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Síndromes Pulmonares 1 🫁 Síndromes Pulmonares Date Status Sintomas e sinais respiratórios Primárias Tosse Expectoração Hemoptiase Sibilância Dor torácica Dispneia Cianose Secundárias Sintomas constitucionais Manifestações mediastinais Manifestações extratorácicas 🫁 Sintomas e sinais respiratórios Exame físico normal Inspeção → Estática: Tórax de forma normal Sem alterações de partes moles e ósseas Sem abaulamentos e retrações → Dinâmica: FR = 16rpm Ritmo regular e sincrônico Com movimentos abdominais Expansibilidade preservada e simétrica Ausências de retrações Palpação Sensibilidade conservada Ausência de contratura ou atrofia musculares Ausência de enfisema subcutâneo e calos ósseos Expansibilidade conservada e simétrica FTV normodistribuido Ausência de frêmitos brônquicos e pleurais Percussão Som claro pulmonar e simétrico Submacicez hepática a partir do 5º EIC direito Mobilidade dos limites pulmonares e preservada Ausculta MV presente e normodistribuido Ausência de ruídos adventícios Ausculta da voz normal � Síndromes → Conjunto sistematizado → Sinais e sintomas → Alterações anatomopatológica específica → Causas e etiologia variáveis → Condições no parênquima pulmonar a serem detectadas ao exame físico: dano parenquimatoso ou da parede torácica https://www.notion.so/Sintomas-e-sinais-respirat-rios-9f352d2136fc4c7b8c53f80c60c966e9 Síndromes Pulmonares 2 Grandes síndromes pulmonares 1. Vias aéreas/brônquicas a. Hiperinsuflação i. DPOC → Bronquite crônica e Enfisema pulmonar ii. Asma iii. Bronquiectasias iv. Bronquite aguda 2. Parênquima a. Condensação b. Atelectasia c. Fibroatelectasia d. Doença pulmonar intersticial 3. Pleura a. Síndrome de Barreira i. Derrame pleural ii. Pneumotórax Hiperinsuflação (crônica ou recorrente) 1. DPOC 2. Asma brônquica Configuração do tórax. A. Normal. B. Em tonel (enfisema). C. Tórax infundibuliforme (pectus excavatum). D. Tórax cariniforme (pectus carinatum). E. Escoliose. F. Cifose. G. Gibosidade. Síndromes Pulmonares 3 3. Bronquiectasias 4. Bronquite aguda → Em todas essas doenças observa-se redução do calibre dos brônquios devido a edema de mucosa e aumento do tônus broncomotor → Sintomas comuns: Dispnéia Sensação de constrição ou aperto Dor torácica difusa Sibilância Tosse com ou sem expectoração Exame físico comum: → Inspeção: Taquipneia, redução da expansibilidade e tiragem → Palpação: FTV normal ou diminuído → Percussão: som claro pulmonar ou hipersonoridade → Ausculta: diminuição do MV com expiração prolongada, sibilos predominantes na expiração, pode have roncos e esternores grossos � Sintomas que mais levam o paciente a procurar o médico: DPOC: faltar de ar progressiva Asma: crises de falta de ar intercaladas Bronquiectasia: tosse crônca e excreção presistente purulenta e amarelada DPOC Representadas por duas principais condições: 1. Bronquite crônica 2. Enfisema pulmonar → Diminuição do fluxo aéreo → A bronquioconstrição e o edema são decorrente de resposta inflamatória anormal dos brônquios à inalação de partículas ou gases tóxicos DPOC misto → manifestações de bronquite crônica e enfisema Exame Físico de um DPOC: → Inspeção: tórax globoso → Palpação: expansibilidade reduzida e FTV diminuida simetricamente → Percussão: hipersonoridade → Ausculta: diminuição do MV simetricamente Síndromes Pulmonares 4 → Pistas para considerar o diagnóstico DPOC: 1. Dispnéia: a. Progressiva b. Piora com o esforço físico c. Persistente 2. Tosse crônica: pode ser intermitente e produtiva ou não 3. Produção de expectoração: em clara de ovo espumosa 4. História de exposição a fatores de risco: a. Tabagismo b. Biomassa c. Poeira ocupacional 5. História familiar: desbalanço entre proteases e antiproteases Bronquite crônica → Caracterizada por excessiva secreção de muco limitando o fluxo aéreo No exame físico: → Inspeção: tosse com expectoração mucopurulenta de pequeno volume → Palpação: redução bilateral da expansibilidade e FTV normal ou reduzido → Percussão: hipersonoridade → Ausculta: MV dimiuido e estertores grossos em ambos os hemitórax, roncos e sibilos são frequentes Caracteriza-se por: Hipertrofia da camanda muscular Fibrose das vias aéreas Aumento das glândulas mucosas e da produção de muco Acumulo do muco na parede das vias → “plugs intraluminais” Estreitamento e inflamação do lumen, dificultando o trânsito da via aérea Aumento da resistência das vias aéreas Enfisema pulmonar → Caracterizada pelo aumento anormal dos espaços aéreos distais ao bronquíolo terminal limitando o fluxo aéreo Destruição do parênquima e parede alveolares Perda de traves alveolares Redução da tração elástica Manifestação clínica mais importante é a dispneia, que se agrava lentamente Na fase final surgem manifestações de insuficiência respiratória Exame físico: → Inspeção: tórax em tonel nos casos avançados → Palpação: expansibilidade diminuída, FTV diminuído → Percussão: hipersonoridade à medida que a enfermidade se agrava → Ausculta: MV diminuído, fase expiratória prolongada Síndromes Pulmonares 5 Colabamento das vias aéreas pela destruição das estruturas das fibras elásticas, as traves elásticas (que acoram as vias) → Percebe-se maiores alterações na EXPIRAÇÃO ao exame físico, porque a pressão intratorácica é maior Asma brônquica → A bronconcontrição e o edema são decorrentes de inflamação brônquica de origem alérgica → Pistas para o diagnóstico de asma: 1. Dispneia a. Intermitente/variável b. Piora com o esforço físico c. Exposição à alérgenos d. Pior à noite e primeiras horas da manhã 2. Tosse seca 3. Sibilância, roncos e/ou estertores grossos 4. Estigmas de atropia: pele, rinite e conjuntivite 5. História familiar positiva Pode haver aumento da FR e até redução bilateral da expansibilidade houver hiperinsuflação Em casos de hiperinsuflação ocorrerá redução do FTV e do MV bilateralmente Síndromes Pulmonares 6 Diagnóstico diferencial de DPOC x ASMA DPOC ASMA Idade > 40 anos Idades mais baixas Tabagismo Fumantes e ex-fumantes Sem correlação direta Dispnéia Progressiva, esforços Episódicas, crises, exposição a alérgeno Tosse Matinal e produtiva Seca e à noite Sinais atopia Ausente Presente com frequência Respostas BD e CE Variável Presente 📌 BD: bronquiodilatador CE: corticoide Bronquiectasias → Dilatação irreversível dos brônquios em conquência de destruição de componentes da parede destes ductos → A bronquioconstrição e o edema são decorrente do infiltrado inflamatório nas vias respiratórias de pequeno e médio calibre → Pistas para o disgnótico de bronquiectasias: Tosse crônica produtiva persistente Expectoração mucopurulenta abundante Hemoptises Bronquiectasias abundantes: Exame físico: → Aumenta da FR → Palpação: redução do FTV, redução da expansibilidade uni ou bilateral → Percussão: hiperssonoridade → Ausculta: redução do MV, estertores grossos, sibilos e roncos → Nas bronquiectasias basais extensas, observa-se redução da expansibilidade e submacicez nestes locais Outrso sinais: Sintomas de obstrução tardios: sibilos, dispneia História de infecções prévias: sarampo, coqueluche e tuberculose Doenças sistêmicas: fibrose cística, hipo/agamaglobulinas, colagenoses Baqueteamento digital Bronquite aguda → Comprometimento das vias respiratórias desde a faringe → Mais comum no inverno e muitas vezes é causada pelos mesmos vírus dos resfriados → Geralmente dura de alguns dias a poucas semanas, enquanto a bronquite crônica dura meses ou anos Exame físico: → Inspeção: dispneia, tórax em posição de inspiração profunda e tiragem → Palpação: FTV normal ou diminuído → Percussão: normal ou hipersonoridade Síndromes Pulmonares 7 → Etiologia: viral (mais comum) ou bacteriana Sintomas: Febre e cefaleia Dispneia Desconforto retroesternal Rouquidão Tosse seca, seguida de alguns dias de expectoração mucosa e mucopurulenta, se houve infecção bacterianasecundária Condições associadas → coriza, obstrução nasal, odinofagia, cefaléia e febre → Ausculta: diminuição do MV com expiração prolongada, sibilos predominantemente expiratórios em ambos os campos pulmonares. Pode haver roncos e estertores grossos Síndromes de parênquima 1. Consolidação a. Pneumonias b. Infarto pulmonar c. Tuberculose 2. Atelectasia a. Neoplasias b. Corpos estranhos 3. Doenças pulmonares intersticiais (Hiperareração) a. Enfisema pulmonar Outras: congestação passsiva dos pulmões e escavação ou caverna pulmonar → Aguda com sintomas sistêmicos Pneumonia → Crônica com sintomas sistêmicos Tuberculose Micoses pulmonares Atelectasias → Aguda/crônicas com ou sem sintomas sisitêmicos Doenças pulmonares intersticiais Atelectasias Neoplasias Consolidação pulmonar → Alteração patológica no conteúdo alveolar, como exsudado, fibrina, sangue etc… que ocupam os espaços alveolares Principais manifestações clínicas: Dispneia e tosse, que pode ser produtiva ou seca; Quando há expectoração é comum achado de sangue Sensação de desconforto retroesternal Quando há comprometimento da pleura, surge dor localizada em um dos hemitórax com as características de dor pleurítica Síndromes Pulmonares 8 Ao exame físico: → Inspeção: forma normal → Palpação: expansibilidade ↓ FTV aumentado no local afetado → Percussão: macicez ou submacicez no local afetado → Ausculta: MV ausente, presença de respiração brônquica, estertores descontínuos, respiração broncovesicular → Ausculta da voz: broncofonia ou egofonia, pectorilóquia Pneumonias → Quadro clínico que mais causa condensação pulmonar Cinco critérios disgnósticos: i. Sintomas de doenças aguda do trato respiratório inferior (tosse, expectoração, dispneia ou dor torácica) ii. Achados focais no exame do tórax iii. Achados sistêmico (confusão, cefaleia, sudorese, calafrios, mialgias, TAX ≥ 37,8°C ) iv. Infiltrado radiológico recente v. Exclusão de outras causas Tuberculose Evolução subaguda/crônica Febre vespertina Sudorese noturna Emagrecimento/inapetência Tosse seca, produtiva, hemoptise Estertores descontínuos em ápices Respiração broncovesicuar em cavidades Atelectasia → Desaparecimento de ar dos alvéolos sem que o espaço alveolar seja ocupado por células ou exsudatos → Aguda ou crônica Causas: No exame físico: → Inspeção: retração do hemitórax e tiragem → Palpação: Traqueia desviada para o lado de maior pulsão Síndromes Pulmonares 9 Obstrutitva (neoplasias e corpos estranhos) Se a oclusão situar-se em um brônquio principal, ocorre atelectasia do pulmão inteiro; se estiver em brônquios lobares ou segmentar, a atelectasia fica restrita a um lobo ou a um segmento pulmonar Não obstrutiva (passiva, neonato prematuro com falta de surfactante - colabamento, fibroatelectasia da tuberculose - cicatricial) Manifestações clínicas: Dispneia Tosse seca Sinais radiográficas Deslocamento das cissuras para a área do colapso Elevação do hemidiafragma do lado afetado Redução dos espaços intercostais Hiperexpansão vicariante do pulmão ou lobo não afetado Expansibilidade ↓ nas áreas das lesões FTV ↓ ou ausente nas áreas das lesões → Percussão: maciça ou sub-maciça nas áreas das lesões → Ausculta: som bronquiovesicular e ressonância vocal ↓ ou ausente nas áreas da lesão Doença pulmonar intersticial → Resultam em acúmulo anormal de células inflamatórias no tecido pulmonar → Na doença pulmonar intersticial há diminuição do volume pulmonar, enquanto na DPCO há hiperinsuflação Manifestações clínicas: Dispnéia Tosse seca Curso: agudo → crônico → recorrente No Exame Físico: → Inspeção: forma normal → Palpação: expansibilidade ↓ simetricamente (respiração superficial e curto), FTV normodistribuido → Percussão: som claro pulmonar → Ausculta: MV normal ou ↓, crepitações finais (velcro) disseminadas Síndromes Pulmonares 10 → Importante caracterizar a história ocupacional e a exposição ambiental, como trabalhadores com exposição de amianto, jato de aérea, construção civil, limpeza de caixa dàgua, construção de estradas, contato com aves etc… → Avaliar a exposição a medicações e drogas como: amiodarona, nitrofurantoína, minociclina, alguns quimioterápicos, cocaína, crack etc… DPPD → Doenças Pulmonares Parenquimatosas Difusas → Resultam de danos nas células que rodeiam os alvéolos (sacos de ar), o que leva a inflamação alargada e a formação de cicatrização fibrótica nos pulmões → Associados a colagenoses: Rigidez matinal prolongada Edema articular Fenômeno de Raynaud Fotossenssibilidade Rash facial Olhos e boca seca Úlceras orais/genitais Edema mãos e braços Engrossamento da pele Ulcerações nos dedos Disfagia/pirose Dificuldade para: levantar da cadeira, subir escadas, pentear os cabelos 📌 Colagenoses ou doenças reumatológicas são um grupo de doenças autoimunes caracterizadas por processos inflamatórios e degenerativos que atacam o tecido conjuntivo do corpo. Esse tecido é constituído de fibras, como o colágeno, e, por isso, a colagenose também é chamada de “doença do colágeno” Síndromes Pleurais Síndrome de Barreira: 1. Pleurite 2. Derrame pleural → Envolvimento subaguda/crônica 3. Pneumotórax → Envolvimento aguda Pleurite → Inflamação dos folhetos pleurais e caracterizada pela presença do atrito pleural → Pode ocorrer em várias entidade clínicas, destacando-se a tuberculose, as pneumonias, a moléstia reumática e outras colagenoses, viroses e as neoplasias da pleura e pulmão Sintomas: → À medida que evolui existe produção de líquido que acumula no espaço pleural e afasta o folheto parietal do visceral, causando desaparecimento da dor pleurítica e atrito pleural, podendo evoluir para a sínrome de derrame pleural Exame físico: → Inspeção: expansibilidade ↓ Síndromes Pulmonares 11 Dor pleurítica Tosse Dispneia Febre → Palpação: expansibilidade e FTV ↓ → Percussão: sonoridade normal e submacicez → Ausculta: atrito pleural Derrame pleural → Excesso de líquido entre as pleuras, aumentando a pressão nos pulmões que não conseguem se mover plenamente → Observado nas pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e na IC Manifestações clínicas Doença subjacente Tosse seca Dispnéia/Trepopneia (quando há dispneia em decúbito contralateral ao processo pleural) Dor torácica Exame físico → Palpação: Traqueia desviado para o lado sadio Expasibilidade ↓ na área da lesão FTV ↓ ou ausente na área da lesão → Percussão: maciça ou sub-maciça na área da lesão → Ausculta: MV ↓ ou ausente na área da lesão, egofonia e estertores finos na área do pulmão em contato com o líquido pleural na parte mais alta do derrame Podemos dividir os derrames pleurais em: 1. Transudato a. Líquido pobre em proteínas e células b. Causas: IC, cirrose e síndrome nefrótica (aumento de pressão hidrostaática) 2. Exsudato a. Líquido rico em proteínas e células b. Causas: pneumonia, tuberculose, neoplasias, colagenose Derrame pleural x consolidação Síndromes Pulmonares 12 Inspeção Palpação Percussão Ausculta Consolidação ↑ FR; ↓ movimentos Sem desvio do mediastino; ↑ FTV Maciça ou submaciça Respiração brônquica, pecterilóquia, crepirações finas Derrame pleural ↓ movimentos Desvio do mediastino contralateral; FTV ↓ ou ausente Maciça Ausência de murmúrio, egofonia e sons brônquicos acima do nível superior do líquido Pneumotórax → Ar no espaço pleural com compressão pulmonar → Envolvimento agudo do espaço pleural → A lesão pode ser: espontâneo, traumático ou Iatrogênico (punsão ou acessos) → Presente em certas afecções pulmonares como tuberculose, pneumoconiose e neoplasias, que põe em comunicação um ducto com o espaço pleural Sinais Clínicos: Instalação súbita Tosse seca Dor pleurítica no hemitórax comprometido Dispnéia Comprometimento hemodinâmico Exame físico: → Inspeção: normal ou abaulamento dos EIC quando a quantidade de ar é grande → Palpação: Desvio da traqueia para o lado sadio Expansibilidade↓ na área da lesão FTV ↓ ou ausente na área da lesão → Percussão: hipersonoridade ou timpanismo na área da lesão → Ausculta: MV ↓ ou ausente e ressonância vocal diminuída Síndromes Pulmonares 13