artigos 483 e 484 do CPC)” (FUX, Luiz. 
Curso de direito processual civil, Rio de Janeiro: Forense, 2001, p.79) 
4. Competência Interna (artigo 89 do CPC) 
 Na competência interna temos os critérios de EXCLUSIVIDADE da autoridade 
judiciária brasileira, abarcando: Imóveis situados no Brasil; processamento de 
Inventário e Partilha de bens localizados no Brasil, ainda que o autor da herança seja 
estrangeiro e tenha residido fora do território nacional; 
 
 Nessa hipótese, se houverem ações idênticas dentro e fora do Brasil, em face da 
competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira, a sentença estrangeira que 
for proferida NÃO SERÁ EXECUTADA NO BRASIL (inciso I, do art. 5º, da Resolução n. 
09 do STJ); 
 
 Na competência interna vários juízes e tribunais se apresentam, em tese, 
competentes para o processamento e julgamento de ações, mas sabemos que na 
regra a competência é fixada por EXCLUSÃO, o que exigirá analisarmos cada caso 
concreto para direcioná-la. 
 
Ex: artigo 92 da CF que alinha órgãos do Poder Judiciário, já direcionando que cada 
uma terá competência própria. 
Art. 92, CF. São órgãos do Poder Judiciário: 
 
I - o Supremo Tribunal Federal; 
I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Superior Tribunal de Justiça; 
III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
VI - os Tribunais e Juízes Militares; 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e 
Territórios. 
 
5. Atuação do Supremo Tribunal Federal 
 
5.1. Composição 
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, 
escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta 
e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados 
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria 
absoluta do Senado Federal. 
5.2. Missão 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
 
 
5.3. Súmula Vinculante 
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, 
mediante decisão de DOIS TERÇOS DOS SEUS MEMBROS, após reiteradas 
decisões sobre matéria constitucional, APROVAR SÚMULA QUE, A PARTIR DE 
SUA PUBLICAÇÃO NA IMPRENSA OFICIAL, TERÁ EFEITO VINCULANTE EM 
RELAÇÃO AOS DEMAIS ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO E À 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA, NAS ESFERAS FEDERAL, 
ESTADUAL E MUNICIPAL, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, 
na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de 
normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos 
judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave 
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão 
idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 Além de guardião da Constituição Federal de 1.988, o Excelso Pretório exerce o controle 
concentrado de inconstitucionalidade nas normas jurídicas, sendo sua competênciaoriginária para julgamento das AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE e AÇÕES 
DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE, dentre outras competências fixadas no 
artigo 102 da CF/88. 
6. Atuação do Superior Tribunal de Justiça 
6.1. Composição 
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três 
Ministros. 
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão 
NOMEADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, dentre brasileiros com mais 
de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, DE NOTÁVEL SABER 
JURÍDICO E REPUTAÇÃO ILIBADA, depois de APROVADA A ESCOLHA PELA 
MAIORIA ABSOLUTA DO SENADO FEDERAL, sendo: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre 
desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice 
elaborada pelo próprio Tribunal; 
II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério 
Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, 
indicados na forma do art. 94. 
6.2. Competência e atuação 
* Dentro das regras de competência disposta no artigo 105 da CF/88, cabe no contexto geral ao STJ, 
interpretar e uniformizar o entendimento acerca da legislação infraconstitucional, no âmbito da Lei 
Federal. 
Art. 105, III, CF - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou 
última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro 
tribunal. 
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Obs: não se pode perder de vista que, o STJ é instância recursal Superior nas questões 
infraconstitucionais e, o STF nas questões constitucionais, ressalvado sempre, a competência originária 
destes Tribunais. 
7. Competência originária dos Tribunais 
a) Conceito: é a competência fixada na lei para determinado Tribunal. Por esta competência, o 
Tribunal não aprecia o processo como um órgão revisor (FUNÇÃO TÍPICA), revendo a decisão 
proferida pelo magistrado de 1º grau de Jurisdição (FUNÇÃO TÍPICA), pois aqui, o processo tem 
seu inicio pelo tribunal (que exercerá a FUNÇÃO TÍPICA), pois terá a obrigação de proferir a 
primeira decisão na forma de acórdão (artigo 163 do CPC), que poderá ser posteriormente 
revista por outro Tribunal de HIERARQUIA SUPERIOR. 
Ex: 
Mandado de Segurança contra ato de Juiz Federal – competência originária do TRF onde está 
vinculado o Juiz. 
Acórdão julgando o MS – Recurso para o órgão revisor – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
7.1. Competência originária do STF e STJ 
a) art. 102, I, CF (competência originária do STF); 
b) art. 105, I, CF (competência originária do STJ); 
c) art. 108, I, CF (competência originária dos TRF´s) 
 A competência originária dos Tribunais de Justiça dos Estados é disciplinada nas Constituições 
Estaduais, como p. ex. em regra geral: 
 Processar e julgar originariamente o Vice-Governador, os secretários de Estado, os 
Prefeitos, os Juízes Estaduais e membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de 
responsabilidade. 
Art. 125, CF. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta Constituição.

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