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Poder Legislativo

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	CURSO: Direito
DISCIPLINA:	Direito Constitucional II
PERÍODO MINISTRADO/SEMESTRE/ANO:	1º/2015
PROFESSOR:	Juliano Vieira Alves
PODER LEGISLATIVO 1/4
PODER LEGISLATIVO
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SEPARAÇÃO DOS PODERES
A expressão tripartição de poderes foi cunhada por Aristóteles – Política
	O poder soberano seria executado por três funções distintas:
	A) edição de normas gerais a serem cumpridas por todos
	
	B) aplicação dessas normas aos casos concretos administrando
	
	C) julgamento de conflitos na execução dessas normas gerais ao caso concreto
No momento histórico de Aristóteles, a pessoa era uma só – o soberano
MONTESQUIEU (“O espírito das leis”) parte desse pressuposto aristotélico, mas inova conectando essas funções a três órgãos distintos, autônomos e independentes entre si
Uma função = um órgão
Não existe mais a figura de uma pessoa soberana – contra o absolutismo
Estados modernos adotaram a teoria exposta por Montesquieu
Entretanto o foi de uma forma abrandada
De uma certa forma, permitiu-se uma interpenetração dos Poderes
Atenuou-se a teoria que defendia uma separação pura e absoluta dos poderes: podendo qualquer dos Poderes exercitar funções típicas dos demais, exigindo, no entanto, que tais situações venham previstas expressamente no texto da Constituição. Um órgão só pode exercer as atribuições de outro se houver disposição constitucional expressa.
Criou-se um conceito de função típica ou predominante – ínsitas à natureza do órgão
Cada órgão exerce também outras funções atípicas
	Órgão
	Função típica
	Função atípica (LENZA, 2014, p. 547)
	LEGISLATIVO
	Legislar
Fiscalização
	Natureza executiva: dispõe sobre sua organização, prover cargos, férias, licenças
Natureza jurisdicional: o Senado julga o PR nos crimes de reponsabilidade – 52, I - CF
	EXECUTIVO
	Prática de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração
	Natureza legislativa: MP
Natureza jurisdicional: recursos administrativos
	JUDICIÁRIO
	Julgar – diz o direito no caso concreto
	Natureza legislativa: regimento interno – 96, I, a - CF
Natureza executiva: sua autoadministração – 96, I, f – CF
Não existe uma tripartição de poderes
O poder político ou poder estatal é o instrumento de que se vale o Estado moderno para coordenar e impor regras e limites à sociedade civil.
A expressão tripartição de poderes não é usada da melhor forma, inclusive pela própria CF – 2º
"Como adverte KARL LOEWENSTEIN, o que correntemente se designa como “separação dos poderes estatais" é, na realidade, distribuição de determinadas funções a diferentes órgãos do Estado. A utilização de ‘poderes’, embora profundamente enraizada, deve ser entendida de maneira meramente figurativa” (TAVARES, 2012, p. 1196)
Os Poderes são órgãos
Esses órgãos são independentes entre si
Cada um atua dentro de sua parcela de competência constitucional
O poder é uno, indivisível e indelegável. – princípio da indelegabilidade – Rousseau adverte que o Poder Soberano é uno, ou seja: não se divide. Portanto a separação de poderes tem sido chamada de “divisão de tarefas estatais, de atividades entre os distintos órgãos autônomos”.
O que se separa são as funções básicas estatais; funções para órgãos distintos que exercem funções.
	• art. 44: o "Poder" Legislativo (função) é exercido pelo Congresso Nacional (órgão), que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal;
	• art. 76: o "Poder" Executivo (função) é exercido pelo Presidente da República (órgão) auxiliado pelos Ministros de Estado;
	• art. 92: são órgãos do "Poder" Judiciário (função): art 92 (órgãos)
Harmônicos e Independentes: no exercício de suas funções; não precisam de autorização: "A harmonia entre os poderes verifica-se primeiramente pelas normas de cortesia no trato recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos têm direito. De outro lado, cabe assinalar que nem a divisão de funções entre os órgãos do poder nem sua independência são absolutas. Há interferências, que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, à busca do equilíbrio necessário à realização do bem da coletividade e indispensável para evitar o arbítrio e o desmando de um em detrimento do outro e especialmente dos governados" (SILVA, 2008, p. 110).
	SENTIDOS DA EXPRESSAO "INDEPENDÊNCIA DOS PODERES":
	(a) que a investidura e a permanência das pessoas num dos órgãos do governo não dependem da confiança nem da vontade dos outros;
	(b) que, no exercício das atribuições que lhes sejam próprias, não precisam os consultar os outros nem necessitam de sua autorização;
	(c) que, na organização dos respectivos serviços, cada um é livre, observadas apenas as disposições constitucionais e legais (SILVA, 2008, p. 110)
Sistema de freios e contrapesos – controles recíprocos (“checks and balances”).
	
	LEGISLATIVO
	
	
	
	
	EXECUTIVO 
	
	JUDICIÁRIO
"São esses alguns exemplos apenas do mecanismo dos freios e contrapesos, caracterizador da harmonia entre os poderes. Tudo isso demonstra que os trabalhos do Legislativo e do Executivo, especialmente, mas também do Judiciário, só se desenvolverão a bom termo, se esses órgãos se subordinarem ao princípio da harmonia, que não significa nem o domínio de um pelo outro nem a usurpação de atribuições, mas a verificação de que, entre eles, há de haver consciente colaboração e controle recíproco (que, aliás, integra o mecanismo), para evitar distorções e desmandos. A desarmonia, porém, se dá sempre que se acrescem atribuições, faculdades e prerrogativas de um em detrimento de outro" (SILVA, 2008, p. 111).
	EXEMPLOS DO MECANISMOS DE FREIOS E CONTRAPESOS (LENZA, 2014,p 546)
	• art. 5º., XXXV: o Poder Judiciário poder rever atos de determinada CPI (Legislativo) que extrapolem o postulado da reserva constitucional de jurisdição,
	• quando, por exemplo, o seu presidente expede um mandado de busca e apreensão em total violação ao art. 5.° XI;
	• art. 52, I: compete privativamente ao Senado Federal (Legislativo) processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República (Executivo) nos crimes de responsabilidade;
	• art. 53, §1.°, c/c art. 102, I, “b”: eventual condenação pelo STF (Judiciário) de parlamentar federal corrupto (Legislativo) que se vale de seu cargo para indevidamente enriquecer (cf. julgamento do denominado "mensalão" na AP 470);
	• art. 62: as medidas provisórias adotadas pelo Presidente da República (Executivo) poderão ser rejeitadas pelo Congresso Nacional (Legislativo);
	• art. 66, §1.°: o Chefe do Poder Executivo pode sancionar ou vetar projetos de lei aprovados pelo Parlamento (Legislativo);
	• art. 66, §§4.° a 6.°: o Parlamento (Legislativo) poderá "derrubar" o veto lançado pelo Chefe do Poder Executivo;
	• art. 66, § 7.°: se a lei não for promulgada dentro de 48 horas pelo Presidente da República (Executivo), nos casos dos §§ 3° e 5.° o Presidente do Senado (Legislativo) a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado (Legislativo) fazê-lo;
	• art. 63, I e II: cabe emenda parlamentar (Legislativo) em projeto de lei de iniciativa exclusiva do Presidente da República (Executivo);
	• art. 64, §1.°: o Presidente da República (Executivo) poderá solicitar urgência para o Parlamento (Legislativo) apreciar os projetos de sua iniciativa;
	• art. 101, parágrafo único (c/c art. 52, III, "a", e art. 84, XIV); os Ministros do STF (Judiciário) serão nomeados pelo Presidente da República (Executivo), depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal (Legislativo).
	• art. 102, I, “a”: compete ao STF (Judiciário) declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual (Legislativo).
O princípio da separação dos poderes é protegido por cláusula pétrea (art. 60, §4º - CF).
Ver a polêmica criação do CNJ: “No mérito, o Tribunal, por maioria, julgou totalmente improcedentea ação, vencidos o Senhor Ministro Marco Aurélio, que a julgava integralmente procedente; a Senhora Ministra Ellen Gracie e o Senhor Ministro Carlos Velloso, que julgavam parcialmente procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade dos incisos X, XI, XII e XIII do artigo 103-B, acrescentado pela emenda constitucional; e o Ministro Sepúlveda Pertence, que a julgava procedente, em menor extensão, dando pela inconstitucionalidade somente do inciso XIII do caput do artigo 103-B.Plenário, 13.04.2005”�.
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?numero=3367&classe=ADI 
	EXEÇÕES AO PRINCÍPIO
	50, caput
	
	56, I
PODER LEGISLATIVO
FUNÇÕES TÍPICAS E ATÍPICAS
A função legislativa de competência da União é exercida pelo Congresso Nacional composto pela CD + SF
2 ATRIBUIÇÕES BÁSICAS:
1ª FUNÇÃO TÍPICA – inovação na ordem jurídica criando regras de conduta – elaborar normas jurídicas gerais e abstratas
"Estão sujeitos ao controle de constitucionalidade concentrado os atos normativos, expressões da função normativa, cujas espécies compreendem a função regulamentar (do Executivo), a função regimental (do Judiciário) e a função legislativa (do Legislativo). Os decretos que veiculam ato normativo também devem sujeitar-se ao controle de constitucionalidade exercido pelo Supremo Tribunal Federal. 2. O Poder Legislativo não detém o monopólio da função normativa, mas apenas de uma parcela dela, a função legislativa" (ADI 2950 AgR, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 06/10/2004)
2ª FUNÇÃO TÍPICA – FISCALIZAÇÃO – 2 ESPÉCIES:
POLITICO-ADMINSTRATIVA ART 58 - 31
DESEMPENHADA PELAS COMISSÕES – 3 ESPÉCIES:
TEMÁTICA/MATERIAL – art. 58, §2º, II a VI
CPI – art. 58, §3º
REPRESENTATIVA OU DE REPRESENTAÇÃO – art. 58, IV
ECONÔMICO-FINANCEIRO ART. 70/75 – 49, X
ATRIBUIÇÃO IMPORTANTÍSSIMA DO LEGISLATIVO – art. 70
TCU – ÓRGÃO AUXILIAR
As duas funções possuem o mesmo grau de dignidade/importância
DE FORMA ATÍPICA (2 ATRIBUIÇÕES):
A) ADMINISTRAÇÃO – administrar sua própria organização - ARTS. 51/52
Provendo cargos da sua estrutura ou atuando o poder de polícia
Nomeação, promoção e exoneração de servidores
b) JULGAMENTO – processo e julgamento do Presidente da República nos crimes de responsabilidade – art. 52 Parágrafo único.
	O senado processa e julga por crime de responsabilidade
	Presidente da República
	
	Ministros
	
	Comandante – conexos
	
	Ministros do STF
	
	Membros do CNJ e do CNMP
	
	Procurador-Geral da República
	
	Advogado Geral da União
ORGANIZAÇÃO
O LEGISLATIVO DA UNIÃO É REPRESENTADO PELO CONGRESSO NACIONAL
CASO: Em uma sessão deliberativa extraordinária do Senado Federal para deliberar, no Conselho de ética e decoro parlamentar sobre Representação que recomenda a perda do mandato do presidente do Congresso Nacional, os deputados federais têm acesso: “A Sessão deliberativa extraordinária do Senado Federal que decide sobre a perda de mandato do presidente do Congresso Nacional, faz com que todos os parlamentares, sejam eles membros da Câmara ou do Senado Federal, tenham legítimo interesse no desfecho da Sessão, visto que, somados, compõem o Poder Legislativo, que é exercido pelo Congresso Nacional (art. 44 da CF).” (MS 26.900-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 12-9-07, de DJE de 4-4-08)
ESTRUTURA EM TODO O BRASIL
Federal: Congresso Nacional (CD + SF) – sistema bicameral (art. 44, CF) – Deputados e Senadores
REPRESENTANTES DO POVO:
Estadual: Assembléia Legislativa - Deputados Estaduais – art. 27
Distrital: Câmara Legislativa – Deputados Distritais – art. 32
Municipal: Câmara Municipal – Vereadores – art. 29
Territórios: Câmara Territorial (>100 mil hab.) 4 Deputados Federais – art. 33
O nosso bicameralismo é de equilíbrio. As 2 câmaras são equivalentes – uma lei precisa ser aprovada nas duas casas.
FEDERALISMO
O sistema brasileiro decorre “do sistema federalista, e não como ocorre em outros países, nos quais o bicameralismo existente não provém da estrutura federal, mas sim de outras circunstâncias, como a divisão histórica da Câmara dos Lordes e da Câmara dos Comuns, na Inglaterra” (TAVARES, 2012, p. 1240)
"O bicameralismo do Legislativo Federal está intimamente relacionado à escolha pelo legislador constituinte da forma federativa de Estado, em um regime presidencialista, pois no Senado Federal encontram-se, de forma paritária, representantes de todos os Estados-membros e do Distrito Federal, consagrando o equilíbrio entre as partes contratantes da Federação" (MORAES, 2012, p. 1005).
	EXEMPLOS
	Competência do Congresso Nacional
	Competência da União
	relações com Estados estrangeiros
	49, I
	21, I 
	guerra e território nacional
	49, II
	21, II e IV
	estado de defesa e etc
	49, IV
	21, V
	planos de desenvolvimento
	48, V
	21, IX
	Moeda
	48, XIV
	21, VII
	DF
	48, IX
	21, XIII
	atividades nucleares
	49, XIV
	21, XXVI
No Senado estão os representantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal, o que representa um equilíbrio das partes contratantes no pacto federativo.
Representação paritária
Os Municípios não participam da deliberação da vontade nacional – entes federativos anômalos/atípicos
	SENADO
	CÂMARA DOS DEPUTADOS
	Representantes dos Estados
	Representantes do povo
	Reflexão da autonomia dos Estados
	Aberta aos clamores populares
	Princípio majoritário simples – art. 46
	Sistema proporcional – art. 45
	3 senadores por Estado – 46, §1º
	Entre 8 a 70 deputados por Estado
ORGANIZAÇÃO INTERNA
MESAS DIRETORAS
“…são órgãos máximos das Casas, tanto administrativamnte quanto na condução dos trabalhos legislativos. É órgão, eminentemente, estratégico” (FERNANDES, 2012, pp. 796/797).
Existem as seguintes mesas
do Congresso Nacional
Só aparece em situações especiais (57, §3º):
inaugurar a sessão legislativa;
elaborar o Regimento comum;
regular a criação de serviços comuns às duas Casas;
receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
conhecer o veto e sobre ele deliberar
"A Mesa do Congresso Nacional não é um organismo per se stante; não existe por si, não tem uma formação adrede, porque se constitui de membros das Mesas do Senado e da Câmara. É presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pêlos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos Deputados e do próprio Senado (art. 57, § 5°). Sua função consiste especialmente em dirigir os trabalhos do Congresso Nacional quando suas Casas se reúnem em sessão conjunta, mas a Constituição lhe reserva importante atribuição no art. 140, qual seja a de designar uma Comissão de cinco congressistas para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio, e por certo sua tarefa não se esgotará nessa designação, pois lhe há de caber também exigir a prestação de contas da Comissão sobre sua incumbência" (SILVA, 2008, p. 513).
do Senado Federal
da Câmara dos Deputados
	"a norma do § 4º do art. 57 da C.F. que, cuidando da eleição das Mesas das Casas Legislativas federais, veda a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente, não é de reprodução obrigatória nas Constituições dos Estados-membros, porque não se constitui num princípio constitucional estabelecido" - ADI 792, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 26/05/1997.
	“se as disposições contidas no art. 57, § 4º, da Constituição, relativas à vedação à reeleição e à data para eleição da Mesa legislativa não são de reprodução obrigatória pelos Estados-membros, tampouco o prazo de duração do mandato dos membros da referida Mesa deverá sê-lo” - AI 654359, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, julgado em 24/03/2009 - decisão monocrática
COMISSÕES
Comissão temática ou material. A CF nãodiz. Fica a cargo dos regimentos internos.
Ex: ministério da educação – comissão de educação no senado e comissão de educação na câmara.
A mais importante é a de constituição e justiça - faz controle preventivo de constitucionalidade.
formada de uma maneira que represente as forças políticas da Casa
princípio da representação proporcional partidária! Art. 58, §1º.
Delegação “interna corporis”, imprópria, interna. Copiado da Constituição Italiana
Comissões podem discutir e votar projeto que dispense a competência do plenário – procedimento legislativo abreviado. Recurso por 1/10 dos membros – 58, §2º, I
aprimorar projetos de lei as comissões são uma interface da Casa Legislativa com qualquer entidade da sociedade civil, que pode ali ser ouvida em audiências públicas 58, §2º, II
Servem também para fiscalizar: recebem reclamações de qualquer pessoa contra atos e omissões estatais – 58, §2º, IV
	COMISSÕES
	Comissão temática ou em razão da matéria –art. 58, §2º
	
	Comissão especial ou temporária – RI
	
	CPI (especial ou temporária) –art. 58, §3º
	
	Comissão mista
	
	Comissão representativa (durante o recesso) –art. 58, §4º
Comissão mista permanente
O art. 166, §1º
Atribuições 
Quanto ao item 1, “não foi atribuído à Comissão nenhum poder decisório, muito menos de execução de qualquer decisão” (TAVARES, 2012, p. 1252)
A comissão difere do modelo do tribunal de contas, pois
(a) é composta por parlamentares
(b) é órgão do próprio Parlamento e não por um órgão auxiliar
ATRIBUIÇÕES
As atribuições do CN dividem-se em dois grupos:
A) legislativas: as dependentes de sanção presidencial (art. 48)
B) meramente deliberativas: as competências exclusivas ou independentes de sanção presidencial
C) fiscalização e controle: vários procedimentos
D) julgamento de crimes de responsabilidade – veremos dentro do Poder Executivo
E) constituintes: elaboração de PEC – veremos dentro do Processo Legislativo
princípio da indelegabilidade de atribuições – art. 68
COMPETÊNCIAS DEPENDENTES DE SANÇÃO DO PR
De acordo com o processo legislativo – 61 a 69
O caput do art. 48 determina que compete ao CN, com a sanção do PR, não exigida esta para o especificado para as matérias de competência exclusiva do CN (art. 49), privativa da CD (art. 51) e privativa do SF (art. 52), dispor sobre todas as matérias de competência da União (expressa, implícita, residual e concorrente).
A reserva de competência do CN para dispor sobre as matérias de competência da União é exercida por meio do processo legislativo de apreciação dos PL ou das MP que versem sobre essas matérias.
As proposições que versarem sobre as matérias citadas nos inc. II, III, IX, X e XI são de iniciativa privativa do PR.
INDEPENDENTES DE SANÇÃO PRESIDENCIAL
As matérias enumeradas nos incisos ao caput do art. 49 são da competência exclusiva do CN, que materializa o exercício dessas.
As competências constantes dos incisos V, IX e X integram o “sistema de freios e contrapesos” estabelecido pelo constituinte originário.
O CN, por meio de um DL pode sustar a execução, total ou parcial de ato normativo editado pelo Executivo ou de lei delegada, que exorbitem seu poder regulamentar e a delegação recebida.
"Do relevo primacial dos ‘pesos e contrapesos’ no paradigma de divisão dos poderes, segue-se que à norma infraconstitucional – aí incluída, em relação à Federal, a Constituição dos Estados-membros –, não é dado criar novas interferências de um Poder na órbita de outro que não derive explícita ou implicitamente de regra ou princípio da Lei Fundamental da República. O poder de fiscalização legislativa da ação administrativa do Poder Executivo é outorgado aos órgãos coletivos de cada Câmara do Congresso Nacional, no plano federal, e da Assembleia Legislativa, no dos Estados; nunca, aos seus membros individualmente, salvo, é claro, quando atuem em representação (ou presentação) de sua Casa ou comissão." (ADI 3.046, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 15-4-2004, Plenário, DJ de 28-5-2004.)
FUNÇÃO DE FISCALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Comissões – função típica do legislativo – art 58
Site: http://www2.camara.gov.br/comissoes 
	TAREFAS DAS COMISSÕES
	(a) discutir e votar projetos de lei que dispensar a votação em plenário – processo legislativo
	(b) realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil – processo legislativo
	(c) convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a duas atribuições legais. José Afonso da Silva: “Diz-se, às vezes, que esse procedimento quebra a rigidez do presidencialismo, ou até, não raro, se admite que se introduziu, com isso, um mecanismo parlamentarista no presidencialismo. Em verdade, nada tem de parlamentarismo nisso. O comparecimento do Ministro convocado ou espontaneamente não serve mais do que para ele, munido de documentação técnica e bem assessorado, utilizar uma tribuna popular para brilhar, sem nenhuma consequência, porque suas informações não serão apreciadas pelo órgão. A rigor, tem sido um procedimento inútil” (2008, p. 524) – ver quadro abaixo.
	(d) receber as petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas
	(e) solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão
	(f) apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer
Convocação
O art. 50 reconhece legitimidade ativa à CD, ao SF ou a qualquer de suas Comissões, para convocar Ministro e titulares de órgãos diretamente subordinados à PR, a fim de que eles compareçam à Casa para prestar informações sobre assunto previamente determinado.
O assunto deverá, obrigatoriamente, ter pertinência temática com as atribuições funcionais ou orgânicas da autoridade.
A ausência injustificada caracteriza a prática de crime de responsabilidade – art. 50 caput.
	LIMITAÇÕES À FISCALIZAÇÃO
	SEPARAÇÃO DOS PODERES: JUDICIÁRIO: "Os dispositivos impugnados contemplam a possibilidade de a Assembleia Legislativa capixaba convocar o presidente do Tribunal de Justiça para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência injustificada desse chefe de Poder. Ao fazê-lo, porém, o art. 57 da Constituição capixaba não seguiu o paradigma da CF, extrapolando as fronteiras do esquema de freios e contrapesos – cuja aplicabilidade é sempre estrita ou materialmente inelástica – e maculando o princípio da separação de poderes. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a inconstitucionalidade da expressão ‘Presidente do Tribunal de Justiça’, inserta no §2º e no caput do art. 57 da Constituição do Estado do Espírito Santo." (ADI 2.911, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 10-8-2006, Plenário, DJ de 2-2-2007.)
	SEPARAÇÃO DOS PODERES: EXECUTIVO: “Dispositivo da Constituição do Estado da Bahia que prevê a convocação, pela Assembleia Legislativa, do governador do Estado, para prestar pessoalmente informações sobre assunto determinado, importando em crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. Fumus boni iuris que se demonstra com a afronta ao princípio de separação e harmonia dos Poderes, consagrado na CF. Periculum in mora evidenciado no justo receio do conflito entre poderes, em face de injunções políticas. Medida cautelar concedida.” (ADI 111-MC, Rel. Min. Carlos Madeira, julgamento em 25-10-1989, Plenário, DJ de 24-11-1989.) No mesmo sentido: ADI 3.279, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 16-11-2011, Plenário, DJE de 15-2-2012.
	É O COLEGIADO E NÃO O PARLAMENTAR ISOLADO: "O poder de fiscalização legislativa da ação administrativa do Poder Executivo é outorgado aos órgãos coletivos de cada Câmara do Congresso Nacional, no plano federal, e da Assembleia Legislativa, no dos Estados; nunca, aos seus membros individualmente, salvo, é claro, quando atuem em representação (ou presentação)de sua Casa ou comissão." – RMS 28.251-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 18-10-2011, Segunda Turma, DJE de 22-11-2011.
	LIMITAÇÃO GENÉRICA: "1. É inconstitucional preceito da Constituição do Estado do Espírito Santo que submete o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA - ao crivo de comissão permanente e específica da Assembleia Legislativa. 2. A concessão de autorização para desenvolvimento de atividade potencialmente danosa ao meio ambiente consubstancia ato do Poder de Polícia --- ato da Administração Pública --- entenda-se ato do Poder Executivo" (ADI 1505, Relator: Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 24/11/2004)
Pedido de informações
50, §2º - As Mesas da CD e do SF podem encaminhar a autoridades do Executivo pedidos de informação sobre assuntos pertinentes ao Ministério, Secretário ou órgão, formulados, nos termos regimentais, por Parlamentares ou Comissões das respectivas Casas.
A recusa de prestar as informações solicitadas, a prestação de informações falsas ou o não atendimento no prazo de 30 dias, sem motivo justo, constitui-se em crime de responsabilidade.
Comparecimento voluntário
50, §1º: O Ministro pode, por iniciativa própria e mediante entendimento com a Mesa da Casa respectiva, comparecer ao SF, na CD ou em qualquer Comissão para expor assuntos de relevância de seu Ministério.
FUNCIONAMENTO DO CONGRESSO NACIONAL
LEGISLATURA – SESSÃO LEGISLATIVA – PERÍODOS LEGISLATIVOS
cada legislatura tem a duração de 4 anos – art. 44, parágrafo único
“a legislatura corresponde ao período de tempo destinado ao exercício de mandato parlamentar” (TAVARES, 2012, p. 1240)
cada legislatura compreende 4 sessões legislativas – art. 57
cada legislatura dura 8 períodos legislativos – art. 57
Sessão legislativa ordinária: 2 períodos legislativos: 02.02 a 17.07 e 01.08 a 22.12 – 57
 “...esse período de trabalho foi alargado pela EC n. 50, de 14 de fevereiro de 2006, que veio a lume como forma de responder à sociedade pelos escândalos parlamentares (particularmente o chamado ‘mensalão’ e as reiteradas convocações extraordinárias formais, cujas imagens de um Congresso Nacional vazio e inerte ficaram gravadas na memória brasileira)” (TAVARES, 2012, p. 1240).
A sessão legislativa não se interrompe sem a aprovação do projeto de LDO – 57, §2º - NÃO SE TRATA DE CONVOCAÇÃO E SIM PRORROGAÇÃO
Ordinárias: correspondem ao período normal de trabalho
Extraordinária: quando ocorrem no período de recesso do Congresso Nacional
A sessão legislativa extraordinária se difere da ordinária
Peculiaridades marcando a instauração
Assuntos que nela se tratam
O ato da extraordinária tem que declinar a matéria motivadora
Somente sobre ela e sobre MPs em vigor na data da convocação – 57, §§7º e 8º
A EC 50/2006 proibiu o pagamento de parcela indenizatória – JETONS – remuneração especial
O conceito de “Sessão legislativa” é importante para:
impossibilidade de reapresentação de emenda à Constituição (art. 60, § 5º);
tomada de contas do presidente da república pela Câmara (art. 51, II);
reapresentação de projeto (art. 67);
perda de mandado por ausência em sessões (art. 55, III).
“A legislatura é período relevante; o seu termino, por exemplo, impede a continuidade das Comissões Parlamentares de Inquérito por acaso em curso” (BRANCO, 2013, p. 848).
PERÍDOS LEGISLATIVOS: SÃO 2 POR ANO 
De 02 de fevereiro a 17 de julho e
De 1º de agosto a 22 de dezembro.
	REUNIÕES
(sessões legislativas)
	Sessão ordinária – art. 57, caput
	
	Sessão extraordinária – art. 57, §6º
	
	Sessão conjunta – art. 57, §3º
	
	Sessão preparatória – art. 57, §4º
Convocação extraordinária – 57, §§ 6º a 8º
No recesso, o CN pode ser chamado para se reunir por convocação extraordinária;
Duas as hipóteses
	PRIMEIRA HIPÓTESE – convocação pelo Presidente do Senado Federal
	Emergência constitucional - em caso de
	decretação de estado de defesa
	
	intervenção federal
	
	pedido de autorização para a decretação de estado de sítio
	para o compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente- Presidente da República
	SEGUNDA HIPÓTESE – caso de urgência ou de interesse público relevante
	Quem pode convocar?
	Presidente da República
	
	Presidente da Câmara dos Deputados
	
	Presidente do Senado Federal
	
	requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas
	“A verificação da urgência e do interesse público relevante constitui aspecto na margem de discricionariedade política de quem convoca, mas tal juízo passou a ter, com a EC nº 50/2006, de ser confirmada pela maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. A aprovação não é necessária para a convocação nos casos de posse da Presidência da República nem nos casos de emergência constitucional, de que cuida o inciso I do §6º do art. 57 da Constituição” (BRANCO, 2013, p. 848)
SESSÃO CONJUNTA
inaugurar a sessão legislativa (art. 57, § 3º, I);
dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República eleitos – receber o compromisso (arts. 57, § 3º, III, e 78);
promulgar emendas à Constituição (art. 60, § 3º);
discutir e votar o Orçamento (arts. 48, II, e 166);
conhecer de matéria vetada e sobre ela deliberar (arts. 57, §3º, IV, e 66, § 4º);
delegar ao Presidente da República poderes para legislar (art. 68);
elaborar ou reformar o Regimento Comum (art. 57, § 3º, II);
166
as casas atuam ao mesmo tempo
deliberação em separado – o Congresso Nacional atua bicameralmente – ver o art. 3º ADCT
contagem de voto entre os membros de cada casa
QUORUM
É a quantidade necessária de membros de uma assembleia para a prática de um ato válido.
Classificação:
Quorum de deliberação: número exigido para o início da decisão, no momento da votação.
Quorum de aprovação: número mínimo que legitima a decisão favorável de um colegiado.
Quorum de apoiamento: o assentimento necessário para iniciar um ato.
Quorum de presença ou reunião: número exigido para iniciar uma reunião.
As maiorias são constitucionais e expressas. Maioria absoluta é o primeiro número inteiro acima da metade, levando-se em conta o total dos membros de um colegiado. Já a maioria relativa é o primeiro número inteiro acima da metade dos presentes, mas desde que esteja presente a Maioria Absoluta. A maioria fracionária é a fração dada pela CF e aplicada ao universo total de membros (ex.: 3/5, 1/3, 2/5, etc.).
A maioria absoluta é invariável com a presença. Na maioria relativa é necessário ter quorum deliberativo sob pena de se ter aprovações com quorum irrisório.
	
TIPOS DE MAIORIA
	simples ou relativa
	nº de presentes
	
	qualificada
	absoluta
	nº de integrantes
	
	
	fracionária
	3/5, 1/3, 2/5, etc.
	Casa
	Integrantes
	Maioria
	MA
	3/5
	1/3
	2/5
	2/3
	CD
	513
	129
	257
	308
	171
	206
	342
	SF
	81
	21
	41
	49
	27
	33
	54
	Matérias
	PLO, MP, Res., DL
	PLC – perda de mandato
	PEC e Tratados (art. 5, §3º)
	CPI
	Art. 223
	impedimento (51, I) – imunidade no estado de sítio (53, §8º)
Exemplos:
Maioria Absoluta: Exoneração do PGR (52, XI); perda de mandato (55, §2º); aprovação da convocação extraordinária (57, §6º, II); apreciação de veto (66, §4º); repetir PL rejeitado (67); Leis Complementares (67)
Maioria Simples: decidir sobre prisão de “colega” (53, §2º); suspensão de processo contra “colega” (53, §3º); convocação extraordinária (57, §6º, II)
OBS: Nos EUA, mais de 300 milhões de habitantes, há 415 deputados.
RESUMO:
As decisões são tomadas pela maioria simples dos votos
Exceto se a Constituição disponha de forma diversa
Quorum de funcionamento: maioria absoluta
Maioria simples de votos = maior número de votos orientados para uma direção decisória
Não significa, necessariamente, metade mais um de votos presentes
47 – não exige maioria de votos dos presentes: somente “maioria de votos”
“Presentes os congressistas, a deliberaçãopoderá ser aprovada, no caso limite, até por um voto a favor contra zero, na hipótese em que todos os outros 33 se abstenham de votar” (José Cretella Jr. apud BRANCO, 2013, p. 849, nota 11).
A deliberação coincidirá com a proposta que reunir maior contagem de votos.
CÂMARA DOS DEPUTADOS (art. 51)
Acesse o site: http://www2.camara.gov.br/conheca/index.html 
Função: representativa – povo
Sistema eletivo: proporcional – Estados, Distrito Federal e Territórios.
IMPORTANTÍSSIMO: "No Brasil, a eleição de deputados faz-se pelo sistema da representação proporcional, por lista aberta, uninominal. No sistema que acolhe - como se dá no Brasil desde a Constituição de 1934 - a representação proporcional para a eleição de deputados e vereadores, o eleitor exerce a sua liberdade de escolha apenas entre os candidatos registrados pelo partido político, sendo eles, portanto, seguidores necessários do programa partidário de sua opção. O destinatário do voto é o partido político viabilizador da candidatura por ele oferecida. O eleito vincula-se, necessariamente, a determinado partido político e tem em seu programa e ideário o norte de sua atuação, a ele se subordinando por força de lei (art. 24, da Lei n. 9.096/95). Não pode, então, o eleito afastar-se do que suposto pelo mandante - o eleitor -, com base na legislação vigente que determina ser exclusivamente partidária a escolha por ele feita. Injurídico é o descompromisso do eleito com o partido - o que se estende ao eleitor - pela ruptura da equação político-jurídica estabelecida" (MS 26604, Relatora: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 04/10/2007).
Mandato: 4 anos – coincide com a legislatura
O Presidente deve ser brasileiro nato e tem mandato de 2 anos sem reeleição na mesma Legislatura
Número de Deputados estabelecido em LC ( Mínimo: 8	Máximo: 70	Total: 513 (proporcional à população);
A Lei Complementar nº 78/1993 disciplina a fixação do número de Deputados.
A RESOLUÇÃO TSE Nº 23.389 foi publicada no Diário de Justiça de 27.05.2013 e dispõe sobre o número de membros da Câmara dos Deputados e das Assembleias e Câmara Legislativa para as eleições de 2014 - link.
VER ANEXO 4
QUESTÃO: compare a expressão “valor igual para todos” do art. 14 e a proporcionalidade do art. 45, §1º - em 2007: São Paulo 39.827.570 habitantes para 70 deputados - Roraima 395 725 para 8�
José Afonso da Silva�:Essa regra que consta do art. 45, §1º, é fonte de graves distorções do sistema de representação proporcional nele mesmo previsto para a eleição de Deputado Federal, porque, com a fixação de um mínimo de oito deputados e o máximo de setenta, não se encontrará meio de fazer uma proporção que atenda o princípio do voto com valor igual para todos, consubstanciado no art. 14, que é aplicação particular do princípio democrático de igualdade de direitos de todos perante a lei.
Miguel Reale�: tal fato constitui verdadeiro atentado ao princípio da representação proporcional. A Câmara dos Deputados deve ser o espelho fiel das forças demográficas de um povo; nada justifica que a pretexto de existirem grandes e pequenos Estados, os grandes sejam tolhidos e sacrificados em direitos fundamentais de representação.
Manoel Gonçalves Ferreira Filho�: Indiscutivelmente, a repartição de cadeiras é injusta e ilógica. É ilógica porque todos sendo iguais perante a lei, não há porque valorizar a representação de parcela do povo residente nos pequenos Estados em detrimento da que pertence aos Estados populosos. É injusta porque super-representa a população de certos e sub-representa a de outros.
SENADO FEDERAL (art. 52)
Função: representativa – Estados e Distrito Federal – art.46, CF
Sistema eletivo: princípio majoritário (art. 46, CF)
	SISTEMA ELEITORAL MAJORITÁRIO
	Majoritário simples
	contenta-se com qualquer maioria de votos
	
	adotado nas eleições para Senador e Prefeito de Municípios com menos de 200 mil eleitores - art. 29, II
	Majoritário absoluto
	exige no mínimo maioria absoluta de votos - a metade mais um dos votos válidos (descontados os brancos e nulos) - para considerar o candidato eleito. Pode haver 2º turno de votação.
	
	adotado nas eleições para Presidente e Prefeito de Municípios com mais de 200 mil eleitores (art. 29, II, CR/88), inclusive
Representação igualitária - número fixo: 3 por UF (1 efetivo + 2 Suplentes) – renovável alternadamente, de 4 em 4 anos, por 1/3 e 2/3 – 1/3 (27 senadores em 2006) E 2/3 (54 senadores em 2010)
Total: 81
Mandato: 8 anos
O presidente deve ser brasileiro nato para cumprir um mandato de 2 anos sem reeleição na mesma Legislatura
�
ANEXOS
1 - A REPRESENTAÇÃO PROPORCIONAL – Código Eleitoral
Dá-se importância ao partido político. Permitido o voto de legenda (só partido) ou no candidato e vai para o partido.
Adotado no Brasil nas eleições para:
Deputado Federal, Deputado Estadual e Vereador.
O voto é do partido!
Art. 106. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um, se superior.
Art. 107 - Determina-se para cada Partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
Art. 108 - Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um Partido ou coligação quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
Art. 109 - Os lugares não preenchidos com a aplicação dos quocientes partidários serão distribuídos mediante observância das seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
I - dividir-se-á o número de votos válidos atribuídos a cada Partido ou coligação de Partidos pelo número de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao Partido ou coligação que apresentar a maior média um dos lugares a preencher; (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
II - repetir-se-á a operação para a distribuição de cada um dos lugares. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
§ 1º - O preenchimento dos Iugares com que cada Partido ou coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida pelos seus candidatos. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
§ 2º - Só poderão concorrer à distribuição dos lugares os Partidos e coligações que tiverem obtido quociente eleitoral. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985)
Quociente eleitoral�
Fórmula:
	Quociente eleitoral (QE) = número de votos válidos
 número de vagas
Exemplo:
	Partido/coligação
	Votos nominais + votos de legenda
	Partido A
	1.900 
	Partido B 
	1.350 
	Partido C 
	550 
	Coligação D 
	2.250 
	Votos em branco 
	300 
	Votos nulos 
	250 
	Vagas a preencher 
	9 
	Total de votos válidos 
	6.050 
	QE = 6.050 = 672,222222... => QE = 672
 9
Logo, apenas os partidos A e B, e a coligação D, conseguiram atingir o quociente eleitoral e terão direito a preencher as vagas disponíveis.
Quociente partidário�
Fórmula:
	Quociente partidário (QP) = número de votos válidos do partido ou coligação
 quociente eleitoral
Exemplo: 
	Partido/coligação 
	Cálculo 
	Quociente partidário 
	Partido A 
	QPA = 1.900 / 672 = 2,8273809 
	2 
	Partido B 
	QPB = 1.350 / 672 = 2,0089285 
	2 
	Coligação D 
	QPD = 2.250 / 672 = 3,3482142 
	3 
	Total de vagas preenchidas por quociente partidário (QP)
	7 
2 - FIDELIDADE PARTIDÁRIA
Art. 17, §1º, CF: o estatuto dos partidos políticos devem estabelecer normas de disciplina da fidelidade partidária
Art. 26 da Lei 9.096/95: Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectivaCasa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
Em sendo uma democracia partidária e um sistema eleitoral proporcional, existe uma densidade grande no valor constitucional da fidelidade partidária
45 – sistema proporcional
Nesse sistema, os partidos políticos detém um monopólio absoluto das candidaturas
	FILIAÇÃO PARTIDÁRIA
	É condição de elegibilidade – 14, §3º, V, CF�
	
	Art. 87� do Código Eleitoral
	
	Art. 18�, da Lei 9.096/95 – 1 ano antes
Diante desses pressupostos, é condição imprescindível para a manutenção do próprio mandato a permanência do parlamentar na legenda pela qual foi eleito
	EXCEÇÕES
	Perseguição política – “grave discriminação pessoal”
	
	Ruptura de compromissos programáticos por parte da agremiação - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário
	
	criação de novo partido
	
	incorporação ou fusão do partido
Não faz sentido, nesse prisma jurídico e político, o desvencilhamento dos vínculos partidários originalmente estabelecidos
O parlamentar não pode se considerar dono do mandato se o obteve em um sistema no qual se destaca o voto atribuído à agremiação partidária a que estava filiado
O STF, em 03 e 04.10.2007, revendo seu entendimento consolidado em antiga jurisprudência decidiu: o abandono, pelo parlamentar, da legenda pela qual foi eleito tem como consequência jurídica a extinção do mandato MS 26.602, MS 26.603 e MS 26.604
A taxatividade do catálogo do art. 55, como garantia fundamental do parlamentar não contraria a regra da extinção do mandato
Essa extinção do mandato decorre logicamente do próprio sistema eleitoral de característica proporcional
O TSE diz não se tratar de uma sanção – é uma clara violação à vontade do eleitor – um falseamento do modelo de representação popular pela via da democracia de partidos
	O transfuguismo
	Contamina todo o processo democrático
	
	Corrompe o funcionamento parlamentar dos partidos
	
	Tem repercussão negativa sobre o exercício do direito de oposição – direito fundamental dos partidos políticos
Marco temporal para a nova regra: 27.03.2007 – dia da decisão do TSE à consulta nº 1.398/2007
Na consulta nº 1.407, o TSE aplicou para os cargos obtidos pelo sistema eleitoral majoritário (PR, Senador, Governador, Prefeito) o mesmo entendimento adotado para o sistema proporcional: os detentores desses cargos ficam igualmente submetidos à regra da extinção do mandato decorrente de abandono da legenda pela qual foram eleitos (com as exceções previstas)
Resolução TSE nº 22.610, de 25.10.2007
	AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL 22.610/2007 e 22.733/2008. DISCIPLINA DOS PROCEDIMENTOS DE JUSTIFICAÇÃO DA DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA E DA PERDA DO CARGO ELETIVO. FIDELIDADE PARTIDÁRIA. 1. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e o processo de justificação da desfiliação partidária. 2. Síntese das violações constitucionais argüidas. Alegada contrariedade do art. 2º da Resolução ao art. 121 da Constituição, que ao atribuir a competência para examinar os pedidos de perda de cargo eletivo por infidelidade partidária ao TSE e aos Tribunais Regionais Eleitorais, teria contrariado a reserva de lei complementar para definição das competências de Tribunais, Juízes e Juntas Eleitorais (art. 121 da Constituição). Suposta usurpação de competência do Legislativo e do Executivo para dispor sobre matéria eleitoral (arts. 22, I, 48 e 84, IV da Constituição), em virtude de o art. 1º da Resolução disciplinar de maneira inovadora a perda do cargo eletivo. Por estabelecer normas de caráter processual, como a forma da petição inicial e das provas (art. 3º), o prazo para a resposta e as conseqüências da revelia (art. 3º, caput e par. ún.), os requisitos e direitos da defesa (art. 5º), o julgamento antecipado da lide (art. 6º), a disciplina e o ônus da prova (art. 7º, caput e par. ún., art. 8º), a Resolução também teria violado a reserva prevista nos arts. 22, I, 48 e 84, IV da Constituição. Ainda segundo os requerentes, o texto impugnado discrepa da orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal nos precedentes que inspiraram a Resolução, no que se refere à atribuição ao Ministério Público eleitoral e ao terceiro interessado para, ante a omissão do Partido Político, postular a perda do cargo eletivo (art. 1º, § 2º). Para eles, a criação de nova atribuição ao MP por resolução dissocia-se da necessária reserva de lei em sentido estrito (arts. 128, § 5º e 129, IX da Constituição). Por outro lado, o suplente não estaria autorizado a postular, em nome próprio, a aplicação da sanção que assegura a fidelidade partidária, uma vez que o mandato "pertenceria" ao Partido.) Por fim, dizem os requerentes que o ato impugnado invadiu competência legislativa, violando o princípio da separação dos poderes (arts. 2º, 60, §4º, III da Constituição). 3. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 reconheceu a existência do dever constitucional de observância do princípio da fidelidade partidária. Ressalva do entendimento então manifestado pelo ministro-relator. 4. Não faria sentido a Corte reconhecer a existência de um direito constitucional sem prever um instrumento para assegurá-lo. 5. As resoluções impugnadas surgem em contexto excepcional e transitório, tão-somente como mecanismos para salvaguardar a observância da fidelidade partidária enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não se pronunciar. 6. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do Tribunal Superior Eleitoral - ADI 3999, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 12/11/2008.
3 - O “FICHA SUJA”
ADPF 144
	ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (...) MÉRITO: relação entre processos judiciais, sem que neles haja condenação irrecorrível, e o exercício, pelo cidadão, da capacidade eleitoral passiva - registro de candidato contra quem foram instaurados procedimentos judiciais, notadamente aqueles de natureza criminal, em cujo âmbito ainda não exista sentença condenatória com trânsito em julgado - impossibilidade constitucional de definir-se, como causa de inelegibilidade, a mera instauração, contra o candidato, de procedimentos judiciais, quando inocorrente condenação criminal transitada em julgado - probidade administrativa, moralidade para o exercício do mandato eletivo, "vita anteacta" e presunção constitucional de inocência - suspensão de direitos políticos e imprescindibilidade, para esse efeito, do trânsito em julgado da condenação criminal (CF, ART. 15, III) - reação, no ponto, da constituição democrática de 1988 à ordem autoritária que prevaleceu sob o regime militar - caráter autocrático da cláusula de inelegibilidade fundada na lei complementar nº 5/70 (Art. 1º, I, "n"), que tornava inelegível qualquer réu contra quem fosse recebida denúncia por suposta prática de determinados ilícitos penais - derrogação dessa cláusula pelo próprio regime militar (Lei Complementar nº 42/82), que passou a exigir, para fins de inelegibilidade do candidato, a existência, contra ele, de condenação penal por determinados delitos - entendimento do supremo tribunal federal sobre o alcance da LC nº 42/82: necessidade de que se achasse configurado o trânsito em julgado da condenação (RE 99.069/BA, rel. min. Oscar Corrêa) - presunção constitucional de inocência: um direito fundamental que assiste a qualquer pessoa - evolução histórica e regime jurídico do princípio do estado de inocência - o tratamento dispensado à presunção de inocência pelas declarações internacionais de direitos e liberdades fundamentais, tanto as de caráter regional quanto as de natureza global - o processo penal como domínio mais expressivo de incidência da presunção constitucional de inocência - eficáciairradiante da presunção de inocência - possibilidade de extensão desse princípio ao âmbito do processo eleitoral - hipóteses de inelegibilidade - enumeração em âmbito constitucional (CF, ART. 14, §§ 4º A 8º) - reconhecimento, no entanto, da faculdade de o Congresso Nacional, em sede legal, definir "outros casos de inelegibilidade" - necessária observância, em tal situação, da reserva constitucional de lei complementar (CF, ART. 14, § 9º) - Impossibilidade, contudo, de a lei complementar, mesmo com apoio no §9º do art. 14 da Constituição, transgredir a presunção constitucional de inocência, que se qualifica como valor fundamental, verdadeiro "cornerstone" em que se estrutura o sistema que a nossa carta política consagra em respeito ao regime das liberdades e em defesa da própria preservação da ordem democrática - privação da capacidade eleitoral passiva e processos, de natureza civil, por improbidade administrativa - necessidade, também em tal hipótese, de condenação irrecorrível - compatibilidade da lei nº 8.429/92 (ART. 20, "caput") com a Constituição Federal (art. 15, V, c/c o art. 37, §4º) - O significado político e o valor jurídico da exigência da coisa julgada - releitura, pelo tribunal superior eleitoral, da súmula 01/TSE, com o objetivo de inibir o afastamento indiscriminado da cláusula de inelegibilidade fundada na LC 64/90 (ART. 1º, I, "G") - Nova interpretação que reforça a exigência ético-jurídica de probidade administrativa e de moralidade para o exercício de mandato eletivo - ADPF 144, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2008
4 – NÚMERO DE DEPUTADOS
	STF declara inconstitucionalidade de normas sobre número de deputados
Notícias STF - Quarta-feira, 18 de junho de 2014
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais a Resolução TSE 23.389/2013, que definiu o tamanho das bancadas dos estados e do Distrito Federal na Câmara dos Deputados para as eleições de 2014, e a Lei Complementar (LC) 78/1993, que autorizou a corte eleitoral a definir os quantitativos. A decisão ocorreu na sessão desta quarta-feira (18), no julgamento conjunto de seis Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs 4947, 4963, 4965, 5020, 5028 e 5130) e de uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC 33).
Todos os processos discutiam o mesmo tema. As ADIs 4947, 5020, 5028 e 5130, relatadas pelo ministro Gilmar Mendes, e as ADIs 4963 e 4965, relatadas pela ministra Rosa Weber, questionavam a alteração do número de deputados federais representantes dos estados e do Distrito Federal e o número de parlamentares estaduais, realizada por meio da Resolução 23.389/2013, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), editada com base na Lei Complementar 78/1993, que trata da delegação à Justiça Eleitoral para fixar os quantitativos. A ADC 33, também relatada pelo ministro Gilmar, tinha o objetivo de declarar válido o Decreto Legislativo 424/2013, do Congresso Nacional, que sustou os efeitos da resolução do TSE.
Por maioria, o Plenário seguiu o entendimento da ministra Rosa Weber no sentido da inconstitucionalidade das normas, julgando procedente todas as ADIs. Quanto à improcedência da ADC 33, a decisão foi unânime. A modulação dos efeitos da decisão deve ser feita na próxima sessão, de modo que a proclamação do resultado final ainda é provisória.
Corrente majoritária
Para a ministra Rosa Weber, a resolução do TSE invadiu a competência do Congresso Nacional. Ela observou que o artigo 45, parágrafo 1º, da Constituição Federal determina que o número de deputados e as representações dos estados e do DF serão estabelecidos por lei complementar, e o artigo 68, parágrafo 1º, veda a delegação de matéria reservada a lei complementar.
Para a ministra, a Lei Complementar 78/1993 não fixou critérios de cálculo, nem delegou sua fixação ao TSE, que usou critérios próprios para determinar o quantitativo dessas representações, introduzindo inovações legislativas para as quais não tem competência. “Ao TSE não compete legislar, e sim promover a normatização da legislação eleitoral”, afirmou. Segundo a ministra, o Código Eleitoral confere expressamente ao TSE poder para expedir instruções e tomar outras providências que julgar convenientes para execução da legislação eleitoral. Entretanto, “da LC 78 não é possível inferir delegação a legitimar, nos moldes da Constituição Federal e do Código Eleitoral, a edição da Resolução 23.389/2013”.
Para o ministro Teori Zavascki, caso se entenda indispensável a intervenção do Poder Judiciário para a regulamentação provisória do comando constitucional que determina a proporcionalidade das bancadas, quem deverá promovê-la é o STF, e não o TSE. E, caso o Legislativo permaneça omisso em relação à matéria, cabe a impetração de mandado de injunção.
O ministro Luiz Fux seguiu a linha adotada pela ministra Rosa Weber, pela procedência das ações de inconstitucionalidade, por entender que, do contrário, o STF estaria alterando uma competência constitucional para a definição do número de deputados, uma vez que a Constituição Federal não delegou esse poder normativo ao TSE. Posição semelhante foi adotada pelo ministro Marco Aurélio, para quem a resolução do TSE tem contornos políticos. “A Constituição Federal de 1988 mostrou-se clara ao prever que o número total de deputados, bem como a representação por estado, serão estabelecidos por lei complementar”, afirmou.
No mesmo sentido, o ministro Celso de Mello, em seu voto, traçou a evolução das formas de adoção do sistema proporcional. Segundo o ministro, trata-se, nesse julgamento, de uma questão de defesa do princípio democrático de organização do Estado, e não do princípio federativo.
Também de acordo com o ministro Ricardo Lewandowski, a resolução colide com a Constituição Federal. “O TSE não poderia ingressar em um juízo político a partir da edição de um ato de natureza administrativa”, afirmou. O presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, também seguiu o voto da ministra Rosa Weber.
Corrente vencida
A corrente que votou pela constitucionalidade da resolução do TSE e da lei complementar foi iniciada pelo ministro Gilmar Mendes, que considerou não haver qualquer inconstitucionalidade na participação do TSE na fixação do número de cadeiras das bancadas estaduais na Câmara dos Deputados. Para ele, a resolução apenas cumpre o comando do artigo 45, parágrafo 1º, da Constituição para que as bancadas sejam proporcionais à população de cada unidade da federação.
Ele ressaltou que a norma da corte eleitoral utilizou informações do Censo de 2010, que detectou mudanças significativas na população de diversos estados, entre eles o Pará, que teve sua bancada aumentada. O ministro destacou que seria inviável a edição de lei complementar a cada quatro anos para proceder à atualização das bancadas. E lembrou que, desde 1990, o TSE fixa o quantitativo na Câmara dos Deputados.
Ao acompanhar o voto do ministro Gilmar, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que não existe o direito adquirido a um quantitativo de representação eleitoral. Para ele, a resolução do TSE não impede que o Congresso Nacional exerça a sua competência mediante edição de lei complementar. “A falta de consenso no Congresso não pode congelar a representação política e produzir uma desproporcionalidade que viola, a meu ver, claramente a Constituição”, completou. Nesse mesmo sentido, também votou o ministro Dias Toffoli.
REFERÊNCIAS
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LENZA,Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18ª ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 32ª. ed., rev. e atual. até a Emenda Constitucional n. 56, de 10.12.2007. São Paulo: Malheiros, 2008.
TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 10ª ed., rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012.
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� ADI 3367, Relator Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 13/04/2005.
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� §3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) V - a filiação partidária.
� Art. 87. Somente podem concorrer às eleições candidatos registrados por partidos.
� Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
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