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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER MELISSA CRISTINA PEREIRA DIVERSIDADE CULTURAL – FASE II CURITIBA 2015 MELISSA CRISTINA PEREIRA DIVERSIDADE CULTURAL – FASE II Trabalho apresentado às disciplinas de Fundamentos Históricos da Educação Brasileira e Estudo das relações étnico-raciais para o ensino de História e cultura afro-brasileira e africana, no Curso de Licenciatura em Matemática, Turma 07/2015, 1º semestre, do Centro Universitário Internacional de Curitiba – UNINTER. Prof Maria Agueda Marques Staichok CURITIBA 2015 RESUMO Neste trabalho iremos discutir e comparar as principais leis elaboradas a partir do século XX que colaboraram para a formação do sistema educacional brasileiro como o conhecemos hoje. Abordaremos também como a diversidade cultural e principalmente as culturas indígena e africana contribuíram para formação da nossa sociedade. Veremos que tanto a educação escolar quanto a inclusão de afrodescendentes e indígenas na sociedade sempre foram assuntos à margem da prioridade. O sistema educacional Brasileiro somente vai ser alvo de estudos mais aprofundados a partir da década de 60, o que nos leva a poucos registros para análise, porém é de suma importância o estudo do conteúdo já reunido. Usaremos de livros, estudos publicados e internet para formular uma discussão dos fundamentos sobre os quais nosso sistema educacional está baseado e a importância de valorizarmos a diversidade cultural que forma nossa sociedade. O conteúdo do tópico três faz parte de uma aula expositiva, em anexo, que visará à compreensão da cultura afro-brasileira e indígena, assim como a busca pelo respeito e igualdade de direitos a todos sem distinção. RESUME In this paper we will discuss and compare the main laws enacted from the twentieth century that contributed to the formation of the Brazilian educational system as we know it today. Also discuss how cultural diversity and especially the indigenous and African cultures contributed to shaping our society. We will see that both the school education as the inclusion of African descent and indigenous issues in society have always been on the margins of priority. The Brazilian educational system will only be the subject of further study from the 60s, which brings us a few records for analysis, but it is very important to study the content ever assembled. We will use books, published studies and Internet to formulate a discussion of the foundations upon which our educational system is based and the importance of valuing cultural diversity that shape our society. The topic content is part three of a lecture, attached, that will aim to understand the african-Brazilian and indigenous culture, as well as the search for respect and equal rights to all without distinction. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1 2 PRINCIPAIS LEIS EDUCACIONAIS DO SÉCULO XX............................................2 2.1 Importância e eficácia............................................................................................3 2.2 Quadro comparativo das Leis................................................................................5 3 DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL – NEGROS E ÍNDIOS.............................6 3.1 Conceito de raça e etnia........................................................................................6 3.2 Inclusão e igualdade de direitos............................................................................7 4 CONCLUSÃO.........................................................................................................10 REFERÊNCIAS.........................................................................................................11 ANEXO......................................................................................................................12 1 INTRODUÇÃO A educação no Brasil, desde a época do Brasil colônia, sempre esteve à margem das prioridades de seus governantes. A partir do século XX algumas medidas para tornar a educação escolar ampla e acessível foram tomadas, mas apesar de importantes para um avanço na forma e financiamento das instituições algumas ainda deixavam vaga à responsabilidade pela educação, faltando também um investimento e incentivo a formação de profissionais para atuar nas instituições. Algumas leis foram criadas com claro intuito de manipular a educação como interesse da força governante na época, usando assim do sistema, que deveria criar cidadãos com conhecimento suficiente para desenvolver opiniões e questionamentos autênticos, para inculcar preceitos que reforçariam o poder dos então dirigentes do país. Quatro importantes leis levaram à forma de ensino como vemos hoje, são elas: Lei 4.024/1961, Lei 5.540/1968, Lei 5.692/1971 e Lei 9.394/1996. Essas leis apesar de terem sofrido a influência política da época em que foram criadas, nos mostram avanços significativos na educação brasileira e que é possível mesmo que lentamente conseguir melhoras para educação no país. O desenvolvimento na educação e sociedade brasileira contou com a diversidade cultural de seus habitantes. O Brasil desde colônia sempre foi uma nação de população híbrida, as diversas formas de cultura formaram um país rico em sua culinária, linguagem, dança, canto entre tantos outros aspetos trazidos de imigrantes, colonizadores e já habitantes. Apesar da triste história de atrocidades imprimidas a negros e índios, estes ajudaram a formar a nossa sociedade com importantes contribuições culturais. Hoje temos uma identidade cultural própria, feita da mistura de povos que aqui construíram suas vidas e deixaram marcas extremamente significativas para seus descendentes. O estudo do desenvolvimento da educação no Brasil e a contribuição principalmente de negros e índios nesse processo se faz importante para uma visão de respeito pela diversidade e uma busca constante de melhoramento nos métodos de ensino. A seguir iremos nos aprofundar nessa discussão tendo por base textos de estudiosos e historiadores, contando também com uma visão mais simplificada no quadro comparativo das leis. 2 PRINCIPAIS LEIS EDUCACIONAIS DO SÉCULO XX O Sistema Nacional de Educação como temos hoje é o resultado de vários esforços de unificação e de várias mudanças e adaptações de currículos escolares. Vamos estudar quatro importantes leis que nos mostram essas variações e tentativas: -Lei 4.020/1961, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, englobou todos os graus e modalidades de ensino. Incentivou um ensino mais flexível e inovou o Ensino Médio e Superior, no intuito de tornar a educação mais acessível. -Lei 5.540/1968, a Reforma do Ensino Superior, determinou normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com o ensino médio. -Lei 5.692/1971, fixou diretrizes e bases para o ensino de 1º e 2º graus, unificando o primário e ginásio em 1º grau e tornando obrigatório o ensino técnico no 2º grau. -Lei 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, unificou o currículo escolar nacional com a ressalva de que além das matérias obrigatórias poderia se inserir na grade matérias o conteúdo de acordo com a cultura da região, nos ensinos fundamentale médio. A nova denominação dos níveis escolares passa a ser Educação básica (desde a educação infantil até o antigo 1º grau), Ensino Médio (antigo 2º) e Ensino Superior, neste último o vestibular deixa de ser a única forma de ingresso. Estes são os principais caminhos pelos quais a educação brasileira passou até chegar ao modelo de ensino que temos atualmente, é importante o estudo de cada uma em seu contexto político e social para que possamos compreender as decisões tomadas e conhecendo o que e como foi feito, possamos ajudar a construir um sistema educacional cada vez mais acessível e eficaz. 3 IMPORTÂNCIA E EFICÁCIA Ao estudarmos as principais leis que regeram a educação no Brasil a partir do século XX é de suma importância observar o contexto em que foram elaboradas, pois falar sobre importância e eficácia nos requer conhecimento das necessidades da época. Após a deposição de Getúlio Vargas da presidência da República em 1946 o Brasil vive uma época em que o sentimento de democracia aflorava no povo, a industrialização crescia no país o que levou a uma demanda de pessoas com nível técnico de conhecimento. Em 1961, após 13 anos de discussões entre liberais e conservadores, a Lei 4020/1961 ou somente LDB/61 foi aprovada e trouxe consigo importantes mudanças para a educação como: obrigatoriedade do ensino primário a partir dos 7 anos, integração entre escola e comunidade, possibilitou o acesso ao ensino superior de egressos do ensino técnico e instituiu metas para matrículas em todos os níveis. Apesar de o número de alfabetizados aumentar consideravelmente, a demora na aprovação da lei deixou alguns pontos desatualizados e logo após sua aprovação outras leis foram elaboradas para se adaptar ao Regime Militar que comandava o país, pois este tinha a necessidade de um povo obediente e não contestador. Em resposta aos movimentos estudantis da época foi aprovada a Lei 5.540/1968, a Reforma Universitária, que instituiu o vestibular como forma de ingresso, a matrícula por disciplina e o regime de créditos, onde os alunos se matriculavam em cada disciplina compondo o currículo conforme pré-requisitos estabelecidos. Organizou as instituições por departamento o que eliminou a duplicidade de trabalho, aumentando a produtividade de recursos materiais e humanos. A esta altura com todo desenvolvimento crescente no país a demanda por pessoas com melhor preparo educacional voltado para profissionalização era evidente e atualizações no sistema de ensino eram necessárias, neste contexto foi aprovada a Lei 5.692/1971 que instalou a obrigatoriedade do ensino profissionalizante no segundo grau, formando assim pessoas que atendiam a demanda por mão de obra mais qualificada. A grade curricular foi modificada, como por exemplo a matéria de Organização Social e Política Brasileira (OSPB) foi inserida na grade, com o intuito claro de direcionamento do pensamento da 4 população para ideais militares que governavam o país. Quanto à obrigatoriedade do ensino profissionalizante, e apesar deste preparar a população para o mercado de trabalho, para que esta modalidade de ensino fosse possível algumas matérias importantes da grade curricular como geografia e história tiveram seus conteúdos diminuídos para adaptação a nova grade contendo matérias específicas de preparo profissionalizante, prejudicando assim estudantes que viriam a prestar vestibular onde essas matérias eram cobradas com maior conteúdo, desta deficiência de conhecimento surgiram vários cursos pré-vestibulares que supriam a necessidade de estudos mais aprofundados das matérias básicas. O Sistema de Educação como temos atualmente está fundamentado na Lei 9.394/1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta regulamenta o ensino em todos os seus níveis seja ele público ou privado, reafirma o direito á educação e unifica o ensino em todo território nacional. Uma importante medida desta lei é deixar clara a responsabilidade por cada nível de ensino, o que possibilita uma melhor fiscalização e cobrança por resultados e melhorias. A autonomia pedagógica foi também um dos pontos principais desta lei, pois o profissional tem maior flexibilidade para de acordo com seus recursos e conhecimento da população de determinada região contribuir para que a aprendizagem seja interessante e plena, com a participação ativa da sociedade e dos alunos, o que só é possível pelo contexto político no momento. Todos estes esforços para melhorar a educação foram importantes na formação do sistema educacional que temos hoje, apesar de influências políticas de cada época, vemos que de alguma forma em cada lei houve uma preocupação de inclusão e crescimento da população alfabetizada e melhor preparada. Estamos longe do ideal, porém este estudo nos dá conhecimento para tomada de decisões mais acertadas no futuro. 5 QUADRO COMPARATIVO DAS LEIS 6 DIVERSIDADE CULTURAL NO BRASIL - NEGROS E ÍNDIOS RAÇA E ETNIA O estudo sobre diferenças de raça é um campo muito sensível e complicado de discussão, pois essa diferenciação foi utilizada para subjulgar negros e índios considerados menos capazes apenas porque tinham características físicas e culturais diferentes dos então considerados povos civilizados. No século XIX no Brasil surgiram estudos de pensadores como Silvio Romero e Nina Rodrigues, que consideravam que negros e índios eram inferiores e biologicamente defeituosos, para eles a miscigenação dos povos era algo inaceitável, pois faria do Brasil um país com uma população inferior. O conceito de raça trás as características morfológicas como textura do cabelo, tom de pele, formato do nariz entre outras. Porém a essas diferenças eram somadas características morais, psicológicas e intelectuais que, supostamente definiam o potencial de cada indivíduo pertencente à determinada raça. Desenvolveu-se então o conceito de etnia que está ligado a um agrupamento de laços culturais, este conceito tem mais aceitação, pois apesar de diferenciar agrupamentos de pessoas, não julga que essas diferenças fazem deste ou daquele inferior. O Brasil é um país com inúmeras etnias, um povo híbrido na sua maioria com características das mais variadas. Para Gilberto Freyre a miscigenação é algo positivo e promoveria a democratização racial, pois um país com grande parte da população mestiça não teria preconceito. Porém, apesar de sermos uma mistura de raças ou etnias, o preconceito racial sempre esteve presente em nossa sociedade. É interessante como esse pensamento racista ultrapassa gerações mesmo hoje quando a ciência nos mostra que características psicológicas e intelectuais não estão ligadas as diferenças físicas de cada indivíduo. 7 INCLUSÃO E IGUALDADE DE DIREITOS O debate sobre igualdade racial é importante para que todos tenham a compreensão de que diferenças tanto físicas quanto culturais não são parâmetros de importância na sociedade. Os esforços pela inclusão de negros e índios, como indivíduos com igualdade de direitos e deveres, tem crescido a cada dia. Iniciativas como cotas e a valorização da cultura afrodescendente e indígena, visam tanto dar oportunidade a quem ficou excluído de certo meio social, quanto reforçar a cultura e beleza destes povos. A valorização e aceitação das diferenças físicas e culturais tem sua importância não somente aos considerados brancos, mas principalmente para negros e índios. O fato histórico de subjulgo e humilhações acabou por formar nos próprios indivíduos uma resistência a igualdade e um sentimento de inferiorização que muitas vezesos impedem de lutar por seus direitos. No Brasil a contribuição cultural de negros e índios forma nossa identidade. A culinária, a música, o idioma, entre tantas outras nos tornam um país de uma diversidade extremamente rica. Somos um país com uma cultura híbrida, formada por culturas europeias, asiáticas, africanas e das Américas, todos estes povos contribuíram de alguma forma para nossa identidade social e cultural, portanto os direitos e deveres devem ser compartilhados de igual forma. Nenhum indivíduo deve ter privilégios por causa da cor da pele ou qualquer característica física, acredito que quando o parâmetro para acessibilidade ou benefícios deixar de ser as características morfológicas do indivíduo, poderemos estar mais perto de uma sociedade com democracia racial. Este assunto é delicado, pois a questão racial se tornou tão sensível que alguns se aproveitam disto para benefício próprio ou incitar a violência. Dos dois lados há uma tensão quanto à forma de inclusão e igualdade, pois muito se fala em compensação a estes povos que foram no passado subjulgados, se fala até mesmo em uma dívida. Porém quem é o detentor dessa dívida? Alguns têm que pagar pelo erro que seus antepassados? É correto negros e índios obterem privilégios apenas pela cor de sua pele? Essas são questões que apesar de terem um fundo de busca pela inclusão e igualdade, muitas vezes tem o efeito contrário. A seguir temos um quadro comparativo com argumentos favoráveis e contrários ao sistema de cotas: 8 Argumentos Favoráveis Argumentos Contrários Existência de dívida histórica dos grupos dominantes com relação aos afro- descendentes pretos e pardos Gerações que não são responsáveis por essa dívida histórica pagarão o “preço” dela A política de cotas é uma estratégia de ação afirmativa, ou de discriminação positiva. Não se pode tratar igualmente quem está em condição desfavorável, pois isso, sim, seria injusto e discriminatório Trata-se de uma iniciativa discriminatória, aumentando a resistência aos afro- descendentes pretos e pardos no trabalho e na sociedade Cotas são uma estratégia para levar trabalho e renda a grupos desfavorecidos. Reformar a escola pública, elevando sua qualidade vai demorar muito tempo e exigir muito investimento Melhor estratégia de inclusão social não é gerar trabalho e renda diretamente, mas investir em educação de qualidade para os afro-descendentes pretos e pardos A maioria dos pobres no Brasil são afro- descendentes pretos e pardos. A exclusão das organizações brasileiras é principalmente um problema de discriminação étnica, sobretudo em cargos de gerência e de grande exposição/visibilidade do ocupante na mídia Cotas, se adotadas, devem contemplar não apenas os afro-descendentes pretos e pardos, mas as pessoas de baixa renda. A exclusão nas organizações brasileiras não se deve a preconceito étnico, mas por condição de renda Contato cotidiano dos afro-descendentes pretos e pardos com outras etnias nas organizações derrubará gradativamente o preconceito étnico Organizações adotarão políticas de cotas por imposição legal, sem terem a vocação e o compromisso efetivo com a mudança da cultura organizacional A definição de etnia no Brasil não se dá por dados biológicos, mas pela cor da pele. A discriminação étnica no país não é um fenômeno biológico, mas político Impossibilidade de se definir quem é ou não afrodescendente no Brasil, devido a miscigenação das etnias Fonte:http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0404_1331.pdf Muito se é discutido sobre todo mal que negros e índios sofreram, as consequências de anos de subjulgo trazem marcas a seus descendentes, porém se 9 continuarmos a tratá-los de forma distinta e facilitando acesso a algo que na verdade eles tem direito, estaremos confirmando o pensamento que esses indivíduos não tem capacidade própria, quando deveríamos reforçar exatamente o contrário. Para se criar uma sociedade igualitária para todos, a de se tratar a todos como iguais. Isso parece óbvio, mas na prática as maneiras equivocadas de se construir esta sociedade nos torna uma nação que compensa alguns pelo erro do passado e não toma medidas eficazes para que a herança desse erro, que é o preconceito, deixe de existir. O preconceito contra negros e índios é um pensamento que passa de pai para filho, é algo psicológico, não há compensação material para isso. A de se criar um esclarecimento real do que aconteceu no passado, de negros e brancos subjulgando negros, e que isso é inaceitável, não deve existir, e não há compensação para o que esses povos viveram. Agora somos todos descendentes tanto de negros, índios e brancos, então não há divida, assim como não há mérito ou demérito por causa das diferenças físicas ou culturais. O sentimento deve ser de orgulho, pois apesar de tudo o que o passado nos mostra, temos uma identidade única, com uma das maiores diversidades do mundo. Os esforços devem ser no sentido de que raça, etnia, gênero ou qualquer diferença cultural ou física seja algo que nos orgulhe e não uma discussão de divisão ou valor. As diferenças físicas e culturais existem, mas jamais devem nortear o comportamento dos indivíduos, muito menos classificá-los em melhor ou pior, mas apenas como algo que vem agregar valor. 10 CONCLUSÃO O estudo e discussão da educação no Brasil e a inclusão racial de índios e negros, mostra que muito ainda deve ser modificado. O Sistema de Educação precisa de investimentos sólidos em melhorias e a continuidade do que está dando certo, para tanto a iniciativa de aperfeiçoamento da educação deve estar acima de influências políticas. O intuito precisa ser de formar cidadãos, não só preparados para o que o mercado de trabalho necessita em determinado momento e muito menos para disseminar uma ideologia para reforçar o poder do governante em exercício, mas ao contrário disso o cidadão deve ser preparado para, através do conhecimento real do passado, poder ter uma base sólida para tomada de decisões. Um cidadão com uma base educacional estruturada e com esclarecimento real dos fatos do passado terá plena condição de construir um país desenvolvido socialmente e não terá que passar a vida tentando entender porque a cor da pele ou outras características físicas fazem deste ou daquele melhor ou pior. Passam-se anos dizendo que uma reforma total na educação e uma conscientização racial e social é algo difícil e demorado, mas pouco se vê para que esse processo seja acelerado, cada governo com sua forma de administrar tende a mudar todo o sistema, encerrando assim até mesmo as boas iniciativas do anterior. É um processo regresso e contínuo que só irá mudar quando os cidadãos forem mais importantes que o alcance do poder para alguns, e também quando os indivíduos perceberem que além das iniciativas políticas a mudança deve acontecer em cada um, uma mudança de pensamento e respeito por si próprio e pelos outros. REFERÊNCIAS Livros CARVALHO,A.P.C.;SALAINI,C.J.;ALLEBRAND,D.;MEINERZ,N.E.;WEISHEIMER,N. Desigualdades de Gênero, Raça e Etnia. Curitiba: Ed.Intersaberes, 2013. GONÇALVES, N. G. Constituição histórica da educação no Brasil. Curitiba: IBPEX, 2011. Internet GUIMARÃES, A. S. A. Raça e o Estudo de Relações Raciais no Brasil.1999. Disponível em: http://novosestudos.org.br/v1/files/uploads/contents/88/20080627_raca_e_os_estudos.pdf HUSC, Mãe África: verdades inconvenientes sobre a escravidão. 2010 Disponível em: http://www.blogdoambientalismo.com/mae-africa-verdades-inconvenientes-sobre-a- escravidao/NOVELLO, S. M. F. Escola Inclusiva: Uma perspectiva de alcance para os PNEES. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: http://www.avm.edu.br/monopdf/8/SANDRA%20MARIA%20FARIA%20NOVELLO.pdf RAMAL, A.C. A nova LDB: destaques, avanços e problemas. Salvador: Revista de Educação CEAP, ano 5, no. 17, junho de 1997, p. 05 - 21. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAenZQAG/ldb-9394-96 SANTOS, D. J. S.; PALOMARES, N. B.; NORMANDO, D.; QUINTÃO, C. C. A. Raça versus Etnia: diferenciar para melhor aplicar. São Paulo, 2009.(pág. 121-124) Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/dpjo/v15n3/15.pdf TABELA: http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0404_1331.pdf 12 ANEXO SLIDES BASE PARA AULA SOBRE DIVERSIDADE CULTURAL E RACIAL, DESTINADA A 8º SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL COM 20 MINUTOS DE DURAÇÃO. cOM O OBJETIVO DE AUXILIAR NO ENSINO DA IGUALDADE ENTRE OS INDIVÍDUOS INDEPENDENTE DE COR, RAÇA OU ETNIA. Centro Universitário Internacional – UNINTER MELISSA CRISTINA PEREIRA Curso Licenciatura em Matemática - 2015 13 Tópicos: Racismo - Conceito de Raça e Etnia Inclusão Racial Valorização da Herança Cultural Conclusão CONCEITO DE RAÇA E ETNIA Raça – diferencia grupos de indivíduos pelas características morfológicas como textura do cabelo, tom de pele, formato do nariz entre outras. Porém a essas diferenças eram somadas características morais, psicológicas e intelectuais que, supostamente definiam o potencial de cada indivíduo pertencente a determinada raça. Silvio Romero e Nina Rodrigues - consideravam que negros e índios eram inferiores e biologicamente defeituosos, para eles a miscigenação dos povos era algo inaceitável, pois faria do Brasil um país com uma população inferior. 14 Etnia - que está ligado a um agrupamento de laços culturais, refletidos principalmente na língua, religião e maneira de agir. Este conceito tem mais aceitação porque, apesar de diferenciar agrupamentos de pessoas, não julga que essas diferenças fazem deste ou daquele inferior. Gilberto Freyre - a miscigenação é algo positivo e promoveria a democratização racial, pois um país com grande parte da população mestiça não teria preconceito. Porém, apesar de sermos uma mistura de raças ou etnias, o preconceito racial sempre esteve presente em nossa sociedade. 15 INCLUSÃO RACIAL O debate sobre igualdade racial é importante para que todos tenham a compreensão de que diferenças tanto físicas quanto culturais não são parâmetros de importância na sociedade. Os esforços pela inclusão de negros e índios, como indivíduos com igualdade de direitos e deveres, tem crescido a cada dia. Iniciativas como cotas e a valorização da cultura afrodescendente e indígena, visam tanto dar oportunidade a quem ficou excluído de certo meio social, quanto reforçar a cultura e beleza destes povos. Argumentos Favoráveis Argumentos Contrários Existência de dívida histórica dos grupos dominantes com relação aos afro- descendentes pretos e pardos Gerações que não são responsáveis por essa dívida histórica pagarão o “preço” dela A política de cotas é uma estratégia de ação afirmativa, ou de discriminação positiva. Não se pode tratar igualmente quem está em condição desfavorável, pois isso, sim, seria injusto e discriminatório Trata-se de uma iniciativa discriminatória, aumentando a resistência aos afro- descendentes pretos e pardos no trabalho e na sociedade Cotas são uma estratégia para levar trabalho e renda a grupos desfavorecidos. Reformar a escola pública, elevando sua qualidade vai demorar muito tempo e exigir muito investimento Melhor estratégia de inclusão social não é gerar trabalho e renda diretamente, mas investir em educação de qualidade para os afro-descendentes pretos e pardos A maioria dos pobres no Brasil são afro- descendentes pretos e pardos. A exclusão das organizações brasileiras é principalmente um problema de discriminação étnica, sobretudo em cargos de gerência e de grande exposição/visibilidade do ocupante na mídia Cotas, se adotadas, devem contemplar não apenas os afro-descendentes pretos e pardos, mas as pessoas de baixa renda. A exclusão nas organizações brasileiras não se deve a preconceito étnico, mas por condição de renda Contato cotidiano dos afro-descendentes pretos e pardos com outras etnias nas organizações derrubará gradativamente o preconceito étnico Organizações adotarão políticas de cotas por imposição legal, sem terem a vocação e o compromisso efetivo com a mudança da cultura organizacional A definição de etnia no Brasil não se dá por dados biológicos, mas pela cor da pele. A discriminação étnica no país não é um fenômeno biológico, mas político Impossibilidade de se definir quem é ou não afrodescendente no Brasil, devido a miscigenação das etnias Fonte:http://www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2004_Enegep0404_1331.pdf 16 Herança cultural Cultura Afro-brasileira – é o conjunto de manifestações culturais que sofreram influência africana. Ex: Culinária (culinária baiana), música (samba,maxixe), religião (Candomblé),... Cultura Indígena - é o conjunto de manifestações culturais que sofreram influência indígena. Ex: Culinária (mandioca e derivados, alimentação com peixes e pratos derivados da caça), hábito de andar descalço, uso de redes para descansar, cura á base de plantas, língua portuguesa (abacaxi, caju, mandioca, tatu, Ibirapuera, Tietê),... 17 CONCLUSÃO Somos uma mistura de portugueses, italianos, alemães, índios, africanos, e tantos outros. Os esforços devem ser no sentido de que raça, etnia, gênero ou qualquer diferença cultural ou física seja algo que nos orgulhe e não uma discussão de divisão ou valor. As diferenças físicas existem, mas jamais devem nortear o comportamento dos indivíduos, muito menos classificá-los em melhor ou pior, mas apenas como algo que vem agregar valor.
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