Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Terraplanagem e Pavimentação Prof. MSc. Ruiter da Silva Souza DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS Métodos de Cálculo 2 -Dois fatores são determinantes no dimensionamento de pavimentos flexíveis: Objetiva definir as categorias de rodovias em função dos serviços prestados aos usuários, expressos pelos seguintes parâmetros: � Segurança da rodovia – boas condições de regularidade, drenagem e aderência; � Regularidade dos serviços – manutenção pode ocasionar interrupção do tráfego; � Conforto do usuário – tratamento visual, ruído e condições da superfície de rolamento. O DIMENSIONAMENTO tem como objetivo calcular e/ou verificar espessuras e compatibilizar os materiais de forma que a vida útil corresponda a um certo número projetado de repetições de carga. -A vida útil de um pavimento é o período após o qual este atinge um grau inaceitável de deterioração, quer sob o aspecto estrutural, quer sob o aspecto funcional. DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS -Dois fatores são determinantes no dimensionamento de pavimentos flexíveis: Para prever o desempenho de pavimentos são assumidos um grande número de simplificações. O dimensionamento dos pavimentos pode ser abordado basicamente através de 2 métodos: - MECANÍSTICOS: consideram a análise das tensões e deformações em meios não perfeitamente elásticos (solos e misturas asfálticas) e comparam estas respostas da estrutura com critérios pré-estabelecidos para determinar as espessuras das camadas. Na verdade, não existe um método puramente mecanístico. - EMPÍRICOS: se baseiam em experiências repetidas no campo. Têm como melhor fundamento o método originado do trabalho de O. J. Porter, antigo engenheiro do Departamento de Estradas de Rodagem da Califórnia. Inicialmente conhecido como método Califórnia e posteriormente como do USACE (Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos), se baseia no ensaio CBR que foi o ponto de partida para a evolução da engenharia rodoviária mundial (Método do CBR). DIMENSIONAMENTO DE PAVIMENTOS FLEXÍVEIS 3 -O método do DNIT é uma adaptação efetuada pelo Engo. Murillo Lopes de Sousa em 1966 do método desenvolvido pelo USACE que utiliza algumas conclusões da pista experimental AASHO (1958 a 1960). -Constituindo basicamente de 4 etapas de trabalho. 1ª) DEFINIÇÃO DA CAPACIDADE DE SUPORTE DO SUBLEITO Determinada através do CBR, relação entre a pressão necessária para produzir uma penetração de um pistão num corpo-de-prova de solo, e a pressão necessária para produzir a mesma penetração numa brita padronizada (Brita da Califórnia). O valor desta relação é dado em percentagem. Ensaio introduzido por Porter em 1929 para o dimensionamento de pavimentos flexíveis, sendo mais tarde adaptado pelo USACE para o projeto de aeroportos, mantendo-se ainda hoje como um parâmetro de projeto bastante utilizado quando da adoção de procedimentos empíricos de projeto. Método do DNER/DNIT -A ideia básica é adotar um Índice Suporte - IS, calculado com média aritmética de dois outros índices derivados, respectivamente, de C.B.R. e do Índice de Grupo – IG, à semelhança do proposto pelo Eng. William Haynes Mills, quando praticamente combinou os métodos de dimensionamento do índice de Grupo e do C.B.R. em trabalhos de pavimentação realizados no Estado do Espírito Santo, no início dos anos 50. O Índice de Suporte IS é dado por: Onde: ISCBR: índice suporte derivado do CBR (numericamente é o próprio CBR); ISIG: índice suporte derivado do índice de grupo, correspondendo praticamente a uma inversão de escala, fazendo com que solos de boa qualidade tenham os maiores valores de ISIG. Método do DNER/DNIT 4 -Impõe-se a condição de que o Índice Suporte seja, no máximo, igual ao CBR, ou seja, quando o cálculo do IS resultar num índice maior que o C.B.R. (ou ISCBR), adota-se o valor do C.B.R. como Índice Suporte. Método do DNER/DNIT 2ª) DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS As exigências para materiais de reforço do subleito, sub-base, e base estabilizada são: As exigências para materiais de reforço do subleito, sub-base, e base estabilizada são: - Reforço do subleito: características geotécnicas superiores a do subleito (CBR, LL, LP, granulometria) e expansão ≤ 1%; - Sub-base granulometricamente estabilizada: CBR ≥ 20; IG = 0 para qualquer tipo de tráfego e expansao ≤ 1%; - Base estabilizada granulometricamente: LL ≤ 25%; IP ≤ 6; Expansão ≤ 0,5%; Equivalente de areia ≥ 30%; CBR ≥ 60 (médio); ≥ 80 (pesado). Método do DNER/DNIT 5 3ª) DETERMINAÇÃO DO TRÁFEGO É necessária a determinação do número equivalente de operações de eixo padrão, N, durante o período de projeto. Npresente = 365 × VMDa × FE × FC (× FR) Método do DNER/DNIT 4ª) Dimensionamento do Pavimento da Pista de Rolamento e Acostamentos - Aos materiais constitutivos do pavimento são designados coeficientes de equivalência estrutural, K, tendo como base o valor 1,0 para base granular. - Materiais com maior rigidez (base ou revestimento de concreto betuminoso) são associados a maiores valores de K (2,0 para CBUQ). - Materiais com menor rigidez como sub-base e reforço do subleito são associados a valores menores do que 1,0 (neste caso 0,77 e 0,71, respectivamente). Método do DNER/DNIT 6 4ª) Dimensionamento do Pavimento da Pista de Rolamento e Acostamentos Por exemplo: quando se diz que o coeficiente de equivalência estrutural da base de solo-cimento com resistência à compressão, após sete dias de cura, é kB = 1,4, deve ser interpretado 10 cm da base de solo-cimento têm o mesmo comportamento estrutural que 14 cm (14 = 10 x 1,4) da base granular que é o material padrão de k = 1. Método do DNER/DNIT 4ª) Dimensionamento do Pavimento da Pista de Rolamento e Acostamentos Espessura Mínima de Revestimento - A fixação da espessura mínima a adotar para os revestimentos betuminosos é um dos pontos ainda em aberto na engenharia rodoviária, quer se trate de proteger a camada de base dos esforços impostos pelo tráfego, quer se trate de evitar a ruptura do próprio revestimento por esforços repetidos de tração na flexão. As espessuras a seguir recomendadas, Tabela 32, visam especialmente as bases de comportamento puramente granular e são definidas pelas observações efetuadas. Método do DNER/DNIT 7 Espessura total de pavimento é dada em função do N e da capacidade de suporte (CBR ou IS = Índice de Suporte dado como a média do ISCBR = CBR e o ISIG que é tabelado de acordo com o IG, notando que IS ≤ ISCBR), em termos de base granular (K = 1,00). Entra-se com o valor de N na abscissa e traçasse uma reta vertical até atingir o valor de suporte em causa. Ordenada correspondente é a espessura do pavimento necessária para proteger um material com o CBR utilizado. A hipótese é de drenagem adequada e lençol subterrâneo rebaixado em relação ao greide. Método do DNER/DNIT OBSERVAÇÕES: - No caso de CBR inferior a 2 é recomendável fazer-se substituição do material; - Espessura mínima para camada granular é de 10 cm; - Hm designa espessura total de pavimento para proteger um material com CBR ou IS=m; - hn designa a espessura da camada do pavimento com CBR ou IS = n; - Mesmo que o CBR ou IS da sub-base seja > 20, a espessura de pavimento necessária para protegê-la é determinada como se o valor fosse 20; - B = espessura de base e R = espessura de revestimento; - A espessura do acostamento está de antemão condicionada a pista de rolamento, podendo ser feita uma redução na camada de revestimento (R). Método do DNER/DNIT 8 - Determina-se de acordo com a Figura 1 as espessuras Hm, Hn, e H20. R é determinada de acordo com as especificações de espessura mínima para o revestimento. As espessuras B, Hn, e H20 são obtidas pela resolução das seguintes inequações: R KR + B KB ≥ H20 R KR + B KB + h20 KS ≥ Hn R KR + B KB + h20 KS + hn KRef ≥ HmMétodo do DNER/DNIT Dados: Tráfego: N = 106; Subleito: CBR = 3%; Reforço do subleito: CBR = 10%; Sub-base: CBR = 20%; Base: CBR = 60%. Pavimento= Tratamento Superficial. - H20= 25 cm; - H3= 75 cm; - H10= 41 cm; Método do DNER/DNIT - Exemplo 9 Base: Revestimento betuminoso por penetração (K = 1,2); camadas granulares (K = 1,0). R × KR + B × KB ≥ H20 2,5 × 1,2 + B × 1,0 ≥ 25 cm ∴ B ≥ 25 - 3 = 22 cm Sub-base: R × KR + B × KB + h20 × KS ≥ Hn 2,5 × 1,2 + 22 × 1,0 + h20 × 1,0 ≥ 41 cm ∴ h20 ≥ 41 - 25 = 16 cm Reforço do Subleito: R × KR + B × KB + h20 × KS + hn × KRef ≥ Hm 2,5 × 1,2 + 22 × 1,0 + 16 × 1,0 + h10 × 1,0 ≥ 75 cm ∴ h10 ≥ 75 - 41 = 34 cm Método do DNER/DNIT - Exemplo Método do DNER/DNIT - Exercícios 10 -Soares, J.B.; Motta, L.M.G; Panorama Nacional da Pesquisa em Transportes 2001; Volume:1; P381-389; XV ANPET; Campinas-SP. -Soares, J.B., Notas de Aula da Disciplina Mecânica dos Pavimentos. Universidade Federal do Ceará, 72 p. -Holz, R.F., 2007, Notas de Aula da Disciplina de Projeto de Estradas de Rodagem. Fundação Universidade Federal do Rio Grande. -VICENTINE, D., 2013, Notas de Aula da Disciplina Pavimentação. Universidade Federal do Paraná, 12 p. -BETTEGA, W.P., 2013, Notas de Aula da Disciplina Pavimentação. Universidade Federal do Paraná, 11 p. -Manual de estudos de tráfego. - Rio de Janeiro, 2006. 384 p. (IPR. Publ., 723). -Manual de pavimentação. 3.ed. – Rio de Janeiro, 2006. 274p. (IPR. Publ., 719). -GRECO, J.A.S., Notas de Aula da Disciplina Engenharia de Tráfego. Universidade BIBLIOGRAFIA
Compartilhar