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Caso 6 caso de família? Termos desconhecidos caso Lúcio hemograma Lúcio hemograma ana caso Ana 67 anos Erirograma: eritro- 4,93 ok Hg-12,1-baixo Ht- 37,9 - baixo hcm- 24,5- baixo Vcm- 76,9- baixo Chcm- 31,9- ok rdw-18- alto Microcitose discreta ● eri- 2,2 baixo ● Hb-6,6 baixo ● Ht- 20,3 baixo ● Hcm- 29,8 ● Vcm- 91,3 ● Chcm- 32,5 ● Rdw- 14,3 cansaco indisposição, hematomas sem traumas prévios diabetes há, acima do peso serie branca: ● Leuco- 5570 ● N- 3000 ● E 120 ● B- 30 ● L-1900 ● M- 520 ● Plaqueta- 311.000 ● Vcm:10,5 serie branca: ● Leuco-195.610 alto!! ● Neutrofilos- 5896 ● Blastos- 170.215 alto ● Promielocitos- 0 ● Mielocitos- 5869 -alto ● Metamielocitos- 0 ● Bastonetes-0 ● Segmentados-0 ● Linfocitos- 19.565 - alto ● Monócito -0 baixo ● Eosinofilos- 0 ● Basofilo-0 baixo ● Plaquetas 10.000 baixo !! ● Mpv- 6,8- baixo ● Pdw- 15,3 ● BLASTOS com aparência mieloide de tamanho grande. Homogenia alguns convolutos tendo 1 a 3 nucléolo basofilicos com grânulos finos, cromatina delicada- justifica pois esta estranho mais de acordou com febre e tosse secretiva Taquidispneia. (pneumonia - todos achados bacteriana) um nucleo- neoplasico citoneurim pela esposa anemia justificada pelos achados sangue Blastos neutrofilos sem a função devida- sucetíveis a infecções palidez saturação 96% indisposto dificuldade de concentraca o estertores crepitantes lobo medio pulmão direito discreto emagrecime nto fezes escurecidas palidez taquicardia medicou com sulfato ferroso Endoscopia colonoscop raio x com condensação punção de medula óssea e antibiótico exame de imunohistoquimi ca e citogenética Problema central: anemia e cansaço Hipótese lucio: hemorragia digestiva alta- perda de sangue- sintomas como fezes escuras ..anemia - palidez cansaço Hipótese Ana: leucemia mieloide aguda- fatores externos geneticometc-celulas neoplasicas medula ossea- hematopoiese -linhagem mieloide( a mãe ta ok )- sintomas das series - anemia( eritrocitos), hematoma (plaqueta), leucócito (serie branca aumentada) pq tudo esta baixo pois há um desvio de cels (produção), possível alteração na cel progenitora Objetivos: ● Foco na anemia ● Tipos e causas ● Medicamentos (calcineurim e sulfato ferroso)- farmacodinâmica, im, ci Sulfato ferroso ● Este medicamento é destinado ao tratamento e profilaxia de anemias por deficiências de ferro. ● Anemias não acompanhadas por deficiência de ferro, como por exemplo, anemia hemolítica, anemia falciforme e as anemias provocadas pelo chumbo, pois pode produzir armazenamento excessivo de ferro; Talassemias; Hemocromatose ou Hemossiderose (a sobrecarga de ferro existente pode aumentar); ● Hepatopatia aguda e processos que impedem a absorção de ferro por via oral, como diarreias crônicas ou retocolite ulcerativa. ● Categoria de risco na gravidez: A Ci:Anemias não acompanhadas por deficiência de ferro, como por exemplo, anemia hemolítica, anemia falciforme e as anemias provocadas pelo chumbo, pois pode produzir armazenamento excessivo de ferro; Talassemias;Hemocromatose ou Hemossiderose (a sobrecarga de ferro existente pode aumentar); Hepatopatia aguda e processos que impedem a absorção de ferro por via oral, como diarreias crônicas ou retocolite ulcerativa ● Ra: Coloração escura nas fezes, cãibras, dor abdominal ou estomacal, diarréia, náuseas, pirose, constipação intestinal e vômitos. Citoneurin Citoneurin é indicado para o tratamento da dor ou inflamação dos nervos, pois tem ação analgésica e anti-inflamatória, favorecendo a regeneração das fibras nervosas. manifestações de neuropatia e podem se evidenciar através de sintomas como: formigamento, dormência e hipersensibilidade ao toque. Citoneurin também é indicado como suplemento de vitaminas do complexo B (B1, B6 e B12) para idosos, indivíduos sob dietas restritivas e inadequadas, em diversos tipos de doenças agudas, crônicas e no período de convalescença. Ci: Citoneurin® não deve ser utilizado por pessoas com reconhecida hipersensibilidade (alergia) à tiamina (vitamina B1) ou a qualquer outro componente do produto. O uso também é contraindicado em pacientes com mal de Parkinson sob tratamento com medicamento contendo somente levodopa. Este medicamento é contraindicado para uso em crianças de qualquer idade. IM: ● Existem relatos de que a tiamina pode aumentar o efeito de bloqueadores neuromusculares, desconhecendo-se seu significado clínico. ● A piridoxina reforça a descarboxilação periférica da levodopa e reduz sua eficácia no tratamento da doença de Parkinson. ● O cloridrato de piridoxina não deve ser administrado em doses superiores a 5 mg por dia em pacientes sob tratamento com levodopa unicamente. ● A administração de 200 mg ao dia de cloridrato de piridoxina durante um mês produz diminuição das concentrações séricas de fenobarbital e de fenitoína em até 50%. ● A absorção da vitamina B12 no sistema gastrointestinal pode ser reduzida pela administração de aminoglicosídeos, colchicina, potássio em formulação de liberação prolongada, mesalazina, anticonvulsivantes (fenitoína, fenobarbital, primidona), irritação com cobalto no intestino delgado e pela ingestão excessiva de álcool por mais de duas semanas. ● Observações: A administração de megadoses de piridoxina pode produzir certas síndromes neuropáticas sensoriais; contudo, estudos histopatológicos não demonstraram o relacionamento destas síndromes com degeneração neuronal em nenhum grau. Anemia ● termo “anemia” indica qualquer doença em que há uma redução da massa (ou quantidade) total de glóbulos vermelhos em um indivíduo. ● Na prática, a massa de glóbulos vermelhos é medida através da dosagem de uma proteína chamada hemoglobina, que é quem confere a tonalidade avermelhada ao sangue. ● Embora a consequência mais conhecida das anemias seja a coloração pálida da pele, a consequência mais problemática tem relação com a função dos glóbulos vermelhos. ● Como estas células são responsáveis pelo transporte do oxigênio para os tecidos, esta redução leva a uma menor liberação de oxigênio para todos os órgãos. Anemia Ferropriva ● O teor corporal total de ferro situa-se na faixa de 2,5 g nas mulheres e 3,5 g nos homens. Cerca de 80% do ferro funcional do corpo são encontrados na hemoglobina, e o restante localiza-se na mioglobina e nas enzimas que contêm ferro (p. ex., catalase, citocromos). O reservatório de ferro, representado pela hemossiderina e pela ferritina ligante ao ferro no fígado, baço, medula óssea e músculo esquelético, contém aproximadamente 15-20% do ferro total corporal. ○ Etiologia perda de sangue é a principal causa da deficiência de ferro. ● Nos homens e nas mulheres na menopausa, a causa mais frequente é o sangramento oculto crônico, muitas vezes do trato gastrintestinal (p. ex., decorrente de úlcera péptica, câncer, hemorroidas ou ectasias vasculares). ● Em mulheres em pré-menopausa, a perda menstrual cumulativa de sangue (o que significa 0,5 mg ferro/dia) é a causa comum. Sangramento intestinal por ancilostomíase é uma causa comum nos países em desenvolvimento. ● Causas menos comuns incluem perda de sangue urinário, hemorragia pulmonar recorrente (ver Hemorragia alveolar difusa) e hemólise intravascular crônica ou hemólise traumática (induzida por exercício) quando a quantidade de ferro liberada durante a hemólise excede a capacidade de ligação à haptoglobina plasmática. A diminuição da absorção de ferro pode resultar de gastrectomia ou síndromes de má absorção como doença célica, gastrite atrófica, infecção por Helicobacter pylori, acloridria, síndrome do intestino curto e, em casos raros, ADFRF (anemia por deficiência de ferro refratária ao ferro). Raramente, a absorção diminui pela privação da dieta advinda de má nutrição. ○ Epidemio No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde (2009), a prevalência da anemia ferropriva é de 20,9% das crianças menores de cinco anos e 24,1% das crianças menores de dois anos de idade; em mulheres entre 15 e 49 anos, a prevalência é de 29,4%. ○ Fisiopato ferro é distribuído em pólos metabólicosativos e de depósito. A reserva de ferro é cerca de 3,5 g nos homens saudáveis e 2,5 g nas mulheres saudáveis; a diferença está relacionada com o tamanho menor do corpo das mulheres e com a escassez de reserva de ferro por causa da perda de ferro durante a menstruação. A distribuição do ferro corporal é Hemoglobina: 2 g (homens), 1,5 g (mulheres) Ferritina: 1 g (homens), 0,6 g (mulheres) Hemosiderina: 300 mg Mioglobina: 200 mg Enzimas teciduais (heme e não heme): 150 mg Compartimento de transporte de ferro: 3 mg Absorção do ferro ● O ferro é absorvido no duodeno e na parte superior do jejuno. A absorção de ferro é determinada por sua fonte e por quais outras substâncias são ingeridas com ele. ● A absorção de ferro é melhor quando o alimento contém ferro-heme (carne). O ferro não heme na dieta costuma estar na forma férrica (+3) e precisa ser reduzido para a forma ferrosa (+2) e liberado dos aglutinantes alimentares pelas secreções gástricas. ● A absorção de ferro não heme é reduzida por outros itens alimentares (p. ex., por fitatos de fibras de vegetais e polifenóis; tanatos de chás, incluindo fosfoproteínas; farelo de cereais) e alguns antibióticos (p. ex., tetraciclina). ● O ácido ascórbico é o único elemento alimentício comum que aumenta a absorção de ferro não heme. ● O ferro das células da mucosa intestinal é transferido para a transferrina, uma proteína transportadora de ferro sintetizada no fígado; a transferrina pode transportar o ferro das células (intestinal, macrófagos) aos receptores específicos em eritroblastos, células da placenta e células do fígado. ● Para a síntese de heme, a transferrina transporta ferro para as mitocôndrias do eritroblasto, que inserem o ferro na protoporfirina IX, para que esta se transforme em heme. ● A transferrina (meia-vida plasmática de 8 dias) é expelida para reutilização. A síntese de transferrina aumenta com a deficiência de ferro, mas diminui com qualquer tipo de doença crônica. Armazenamento e reciclagem de ferro ● O ferro não utilizado na eritropoese é transferido pela transferrina para ser reservado; o ferro é armazenado de 2 formas: Ferritina Hemossiderina ● A mais importante é a ferritina (um grupo heterogêneo de proteínas em torno de um núcleo de ferro), que é uma fração de armazenamento ativo e solúvel localizada no fígado (nos hepatócitos), na medula óssea e no baço (nos macrófagos); nos eritrócitos; e no soro. ● O ferro armazenado na ferritina está prontamente disponível para qualquer necessidade do corpo. ● Os níveis séricos de ferritina traçam um paralelo com o tamanho dos depósitos corporais (1 ng/mL = 8 mg de ferro no pool de armazenamento). ● O segundo depósito de ferro está na hemossiderina, que é relativamente insolúvel e é armazenada principalmente no fígado (nas células de Kupffer) e na medula óssea (nos macrófagos). ● Como a absorção de ferro é muito limitada, o corpo recicla e conserva o ferro. A transferrina se liga ao ferro disponível dos eritrócitos senescentes submetidos à fagocitose pelos fagócitos mononucleares e o recicla. Esse mecanismo fornece cerca de 97% do ferro diário necessário (em torno de 2,5 mg de ferro). Deficiência de ferro ● A deficiência de ferro se desenvolve em estádios. No primeiro estádio, a necessidade de ferro excede sua ingestão, causando depleção progressiva dos depósitos de ferro da medula óssea. À medida que os estoques diminuem, há elevação da absorção dietética de ferro. Durante os estádios tardios, a deficiência é grave o suficiente para ocasionar insuficiência na síntese de eritrócitos, gerando anemia. ● A deficiência de ferro, se for grave e prolongada, também pode provocar disfunção no conteúdo de ferro nas enzimas celulares. ○ Quadro clinico Na maioria dos casos, a anemia ferropriva é de grau leve e assintomático. Manifestações clínicas não específicas, como fraqueza, indiferença e palidez, podem estar presentes em casos graves. Nos casos de longa duração, anormalidades nas unhas, incluindo o desgaste, achatamento e “forma de colher”, podem ser observadas. Uma característica neurocom- portamental curiosa consiste no desenvolvimento da pica, uma compulsão patológica de comer coisas não alimentares, como sujeira ou terra. ○ Tratamento Estancamento de hemorragias Suplementos de ferro Uma vez que hemorragia excessiva é a causa mais comum de deficiência de ferro, o primeiro passo consiste em localizar sua origem e cessar a hemorragia. A ingestão normal de ferro na dieta em geral não compensa a perda de ferro causada por hemorragia crônica. O corpo, por outro lado, tem uma reserva de ferro muito pequena. Por conseguinte, o ferro perdido precisa ser substituído pelo consumo de suplementos de ferro. NA correção da anemia ferropriva com suplementos de ferro em geral leva de três a seis semanas, mesmo após a cessação da hemorragia. Os suplementos de ferro são em geral tomados por via oral. Os suplementos de ferro tornam as fezes escuras ou pretas e com frequência causam constipação. Os suplementos de ferro são mais bem absorvidos quando tomados 30 minutos antes do café da manhã com uma fonte de vitamina C (suco de laranja ou um suplemento de vitamina C). Diagnóstico ● Nos esfregaços de sangue periférico, observam-se eritrócitos microcíticos e hipocrômicos (Fig. 11-10). ● O critério de diagnóstico inclui anemia, indícios de eritrócitos hipocrômicos e microcíticos, níveis séricos baixos de ferritina e ferro, baixa saturação de transferrina, aumento da capacidade total de ligação do ferro e, em última instância, resposta à terapia de ferro. ● Por motivos inexplicáveis, a contagem de plaquetas encontra-se geralmente elevada. Os níveis de eritropoetina estão aumentados, contudo a resposta medular é reduzida pela deficiência de ferro; consequentemente, a celulari- dade medular geralmente se encontra somente pouco aumentada. Exames de sangue Depois que exames de sangue mostram que uma pessoa tem anemia, são frequentemente realizados exames para a deficiência de ferro. Na deficiência de ferro, os glóbulos vermelhos tendem a ser pequenos e pálidos. Os níveis sanguíneos de ferro e de transferrina (a proteína que transporta o ferro quando ele não está dentro de glóbulos vermelhos) são medidos e comparados. O exame mais preciso para determinar a deficiência de ferro é a medição do nível de ferritina (uma proteína que armazena o ferro). Um nível baixo de ferritina indica deficiência de ferro. No entanto, os níveis de ferritina são às vezes enganadores porque podem estar falsamente elevados (e, assim, parecer normais) devido a lesões hepáticas, inflamação, infecção ou câncer. ○ Diga diferencial Diferenciação de outras anemias microcíticas ○ Anemia por deficiência de ferro deve ser diferenciada de outras anemias microcíticas ○ . Se os exames excluírem a deficiência de ferro nos pacientes com anemia microcítica, considerar a anemia por doença crônica e as alterações estruturais da hemoglobina (p. ex., hemoglobinopatias). Características clínicas, exames da hemoglobina (p. ex., eletroforese da Hb e Hb A2) e exame genético (p. ex., talassemia alfa) podem ajudar a diferenciar essas entidades nosológicas. ○ Prognóstico Os eritrócitos originam-se de células tronco hematopoiéticas da medula óssea que se dividem até formar o reticulócito, precursor da hemácia e que já pode ser detectado no sangue periférico. Os reticulócitos duram cerca de 24/48 horas até serem convertidos em hemácias sendo o hormônio envolvido nesse processo a eritropoetina produzida no rim e fígado que estimula a eritropoese a partir do nível de oxigênio tecidual. A anemia pode ser consequência de três mecanismos principais: Diminuição da sobrevida dos eritrócitos (hemorragias agudas/hemólise); Defeitos na produção medular (hipoproliferação); Defeitos na maturação dos eritrócitos (eritropoese ineficaz); Leucemia Mieloide Aguda ○ Etiologia Leucemia Linfóide aguda (LLA) caracteriza-se pela proliferação clonal e pelo acúmulo na medula óssea e no sangue periférico de células imaturas denominadas linfoblastos. Essas célulasquando se proliferam e ocupam a medula óssea inibem o crescimento e a maturação normal dos precursores hematopoéticos da série vermelha, granulocítica e megacariocítica. Contato com agentes químicos (ex: benzeno, agrotóxicos, tintas, solventes); Exposição a radiações ionizantes ou tratamento com quimioterapia por neoplasias prévias; História familiar de leucemia; Alta incidência de leucemia em gêmeos idênticos; Mutações no gene p53; Peso mais elevado ao nascimento; Síndrome de Down; Síndrome de Bloom; Anemia de Fanconi; Ataxia telangiectasia; ○ Epidemio A LMA afeta primariamente adultos mais velhos; a idade média é de 50 anos. É bem heterogênea, como será discutido adiante. Fisiopato A leucemia é considerada como resultado de anormalidades que ocorrem em uma célula progenitora do sistema linfo-hematopoiético. Essas anormalidades modificam o programa de diferenciação celular, determinando uma vantagem proliferativa do clone leucêmico sobre as células do tecido hematopoiético normal. Muitas evidências sugerem que as alterações genéticas que ocorrem nas células leucêmicas, comprometem genes que regulam a diferenciação celular e são importantes para o sistema hematopoiético, tanto na diferenciação e proliferação, como na apoptose. A LLA surge a partir de mutações espontâneas que podem ocorrer durante o desenvolvimento normal dos linfócitos, já que existe atividade mutagênica no processo de rearranjo gênico e a taxa e multiplicação dessas células é alta. As alterações podem estar na expressão das proteínas do gene p53 (supressor de tumor), MDM2 (inativa p53), p16 ou p15, ou nos genes dos cromossomos 9p, WT1, TEL e K1P1. O gene p53 é importante na LLA, porque ele sofre mutações (deleções ou rearranjos gênicos) que levam à produção de proteína p53 alterada. blastos leucêmicos mantem algumas características das células normais, expressando moléculas receptoras de antígenos e glicoproteínas de superfície de membrana, refletindo estágio de parada de maturação celular. As alterações genéticas e de imunofenotipagem são importantes como fatores prognósticos para o tratamento e para a sobrevida. A maioria das LMAs apresenta mutações em genes que codificam fatores de transcrição necessários para a di- ferenciação mieloide normal. Essas mutações interferem na diferenciação dos precursores das células mieloides, levando ao acúmulo de precursores mieloides (blastos) na medula. Notavelmente, doses farmacológicas do ácido all-trans retinoic (ATRA), um análogo da vitamina A (Cap. 7), supera esse bloqueio e induz os promielócitos neoplásicos a se diferenciarem rapidamente em neutrófilos. Como os neutrófilos morrem após uma vida útil média de seis horas, o tratamento com ATRA rapidamente extingue o tumor. O efeito é muito específico; as LMAs sem translocações envolvendo o RARA não respondem ao tratamento com ATRA. Mais recentemente, demonstrou-se que a combinação doATRA com o trióxi- do de arsênio, um sal que induz a degradação da proteína de fusão PML/RARA, é ainda mais eficaz que a adminis- tração somente doATRA,levando à cura mais de 80% dos pacientes. Esse é um importante exemplo de terapia altamente eficiente dirigida a um defeito molecular tumoral específico. ○ Quadro clinico Os sinais e sintomas clínicos assemelham-se àqueles produzidos pela LLA e geralmente se relacionam à substituição dos elementos medulares normais por blastos leucêmicos. Fadiga, palidez, sangramento anormal e infecções são comuns em pacientes recentemente diagnosticados, tipicamente dentro de poucas semanas após o início dos sintomas. A esplenomegalia e a linfadenopatia geralmente são menos proeminentes que na LLA, entretanto em raros casos a LMA se assemelha ao linfoma, devido ao aparecimen- to de distinta massa tecidual (chamada de sarcoma granulocítico). O diagnóstico e a classificação da LMA baseiam-se nos achados morfológicos, histoquímicos, imunofenotípicos e cariótipos. Den- tre eles, o cariótipo é o mais preditivo do resultado (prognóstico). Classificação. As LMAs são diversas em termos de genética, linha- gem celular e grau de maturação. A classificação da OMS baseia-se em todos esses aspectos para a divisão da LMA em quatro cate- gorias (Tabela 11-11): ● (1) LMAs associadas a aberrações genéticas específicas, que são importantes porque predizem o resultado (prognóstico) e guiam a terapia; ● (2) LMAs com displasia, muitas das quais surgem de síndromes mielodisplásicas; ● (3) LMAs que se desenvolvem após quimioterapia genotóxica; ● (4) LMAs que não apresentam nenhuma das características anteriores. As LMAs da última categoria são subclassificadas de acordo com a linhagem de diferenciação predominante que o tumor exibe. A anemia pode se manifestar com fadiga, fraqueza, palidez, mal-estar, dispneia ao esforço, taquicardia e dor no peito por esforço. A trombocitopenia pode causar sangramento da mucosa, hematomas que ocorrem com facilidade, petéquias/púrpura, epistaxe, gengivas com sangramento e sangramento menstrual intenso. Hematúria e sangramento gastrintestinal não são comuns. Os pacientes podem apresentar hemorragia espontânea, incluindo hematomas intracranianos ou intra-abdominais. Granulocitopenia (neutropenia) pode levar a alto risco de infecções, incluindo aquelas de etiologia bacteriana, fúngica e viral. Os pacientes podem apresentar febre e infecção grave e/ou recorrente. Em geral, a causa da febre não é encontrada, embora a granulocitopenia possa ocasionar infecção bacteriana rapidamente progressiva e potencialmente fatal. A leucemia cutânea pode ter várias aparências, incluindo pápulas ou nódulos e placas, e pode ser eritematosa, marrom, hemorrágica ou violácea/azul acinzentada. A infiltração de células leucêmicas de outros sistemas de órgãos tende a ser menos comum e grave na leucemia mieloide aguda do que na leucemia linfoblástica aguda, entretanto: infiltração pode aumentar o tamanho do fígado, baço e linfonodos. A infiltração periosteal e da medula óssea pode causar dores ósseas e nas articulações. A infiltração meníngea pode resultar em paralisia de nervos cranianos, cefaleia, sintomas visuais ou auditivos, estado mental alterado e ataque isquêmico transitório/acidente vascular encefálico. ○ Tratamento Tratamento da leucemia mieloide aguda Para pacientes clinicamente compatíveis: quimioterapia (indução e consolidação) com ou sem transplante alogênico de células-tronco hematopoiéticas Para pacientes clinicamente frágeis: terapias menos intensivas Para todos: cuidados de suporte O tratamento da leucemia mieloide aguda depende da doença clínica geral do paciente. Pacientes clinicamente compatíveis tendem a ser mais jovens e apresentam anomalias citogenéticas de menor risco, melhor status funcional e menos comorbidades do que pacientes clinicamente frágeis. Como o tratamento da leucemia mieloide aguda é complexo e está evoluindo, é melhor fazê-lo no centro mais especializado disponível, particularmente durante as fases críticas (p. ex., indução da remissão); ensaios clínicos são a primeira escolha quando disponíveis. ○ Diagnóstico Hemograma completo e esfregaço sanguíneo periférico Exame da medula óssea Estudos histoquímicos, citogenética, imunofenótipagem e estudos de biologia molecular Realiza-se o diagnóstico de leucemia mieloide aguda quando as células blásticas mieloides são ≥ 20% das células nucleadas da medula óssea ou ≥ 20% das células não-eritroides quando o componente eritroide é > 50% ou em qualquer porcentagem de blastos na presença de anomalias citogenéticas recorrentes [t (8; 21), t (15; 17), inv (16) ou t (16; 16)]. Pode-se fazer o diagnóstico pelos mesmos critérios usando sangue periférico. Hemograma e esfregaço periférico são os primeiros exames efetuados; pancitopenia e blastos periféricos sugerem leucemia aguda. Blastócitos no esfregaço periférico podem chegar a 90% da contagem de leucócitos. A anemia aplásica, as infecções virais, como a mononucleose infecciosa, e as deficiências de vitamina B12 e folato devem ser consideradas no diagnóstico diferencial da pancitopenia grave. Reaçõesleucemoides [leucocitose granulocítica acentuada (i. e., leucócitos > 50.000 células/mcL < 50 × 109/L produzida pela medula óssea normal] a doenças infecciosas nunca se manifestam com contagem altas de blastos. Realiza-se rotineiramente exame da medula óssea (broncoaspiração e biópsia por agulha). Os blastócitos na medula óssea estão classicamente entre 25 e 95%. Os estudos histoquímicos, citogenéticos, de imunofenotipagem e de biologia molecular ajudam a distinguir os blastos de leucemia linfoblástica aguda daqueles da leucemia mieloide aguda ou outros processos da doença. Exames histoquímicos incluem coloração para mieloperoxidase, que é positiva em células de origem mieloide. A cristalização dos grânulos ricos em mieloperoxidase leva à formação de bastonetes de Auer (inclusões azuropílicas lineares no citoplasma dos blastócitos), que são patognômicos para a leucemia mieloide aguda. A detecção de marcadores imunofenotípicos específicos (p. ex., CD13, CD33, CD34, CD117) é essencial na classificação das leucemias agudas. As anomalias citogenéticas comumente observadas na leucemia mieloide aguda incluem rearranjos de t (15; 17), trissomia 8, t (8; 21), inv (16) ou t (16; 16) e 11q23.3 (ver tabela Anormalidades citogenéticas comuns na leucemia mieloide aguda). Outros achados laboratoriais podem incluir hiperuricemia, hiperfosfatemia, hiperpotassemia, hipocalcemia e desidrogenase láctica elevada. Esses achados indicam síndrome de lise tumoral. Também pode ocorrer elevação nos níveis séricos de aminotransferases hepáticas ou creatinina, além de hipoglicemia. TC de crânio é feita em pacientes com sintomas relacionados ao sistema nervoso central. Em geral, realiza-se ecocardiografia ou angiografia de múltipla entrada (MUGA) para avaliar a função cardíaca basal antes da administração de antraciclinas, que são cardiotóxicas. ○ Diga diferencial LLA - afeta as células linfoides, também chamadas de linfoblásticas, responsáveis pela defesa do organismo. É muito mais comum em crianças pequenas, mas também afeta adultos. LMA - afeta as células mieloides ou mieloblásticas, que dão origem aos elementos do sangue - leucócitos, plaquetas e hemácias. ○ Prognóstico taxas de indução de remissão estão na faixa de 50 a 85%. A sobrevida livre da doença a longo prazo é geralmente cerca de 20 a 40%, mas é 40 a 50% em pacientes mais jovens tratados com quimioterapia intensiva ou transplante de células-tronco. Os fatores prognósticos ajudam a determinar o protocolo e a intensidade do tratamento; geralmente administram-se a pacientes com fortes características prognósticas negativas as formas mais intensivas da terapia seguida por transplante de células-tronco alogênicas. Nesses pacientes, acredita-se que os potenciais benefícios da terapia intensa justifiquem a maior toxicidade do tratamento. O cariótipo das células leucêmicas é o indicador mais forte do desfecho clínico. Com base nos rearranjos cromossômicos específicos, três grupos clínicos foram identificados: favorável, intermediário e ruim (ver tabela Prognóstico da leucemia mieloide aguda de acordo com algumas anomalias citogenéticas comuns). Prognóstico. A LMA é uma doença devastadora. Os tumores com anormalidades de “bom risco” no cariótipo (t[8,21], inv[16]) são associados a 50% de chance de sobrevida a longo prazo livre da doença, entretanto a sobrevida global em todos os pacientes varia de 15-30% com a quimioterapia convencional. Um ponto brilhante consiste na melhoria dos resultados terapêuticos da leucemia promielocítica aguda, provocada pelo tratamento direcionado com a administração de ATRA e sais de arsênico. Número crescente de pacientes com LMA está sendo tratado com abordagens mais agressivas, como o transplante de células progenitoras hematopoéticas alogênicas. ● Compreender os exames pq significa- aplicação Pq determina ter anemia etc Hemograma é o exame utilizado para avaliar as três principais linhagens de células do sangue: hemácias, leucócitos e plaquetas. Ele é utilizado para o diagnóstico de várias doenças, incluindo anemia, infecções e leucemia É através da avaliação do eritrograma que podemos saber se um paciente tem anemia ● Oq é mielograma, citogenética Para que serve o exame de mielograma? O Mielograma é um exame de avaliação da medula óssea com o objetivo de analisar a morfologia e produção de células sanguíneas pela medula óssea, para diagnosticar cânceres como leucemia, linfoma e mieloma, que atacam as células sanguíneas. citogenética humana clínica trata-se do estudo dos cromossomos no que se refere ao seu número, estrutura e herança, correlacionando os tipos de alterações cromossômicas com a apresentação clínica dos pacientes.
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