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Poder Judiciário

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CURSO: Direito
DISCIPLINA:	Direito Constitucional II
PERÍODO MINISTRADO/SEMESTRE/ANO:	1º/2015
PROFESSOR:	Juliano Vieira Alves
PODER JUDICIÁRIO
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Poder Judiciário (Art. 92 a 126)
DEFINIÇÕES PRELIMINARES
O Poder Judiciário independente é a base do Estado de Direito
Vários direitos fundamentais são relacionados ao Poder Judiciário:
Princípio da unicidade de jurisdição ou monopólio da jurisdição: art. 5º XXXV: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito
Pontes de Miranda:
•princípio da inafastabilidade da jurisdição
•direito de ação
•princípio do livre acesso ao judiciário
•princípio da ubiquidade da Justiça
Princípio do Juiz Natural –art. 5º XXXVII: não haverá juízo ou tribunal de exceção;
Tribunal do Júri – art. 5º, XXXVIII: é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei...
Presunção da inocência – art. 5º, LVII: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Duração razoável do processo – art. 5º, LXXVIII: a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (EC 45/2004)
SISTEMAS
i) - Inglês:
- Adotado pelo Brasil
- Unicidade de jurisdição
- Os conflitos administrativos NÃO podem ser julgados definitivamente em âmbito administrativo.
ii) Francês
contencioso administrativo
Há coisa julgada administrativa
Funções
I) ATÍPICA
ii.1) Administrativa:
Dispor sobre a sua organização (por meio do seu regimento interno);
Prover os cargos de juiz de carreira;
Propor a criação de novas varas judiciárias;
Prover o cargo de juízes e seus servidores (concurso, nomeação, posse...) – 96, I, “c” e “e”
Conceder férias, licença e outros afastamentos aos juízes e servidores – 96, I, “f”
Quando administra seus bens, serviços e pessoal, realiza licitações etc.
ii.2) Legislativa
- Quando produz normas gerais, aplicáveis no seu âmbito
- Ex: Regimentos Internos dos Tribunais (equiparam-se às Leis Ordinárias) – 96, I, “a”
OBS: atribuições privativas de iniciativa de leis (STF, Trib.Sup.; TJ’s) – 96, II
Alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
Criação ou extinção de cargos, bem como remuneração de seus membros e servidores;
Criação ou extinção dos tribunais inferiores;
Alteração da organização e da divisão judiciárias.
OBS: não cria como o Leg – apenas propõe.
ii) TÍPICA
A função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional, ou seja, julgar, aplicando a lei a um caso concreto, que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses, garantindo a integridade da ordem legal. Jurisdição: é a área física delimitadora da competência funcional de juiz ou tribunal. É pleno.
A função jurisdicional é compor conflitos de interesses em cada caso concreto – realiza-se através de um processo judicial.
“Podemos, assim, afirmar que função jurisdicional é aquela realizada pelo Poder Judiciário, tendo em vista aplicar a lei a uma hipótese controvertida mediante processo regular, produzindo, afinal, coisa julgada, com o que substitui, definitivamente, a atividade e vontade das partes”.�
Jurisdição e administração
Para Chiovenda, a jurisdição é “...uma atividade secundária, ou coordenada, no sentido de que ela substitui a vontade ou a inteligência de alguém, cuja atividade seria primária, enquanto o administrador exerce atividade primária, ou originária, no sentido de que a desenvolve no seu próprio interesse”�
Jurisdição e legislação
O que diferencia a função típica do Poder Legislativo da função típica do Poder Judiciário é que a lei é dirigida, indistintamente, a todos. Ela confere um direito abstrato e todos aqueles que se encontrarem na situação de fato descrita abstratamente no texto da lei, terão um direito subjetivo ao objeto nela indicado. Por sua vez, a parte dispositiva da decisão judicial dirige-se a pessoas determinadas, com uma ordem determinada, individualizada e concreta sobre um bem específico.
O fundamento para os órgãos do Poder Judiciário resolver os conflitos de interesses são as ordens gerais e abstratas – ordens legais (leis, costumes, normas gerais).
Art. 127 do CPC: O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
	P. Judiciário
(tríade)
	- Jurisdição (poder, soberania)
	
	- Ação
 (meio)
	Provocar
	
	
	Recorrer
	
	- Processo ( Somatório de atos sucessivos e ordenados com uma finalidade
	OBS: se não existir a pretensão resistida, não existe objeto da ação.
Lei nº. 9.099/1995 - Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do bem comum.
Decreto-lei nº. 4.657, de 4 de setembro de 1942 - Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
“Divididas as funções da soberania nacional por três Poderes distintos, Legislativo, Executivo e Judiciário, os órgãos deste (juízes e tribunais) devem, evidentemente, decidir atuando o direito objetivo; não podem estabelecer critérios particulares, privados ou próprios, para, de acordo com eles, compor conflitos de interesses, ao distribuírem justiça. Salvo o juízo de equidade, excepcionalmente admitido, como referimos ao mandado de injunção, normalmente o juiz, no Brasil, pura e simplesmente aplica os critérios que foram editados pelo legislador”�.
CARREIRA
Observações gerais
Magistratura de carreira: art. 78 da LOMAN - O ingresso na Magistratura de carreira dar-se-á mediante nomeação, após concurso público de provas e títulos, organizado e realizado com a participação do Conselho Secional da Ordem dos Advogados do Brasil.
Cargo inicial: juiz substituto
Juízes togados: são membros do Judiciário, da carreira da magistratura, e concursados.
Juízes leigos: são juízes não concursados, geralmente profissionais da área jurídica ou universitários de Direito.
Juiz de paz: 98, II
Magistratura representativa: designados pelos critérios de escolha constitucionais (art. 94) os membros do MP e da advocacia de carreira.
Comarcas: são divididas em Varas de especialização. Área territorial em que o juiz exerce a jurisdição, podendo ser formada pela área de um município ou formada por mais de um município.
Instâncias: graus de jurisdição
Entrâncias: são os níveis da carreira de juiz na primeira instância (ou primeiro grau). Designação exclusiva para a justiça estadual, e consiste na classificação conferida às comarcas, levando-se em conta o volume de processos.
Antiguidade: tempo de entrância.
Estatuto da Magistratura – observações gerais
	“A aplicabilidade das normas e princípios inscritos no art. 93 da Constituição Federal independe da promulgação do Estatuto da Magistratura, em face do caráter de plena e integral eficácia de que se revestem aqueles preceitos” (ADI 189, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 9-10-91, DJ de 22.05.92)
	"Até o advento da lei complementar prevista no art. 93, caput, da Constituição de 1988, o Estatuto da Magistratura será disciplinado pelo texto da LC 35/1979, que foi recebida pela Constituição" ADI 1.985, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 3-3-2005, Plenário, DJ de 13-5-2005
	MATÉRIAS RESERVADAS AO ESTATUTO DA MAGISTRATURA
“Consideração do tempo de exercício da advocacia privada para fins de classificação pelo critério de antiguidade na carreira da magistratura, da mesma forma em que se considera o tempo de serviço público. Alegada violação ao art. 93 da CF. Até a edição da lei complementar prevista no art. 93, caput, da CF, compete exclusivamente à Loman dispor sobre a promoção, a remoção e o acesso de magistrados aos cargos. (...) Medida cautelar deferida para suspender, com eficácia ex tunc,a vigência do art. 92, III, e, da Constituição do Estado de Mato Grosso, com a redação determinada pela EC 46/2006.” (ADI 4.042-MC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-6-2008, Plenário, DJE de 30-4-2009.) Vide: ADI 4.462-MC, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 29-6-2011, Plenário, DJE de 16-11-2011.
"Magistratura. Tribunal. Membros dos órgãos diretivos. Presidente, vice-presidente e corregedor-geral. Eleição. Universo dos magistrados elegíveis. Previsão regimental de elegibilidade de todos os integrantes do Órgão Especial. Inadmissibilidade. Temática institucional. Matéria de competência legislativa reservada à Loman e ao Estatuto da Magistratura. Ofensa ao art. 93, caput, da CF. Inteligência do art. 96, I, a, da CF. Recepção e vigência do art. 102 da LC federal 35, de 14-3-1979 – Loman. Ação direta de inconstitucionalidade julgada, por unanimidade, prejudicada quanto ao § 1º, e, improcedente quanto ao caput, ambos do art. 4º da Lei 7.727/1989. Ação julgada procedente, contra o voto do relator sorteado, quanto aos arts. 3º, caput, e 11, I, a, do Regimento Interno do TRF 3ª Região. São inconstitucionais as normas de regimento interno de tribunal que disponham sobre o universo dos magistrados elegíveis para seus órgãos de direção" Rcl 8.025, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 9-12-2009, Plenário, DJE de 6-8-2010.
"Art. 154, VI, da LC 59, de 18-1-2001, do Estado de Minas Gerais, que prevê hipótese de pena de demissão a magistrado em razão de procedimento incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções, por decisão da maioria de votos dos membros da Corte Superior do Tribunal de Justiça, além dos casos previstos no art. 26 da Loman; e art. 156, da mesma lei complementar estadual, que prevê procedimentos a serem estabelecidos no Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (RI/TJMG) para apuração de faltas e aplicação de penalidades, bem como para a decretação de remoção ou disponibilidade compulsórias. Vício de inconstitucionalidade formal, por se tratar de matéria reservada ao Estatuto da Magistratura, de acordo com o art. 93, caput, da CF. Precedentes: ADI 2.880-MC, ADI 3.053-PA, ADI 3.224-AP." (ADI 3.227, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-4-2006, Plenário, DJ de 1º-9-2006.)
	O Estatuto deverá prever cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento, acrescentando aos elementos temporal e funcional um terceiro, de natureza preparatória.
	FÉRIAS COLETIVAS: Art. 93, XI – Vedada após a EC 45/04, aos tribunais e juízos de 2° grau. Nos dias que não houver expediente forense normal deverá haver juízes de plantão permanente.
Permitida apenas aos membros do STF e dos Tribunais Superiores.
	O juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal: "Provimento de Tribunal de Justiça que proíbe os juízes de se ausentarem das comarcas, sob pena de perda de subsídios: matéria reservada à lei complementar. Procedência da ação direta para declarar a inconstitucionalidade formal do provimento impugnado." (ADI 3.053, Rel. Min.Sepúlveda Pertence, julgamento em 11-11-2004, Plenário)
	"Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Art. 49 do Código de Normas criado pelo Provimento nº 4/99 da Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão: autorização do Presidente para ausência de magistrados da comarca. 3. Dupla inconstitucionalidade formal: matéria reservada a lei complementar e iniciativa exclusiva do Supremo Tribunal Federal" (ADI 2880, Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 30/10/2014)
Ingresso na carreira
Ingresso ( Cargo inicial: juiz substituto – concurso público de provas e títulos e no mínimo 3 anos de atividade jurídica.
participação da OAB em todas as fases
Resolução de Tribunal e edital "que: (a) confiaram exclusivamente ao Presidente do Tribunal de Justiça, com recurso para o plenário deste, decidir sobre os requerimentos de inscrição; (b) predeterminaram as notas a conferir a cada categoria de títulos: usurpação de atribuições da comissão, da qual há de participar a Ordem" ADI 2210 MC, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 28/09/2000.
CONCURSO DE INGRESSO NA MAGISTRATURA ESTADUAL: PARTICIPAÇÃO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL EM TODAS AS FASES. (...) 4. A Resolução nº 10/99 do TJ/MT estabelece normas para todos os concursos de ingresso na Magistratura estadual. Não se dirige a um determinado concurso. Trata-se, pois, de ato privativo do Tribunal e que não pode ser compartilhado com a Ordem dos Advogados do Brasil. 5. No caso, porém, seus artigos 7 e 10 parecem alijar o representante da O.A.B. de fases importantes de qualquer concurso, pois a Comissão Examinadora não tem qualquer poder decisório sobre "o cronograma da realização das provas e o respectivo local de funcionamento", nem sobre a organização do programa, com a lista de matérias sobre as quais os candidatos serão arguidos. 6. Ora, o inciso I do art. 93 da Constituição Federal é bastante claro, ao exigir a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases de cada concurso público de provas e títulos, para ingresso na carreira da Magistratura. E o art. 7º da Resolução atribui ao Presidente do Tribunal de Justiça a fixação do "cronograma da realização das provas e do respectivo local de funcionamento". 7. Por outro lado, no § 2º do art. 7º, exige-se que o advogado, indicado pela O.A.B., tenha "mais de 10 (dez) anos de prática forense", restrição, porém, que não lhe pode ser imposta, pois não está prevista no mesmo inciso I do art. 93 da Constituição Federal" - ADI 2204 MC, Relator: Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, julgado em 08/11/2000.
	Etapas do concurso para magistratura – Resolução CNJ nº 75/2009
	primeira etapa
	uma prova objetiva seletiva, de caráter eliminatório e classificatório;
	segunda etapa
	duas provas escritas, de caráter eliminatório e classificatório;
	terceira etapa
	sindicância da vida pregressa e investigação social;
	
	exame de sanidade física e mental;
	
	exame psicotécnico;
	quarta etapa
	uma prova oral, de caráter eliminatório e classificatório;
	quinta etapa
	avaliação de títulos, de caráter classificatório.
	Sexta etapa
	O curso de formação é facultativo para os tribunais: art. 5º, §2º da Resolução nº 75 de 12/05/2009: "Os tribunais poderão realizar, como etapa do certame, curso de formação inicial, de caráter eliminatório ou não".
FORMALIDADES DO CONCURSO:
	Concurso público
	Provas e títulos
	
	Participação da OAB em todas as fases
	IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAR O EDITAL NO CURSO DO PROCESSO DE SELEÇÃO
2. Após a publicação do edital e no curso do certame, só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na legislação que disciplina a respectiva carreira. Precedentes. (RE 318.106, rel. min. Ellen Gracie, DJ 18.11.2005).(...) 4. A pretensão de alteração das regras do edital é medida que afronta o princípio da moralidade e da impessoalidade, pois não se pode permitir que haja, no curso de determinado processo de seleção, ainda que de forma velada, escolha direcionada dos candidatos habilitados às provas orais, especialmente quando já concluída a fase das provas escritas subjetivas e divulgadas as notas provisórias de todos os candidatos" - MS 27160, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2008.
	OBSERVAÇÃO
art. 20 da Resolução CNJ 75/2009: Aplicam-se aos membros das comissões de Concurso e Comissões Examinadoras os motivos de suspeição e de impedimento previstos nos arts. 134 e 135 do Código de Processo Civil. §1º, II, do art. 20 da Resolução CNJ 75/2009: “constituem também motivo de impedimento: a existência de servidores funcionalmente vinculados ao examinador ou de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, cuja inscrição haja sido deferida”.
SOBRE ISSO: “Não é possível presumira existência de má-fé ou a ocorrência de irregularidades pelo simples fato de que duas das candidatas aprovadas terem sido assessoras de desembargadores integrantes da banca examinadora” (MS 26.700, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 27-6-2008.) No mesmo sentido: MS 26.703, MS 26.705, MS 26.708 e MS 26.714, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 21-5-2008, Plenário, DJE de 27-6-2008.
Requisito: 3 anos de atividade jurídica – ver tópico abaixo
Ordem de classificação = ordem de nomeação
REQUISITO TEMPORAL MÍNIMO DE ATIVIDADE JURÍDICA
Resolução CNJ n.º 75, de 12 de Maio de 2009
O candidato deverá especificar "as atividades jurídicas desempenhadas, com exata indicação dos períodos e locais de sua prestação bem como as principais autoridades com quem haja atuado em cada um dos períodos de prática profissional, discriminados em ordem cronológica" art. 58, § 1º, alínea “i” da Resolução CNJ n.º 75, de 12 de Maio de 2009.
“A comprovação do tempo de atividade jurídica relativamente a cargos, empregos ou funções não privativos de bacharel em Direito será realizada mediante certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização preponderante de conhecimento jurídico, cabendo à Comissão de Concurso, em decisão fundamentada, analisar a validade do documento” art. 59, §2ºda Resolução CNJ n.º 75, de 12 de Maio de 2009.
O QUE É ATIVIDADE JURÍDICA PARA O CNJ?
aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito;
o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou questões distintas;
o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico;
o exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 (dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano;
o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios.
O QUE NÃO É ATIVIDADE JURÍDICA PARA O CNJ?
estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à obtenção do grau de bacharel em Direito.
REQUISITO TEMPORAL MÍNIMO DE ATIVIDADE JURÍDICA
termo a quo e ad quem para o cômputo dos três anos de atividade jurídica exigidos constitucionalmente
	REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA
Quanto ao momento de comprovação do triênio de atividade jurídica para ingresso no cargo de juiz substituto, o STF reconheceu a repercussão geral da matéria: concurso público para cargo de juiz do trabalho substituto. Comprovação de exercício de atividade jurídica (prática forense) de 3 (três) anos. Momento da exigência do preenchimento da condição. (...) repercussão geral reconhecida - RE 655265 RG, Relator: Min. LUIZ FUX, julgado em 15/12/2011. link
O que se discute? "Cuida-se de tema relevantíssimo no panorama jurídico pós-Emenda Constitucional nº 45/2004, qual seja, estabelecer o alcance da nova redação do inciso nº I do art. 93 da Carta Magna, que exige, para o cargo de juiz substituto, no mínimo três anos de atividade jurídica. Há que se definir se o art. 58, §1º, b, da Resolução nº 75/2009 do Conselho Nacional de Justiça desborda da competência normativa deste órgão, mormente em razão do art. 37, I, da Constituição ('os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei (...)') – trecho do voto do MIN. LUIZ FUX.
Pronunciamento do Ministro MARCO AURÉLIO: "2. Muito embora, para o exercício do cargo, seja própria a exigência de certo tempo de atividade jurídica, há de definir-se a época adequada à comprovação. O Tribunal de origem assentou a possibilidade de ocorrer no momento imediatamente anterior à nomeação, enquanto a União busca ver prevalecente a óptica a direcionar à data da inscrição dita definitiva. 3. Tal como fez o relator, admito configurada a repercussão geral, porquanto a controvérsia é passível de repetir-se em inúmeros casos".
ATUALIZAÇÃO EM 20MAI2015: Em 08.05.2015 o processo foi pautado. O parecer da PGR é pelo conhecimento e provimento do recurso.
	PERGUNTA: qual o momento para a efetiva comprovação do tempo de atividade jurídica pelo candidato do certame público para provimento na carreira?
O STF, no julgamento da ADI nº 3.460, julgou constitucional o art. 7º, caput e parágrafo único, da Resolução nº 35/2002, com a redação dada pelo art. 1º da Resolução nº 55/2004, do Conselho Superior do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios
CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 7º, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO, DA RESOLUÇÃO Nº 35/2002, COM A REDAÇÃO DADA PELO ART. 1º DA RESOLUÇÃO Nº 55/2004, DO CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERALE E TERRITÓRIOS. A norma impugnada veio atender ao objetivo da Emenda Constitucional 45/2004 de recrutar, com mais rígidos critérios de seletividade técnico-profissional, os pretendentes às carreira ministerial pública. Os três anos de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito e o fraseado "atividade jurídica" é significante de atividade para cujo desempenho se faz imprescindível a conclusão de curso de bacharelado em Direito. O momento da comprovação desses requisitos deve ocorrer na data da inscrição no concurso, de molde a promover maior segurança jurídica tanto da sociedade quanto dos candidatos. Ação improcedente - ADI 3460, Relator: Min. CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 31/08/2006.
	Súmula Nº 266 DO STJ
O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público - Data do Julgamento: 22/05/2002
	SOBRE O ENUNCIADO N. 266 DA SÚMULA DO STJ APÓS O JULGAMENTO DA ADI n. 3460
"Não é aplicável o Enunciado n. 266 da Súmula do c. STJ em concursos públicos relativos às carreiras da Magistratura (art. 93, I, CR) e do Ministério Público (art. 129, § 3º, CR), haja vista a interpretação conferida pelo Pretório Excelso (ADI n. 3460-0) ao disposto no art. 129, § 3º, da CR, o qual se identifica com o teor do art. 93, I, da Constituição. Essa conclusão, contudo, não implica revisão do Enunciado n. 266/STJ em relação a outras carreiras, para as quais se deve analisar a legislação infraconstitucional pertinente" - RMS 21.329/MT, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 15/03/2007, DJ 16/04/2007, p. 217)
	INSCRIÇÃO DEFINITIVA, NOMEAÇÃO OU POSSE?
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
2. O edital do concurso que estabelece a comprovação de três anos de atividade jurídica no ato da inscrição definitiva e não no momento da posse desarmoniza-se da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal – MS 27608, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 15/10/2009
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
"Para comprovação da atividade jurídica a que faz referência o art. 93, I, da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, é necessário que o candidato que deseja ingressar na carreira da magistratura apresente documentação da qual se extraia que realizou atividades para cujo desempenho seja imprescindível a conclusão do bacharelado em Direito, decorrendo, daí, que, por ocasião da inscrição definitiva, momento em que deve ser feita essa comprovação, sejam passados, pelo menos, três anos da respectiva data de conclusão do curso de Direito" - RMS 31.168/PA, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 12/09/2012)
MINISTÉRIO PÚBLICO�
O Conselho Nacional do Ministério Público, em 31.05.2011, no Procedimento de Controle Administrativo nº 0.00.000.000466/2011-76� concluiu: "1. Da simples leitura do artigo 129, §3º, da Constituição Federal, exige-se do candidato ser bacharel em direito e ter três anos de atividadejurídica para o ingresso na Carreira do Ministério Público. A expressão ingresso na carreira é sinônimo de investidura, o que ocorrerá com a posse no cargo, observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. A norma constitucional não pode ser interpretada de forma restrita como ato de mera inscrição definitiva no certame público. 2. O momento apropriado para a comprovação do tempo de atividade jurídica deverá ser no ato da posse do candidato, aprovado em todas as fases do certame público, ao cargo de membro do Ministério Público".
JUSTIÇA DO TRABALHO
O art. 35 da Resolução Administrativa nº 1.046/2005 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe que a comprovação do triênio de atividade jurídica apenas será exigida na data da nomeação - link: “Art. 35. O Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, até o 30º (trigésimo) dia após a publicação da homologação do concurso, procederá à nomeação dos candidatos aprovados, para preenchimento das vagas existentes, observada a ordem rigorosa de classificação e a comprovação de que possuam, na data da nomeação, três anos, no mínimo, de atividade jurídica” - Redação dada pela Resolução Administrativa TST n. 1161, de 28.09.2006 - link.
	TIPO DE ATIVIDADE ANTES DA EC 45
"Esta Corte consolidou o entendimento de que, para os concursos da magistratura anteriores à edição da Emenda Constitucional n. 45/2004, o conceito de prática forense deve ser o mais amplo possível, de modo a compreender não apenas o exercício da advocacia e de cargo no Ministério Público, Magistratura ou outro qualquer privativo de bacharel de direito, como também as atividades desenvolvidas perante os Tribunais, os Juízos de primeira instância e até estágios nas faculdades de Direito" AgRg no RMS 26.816/CE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 18/08/2011, DJe 02/09/2011
	IMPOSSIBILIDADE DE ESTIPULAR PRAZO MAIOR
"A previsão contida em edital de certame para a magistratura no sentido de que, para a inscrição definitiva, exige-se a apresentação de documento de inscrição na OAB com prazo mínimo de cinco anos, deve ser interpretada em consonância com o disposto no art. 93, I, da CF/88, de modo que é necessária a comprovação de apenas três anos de prática forense após a conclusão do Curso de Direito. 2. Entendimento contrário, além de não encontrar amparo no texto constitucional, implicaria em ofensa ao princípio da razoabilidade ao admitir a estipulação de prazo maior (cinco anos) do que aquele fixado pelo constituinte (três anos) como adequado para a comprovação de experiência jurídica após o bacharelado pelo candidato ao cargo de juiz" RMS 25.460/PB, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 17/03/2011, DJe 04/04/2011)
	ANTECIPAÇÃO DOS PRAZOS DO CONCURSO
A comprovação dos três anos de atividade jurídica, exigida daqueles que pretendem ingressar na carreira da magistratura, deve ser feita no momento da inscrição definitiva, daí ser recomendável se faça constar nos editais de abertura desses concursos a data provável em que se realizará tal inscrição. Caso ocorra a antecipação do cronograma inicial, dessa alteração nenhum prejuízo poderá resultar para aqueles interessados que se inscreveram considerando que, respeitada a data inicialmente prevista para a inscrição definitiva, teriam como atender à exigência constitucional" - RMS 26.667/DF, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 11/11/2008, DJe 02/03/2009
	interpretação do dispositivo pela lógica do razoável
"Mandado de segurança. Art. 129, §3º, da Constituição. Comprovação de atividade jurídica para o concurso do Ministério Público Federal. Peculiaridades do caso. 1. A interpretação do art. 129, §3º, da Constituição foi claramente estabelecida pela Suprema Corte no julgamento da ADI nº 3.460, Relator o Ministro Carlos Britto (DJ 15/6/07), de acordo com o qual (i) os três anos de atividade jurídica pressupõem a conclusão do curso de bacharelado em Direito e (ii) a comprovação desse requisito deve ocorrer na data da inscrição no concurso e não em momento posterior. 2. O ato coator tomou como termo inicial da atividade jurídica do impetrante a sua inscrição na OAB, o que é correto, porque, na hipótese, o impetrante pretendeu comprovar a sua experiência com peças processuais por ele firmadas como advogado. Faltaram-lhe, consequentemente, 45 dias para que perfizesse os necessários três anos de advocacia, muito embora fosse bacharel em Direito há mais tempo. 3. O caso é peculiar, considerando que o período de 45 dias faltante corresponde ao prazo razoável para a expedição da carteira de advogado após o seu requerimento, de tal sorte que, aprovado no exame de ordem em dezembro de 2003, deve ser tido como preenchido o requisito exigido pelo § 3º do art. 129 da Constituição Federal" - MS 26681, Relator: Min. MENEZES DIREITO, Tribunal Pleno, julgado em 26/11/2008.
	TERMO A QUO DO PRAZO
A data a ser considerada para a aferição dos três anos de conclusão do curso de Direito é aquela em que o estudante conclui com êxito todas as disciplinas do curso de graduação. Em consequência, as atividades jurídicas desenvolvidas a partir dessa data, assim consideradas aquelas previstas no edital, devem ser aproveitadas na comprovação da exigência constitucional" - RMS 26.667/DF, Rel. Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 11/11/2008, DJe 02/03/2009
A exigência do triênio de atividade jurídica contida no art. 129, § 3º, da Constituição da República dá-se a partir da conclusão do curso de direito, nos termos do que decidido no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.460, Relator Ministro Carlos Britto. Precedentes – MS 27608, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 15/10/2009
QUINTO CONSTITUCIONAL – 94 e 111-A e 115, I
1/5 das vagas nos TJ’s, no TJDFT e nos TRF’s será reservado, de forma paritária, a advogados (de notório saber jurídico e reputação ilibada) e a membros do MP (com mais de 10 anos de atividade na carreira).
	Composição dos
	TRFs e TJs (TJDFT)
	
	TRT’s e TST
	1/5 de
	Membros do MP + de dez anos de carreira
	
	Advogados
	Notório saber jurídico
	
	
	Reputação ilibada
	
	
	+de dez anos de efetiva atividade profissional
Existe a exigência da observância do quinto constitucional na composição dos TRT’s e TST (arts. 111-A e 115)
Ver o “terço” do STJ – 104, parágrafo único, II
São indicados em lista sêxtupla pelo órgão, recebida pelo tribunal, que forma lista tríplice, envia ao Executivo, que tem 20 dias para escolher e nomear um integrante (TJE ( Governador; TRF e TJDFT ( PR).
Não se aplica, por analogia o art. 53, III, da CF: "JUDICIÁRIO - QUINTO CONSTITUCIONAL - ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA. Surge relevante pedido de suspensão de norma local a prever a submissão de candidato a vaga do quinto em Tribunal à Assembleia Legislativa" (ADI 4150 MC, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 08/10/2008)�
Na divisão por 5, o arredondamento deve ser para cima: "Tribunal de Justiça. Se o número total de sua composição não for divisível por cinco, arredonda-se a fração restante (seja superior ou inferior à metade) para o número inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a quantidade de vagas destinadas ao quinto constitucional destinado ao provimento por advogados e membros do Ministério Público" (AO 493, Relator: Min. OCTAVIO GALLOTTI, Primeira Turma, julgado em 06/06/2000)
Se for número ímpar, deve-se alternar: "A norma do §2º do art. 100 da LOMAN, Lei Compl. 35/79, é aplicável quando, ocorrendo vaga a ser preenchida pelo quinto constitucional, uma das classes se acha em inferioridade na composição do Tribunal. No preenchimento, então, dessa vaga, inverter-se-á a situação: a classe que se achava em inferioridade passa a ter situação de superioridade, atendendo-se, destarte, ao princípio constitucional da paridade entre as duas classes, Ministério Público e advocacia. Precedente do STF: MS 20.597-DF, Octavio Gallotti, Plenário..." (MS 23972, Relator: Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno,julgado em 12/09/2001)
O requisito do MP� é objetivo: dez anos de carreira
Os requisitos dos advogados são objetivos e subjetivos: A) notório saber jurídico; B) reputação ilibada; C) mais de dez anos
IMPORTANTE: O Tribunal pode devolver, motivadamente, a lista sêxtupla – MS 25.624 e Info: 439
	"I. Mandado de Segurança: processo de escolha de candidatos a cinco vagas de Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, correspondente à cota no "quinto constitucional" da advocacia: composição de lista sêxtupla pelo Tribunal de Justiça que, desprezando a lista sêxtupla específica organizada pelo Conselho Seccional da OAB para a primeira das vagas, substituiu os seus integrantes por nomes remanescentes das listas indicadas para as vagas subsequentes e, dentre eles, elaborou a lista tríplice: contrariedade ao art. 94 e seu parágrafo único da Constituição Federal: declaração de nulidade de ambas as listas, sem prejuízo da eventual devolução pelo Tribunal de Justiça à OAB da lista sêxtupla apresentada para a vaga, se fundada em razões objetivas de carência, por um ou mais dos indicados, dos requisitos constitucionais, para a investidura e do controle jurisdicional dessa recusa, acaso rejeitada pela Ordem. II. O "quinto constitucional na ordem judiciária constitucional brasileira: fórmula tradicional, a partir de 1934 - de livre composição pelos tribunais da lista de advogados ou de membros do Ministério Público - e a fórmula de compartilhamento de poderes entre as entidades corporativas e os órgãos judiciários na seleção dos candidatos ao "quinto constitucional" adotada pela Constituição vigente (CF, art. 94 e parágrafo único). 1. Na vigente Constituição da República - em relação aos textos constitucionais anteriores - a seleção originária dos candidatos ao "quinto" se transferiu dos tribunais para "os órgãos de representação do Ministério Público e da advocacia"-, incumbidos da composição das listas sêxtuplas - restando àqueles, os tribunais, o poder de reduzir a três os seis indicados pelo MP ou pela OAB, para submetê-los à escolha final do Chefe do Poder Executivo. 2. À corporação do Ministério Público ou da advocacia, conforme o caso, é que a Constituição atribuiu o primeiro juízo de valor positivo atinente à qualificação dos seis nomes que indica para o ofício da judicatura de cujo provimento se cogita. 3. Pode o Tribunal recusar-se a compor a lista tríplice dentre os seis indicados, se tiver razões objetivas para recusar a algum, a alguns ou a todos eles, as qualificações pessoais reclamadas pelo art. 94 da Constituição (v.g. mais de dez anos de carreira no MP ou de efetiva atividade profissional na advocacia.) 4. A questão é mais delicada se a objeção do Tribunal fundar-se na carência dos atributos de "notório saber jurídico" ou de "reputação ilibada": a respeito de ambos esses requisitos constitucionais, o poder de emitir juízo negativo ou positivo se transferiu, por força do art. 94 da Constituição, dos Tribunais de cuja composição se trate para a entidade de classe correspondente. 5. Essa transferência de poder não elide, porém, a possibilidade de o tribunal recusar a indicação de um ou mais dos componentes da lista sêxtupla, à falta de requisito constitucional para a investidura, desde que fundada a recusa em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão competente do colegiado judiciário. 6. Nessa hipótese ao Tribunal envolvido jamais se há de reconhecer o poder de substituir a lista sêxtupla encaminhada pela respectiva entidade de classe por outra lista sêxtupla que o próprio órgão judicial componha, ainda que constituída por advogados componentes de sextetos eleitos pela Ordem para vagas diferentes. 7. A solução harmônica à Constituição é a devolução motivada da lista sêxtupla à corporação da qual emanada, para que a refaça, total ou parcialmente, conforme o número de candidatos desqualificados: dissentindo a entidade de classe, a ela restará questionar em juízo, na via processual adequada, a rejeição parcial ou total do tribunal competente às suas indicações. (MS 25624, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 06/09/2006)
O caso da OAB/STJ
	RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONSTITUCIONAL. ELABORAÇÃO DE LISTA TRÍPLICE PARA PREENCHIMENTO DE VAGA DESTINADA AOS ADVOGADOS NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA [ART. 104, II C/C ART. 94 DA CB/88]. DEVER-PODER DO TRIBUNAL SUPERIOR. REJEIÇÃO DE LISTA SÊXTUPLA ENCAMINHADA PELO CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. POSSIBILIDADE. HIPÓTESE DIVERSA DA QUE ALUDE O INCISO X DO ARTIGO 93 DA CONSTITUIÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. (...). 2. A elaboração da lista tríplice pelo STJ compreende a ponderação de dois requisitos a serem preenchidos pelos advogados incluíveis na terça parte de que se cuida [notório saber jurídico e reputação ilibada] e a verificação de um fato [mais de dez anos de efetiva atividade profissional]. Concomitantemente, a escolha de três nomes tirados da lista sêxtupla indicada pela Ordem dos Advogados Brasileiros. 3. O Superior Tribunal de Justiça está vinculado pelo dever-poder de escolher três advogados cujos nomes comporão a lista tríplice a ser enviada ao Poder Executivo. Não se trata de simples poder, mas de função, isto é, dever-poder. Detém o poder de proceder a essa escolha apenas na medida em que o exerça a fim de cumprir o dever de a proceder. Pode, então, fazer o quanto deva fazer. Nada mais. 4. Essa escolha não consubstancia mera decisão administrativa, daquelas a que respeita o artigo 93, X, da Constituição, devendo ser apurada de modo a prestigiar-se o juízo dos membros do tribunal quanto aos requisitos acima indicados, no cumprimento do dever-poder que os vincula, atendida inclusive a regra da maioria absoluta. 5. Nenhum dos indicados obteve a maioria absoluta de votos, consubstanciando-se a recusa, pelo Superior Tribunal de Justiça, da lista encaminhada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Recurso ordinário improvido" - RMS 27920, Relator(a): Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 06/10/2009. – placar 3x2
caso do TJSP: na lista da OAB, um dos advogados responderia a processo criminal e outro não possuiria notável saber jurídico por ter sido reprovado em cerca de 10(dez) concursos da Magistratura:
	"Reclamação. Ordem dos Advogados do Brasil. Lista. Composição do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Recusa. Devolução. 1. A devolução da lista apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil com clara indicação dos motivos que a suportaram não viola decisão desta Suprema Corte que, expressamente, ressalvou essa possibilidade "à falta de requisito constitucional para a investidura, desde que fundada a recusa em razões objetivas, declinadas na motivação da deliberação do órgão competente do colegiado judiciário" (MS nº 25.624/SP, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 19/12/06)" (Rcl 5413, Relator: Min. MENEZES DIREITO, Tribunal Pleno, julgado em 10/04/2008)
	LISTA QUÁDRUPLA
Art. 27, §4º, do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça: "Se existirem duas ou mais vagas a serem providas dentre Juízes ou Desembargadores, o Tribunal deliberará, preliminarmente, se as listas se constituirão, cada uma, com três nomes distintos, ou se, composta a primeira com três nomes, a segunda e subsequentes deverão ser integradas pelos dois nomes remanescentes da lista anterior, acrescidos de mais um nome".
"A teor dos artigos 93, II, b e III, 107, II da Constituição Federal e 80, 82, 84 e 88 da LOMAM a confecção de lista quádrupla, ao invés de duas listas tríplices, é legítima" MS 23.789, Relatora: Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 30/06/2005.
PROMOÇÃO
TRIBUNAIS DE SEGUNDO GRAU
"O provimento dos cargos judiciários nos tribunais de 2º grau, em vagas reservadas à magistratura de carreira, insere-se na competência institucional do próprio Tribunal de Justiça, constituindo específica projeção concretizadora do postulado do autogoverno do Poder Judiciário" (ADI 189, Rel. Min. Celso de Mello,julgamento em 9-10-1991, Plenário, DJ de 22-5-1992.)
ACESSO POR 
	três vezes consecutivas
	Na lista de merecimento – promoção obrigatória
	Cinco vezes alternadas
	
	“(...) o ato de composição das turmas recursais não caracteriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de remoção, porém de mera designação para integrar órgão de primeiro grau, não se impondo, portanto, a observância dos critérios de merecimento ou antiguidade. Nessa linha, a definição dos critérios para composição da turma recursal é ato interna corporis do respectivo Tribunal.” (MS 28.254-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 24-3-2011, Plenário,DJE de 12-4-2011.)
	PECULIARIDADE DE JUIZ FEDERAL: "É inaplicável a norma do art. 93, II, b, da Constituição Federal à promoção dos juízes federais, por estar sujeita apenas ao requisito do implemento de cinco anos de exercício do art. 107, II da Carta Magna, incluído o tempo de exercício no cargo de juiz federal substituto" MS 23789, Relatora: Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 30/06/2005.
	Impossibilidade de combinar o sistema de acesso ao TJ com a promoção no 1º Grau
“O art. 93, III�, da Constituição determina que ‘o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância’. A promoção de juízes para o Tribunal de Justiça local ocorre de acordo com o surgimento das vagas, alternando-se os critérios de antiguidade e merecimento para provimento dos cargos. Esse sistema não se confunde com a promoção de entrância, em que há uma lista das varas a serem providas por merecimento e outra destinada ao provimento por antiguidade. A combinação dos sistemas, aplicando-se os preceitos da promoção de entrância à promoção para o Tribunal, é impossível” (AO 1.499, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-5-2010, Plenário, DJE de 6-8-2010.)
	apurados na
	última entrância
	
	única entrancia
	“Mandado de segurança. Promoção de juiz federal pelo critério do merecimento para o TRF. Ampla discricionariedade do presidente da República fundada em interpretação literal de art. 107 da CF. Inadmissibilidade. Vinculação da escolha presidencial ao nome que figure em lista tríplice por três vezes consecutivas ou cinco alternadas. Exigibilidade. Necessidade de exegese sistemática das normas gerais aplicáveis à magistratura nacional. Incidência do art. 93, II, a, na espécie. Alteração introduzida pela EC 45/2004 no inciso III do mencionado dispositivo que não altera tal entendimento.” (MS 30.585, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 12-9-2012, Plenário, DJE de 28-11-2012.)
Serão promovidos de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento.
	"O dispositivo impugnado promove, automaticamente, à entrância especial, os juízes em exercício nas varas do Juizado Especial da Comarca de Fortaleza, sem observar o princípio da alternância, na promoção, por antiguidade e merecimento (art. 93, II, da CF). Ação direta julgada procedente para declaração de inconstitucionalidade do art. 4º da Lei 12.646, de 17-12-1996, do Estado do Ceará, que acrescentou o parágrafo único ao art. 125 do Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado (Lei 12.342, de 28-7-1994). Plenário." (ADI 1.837, Rel. Min. Sydney Sanches, julgamento em 19-3-2003, Plenário, DJ de 2-5-2003.)
	"...cassado decreto presidencial que deixara de observar o disposto no art. 93, II, a, da CF. Naquela decisão, asseverara-se que, na promoção de magistrado federal, por merecimento, que figurasse por três vezes consecutivas ou cinco alternadamente, em lista tríplice, o chefe do Executivo teria de, obrigatoriamente, sufragar o nome que figurasse no mencionado rol – v. Informativos 672 e 679. Esclareceu-se que, ainda que existente vinculação ao nome que figurasse na lista observadas essas condições – a significar, para a embargante, indicação direta, e não lista –, o documento sempre deveria ser elaborado pelo respectivo tribunal e enviado à Presidência da República, por expressa exigência constitucional. Além disso, na lista constariam os nomes de dois outros juízes que, eventualmente, poderiam ser beneficiados por esta regra, caso viessem a preencher os requisitos futuramente" MS 30.585-ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 27-2-2013, Plenário, Informativo 696.
	Premissas para elaboração da lista (93, II, b): MS 24.575
	a) Para os lugares remanescentes na lista tríplice, na ausência de juízes que atendam cumulativamente às condições ali estabelecidas, apura-se novamente a primeira quinta parte dos mais antigos, incluídos todos os magistrados. (ADI 281, Rel. Min. Marco Aurélio, RE 239.595, Rel. Min. Sepúlveda Pertence);
	b) A quinta parte da lista de antiguidade é um rol de titulares providos nos cargos de determinada classe, cujo apuração não leva em conta os cargos vagos. (MS 21.631, Rel. Min. Sepúlveda Pertence);
	c) Na existência de apenas dois nomes que perfazem os requisitos constitucionais, não há necessidade de recomposição do quinto de antiguidade, possibilitada a escolha entre os dois nomes ou a recusa pelo quorum qualificado (art. 93, II, d). (MS 24.414, Rel. Min. Cezar Peluso);
	d) Do mesmo modo, existindo apenas um magistrado que preenche os requisitos constitucionais, não há lugar para a recomposição da quinta parte da lista de antiguidade, possibilitada a recusa do nome do magistrado pelo corpo eletivo do Tribunal. (MS 24.414, Rel. Min. Cezar Peluso).
	“(...) o ato de composição das turmas recursais não caracteriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de remoção, porém de mera designação para integrar órgão de primeiro grau, não se impondo, portanto, a observância dos critérios de merecimento ou antiguidade. Nessa linha, a definição dos critérios para composição da turma recursal é ato interna corporis do respectivo Tribunal.” (MS 28.254-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 24-3-2011, Plenário, DJE de 12-4-2011.)
PARA AFERIR O MERECIMENTO
	“A aferição do merecimento é feita levando-se em conta diversos critérios, não apenas dados objetivos, mas também outros relativos à produtividade e presteza no exercício da jurisdição” – MS 27.960-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 27-10-2011, Plenário.
Resolução CNJ nº 6/2005
	a) desempenho
	b) critérios objetivos de
	Produtividade
	
	Presteza no exercício da jurisdição
	c) frequencia/aproveitamento em cursos de aperfeiçoamento
	Oficiais
	
	reconhecidos
	"É inconstitucional a cláusula constante de ato regimental, editado por tribunal de Justiça, que estabelece, como elemento de desempate nas promoções por merecimento, o fator de ordem temporal – a antiguidade na entrância –, desestruturando, desse modo, a dualidade de critérios para acesso aos tribunais de segundo grau, consagrada no art. 93 da Lei Fundamental da República." (ADI 189, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 9-10-1991, Plenário, DJ de 22-5-1992.)
APURAÇÃO DA ANTIGUIDADE
	O TRIBUNAL PODE RECUSAR O JUIZ MAIS ANTIGO
	Voto fundamentado
	2/3 dos membros
	Procedimento próprio
	Assegurada ampla defesa
	Repete-se a votação até fixar a indicação
Impossibilidade de promoção de juiz “e”, II, 93
	"1. A norma vigente ao tempo da posse dos interessados acerca do critério de antiguidade deve prevalecer para todos os fins; posto gerar insegurança jurídica subordinar a lista de antiguidade a critério introduzido pelas alterações supervenientes ao Regimento Interno sempre que se fizer necessário apurar-se a antiguidade dos magistrados. 2. A novel alteração do Regimento aplica-se aos empossados em período ulterior à reforma da norma secundária. 3. A republicação da lista a cada ano tem o escopo de apurar eventual alteração ocorrida, mas não o de alterar, pela aplicação de outros critérios, o desempate já definido, desde a classificação inicial, entre os que se encontram com o tempo idêntico na mesma classe" - RMS 26079, Relator: Min.LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 27/03/2012.
	"2. Os incisos III e IV do § 1º do art. 78 da Lei Complementar n. 10/1996 do Tocantins criaram critérios diversos dos previstos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional (art. 80, § 1º, inc. I, da Lei Complementar n. 35/1979) para desempate na lista de antiguidade da magistratura estadual (tempo de serviço público no Estado e tempo de serviço público geral). Inconstitucionalidade por contrariedade ao art. 93 da Constituição da República. Precedentes. 3. A adoção da idade como critério de desempate na ordem de antiguidade na magistratura (art. 78, § 1º, inc. V, da Lei Complementar estadual n. 10/1996) não apresenta plausibilidade jurídica necessária para o deferimento da medida cautelar" - ADI 4462 MC, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2011.
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
	GARANTIAS DA MAGISTRATURA (DO JUDICIÁRIO)
	Institucionais
	Autonomias
	Funcional
	
	
	Administrativa
	
	
	Financeira
	
	Escolha dos dirigentes
	96, I, a
	Aos membros
	Garantias de liberdade
	Vitaliciedade – 95, I
	
	
	Inamovibilidade – 95, III
	
	
	Irredutibilidade de subsídio – 95, III
	
	Garantias de imparcialidade
	Vedações – 95
Visam assegurar a independência no exercício da prestação jurisdicional.
Cláusula também asseguradora do princípio da separação funcional dos Poderes.
As garantias se discriminam da seguinte forma:
Garantias institucionais: desdobram-se em garantias de autonomia orgânico-administrativa e financeira
Garantias funcionais ou de órgãos: asseguram e independência e a imparcialidade dos membros do Poder. Elas são previstas em razão do titular e em favor da instituição.
OBS: Os Min. do STF podem ser processados e julgados pelo SF nos crimes de responsabilidades.
HISTÓRIA: "A composição do Supremo Tribunal Federal, portanto, reveste-se da natureza de cláusula de independência do próprio Poder Judiciário, e é prevista na própria Constituição Federal (art. 101 - onze ministros), sendo que, qualquer tentativa do Poder Executivo ou Legislativo de alterabilidade deste número, com a intenção de desrespeito à autonomia da própria Corte ou de suas decisões, além de ser inconstitucional por ferimento às cláusulas pétreas (CF, art. 60, § 4°, III - Separação dos Poderes), configurará crime de responsabilidade (CF, art. 85, II - Livre exercício do Poder Judiciário)" (MORAES, 2014, p. 527).
GARANTIAS INSTITUCIONAIS
	Garantias institucionais – autonomia orgânico-administrativa e financeira
	Eleição do presidente do tribunal – capacidade de autogoverno – 96, I, a (1ª parte)
	Elaboração do regimento interno – capacidade normativa interna – 96, I, a (2ª parte)
	Organização de seus serviços auxiliares – 96, I, b, e II
	Ampla autonomia administrativa e financeira – 99
	Iniciativa legislativa – 96, II
	Entrega dos duodécimos dos recursos orçamentários – 168
	Destinação das custas e emolumentos – 98, §2º
Autonomia orgânico-administrativa 
Consubstancia-se na competência privativa. É expressão do poder de autogoverno do Judiciário e se expressa pela iniciativa reservada das leis que disponham sobre sua estrutura, pela competência privativa de elaboração de seus regimentos, inclusive em matéria processual, e pela competência para reger sua estrutura administrativa e seus servidores, na forma da lei, de acordo com o art. 96.
Autonomia financeira 99
Consubstancia-se no poder de elaboração de proposta orçamentária (≠ orçamento). É externada pela competência para definir despesas e prioridades de investimentos, na forma de proposta de lei orçamentária que deverá ser enviada ao Executivo, deste, ao CN. A administração financeira do Judiciário admite controle externo pelo CN e pelo TCU (arts. 40, X; 70, caput; 71, caput e incs. II e IV)
Em que consiste a autonomia administrativa e financeira se o Judiciário não participa da confecção e discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias? Essa autonomia não seria uma “proclamação retórica”?
José Renato Nalini afirma que a “independência externa do Poder Judiciário é bastante relativizada. A justiça depende de recursos financeiros do Poder Executivo. Há muitas tonalidades nesse relacionamento que ostenta ciclos múltiplos na história da República. Desde a subserviência até as hostilidades institucionais que comprometem a exigência da harmonia entre os Poderes” (NALINI, 2010, p. 60).
Mais adiante defende que “O relacionamento entre os Poderes pode ser bastante tenso, a depender dos transitórios ocupantes dos cargos de comando. Por isso é que o administrador de tribunais não pode ser o experto em jurisdição completamente desprovido de articulação política e de capacidade de dialogar. Circunstância que permitiu lento e gradual desprestígio da Justiça na República Brasileira, ao menos em algumas unidades da Federação” (NALINI, 2010, p. 61).
Com efeito, Alexandre de Moraes, no Curso de Direito Constitucional, menciona o caso norte-americano a respeito da legislação do New Deal e afirma que “A independência do Judiciário, nos diversos ordenamentos jurídicos, por várias vezes é posta à prova por motivos políticos” (MORAES, 2012, p. 528).
Entretanto, dentro do autogoverno, a constituição garante aos tribunais a elaboração das “suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias” (MORAES, 2012, p. 526).
Tanto é assim que o Supremo já declarou inconstitucional uma Lei de Diretrizes Orçamentárias que estipulou limite à participação do Poder Judiciário no orçamento do Estado – ADI 1911.
CRIAÇÃO DA CENTRAL DE PAGAMENTOS DE SALÁRIOS DO ESTADO. ÓRGÃO EXTERNO. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. AUTONOMIA FINANCEIRA E ADMINISTRATIVA DO PODER JUDICIÁRIO. (...) 2. A ingerência de órgão externo nos processos decisórios relativos à organização e ao funcionamento do Poder Judiciário afronta sua autonomia financeira e administrativa. 3. A presença de representante do Poder Judiciário na Central de Pagamentos de Salários do Estado de Alagoas - CPSAL não afasta a inconstitucionalidade da norma, apenas permite que o Poder Judiciário interfira, também indevidamente, nos demais Poderes" (ADI 1578, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 04/03/2009).
José Afonso da Silva também menciona: “Tudo está a mostrar que essa autonomia financeira não é assim tão pronunciada, é, ao contrário, bastante limitada e vai gerar mais problemas do que benefícios. As divergências e disputas entre tribunais, que devem aprovar as propostas, logo demonstrarão ao Poder Judiciário que assuntos de administração devem competir mesmo aos administradores e nunca aos julgadores, que precisam ficar imunes a disputas que, no fundo, envolvem decisões políticas. A ideia de um órgão de controle externos da administração da Justiça que tivesse, entre suas incumbências, o planejamento e a preparação da proposta orçamentária do Poder Judiciário foi cogitada; mas o Conselho Nacional de Justiça que, em seu lugar, foi criado pela EC-45/2004 não recebeu essa atribuição, só cumprindo a ele, nesse particular, o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário” (SILVA, 2008, p. 590).
	IMPORTANTE
	Notícias STF - Segunda-feira, 08 de setembro de 2014: AMB, Anamatra e Ajufe contestam cortes na proposta orçamentária do Judiciário: "Associações representativas de magistrados impetraram Mandado de Segurança (MS 33190) no Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar o corte feito pela presidente da República na proposta de orçamento apresentado pelo STF a ser incluída no Projeto de Lei Orçamentária de 2015, no ponto referente à revisão geral anual dos subsídios dos ministros da Corte Suprema.
	Notícias STF - Segunda-feira, 15 de setembro de 2014: Fenajufe ajuíza ADPF contra corte no orçamento do Judiciário e MPU: "A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe) ajuizou a Arguiçãode Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 326, no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual questiona o corte feito pela presidente da República nas propostas orçamentárias que recebeu do STF e do Ministério Público da União (MPU), antes de enviá-las ao Congresso Nacional. A entidade alega que tal ato do Executivo viola os princípios da autonomia financeira e orçamentária e da separação dos poderes da República".
	Notícias STF - Segunda-feira, 29 de setembro de 2014: Mais duas ações questionam corte no orçamento do Judiciário para 2015: "Chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais dois processos nos quais se questiona o corte feito pelo Poder Executivo na proposta de orçamento do Judiciário para o exercício de 2015, antes de enviá-la ao Congresso Nacional: uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO 29), ajuizada pela Associação Nacional dos Agentes de Segurança do Poder Judiciário da União (Agepoljus), e um Mandado de Segurança (MS 33225), impetrado pelos Sindicatos dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal de Minas Gerais (Sitraemg), Bahia (Sindjufe/BA) e Goiás (Sinjufego), além do Sindicato dos Servidores do Ministério Público da União (Sinasempu)".
	Notícias STF - Sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Liminar impede corte de orçamento de 2015 para Poder Judiciário, MPU e DPU
A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deferiu liminar nos Mandados de Segurança (MS) 33186 e 33193 para impedir o corte nas propostas orçamentárias do Poder Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União (DPU) para o ano de 2015. No entendimento da ministra, eventual adequação nos orçamentos de outros poderes e órgãos autônomos deve ser conduzida pelo Poder Legislativo ao analisar o projeto de lei orçamentária anual e não previamente pelo Poder Executivo ao consolidar tais propostas. (...) Segundo a decisão da ministra Rosa Weber nos dois mandados de segurança, o Executivo somente está autorizado a promover ajustes nas propostas enviadas pelos demais poderes quando as despesas estiverem em desacordo com os limites estipulados pela lei de diretrizes orçamentárias. Inexistindo incompatibilidade, não há amparo no ordenamento jurídico para a sua alteração, ainda que sob o pretexto de promover o equilíbrio orçamentário ou obtenção de superávit primário. Ainda segundo a ministra, concluída a fase de apreciação legislativa e submetido o projeto de lei orçamentária anual à Presidência da República há possibilidade de veto total ou parcial.
	ATUALIZAÇÃO: Em 30.04.2015, a Ministra Rosa Weber declarou: "Concluída a tramitação do projeto de lei impugnado, a culminar com a sua transformação em lei, impõe-se reconhecer a perda superveniente de objeto deste mandado de segurança" (MS 33190, Relator: Min. ROSA WEBER, julgado em 30/04/2015).
GARANTIAS FUNCIONAIS
	Garantias de independência – 95
	Vitaliciedade
	Inamovibilidade
	Irredutibilidade de subsídios
Observações sobre a tripla garantia institucional: garantias da magistratura e prerrogativas do magistrado - art. 25 da LOMAN:
Para que os juízes possam manter sua independência e exercer a função jurisdicional com dignidade, desassombro e imparcialidade.
Em alguma medida, na lei a garantia é da Magistratura e não do juiz - diferente da Constituição ("Os JUIZES gozam das seguintes GARANTIAS" - 95 caput): "Sutil diferença não tem muitas consequências no plano pratico, mas a carga simbólica da expressão utilizada pela LOMAN é significativa, posto que o que se pretende proteger com tais normas não são os juízes em si, mas a Magistratura e o seu exercício, que não existiriam sem a proteção da independência" (HENRY, 2011, p. 48).
De outro lado, Vinicius de Toledo Piza Peluso e José Wilson Gonçalves defendem que se trata de uma "proteção endereçada individualmente aos juízes" (PELUSO e GONCALVES, 2010, p. 68) incluindo-a como "parte insubstituível da independência pessoal dos juízes" (idem, p. 69).
As garantias se devem exclusivamente ao cargo e não dizem respeito às pessoas naturais: “Assim, não se deve confundir a pessoa-juiz, a quem não se destinam tais garantias, com o cargo-juiz que goza de alguns benefícios visando exclusivamente à excelência e segurança da prestação jurisdicional” (COSTA, 2010, p. 169).
José Renato Nalini afirma peremptoriamente os predicamentos ou prerrogativas “são erigidos em favor do destinatário da prestação jurisdicional e não em benefício pessoal do juiz” (NALINI, 2011, p. 148).
Essa independência possui duas dimensões
EXTERNA: independência dos magistrados em relação a órgãos de outros poderes
INTERNA (independência funcional): independência em relação aos órgãos jurisdicionais.
	"O magistrado é inviolável pelas opiniões que expressar ou pelo conteúdo das decisões que proferir, não podendo ser punido nem prejudicado em razão de tais pronunciamentos. É necessário, contudo, que esse discurso judiciário, manifestado no julgamento da causa, seja compatível com o usus fori e que, desprovido de intuito ofensivo, guarde, ainda, com o objeto do litígio, indissociável nexo de causalidade e de pertinência. A ratio subjacente à norma inscrita no art. 41 da Loman decorre da necessidade de proteger os magistrados no desempenho de sua atividade funcional, assegurando-lhes condições para o exercício independente da jurisdição. É que a independência judicial constitui exigência política destinada a conferir, ao magistrado, plena liberdade decisória no julgamento das causas a ele submetidas, em ordem a permitir-lhe o desempenho autônomo do officium judicis, sem o temor de sofrer, por efeito de sua prática profissional, abusivas instaurações de procedimentos penais ou civis. Inq 2.699-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 12-3-2009, Plenário, DJE de 8-5-2009
Vitaliciedade
O QUE DIFERE A VITALICIEDADE DA ESTABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO CONVENCIONAL?
VITALICIEDADE: Garantia de ocupação do cargo de magistrado a salvo de exoneração por qualquer ato que não decisão judicial transitada em julgado – 95, I.
ESTABILIDADE: perda do cargo por processo administrativo ou processo judicial
“O fato de os magistrados serem vitalícios permite-lhes certa liberdade de preocupação a respeito da aprovação pública, permitindo uma atuação mais técnica” (MORAES, 2012, p. 530).
ABRANDAMENTO DA VITALICIEDADE: algumas hipóteses de perda: arts. 52, II; 102, I, b e c; 105, I, a.
Ver o MS 30672� decisão de 15.09.2006 – instauração de processo de impeachment do Ministro Gilmar Mendes
	Vitaliciedade
	1º grau
(Juízes de carreira)
	momento: vitaliciedade adquirida somente após 2 anos (estágio probatório)
	
	perda: (nos 2 anos, portanto juiz substituto – 93, I) decisão administrativa disciplinar motivada pelo tribunal que o juiz estiver vinculado;
	
	nos demais casos, por sentença judicial transitado em julgado – 95, I.
	Tribunais
(Juízes nomeados)
	momento: no ato da posse
	
	perda: decisão judicial transitada em julgado
	
	Exceção: Ministros do STF e Conselheiros do CNJ podem ser julgados por crimes de responsabilidade no Senado (52, II)
Após a vitaliciedade, a perda do cargo somente ocorre com sentença judicial transitada em julgado.
	A pena de demissão é aplicada em caso de:
	Condenação por crime comum
	
	Condenação por crime de responsabilidade
	
	Processo administrativo
Ver o art. 47, I, c/c 26, I da LOMAN
	O processo administrativo é aberto quando se constata o:
(art. 16, II da LOMAN)
	Exercício, ainda que em disponibilidade, de qualquer outra função, salvo um cargo de magistério superior, público ou particular
	
	Recebimento, a qualquer título e sob qualquer pretexto, de percentagens ou custas nos processos sujeitos a seu despacho e julgamento
	
	Exercício de atividade político partidária
	Disponibilidade remunerada
	Com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço
	
	Não afeta a vitaliciedade nem a inamovibilidade
	
	Pena aplicada por reiteração de condutasgravíssimas e nocivas aos jurisdicionados e à própria Justiça
	Aposentadoria compulsória
	Com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço
	
	Reservada para hipóteses que não acarretam a perda do cargo
	
	Mais grave que a sanção inferior
LOMAN
Art. 45 - O Tribunal ou seu órgão especial poderá determinar, por motivo de interesse público, em escrutínio secreto e pelo voto de dois terços de seus membros efetivos: 
I - a remoção de Juiz de instância inferior;
II - a disponibilidade de membro do próprio Tribunal ou de Juiz de instância inferior, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.
Sobre a expressão “dois terços”, ver o art. 93, VIII – EC 45
PODE O CNJ DECLARAR A PERDA DE CARGO DE MAGISTRADO VITALÍCIO?
“Após a vitaliciedade, apenas sentença judicial transitada em julgado pode determinar a perda do cargo, o que subtrairia a competência deste Conselho. Se os juízes não tivessem obtido a vitaliciedade, então a deliberação do Tribunal seria de natureza administrativa, o que permitiria a apreciação pelo CNJ da matéria da invalidade do concurso. Todavia, parece-me que a questão da eventual invalidade do concurso, que determinaria a perda dos cargos dos juízes com vitaliciedade, apenas poderia ser enfrentada em processo judicial, pois a regra constitucional atraiu para este todos os atos que a antecederam. A garantia de vitaliciedade é inviolável por decisão administrativa” (CNJ – PCA 267 – Rel. Cons. Paulo Lôbo – 35ª Sessão – j. 27.02.2007 – DJU 09.03.2007 – Ementa não oficial).
O OUTRO LADO: "O art. 95 da Constituição Federal, que assegura a garantia da vitaliciedade aos Magistrados, e o art. 35, VIII da LC 35/79, que dispõe sobre o dever destes de manterem conduta irrepreensível na vida pública e particular, revelam a indissolubilidade da qualidade de órgão do Poder Judiciário da figura do cidadão investido no mister de Juiz Federal e demonstram o interesse que possui a União em resguardar direitos, garantias e prerrogativas daqueles que detêm a condição de Magistrado" - CC 89.397/AC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/03/2008, DJe 10/06/2008
"O não vitaliciamento de juiz de direito substituto, em razão de omissão de informação quanto a práticas de crimes, não se mostra desarrazoado nem desproporcional, mas sim, condizente com a busca da ética na magistratura" - RMS 14.874/MS, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 07/12/2010.
Inamovibilidade
Impede, como regra, o deslocamento físico do juiz contra a sua vontade, de que resulte a modificação de local de residência.
A promoção, via de regra, conduz a troca de entrância, de comarca e de cidade, e por isso não pode ser imposta ao juiz.
O ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ, assegurada ampla defesa.
Exceção: motivo de interesse público e pelo voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça (art. 93, VIII – 95, II e 103-B, §4º, III).
Ressalva importante: “...os juízes militares gozam, assim como todos os magistrados, de inamovibilidade. Deve ser feita uma ressalva de que esta garantia não os exime de acompanhar as forças em operação junto às quais tenham de servir dado o caráter da justiça militar” (MORAES, 2010, p. 531).
A PROTEÇÃO DA INAMOVIBILIDADE PROTEGE O JUIZ SUBSTIUTO?
"MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA QUE CONSIDEROU A INAMOVIBILIDADE GARANTIA APENAS DE JUIZ TITULAR. INCONSTITUCIONALIDADE. A INAMOVIBILIDADE É GARANTIA DE TODA A MAGISTRATURA, INCLUINDO O JUIZ TITULAR E O SUBSTITUTO. CONCESSÃO DA SEGURANÇA. I – A inamovibilidade é, nos termos do art. 95, II, da Constituição Federal, garantia de toda a magistratura, alcançando não apenas o juiz titular, como também o substituto. II - O magistrado só poderá ser removido por designação, para responder por determinada vara ou comarca ou para prestar auxílio, com o seu consentimento, ou, ainda, se o interesse público o exigir, nos termos do inciso VIII do art. 93 do Texto Constitucional" (MS 27958, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/05/2012).
REMOÇÃO
	Remoção
	Por interesse público
	Decisão de maioria absoluta dos Tribunais / CNJ
	
	
	Assegurada ampla defesa
	
	A pedido
	Como se aplica o art. 93, II, “a”?
"Magistrado. Permuta. Readmissão. Lei 12.342, de 1994, do Estado do Ceará, arts. 201 e 204. CF, art. 93, I. Loman, art. 78. Permuta de cargos por magistrados: Lei 12.342/1994, do Estado do Ceará, art. 201: constitucionalidade. Readmissão de magistrado exonerado: Lei 12.342/1994, do Estado do Ceará, art. 204: inconstitucionalidade." (ADI 2.983, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 23-2-2005, Plenário, DJ de 15-4-2005.)
Irredutibilidade de subsídios 
Arts. 37, X e XI ; 39, §4º ; 93, V ; 96, II, b ; 150, II ; 153, III e §2º, I. Como regra são irredutíveis, mas poderão sofrer redução para se adequarem ao novo teto geral, ou pela perda de vantagens pessoais que gerem pagamentos superiores ao teto, ou pela perda de gratificações ou quaisquer outras verbas acessórias, além da incidência do IR na fonte (arts. 150,0II e 153).
	Min. STJ / STM / TST e TSE
	Membros TRFs / TRTs / TREs
	Desemb. TJs
	CF
Limite: 95% Min. STF
Art. 93, V
	Lei Federal
Limite: 95% Min. Trib. Sup.
Art. 93, V
	Lei Estadual / Federal
Limite: 90,25% Min. STF
Art. 37, XI
Irredutibilidade jurídica: a garantia constitucional se cumpre se não houver diminuição nominal mesmo que os índices inflacionários sejam elevados.
Irredutibilidade real: impossível conceder aumento menor que a correção monetária oficial. Essa que o Supremo entende imposta pela constituição.
MAGISTRATURA. Remuneração. Limite ou teto remuneratório constitucional. Fixação diferenciada para os membros da magistratura federal e estadual. Inadmissibilidade. Caráter nacional do Poder Judiciário. Distinção arbitrária. Ofensa à regra constitucional da igualdade ou isonomia. Interpretação conforme dada ao art. 37, inc. XI, e §12, da CF. Aparência de inconstitucionalidade do art. 2º da Resolução nº 13/2006 e do art. 1º, § único, da Resolução nº 14/2006, ambas do Conselho Nacional de Justiça. Ação direta de inconstitucionalidade. Liminar deferida. Voto vencido em parte. Em sede liminar de ação direta, aparentam inconstitucionalidade normas que, editadas pelo Conselho Nacional da Magistratura, estabelecem tetos remuneratórios diferenciados para os membros da magistratura estadual e os da federal" (ADI 3854 MC, Relator: Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 28/02/2007).
Em 21.05.2015, o mérito ainda não foi julgado
AS PRERROGATIVAS INFRACONSTITUCIONAIS
“As prerrogativas do magistrado previstas pela Lei Orgânica da Magistratura Nacional são mais abrangentes do que os predicados ou predicamentos de sede constitucional” (NALINI, 2011, p. 149).
ART. 33 DA LOMAN
FÉRIAS ANUAIS DE 60 DIAS – 66
LICENÇAS – 69
CONCESSÕES – 72
AFASTAMENTOS - 73
VEDAÇÕES - “GARANTIAS DE IMPARCIALIDADE” (MORAES, 2012)
	Garantias da imparcialidade – 95, parágrafo único
	Vedações
	Exercer
	outro cargo (salvo magistério – com horário compatível)
	
	a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos 3 anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração (quarentena)
	Dedicar-se
	à atividade político-partidária
	Receber
	percentagens ou custas nos processos sujeitos ao seu despacho
	
	auxílios ou contribuições de PF ou PJ, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei
Essas vedações têm por fim preservar a liberdade e a imparcialidade do juiz.
Além das expressas: emitir, por qualquer meio de comunicação, juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças de órgãos judiciais e manifestar-se com improbidade e excesso de linguagem, devendo cumprir e fazer cumprir,com exatidão e serenidade, os atos de ofício.
SOBRE A INDEPENDÊNCIA
“capacidade de decidir apenas com base no Direito, sem se deixar levar por outras influências alheias (necessita não só ser, mas parecer independente, de modo a inspirar confiança no jurisdicionado); para isso, devem ser asseguradas ao juiz a sua inamovibilidade, irredutibilidade salarial (a par de um salário condigno) e a vitaliciedade no cargo, além de não poder o juiz desenvolver nenhuma atividade político-partidária (CEMN, arts 4-7; CIEJ, arts. 1-8)” (MARTINS FILHO, 2009, p. 98)
Independência interna e externa
INTERNA (frente ao próprio corpo judicial)
Colegas mais experientes
EXTERNA (perante os demais Poderes)
Que relação existe entre a independência judicial e o exercício da democracia?
As garantias do Poder Judiciário “são imprescindíveis ao exercício da democracia, à perpetuidade da Separação de Poderes e ao respeito aos direitos fundamentais, configurando suas ausências, supressões ou mesmo reduções, obstáculos inconstitucionais ao Poder Judiciário, no exercício de seu mister constitucional, permitindo que sofra pressões dos demais Poderes do Estado e dificultando o controle da legalidade dos atos políticos do próprio Estado Democrático de Direito, as atos políticos do governo estão dentro da esfera de vigiabilidade do Poder Judiciário, desde que causem prejuízo a direitos e garantias individuais ou coletivas e que, para o efetivo e imparcial controle destes atos, há a necessidade das garantias constitucionais da magistratura para não intimidar-se diante dos poderes, para que, dessa mútua oposição resulte a moderação de todos os poderes; o império da lei; a liberdade” (MORAES, 2012, p. 525).
O que a independência do Judiciário garante aos jurisdicionados?
"A independência do Judiciário é a condição, garantida pela Constituição Federal (art. 2.º da CF), de os órgãos do Judiciário tomarem suas decisões administrativas e jurisdicionais com base em suas convicções do que é devido, segundo o sistema de fontes de direito constitucionalmente estabelecido, sem receio das consequências ou represálias advindas dos outros Poderes (SAMPAIO, 2007)".
Assim, em síntese, pode-se dizer que a independência do Judiciário traz segurança jurídica aos jurisdicionados e aos que o integram, pois, entre outras questões, estes confiam que quem os julgará serão pessoas imparciais, inclusive em face aos interesses da Administração, bem como os deveres e os direitos de ser integrante deste Poder.
Nesse toar, a independência do Judiciário é pressuposto para limitação efetiva dos Poderes e garantia dos direitos. Sem a independência do Poder Judiciário este não seria legítimo para exercer livremente o controle de constitucionalidade e de legalidade dos atos de governo comprometendo o Estado de Direito, e mais, as liberdades vinculadas a este (SAMPAIO, 2007)" (BAGATINI, Júlia; WICKERT, Lisiane Beatriz. Ponderações reflexivas acerca do conselho nacional de justiça. Revista de Processo. vol. 186, ago. 2010, p. 161).
Que relação existe entre a independência judicial e o Estado de Direito?
De acordo com os princípios de Bangalore de conduta judicial, “A independência judicial é um pré-requisito do estado de Direito e uma garantia fundamental de um julgamento justo”.
Essa independência “é uma conquista do estado de direito em favor da autonomia do Judiciário e da segurança dos cidadãos. Essa independência tem, também, natureza política, no âmbito constitucional e se traduz na conquista das garantias da vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos. O reconhecimento dessas três prerrogativas repercute diretamente em favor do cidadão que precisa ter a certeza de que seu julgador não está sujeito às pressões externas, nem ameaçado em sua estabilidade funcional” (SEREJO, 2011, p. 2011).
ATENÇÃO: Quanto a LOMAN trata dos Deveres do Magistrado, estipula
Art. 35 - São deveres do magistrado:
I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício;
A RELAÇÃO ENTRE OS JUÍZES ENTRE SI E A INDEPENDÊNCIA
“Ao ingressar na Magistratura, o juiz deve se compenetrar de que estará solitário na missão de decidir. Embora não seja vedado trocar ideias com os colegas, ele deve preservar a inteireza de seus critérios para decidir com toda a liberdade” (NALINI, 2010, p. 66).
MANDADO DE SEGURANÇA. RESOLUÇÃO N. 10/2005, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. VEDAÇÃO AO EXERCÍCIO DE FUNÇÕES, POR PARTE DOS MAGISTRADOS, EM TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DESPORTIVA E SUAS COMISSÕES DISCIPLINARES. ESTABELECIMENTO DE PRAZO PARA DESLIGAMENTO. NORMA PROIBITIVA DE EFEITOS CONCRETOS. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA N. 266 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO DO CARGO DE JUIZ COM QUALQUER OUTRO, EXCETO O DE MAGISTÉRIO. 1. A proibição jurídica é sempre uma ordem, que há de ser cumprida sem que qualquer outro provimento administrativo tenha de ser praticado. O efeito proibitivo da conduta - acumulação do cargo de integrante do Poder Judiciário com outro, mesmo sendo este o da Justiça Desportiva - dá-se a partir da vigência da ordem e impede que o ato de acumulação seja tolerado. 2. A Resolução n. 10/2005, do Conselho Nacional de Justiça, consubstancia norma proibitiva, que incide, direta e imediatamente, no patrimônio dos bens juridicamente tutelados dos magistrados que desempenham funções na Justiça Desportiva e é caracterizada pela auto-executoriedade, prescindindo da prática de qualquer outro ato administrativo para que as suas determinações operem efeitos imediatos na condição jurídico-funcional dos Impetrantes. Inaplicabilidade da Súmula n. 266 do Supremo Tribunal Federal. 3. As vedações formais impostas constitucionalmente aos magistrados objetivam, de um lado, proteger o próprio Poder Judiciário, de modo que seus integrantes sejam dotados de condições de total independência e, de outra parte, garantir que os juízes dediquem-se, integralmente, às funções inerentes ao cargo, proibindo que a dispersão com outras atividades deixe em menor valia e cuidado o desempenho da atividade jurisdicional, que é função essencial do Estado e direito fundamental do jurisdicionado. 4. O art. 95, parágrafo único, inc. I, da Constituição da República vinculou-se a uma proibição geral de acumulação do cargo de juiz com qualquer outro, de qualquer natureza ou feição, salvo uma de magistério. (MS 25938, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 24/04/2008)
SOBRE O MAGISTÉRIO:
Quando a constituição usa a expressão “uma de magistério” não há uma restrição numérica: "Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra a Resolução no 336, de 2.003, do Presidente do Conselho da Justiça Federal, que dispõe sobre o acúmulo do exercício da magistratura com o exercício do magistério, no âmbito da Justiça Federal de primeiro e segundo graus. 2. Alegação no sentido de que a matéria em análise já encontra tratamento na Constituição Federal (art. 95, parágrafo único, I), e caso comportasse regulamentação, esta deveria vir sob a forma de lei complementar, no próprio Estatuto da Magistratura. 3. Suposta incompetência do Conselho da Justiça Federal para editar o referido ato, porquanto fora de suas atribuições definidas no art. 105, parágrafo único, da Carta Magna. 4. Considerou-se, no caso, que o objetivo da restrição constitucional é o de impedir o exercício da atividade de magistério que se revele incompatível com os afazeres da magistratura. Necessidade de se avaliar, no caso concreto, se a atividade de magistério inviabiliza o ofício judicante. 5. Referendada a liminar, nos termos em que foi concedida pelo Ministro em exercício da presidência do Supremo Tribunal Federal, tão-somente para suspender a vigência da expressão "único (a)", constante da redação do art. 1º da Resolução no 336/2003, do Conselho de Justiça Federal" (ADI 3126 MC, Relator: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2005)
QUARENTENA
Impede eventual tráfico de influência

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