Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 1 🫀 Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 📖 Bates, capítulo 9 Anatomia Observe as estruturas cardíacas subjacentes ao inspecional a região do tórax Ventrículo direito Artéria pulmomar Ventrículo esquerdo Ápice cardíaco Ictus cordis Ponto de impulso máximo Grandes vasos Aorta Ângulo esternal Veias cavas superior e inferior Ictus cordis: Localização: Linha hemiclavicular esquerda, 5º EIC Variações de acordo com o biotipo, pode não traduzir patologia Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 2 Deslocamento do ictus —> aumento do tamanho do coração e uma patologia pulmonar ou mediastínica O ictus cordis nem sempre é palpável, mesmo em um paciente hígido com coração normal Um ictus >2,5cm é uma evidência de hipertrofia ventricular (HVE) resultante de hipertensão arterial ou estenose aórtica O diâmetro do ictus cordis nos pacientes em decúbito dorsal pode chegar a aproximadamente 1 a 2,5 cm O deslocamento do ictus cordis lateralmente à linha hemiclavicular média ou > 10 cm lateralmente até a linha esternal média ocorre na HVE e também na dilatação ventricular resultante de infarto do miocárdio ou insuficiência cardíaca Pacientes com DPOC podem apresentar impulso palpável ou ictus cordis mais proeminente na região xifoide ou epigástrica devido à hipertrofia do ventrículo direito A hipertrofia do VD pouco ou nada repercute sobre o ictus Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 3 Câmaras, valvas e circulação cardíaca: Valvas mitral e tricúspide - valvas atrioventriculares (AV) Valvas aórtica e pulmonar - valvas semilunares O fechamento das valvas origina as bulhas cardíacas B1 e B2, derivadas das vibrações que emanam das válvulas das valvas, das estruturas cardíacas adjacentes e do fluxo sanguíneo Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 4 ⚠ Na maioria dos adultos com mais de 40 anos, os ruídos diastólicos de B3 e B4 são patológicos e estão correlacionados à insuficiência cardíaca e à isquemia miocárdica aguda B3 correponde a desaceleração abrupta do influxo através da valva mitral B4 corresponde ao aumento da rigidez diastólica final do - ventrículo esquerdo, que reduz a complacência Eventos do ciclo cardíaco Sístole - período de contração ventricular a pressão se eleva para um valor máximo normal de 120mmHg sangue é ejetado do ventrículo para a aorta valva aórtica fica aberta valva mitral permanece fechada valva pulmonar se abre Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 5 valva tricúspide permanece fechada Diástole - período de relaxamento ventricular pressão cai para pelo menos 5mmHg sangue flui do átrio para o ventrículo valva aórtica permanece fechada valva mitral fica aberta valva pulmonar permanece fechada valva tricúspide se abre Focos de ausculta x fonese Em que local B1 e B2 tem que ser melhor audíveis? Foco aórtico - 2º espaço intercostal direito Foco pulmonar - 2º espaço intercostal esquerdo Foco aórtico acessório - entre o 3º e 4º EIC (frequentemente melhor audiveis) Foco mitral - 4ª ou 5º EIC na linha hemiclavicular Foco tricúspide - ponta do apêndice xifoide deslocado para a esquerda Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 6 Para evitar erros pelas diferenças do biotipo, localizar o ictus pela inspeção e palpação (parte em que esta impulsionando mais) ⚠ Desdobramento paradoxal (lado D fecha antes do E): qualquer fator que atrase mais o lado esquerdo (estenose da válvula mitral, estenose da válvula aórtica, bloqueio de ramo esquerdo) T/M - TRUM T M - TRRUUM P/A - TRÁ P A - TARÁ Desdobramento fixo de B2 - TUM-TRA Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 7 ⚠ B1: Foco tricúspide e mitral - TUM B2: Foco aórtico e pulmonar - TA Desdobramento de B2: TUM- TRA-TUM-TRA Desdobramento amplo da B2: TUM-TA-RÁ-TUM-TA-RÁ (na inspiração e expiração) Desdobramento de bulha (lado E fecha antes que o D): qualquer fator que atrase mais o lado direito Galope (sofrimento do coração): TA-TA-TUM (taquicardio) ou TUM-TUM-TA- Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 8 Bulhas Fatores responsáveis pelas bulhas: Posição do folheto: quanto mais aberto > fonese Taquicardia: hiperfonese; hiperfonetico Bradicardia: hipofonese; hipofenese Estenose (estreitamento ou constrição de um duto ou passagem): hipofonese estenose leve (engrossamento da valva) —> hiperfonese estenose grave (calcificação maior da valva) —> hipofonese Insuficiência (regurgitamento da válvula): hipofonese Bulha 1: TUM O fechamento da valva mitral e tricúspide produz a primeira bulha cardíaca (B1) A mitral se fecha antes da tricuspide, pois sua pressão é maior Desdobramento fisiológico normal em até 50% dos pacientes, capacidade de ouvir separadamente os folhetos da VM e da VT se fechando - TRU-TA Bulha 3: TUM-TRRRA Em crianças e adultos jovens podem surgir uma terceira bulha B3, secundária à desaceleração rápida da coluna de sangue contra a parede ventricular B3 em idosos (galope por B3) costuma indicar uma alteração patológica da complacência ventricular Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 9 A pressão ventricular esquerda continua a aumentar e ultrapassa rapidamente a pressão na aorta, induzindo a abertura da valva aórtica Em algumas condições patológicas, um sopro de ejeção protossistólico (Ej) acompanha a abertura da valva aórtica Normalmente, a pressão ventricular esquerda máxima corresponde à pressão arterial sistólica Bulha 2: TA O fechamento da valva aórtica e pulmonar produz a segunda bulha cardíaca, iniciando uma nova diástole Bulha 4: TRRA-TUM Embora não seja audível com frequência em adultos normais, a quarta bulha cardíaca assinala a contração atrial Ela precede imediatamente a B1 da contração cardíaca seguinte e também pode refletir uma alteração patológica na complacência ventricular B3 e B4 são eventos diastólicos Tudo que ocorre entre B1 e B2 é um evento sistólico - PEQUENO SILÊNCIO Diástole - contração atrial B4 Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 10 Ocorre quando a pressão ventricular esquerda cai abaixo da pressão aórtica Na diástole, a pressão ventricular esquerda continua a cair e alcança níveis inferiores aos da pressão atrial esquerda —>a valva mitral se abre Esse evento costuma ser, em geral, silencioso, mas pode ser audível como um estalido de abertura (EA) patológico, caso haja alguma restrição à movimentação das válvulas (folhetos) das valvas cardíacas, como na estenose mitral Após a abertura da valva mitral, verifica-se um período de enchimento ventricular rápido, com Tudo que ocorre entre B2 e B1 é um evento diastólico - GRANDE SILÊNCIO A diástole pode ser dividida em 3 terços 1. protodiástole - B3 2. mediodiástole 3. telediástole ou pré-sistólico - B4 Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 11 fluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, no início da diástole Desdobramento das bulhas cardíacas A pressão ventricular direita e a pressão arterial pulmonar são significativamente mais baixas que as pressões correspondentes do lado esquerdo Os eventos cardíacos do lado direito ocorrem um pouco mais tarde que os verificados no lado esquerdo 1. Desdobramento da B2 - TUM-TRA Em vez de se ouvir um único som que representa B2, é possível auscultar dois componentes distintos: A2 —> fechamento da valva aórtica do lado esquerdo; mais alto, refletindo a alta pressão na aorta, auscultado em todo o precórdio P2 —> fechamento da valva pulmonar no lado direito; relativamente mais suave, refletindo a pressão mais baixa na artéria pulmonar Durante a inspiração, ocorre aumento do tempo de enchimento do coração direito, o que incrementa o volume sistólico ventricular direito e a duração da ejeção ventricular direita em comparação ao ventrículo esquerdo vizinho —> isso retarda o fechamento da valva pulmonar (P2), ocasionando o desdobramento de B2 em seus dois componentes audíveis Durante a expiração,esses dois componentes fundem-se em um único som (B2) O desdobramento deve ser pesquisado no 2º e 3º EIC Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 12 2. Desdobramento da B1 - TURUM-TA Qualquer fator que atrase mais o lado direito Também possui dois componentes: a. Mitral: mais precoce pode ser auscultado em todo o precórdio, sendo mais intenso no ápice cardíaco mais hiperfonético, refletindo novamente as pressões mais elevadas do lado esquerdo do coração 1. Tricúspide: mais tardio mais suave bem mais auscultado na borda esternal inferior esquerda O componente mitral, mais intenso e precoce, pode mascarar o som tricúspide, e nem sempre o desdobramento é identificado O desdobramento de B1 não varia com a respiração Sopros cardíacos DIsitintas das bulhas pelo seu tom e por sua duração mais longa Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 13 Atribuídos ao fluxo sanguíneo turbulento Em geral, são diagnóstico de cardiopatia valvar Podem representar sopros de fluxo “inocentes” Valva estenosasa: possui orifício anormalmente estreito, que obstrui o fluxo sanguíneo e causa um sopro característico (estenose aórtica) Estenose na válvula mitral e tricúspide acontece um sopro diastólico Estenose na válvula pulmonar e aórtica acontece um sopro sistólico Insuficiência aórtica: quando uma válvula que não se fecha totalmente e possibilita o refluxo/regurgitação de sangue insuficiência da válvula mitral ou tricúspide acontece um sopro sistólico de regurgitação (VE —> AE ou VD —> AD) insuficiêcnia aórtica ou pulmonar acontece um sopro diastólico de regurgitação (aorta —> VE ou pulmonar —> VD) Sopros da sístole: Estenose pulmonar e aórtica Insuficiência mitral e tricúspide Sopros da diástole: Estenose mitral e tricúspide Insuficiência pulmonar e aórtica Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 14 Relação dos achados na ausculta com a parede torácica Os locais da parede torácica em que se auscultam as bulhas e os sopros cardíacos ajudam a identificar a valva ou a câmara de que eles se originam Sistema de condução O sistema de condução elétrico estimula e coordena a contração do músculo cardíaco Todo o impulso elétrico origina-se no nó sinusal (sinoatrial), que atua como marca-passo cardíaco e dispara impulsos automaticamente com frequência de 60 a 100 vezes por minuto O impulso percorre os dois atrios até o nó AV localizado na parte inferior do septo interatrial O impulso sofre um retardo antes de descer, pelo feixe de His e seus ramos, até o miocárdio ventricular A contração mucular ocorre, primeiro nos átrios e, depois, nos ventrículos Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 15 Ondas P, Q, R, S e T Onda P: pequena onda da despolarização atrial Intervalo PR: 120 a 200 miliseg Complexo QRS: despolarização ventricular, sendo constituído por uma ou mais das seguintes ondas: Onda Q: despolarização septal Onda R: despolarização ventricular Onda S: deflexão para baixo após uma onda R Onda T: repolarização ou recuperação ventricular Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 16 Ondas do ECG: o impulso elétrico precede discretamente a contração miocárdica por ele estimulada Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 17 Coração como bomba O VE e VD bombeiam sangue, respectivamente, para os sistemas arteriais sistêmicos e pulmonar Débito cardíaco —> volume de sangue ejetado por cada ventrículo no período de um minuto; produto da FC pelo volume de ejeção (Vsistólico) O volume de ejeção depende da: Pré-carga - carga que distende o músculo cardíaco antes da contração Contratilidade miocárdica - capacidade de encurtamento do músculo cardíaco diante de determinada carga Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 18 Pós-carga - grau de resistência vascular à contração ventricular Aumentos patológicos da pré-carga e pós-carga, denominados sobrecarga de volume e sobrecarga de pressão, provocam alterações na função ventricular que podem ser clinicamente detectáveis Substituir “insuficiência cardíaca congestiva” por insuficiência cardíaca, fração de ejeção preservada ou insuficiência cardíaca, onde cada uma possui diferenças no tratamento Pulsos arteriais e pressão arterial O pulso arterial é gerado pelo volume de sangue que sai da aorta e perfunde o leito arterial, deslocando-se rapidamente A pressão sanguínea no sistema arterial varia durante o ciclo cardíaco, alcançando seu valor máximo na sístole e diminuindo até seu nível mais baixo da diástole Pressão diferencial ou de pulso = diferença entre as pressões sistólica e diastólica Pressão venosa jugular e pulsações jugulares A pressão venosa jugular (PVJ) reflete a pressão atrial direita, que, por sua vez, é igual à pressão Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 19 venosa central e à pressão diastólica final do ventrículo direito O melhor meio de se estimar a PVJ é a partir da veia jugular interna direita, que tem o canal anatômico mais direto para o átrio direito As alterações pressóricas no átrio direito durante a sístole e a diástole provocam oscilações de enchimento e esvaziamento nas veias jugulares ou pulsações venosas jugulares a. a contração atrial produz uma onda a nas veias jugulares antes de B1 e da sístole b. seguida por um colapso x do relaxamento atrial c. à medida que a pressão no átrio direito começa a se elevar com o influxo oriundo da veia cava durante a sístole ventricular direita, ocorre uma segunda elevação (a onda v) d. seguida pelo colapso y, conforme o sangue flui para o VD durante as fases inicial e média da diástole Alterações durante a vida O envelhecimento influencia a: Localização do ictus cordis —> à medida que o diâmetro anteroposterior (AP) do tórax aumenta, o impulso apical máximo torna-se cada vez mais difícil de encontrar Exame do tórax - Sistema Cardiovascular I 20 Tom/timbre das bulhas e dos sopros cardíacos —> o aumento do diâmetro AP também dificulda auscultar o desdobramento de B2 porque torna o componente P2 menos audíveis; além disso, praticamente todas as pessoas apresentam um sopro cardíaco em algum momento de suas vidas Muitos sopros ocorrem sem outras evidências de alterações cardiovasculares e são considerados variantesnormais inocentes Os sopros podem originar-se tanto no coração como nos grandes vasos sanguíneos sopro sistólico cervical, que pode ser inocente em crianças, mas levanta a suspeita de doença aterosclerótica em adultos Rigidez das artérias Pressão arterial
Compartilhar