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Poder Legislativo - Estatuto dos Congressistas

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	CURSO: Direito
DISCIPLINA:	Direito Constitucional II
PERÍODO MINISTRADO/SEMESTRE/ANO:	2º/2014
PROFESSOR:	Juliano Vieira Alves
PODER LEGISLATIVO 2/4
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS
�
	ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS - RESUMO
	Prerrogativas
	Imunidades
	Material/real/substantiva (caput) - inviolabilidade
	
	
	Formal/processual/adjetiva
	Prisão (§2º)
	
	
	
	Processo (§§ 3º ao 5º)
	
	Foro especial (53, §1º)
	
	Isenção do dever de testemunhar (53, §6º)
	
	Serviço militar (53, §7º)
	
	Vencimentos (49, VII)
	Vedações ou incompatibilidades (54)
1 – IMUNIDADES
Outros termos: PRERROGATIVAS em face do direito comum; GARANTIAS FUNCIONAIS
PERGUNTA: QUAL A RELAÇÃO ENTRE AS IMUNIDADES/INVIOLABILIDADES PARLAMENTARES E A DEMOCRACIA?
Para que o Poder Legislativo, como um todo, e seus membros, individualmente, possam exercer suas funções com ampla independência e liberdade, a Constituição reserva um protetivo rol de prerrogativas, imunidades e certas incompatibilidades.
“As garantias atribuídas aos parlamentares são, na realidade, garantias da própria instituição, vale dizer, do parlamento, bem como das funções deste” (TAVARES, 2012, p. 1253)
Prerrogativas inerentes à função parlamentar diante do direito comum outorgadas aos membros do Congresso Nacional para o bom desempenho da função
Garante o exercício do mandato de forma livre
Michel Temer: “garante-se a atividade do parlamentar para garantir a instituição. Conferem-se a deputados e senadores prerrogativas com o objetivo de lhes permitir desempenho livre, de molde a assegurar a independência do Poder que integra”�.
trecho do voto do Min. Gilmar Ferreira Mendes: “a imunidade material tem o perfil de garantia institucional e não se pode convolar em um estatuto pessoal" Inq 1.344, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 7-8-02, DJ de 1º-8-03.
São irrenunciáveis – não dizem respeito à figura do parlamentar, mas à função por ele exercida. Não existe imunidade para os crimes praticados antes da diplomação.
2 – IMUNIDADE MATERIAL
INVIOLABILIDADE PARLAMENTAR = IMUNIDADE MATERIAL
“Cláusula de irresponsabilidade geral de direito constitucional” (MORAES, 2012, p. 463).
Veja embargos de declaração opostos por Roberto Jefferson Monteiro Francisco contra acórdão do mensalão: "Ausente omissão do acórdão quanto à alegada imunidade material dos parlamentares, com respeito atos praticados no exercício do mandato. O acórdão expressamente distinguiu, de um lado, o conteúdo dos atos do parlamentar, que é protegido constitucionalmente, e de outro lado o recebimento de propina para a prática de atos de ofício. O recebimento de vantagem indevida, em comercialização do exercício da função, é que caracterizou a prática do delito de corrupção passiva pelo embargante e demais Deputados Federais condenados nesta ação penal" (AP 470 EDj-décimos sextos, Relator: Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 15/08/2013)
inviolabilidade (art. 53, caput): são invioláveis civil, disciplinar, política e penalmente por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos – crimes de opinião, ou crimes da palavra – crimes contra a honra
Exclui o crime nos casos admitidos – cláusula de irresponsabilidade geral de Direito Constitucional
Da conduta do parlamentar (opiniões, palavras e votos) não resultará responsabilidade criminal, qualquer responsabilização por perdas e danos, nenhuma sanção disciplinar, ficando a atividade do congressista, inclusive, resguardada da responsabilidade política.
A expressão por quaisquer de suas opiniões: “...a imunidade material possui eficácia temporal permanente ou absoluta, de caráter perpétuo, pois pressupondo a inexistência da infração penal ou ilícito civil, mesmo após o fim de sua legislatura, o parlamentar não poderá ser investigado, incriminado ou responsabilizado” (MORAES, 2014, p. 464)
Essa imunidade protege o parlamentar contra violência dos demais poderes constitucionais ou de indivíduos
Estão excluídas as manifestações que não guardem pertinência temática com o exercício do mandato parlamentar.
O ato deve ter sido praticado pelo parlamentar (opinião, palavra ou voto) no exercício da função e relacionadas ao mandato – sobre matéria parlamentar
Não se restringe ao âmbito do Congresso Nacional
ATENÇÃO: “...se aplica o privilégio ainda que as opiniões, palavras ou votos sejam manifestados fora das funções ligadas aos deveres parlamentares. Isso representa uma ampliação quanto à Carta anterior, e tem como objetivo garantir a independência” (TAVARES, 2012, p. 1255 – grifei)
ENTENDIMENTOS QUE CONTRARIAM A DOUTRINA ACIMA:
"A imunidade material do parlamentar se estende a manifestações fora da Casa Legislativa, mas que guardem conexão com o exercício do mandato. Jurisprudência pacífica" (Inq 3777 AgR, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 10/06/2014). 
“Queixa-crime ajuizada por um ex-senador contra deputado federal, apresentador de um programa de televisão, no qual utilizou-se dos seguintes termos contra o querelante: chefe de quadrilha, político envolvido em falcatruas, vagabundo, bandido, cachorro morto, ladrão" - programa de televisão mantido pelo querelado - Manifestação do Ministro Carlos Britto no Inq 2390: “...a inviolabilidade como imunidade material, a significar a intocabilidade do parlamentar - de sorte que ele não comete crime sob o manto dela, inviolabilidade -, não se restringe ao âmbito especial da casa a que pertence o parlamentar porque, de fato, a inviolabilidade acompanha o parlamentar muro afora ou externa corporis de sua casa legislativa, mas há uma ressalva, é preciso que essa atividade extra-muro ou externa corporis se relacione de alguma forma com o exercício do mandato” (Inq 2390, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 15-10-07, Plenário, DJ de 30-11-07).
"A imunidade material prevista no art. 53, caput, da Constituição não é absoluta, pois somente se verifica nos casos em que a conduta possa ter alguma relação com o exercício do mandato parlamentar. Embora a atividade jornalística exercida pelo querelado não seja incompatível com atividade política, há indícios suficientemente robustos de que as declarações do querelado, além de exorbitarem o limite da simples opinião, foram por ele proferidas na condição exclusiva de jornalista" (Inq 2.134, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 23-3-2006, Plenário, DJ de 2-2-2007.)
"A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, caput) – que representa um instrumento vital destinado a viabilizar o exercício independente do mandato representativo – somente protege o membro do Congresso Nacional, qualquer que seja o âmbito espacial (locus) em que este exerça a liberdade de opinião (ainda que fora do recinto da própria Casa legislativa), nas hipóteses específicas em que as suas manifestações guardem conexão com o desempenho da função legislativa (prática in officio) ou tenham sido proferidas em razão dela (prática propter officium), eis que a superveniente promulgação da EC 35/2001 não ampliou, em sede penal, a abrangência tutelar da cláusula da inviolabilidade. A prerrogativa indisponível da imunidade material – que constitui garantia inerente ao desempenho da função parlamentar (não traduzindo, por isso mesmo, qualquer privilégio de ordem pessoal) – não se estende a palavras, nem a manifestações do congressista, que se revelem estranhas ao exercício, por ele, do mandato legislativo. A cláusula constitucional da inviolabilidade (CF, art. 53, caput), para legitimamente proteger o parlamentar, supõe a existência do necessário nexo de implicação recíproca entre as declarações moralmente ofensivas, de um lado, e a prática inerente ao ofício congressional, de outro" Inq 2.874-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 20-6-2012, Plenário, DJE de 1º-2-2013.
DOUTRINA:
"...para que haja a imunidade material as opiniões ou palavras devem guardar relação com o mandato. Devem ser proferidas em função do mandato. Nessesentido, deve haver nexo de causalidade entre o exercício do mandato e o proferimento das opiniões ou palavras" (FERNANDES, 2012, p. 811)
“A imunidade parlamentar material só protege o congressista nos atos, palavras, opiniões e votos proferidos no exercício do ofício congressual, sendo passíveis dessa tutela jurídico-constitucional apenas os comportamentos parlamentares cuja prática possa ser imputável ao exercício do mandato legislativo. A garantia da imunidade material estende-se ao desempenho das funções de representante do Poder Legislativo, qualquer que seja o âmbito dessa atuação – parlamentar ou extraparlamentar – desde que exercida ratione numeris�” (MORAES, 2012, p. 464).
Na esfera cível, a EC 35/2001 formou a imunidade expressa, mas o STF já admitia em sua jurisprudência essa prerrogativa –ação de reparação de danos proposta por Juiz contra deputada federal: “A inviolabilidade parlamentar elide não apenas a criminalidade ou a imputabilidade criminal do parlamentar, mas também a sua responsabilidade civil por danos oriundos da manifestação coberta pela imunidade ou pela divulgação dela: é conclusão assente, na doutrina nacional e estrangeira, por quantos se tem ocupado especificamente do tema” - RE 210917, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 12/08/1998.
Essa “imunidade possui alcance limitado pela própria finalidade que a enseja” (GILMAR, p. 942)
Segue a mesma sistemática de imunidade do congressista os (a) deputados estaduais (27, §1º) e deputados distritais (32, §3º)
Quanto aos Vereadores, a imunidade é somente material e limitada territorialmente à circunscrição do Município (29, VIII)
A garantia constitucional da imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 29, VIII, c/c art. 53, caput) exclui a responsabilidade civil (e também penal) do membro do Poder Legislativo (vereadores, deputados e senadores), por danos eventualmente resultantes de manifestações, orais ou escritas, desde que motivadas pelo desempenho do mandato (prática in officio) ou externadas em razão deste (prática propter officium). Tratando-se de vereador, a inviolabilidade constitucional que o ampara no exercício da atividade legislativa estende-se às opiniões, palavras e votos por ele proferidos, mesmo fora do recinto da própria Câmara Municipal, desde que nos estritos limites territoriais do Município a que se acha funcionalmente vinculado - AI 739.840-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 15-2-2011, Primeira Turma, DJE de 17-3-2011.
Impossibilidade de outorga de Imunidade parlamentar a ex-Deputados Estaduais: "A República aborrece privilégios e abomina a formação de castas: parece inequívoca a inconstitucionalidade de preceito da Constituição do Estado de Alagoas, que, indo além do art. 27, §1º, da Constituição Federal, outorga a ex-parlamentares - apenas por que o tenham sido por duas sessões legislativas - a imunidade do Deputado Estadual à prisão e o seu foro por prerrogativa de função, além de vedar, em relação aos mesmos antigos mandatários, "qualquer restrição de caráter policial quanto à inviolabilidade pessoal e patrimonial" - ADI 1828 MC, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 27/05/1998.
O voto secreto para perda do mandato ERA de observância obrigatória: "Emenda constitucional estadual. Perda de mandato de parlamentar estadual mediante voto aberto. Inconstitucionalidade. Violação de limitação expressa ao poder constituinte decorrente dos Estados-membros (CF, art. 27, §1º c/c art. 55, §2º)." (ADI 2.461, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 12-5-2005, Plenário, DJ de 7-10-2005)
Emenda Constitucional nº 76, de 28.11.2013
Redação antiga: §2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 28.11.2013: §2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
	“A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.” (Súmula STF 245)
	ENTREVISTAS: “A cláusula de inviolabilidade constitucional, que impede a responsabilização penal e/ou civil do membro do Congresso Nacional, por suas palavras, opiniões e votos, também abrange, sob seu manto protetor, as entrevistas jornalísticas, a transmissão, para a imprensa, do conteúdo de pronunciamentos ou de relatórios produzidos nas Casas Legislativas e as declarações feitas aos meios de comunicação social, eis que tais manifestações – desde que vinculadas ao desempenho do mandato – qualificam-se como natural projeção do exercício das atividades parlamentares” AI 401.600-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma, DJE de 21-2-2011.
	ACUSAÇÃO DE CORRUPÇÃO: “Ante a imunidade prevista no art. 53 da Carta Federal, a utilização da tribuna da Casa Legislativa, considerado certo contexto ligado a frustrada CPI, apontando-se corrupção em órgão público, não enseja ação penal.” (Inq 2.815, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 25-11-2009, Plenário, DJE de 18-12-2009)
	MANIFESTAÇÃO ESCRITA OU FALADA: "A manifestação parlamentar do querelado guardou nexo de causalidade com o exercício da atividade legislativa, não havendo justa causa para a deflagração da ação penal de iniciativa privada. Aliás, a imunidade parlamentar em seu sentido material, decorrente de manifestações proferidas no exercício do mandato, ou em razão deste, constitui prerrogativa institucional assegurada aos membros do Poder Legislativo, com vista a garantir-lhes o independente exercício de suas funções. (...) É sabido que a imunidade material parlamentar exclui a tipicidade do fato praticado pelo deputado ou senador consistente na manifestação, escrita ou falada, exigindo-se apenas que ocorra no exercício da função" (Pet 4.934, rel. min. Dias Toffoli, decisão monocrática, julgamento em 25-9-2012, DJE de 28-9-2012)
	O LOCAL - DENTRO OU FORA DO PARLAMENTO:
1."Imunidade parlamentar material: ofensa irrogada em plenário, independente de conexão com o mandato, elide a responsabilidade civil por dano moral. Precedente: RE 210.917, 12-8-1992, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, RTJ 177/1375" RE 577.785-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 1º-2-2011.
2. “A palavra 'inviolabilidade' significa intocabilidade, intangibilidade do parlamentar quanto ao cometimento de crime ou contravenção. Tal inviolabilidade é de natureza material e decorre da função parlamentar, porque em jogo a representatividade do povo. O art. 53 da CF, com a redação da Emenda 35, não reeditou a ressalva quanto aos crimes contra a honra, prevista no art. 32 da EC 1, de 1969. Assim, é de se distinguir as situações em que as supostas ofensas são proferidas dentro e fora do Parlamento. Somente nessas últimas ofensas irrogadas fora do Parlamento é de se perquirir da chamada 'conexão com o exercício do mandato ou com a condição parlamentar' (Inq 390 e 1.710). Para os pronunciamentos feitos no interior das Casas Legislativas não cabe indagar sobre o conteúdo das ofensas ou a conexão com o mandato, dado que acobertadas com o manto da inviolabilidade. Em tal seara, caberá à própria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais excessos no desempenho dessa prerrogativa. No caso, o discurso se deu no plenário da Assembleia Legislativa, estando, portanto, abarcado pela inviolabilidade. Por outro lado, as entrevistas concedidas à imprensa pelo acusado restringiram-se a resumir e comentar a citada manifestação da tribuna, consistindo, por isso, em mera extensão da imunidade material." Inq 2.295, Rel. p/ o ac. Min. Menezes Direito, julgamento em 23-10-2008, Plenário, DJE de 5-6-2009.
	BRIGA ELEITORAL: "A garantia constitucionalda imunidade parlamentar em sentido material (CF, art. 53, caput) – destinada a viabilizar a prática independente, pelo membro do Congresso Nacional, do mandato legislativo de que é titular – não se estende ao congressista, quando, na condição de candidato a qualquer cargo eletivo, vem a ofender, moralmente, a honra de terceira pessoa, inclusive a de outros candidatos, em pronunciamento motivado por finalidade exclusivamente eleitoral, que não guarda qualquer conexão com o exercício das funções congressuais" ARE 674.093, Rel. Min. Gilmar Mendes, decisão monocrática, julgamento em 20-3-2012, DJE de 26-3-2012.
	Queixa-crime ajuizada por um ex-senador contra deputado federal, apresentador de um programa de televisão, no qual utilizou-se dos seguintes termos contra o querelante: chefe de quadrilha, político envolvido em falcatruas, vagabundo, bandido, cachorro morto, ladrão" - programa de televisão mantido pelo querelado - Manifestação do Ministro Carlos Britto no Inq 2390: “...a inviolabilidade como imunidade material, a significar a intocabilidade do parlamentar - de sorte que ele não comete crime sob o manto dela, inviolabilidade -, não se restringe ao âmbito especial da casa a que pertence o parlamentar porque, de fato, a inviolabilidade acompanha o parlamentar muro afora ou externa corporis de sua casa legislativa, mas há uma ressalva, é preciso que essa atividade extra-muro ou externa corporis se relacione de alguma forma com o exercício do mandato” – Inq 2.390, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 15-10-07, Plenário, DJ de 30-11-07.
	O então presidente da câmara dos deputados, ao "fazer pouco caso" de um pedido de impedimento do Presidente da República, ainda disse sobre a pessoa que protocolou o pedido: "Busquei na Procuradoria processos contra ele, sei bem de seu passado. É indigno de viver na democracia. Resolver indignações por violência é lamentável" - "Inquérito. Ação penal privada. Queixa-crime oferecida contra Deputado Federal e jornalista. Pretensas ofensas praticadas pelo primeiro querelado e publicadas pela segunda Querelada em matéria jornalística: crimes de injúria e difamação (arts. 21 e 22 da Lei de Imprensa). As afirmações tidas como ofensivas pelo Querelante foram feitas no exercício do mandato parlamentar, por ter o Querelado se manifestado na condição de Deputado Federal e de Presidente da Câmara, não sendo possível desvincular aquelas afirmações do exercício da ampla liberdade de expressão, típica da atividade parlamentar (art. 51 da Constituição da República). O art. 53 da Constituição da República dispõe que os Deputados são isentos de enquadramento penal por suas opiniões, palavras e votos, ou seja, têm imunidade material no exercício da função parlamentar" (Inq 2.297, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 20-9-07, DJ de 19-10-07).
	"Malgrado a inviolabilidade alcance hoje 'quaisquer opiniões, palavras e votos' do congressista, ainda quando proferidas fora do exercício formal do mandato, não cobre as ofensas que, ademais, pelo conteúdo e o contexto em que perpetradas, sejam de todo alheias à condição de Deputado ou Senador do agente. Não cobre, pois, a inviolabilidade parlamentar a divulgação de imprensa por um dirigente de clube de futebol de suspeita difamatória contra a empresa patrocinadora de outro e relativa a suborno da arbitragem de jogo programado entre as respectivas equipes, nada importando seja o agente, também, um Deputado Federal." (Inq 1.344, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 7-8-02, DJ de 1º-8-03) – trecho do voto do Min. Gilmar Ferreira Mendes: “a imunidade material tem o perfil de garantia institucional e não se pode convolar em um estatuto pessoal"
	FATO EM QUE SE AFATOU A IMUNIDADE: Na propaganda eleitoral a Governador do Estado do Rio de Janeiro, o Sr. Ronaldo Cézar Coelho, referindo-se ao também candidato Leonel de Moura Brizola disse: "o que ele não responde é a cumplicidade dele com o tráfico de drogas, com o crime organizado". Dias depois, o Jornal do Brasil publica nova declaração do Sr. Ronaldo Cézar Coelho, de propaganda eleitoral: "Vamos fazer convênios com a Polícia Federal para atacar a questão do tóxico, que foi instalado no Rio de Janeiro, por conivência do Governo Leonel Brizola" – JULGAMENTO: IMUNIDADE PARLAMENTAR MATERIAL: não incidência. Ainda quando se admita, em casos excepcionais, que o congressista, embora licenciado, continue projetado pela imunidade material contra a incriminação de declarações relativas ao exercício do mandato, a garantia não exclui a criminalidade de ofensas a terceiro, em atos de propaganda eleitoral, fora do exercício da função e sem conexão com ela (cf. INQ 390, 27.9.89, pertence, RTJ 129/970). Crime contra a honra e discussão político-eleitoral: limites da tolerância. as discussões políticas, particularmente as que se travam no calor de campanhas eleitorais renhidas, são inseparáveis da necessidade de emissão de juízos, necessariamente subjetivos, sobre qualidades e defeitos dos homens públicos nelas diretamente envolvidos, impondo critério de especial tolerância na sua valoração penal, de modo a não tolher a liberdade de critica, que os deve proteger; mas a tolerância há de ser menor, quando, ainda que situado no campo da vida pública ou da vida privada de relevância pública do militante político, o libelo do adversário ultrapassa a linha dos juízos desprimorosos para a imputação de fatos mais ou menos concretos, sobretudo, se invadem ou tangenciam a esfera da criminalidade: consequente viabilidade da denuncia, no caso concreto, que se recebe – Inq 503 QO, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 24/06/1992.
	RESPOSTA À ALTURA –CRIME CONTRA A HONRA - ELEMENTO SUBJETIVO - O DOLO - INVIOLABILIDADE PARLAMENTAR - RETORSÃO - ALCANCE. Tratando-se de hipótese a revelar prática inicial coberta pela inviolabilidade parlamentar, sentindo-se o titular do mandato ofendido com resposta formalizada por homem público na defesa da própria honra, único meio ao alcance para rechaçar aleivosias, cumpre ao órgão julgador adotar visão flexível, compatibilizando valores de igual envergadura. A óptica ortodoxa própria aos crimes contra os costumes, segundo a qual a retorsão é peculiar ao crime de injúria, cede a enfoque calcado no princípio constitucional da proporcionalidade, da razoabilidade, da razão de ser das coisas, potencializando-se a intenção do agente, o elemento subjetivo próprio ao tipo - o dolo - e, mais do que isso, o socialmente aceitável - Inq 1247, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 15/04/1998
NATUREZA JURÍDICA PARA ALEXANDRE DE MORAES:
	A imunidade material implica subtração da responsabilidade penal, civil, disciplinar ou política do parlamentar por suas opiniões, palavras e votos. Explica Nélson Hungria que, nas suas opiniões, palavras ou votos, jamais se poderá identificar, por pane do parlamentar, qualquer dos chamados crimes de opinião ou crimes da palavra, como os crimes contra a honra, incitamento a crime, apologia de criminoso, vilipêndio oral a culto religioso etc., pois a imunidade material exclui o crime nos casos admitidos; o fato típico deixa de constituir crime, porque a norma constitucional afasta, para a hipótese, a incidência da norma penal.
Damásio E. de Jesus, analisando o tema sob a égide da Carta Anterior, aponta a imunidade material como causa funcional de isenção de pena, e ilustrava que os parlamentares, “desde que cometido o fato no exercício da função, não respondiam pelos chamados delitos de opinião ou de palavra”, concluindo que “nestes casos, diante da imunidade penal, os deputados federais e os senadores ficavam livres do inquérito policial e do processo criminal”.
Em relação à natureza jurídica da imunidade material, salienta o Ministro Celso de Mello tratar-se “a imunidade material ou real, de causa justificativa (excludente da antijuridicidade da conduta típica), ou de causa excludente da própria criminalidade, ou, ainda, de mera causa de isenção de pena, o fato é que, nos delitos contra a honraobjetiva (calúnia e difamação) ou contra a honra subjetiva (injúria), praticados em razão do mandato parlamentar, tais condutas não mais são puníveis”.
Dessa forma, Pontes de Miranda (Comentários à Constituição de 1967), Nélson Hungria (Comentários ao Código Penal), e José Afonso da Silva (Curso de Direito Constitucional Positivo) entendem-na como uma causa excludente de crime, Basileu Garcia (Instituições de Direito Penal), como causa que se opõe à formação do crime; Damásio de Jesus (Questões Criminais), causa funcional de exclusão ou isenção de pena; Aníbal Bruno (Direito Penal), causa pessoal e funcional de isenção de pena; Heleno Cláudio Fragoso (Lições de Direito Penal) considera-a causa pessoal de exclusão de pena; Magalhães Noronha (Direito Penal) causa de irresponsabilidade; José Frederico Marques (Tratado de Direito Penal), causa de incapacidade penal por razões políticas (MORAES, 2014, p. 461).
2 – IMUNIDADE FORMAL
PRERROGATIVA PROCESSUAL/FORMAL/ADJETIVA = IMUNIDADE FORMAL = IMUNIDADE
	IMUNIDADE FORMAL PARLAMENTAR (53)
	PRISÃO
53, §2º
	REGRA
	Impossibilidade
	
	EXCEÇÃO
	Prisão em flagrante por crime inafiançável
	
	
	Análise pela Casa Legislativa
	PROCESSO
53, §§ 3ºao 5º
	Crimes antes da diplomação
	Inexiste imunidade (só a do processo que tramita no STF)
	
	Crimes após a diplomação
	Possibilidade de suspensão da ação penal
	
	
	Não é necessário licença para o processo
Ao contrário da imunidade material, não exclui o ilícito
garante ao parlamentar a impossibilidade de ser ou permanecer preso, ou ainda, a possibilidade de sustação do andamento da ação penal por crimes praticados após a diplomação.
Os processos sobre crimes ocorridos antes da diplomação do congressista não são suspensos, seu julgamento continua até o fim, o que implica a possibilidade de condenação criminal do parlamentar e possível perda do mandato.
Em regra o congressista não poderá sofrer qualquer tipo de prisão de natureza penal ou processual, seja provisória, seja definitiva, ou ainda, prisão de natureza civil – exceto em casos de flagrante de crime inafiançável.
PRISÃO DE NATUREZA CIVIL: A imunidade formal "abrange também as prisões de caráter civil (depositário infiel e inadimplemento voluntário de obrigação alimentícia). Desse modo, se um congressista maliciosamente negar-se a restituir um bem de que está na posse na condição de depositário, ou voluntariamente não efetuar o pagamento da pensão alimentícia a que foi condenado, não poderá ser determinada sua prisão civil como meio de coação para fazê-lo adimplir sua obrigação. É, pois, inconstitucinal a aplicação de qualquer prisão civil aos parlamentares federais" (MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da. Direito constitucional: teoria, jurisprudência e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2013).
 “Os vereadores não se beneficiam das regras sobre imunidade formal” (BRANCO, 2013, p. 895).
2.1 – Prerrogativa de foro em razão da função
Abrange todas as infrações penais – crimes comuns – 102, I, “b” – delitos eleitorais, crimes contra a vida – Rcl 5119
Privilégio de foro: serão submetidos a julgamento, em processo penal, perante o STF. Com o término do mandato, expira-se o direito ao foro especial e os processos serão remetidos à justiça ordinária competente – art. 53, §1º.
Em 99, o Supremo revogou a Súmula 394: “cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência especial para prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação daquele exercício”;
IMPORTANTE – A INTERCORRENTE DIPLOMAÇÃO DO RÉU: a diplomação superveniente do réu como membro do congresso nacional desloca a competência penal para o Supremo Tribunal Federal, mas não invalida os atos processuais até então praticados: "A diplomação do réu como Deputado Federal opera o deslocamento, para o Supremo Tribunal Federal, da competência penal para a ‘persecutio criminis’, não tendo o condão de afetar a integridade jurídica dos atos processuais, inclusive os de caráter decisório, já praticados, com base no ordenamento positivo vigente à época de sua efetivação, por órgão judiciário até então competente" (HC 70620, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 16/12/1993).
CASO RECENTE: “O Plenário, por decisão majoritária, resolveu questão de ordem suscitada em ação penal pelo min. Roberto Barroso, relator, no sentido de manter acórdão condenatório proferido por tribunal de justiça, em julgamento de apelação, invalidando-se os atos subsequentes. No caso, o réu fora condenado, em 1º grau, pela prática do crime previsto no art. 359-D do CP. Mantida parcialmente a sentença condenatória em julgamento de apelação proferido por tribunal de justiça, fora protocolada, no mesmo dia do julgamento, petição pela defesa, na qual informado que o réu teria assumido o cargo de deputado federal durante o julgamento da apelação, ou seja, entre a sessão em que apresentado o voto do desembargador relator e a assentada na qual concluído o julgado. Por essa razão, ou autos foram encaminhados ao Supremo. O colegiado reiterou o entendimento no sentido da prorrogação de sua competência para julgar penalmente detentor de foro por prerrogativa de função na hipótese de o réu deixar de possuir o cargo atrativo dessa competência durante o julgamento nesta Corte. Asseverou que o mesmo não ocorreria em situação inversa, ou seja, não se prorrogaria a competência da instância ordinária quando, no curso de julgamento lá iniciado, o réu viesse a ostentar cargo detentor de foro por prerrogativa de função perante o STF" (AP 634-QO, rel. min. Roberto Barroso, julgamento em 6-2-2014, Plenário)
Nesse mesmo caso restaram vencidos “os Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello, que concediam habeas corpus de ofício para invalidar o acórdão prolatado pelo tribunal de justiça relativamente ao réu que exercera mandato parlamentar. Sublinhavam o fato de a competência conferida ao STF para julgar detentores de foro por prerrogativa de função seria absoluta e definida constitucionalmente, de modo que seria inadmissível, por razões de ordem prática, prorrogar-se a incompetência da Corte local para julgar a apelação naquela época. Reputavam que isso significaria ignorar o princípio do juiz natural em face de suposta economia processual” (Informativo 734).
2.2 – Prerrogativa formal em relação ao processo
	Redação Anterior (53):
	Redação da EC 35/2001 (53)
	§1º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável, nem processados criminalmente sem prévia licença de sua Casa.
	§1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal
	§2º O indeferimento do pedido de licença ou a ausência de deliberação suspende a prescrição enquanto durar o mandato.
	§2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão
	§3º No caso de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos, dentro de vinte e quatro horas, à Casa respectiva, para que, pelo voto secreto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão e autorize, ou não, a formação de culpa.
	§3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação.
“Houve, pois, um redimensionamento da imunidade, que não é automática, por assim dizer. Agora, para que o processo seja suspenso, há que obter a manifestação expressa da Casa respectiva do parlamentar processado perante o Supremo TribunalFederal” (TAVARES, 2012, p. 1256).
IMPORTANTE: Só alcança os crimes praticados após a diplomação.
Imunidade processual: é a possibilidade de sustação do andamento do processo no STF por deliberação de MA da Casa a partir da iniciativa de partido nela representado.
PONTOS IMPORTANTES
O STF não depende da licença prévia da Casa a que o acusado pertence
O crime deve ter sido praticado pelo congressista após a diplomação
Deve haver uma ação penal em andamento = após o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF
Deve haver provocação de partido político com representação na própria Casa Legislativa
Prazo improrrogável de 45 dias: VER: “Afinal de contas, o pedido de sustação poderá implementar-se até a decisão final da ação penal movida contra o parlamentar (art. 53, §3°), ou no prazo improrrogável de 45 dias contados do seu recebimento pela Mesa Diretora (art. 53, §4°)? As duas disposições devem ser harmonizadas, ou seja, a Casa respectiva tem até o final da ação penal para decidir, pelo quorum da maioria absoluta de seus membros, se suspende ou não a aludida ação penal. O pedido de sustação, pelo partido político, na respectiva Casa representado, poderá implementar-se logo após a ciência dada pelo STF ou em período subsequente, não havendo prazo certo para tanto, já que, como visto, a Casa terá até o trânsito em julgado da sentença final proferida na ação penal para sustá-la. Apesar de não haver prazo certo, contudo, o período durante o qual a ação tramita (até o seu trânsito em julgado) deverá ser respeitado. O único prazo fixado é o de 45 dias contado do recebimento, pela Mesa Diretora, do pedido de sustação efetuado pelo partido político. Esse prazo, sim, de 45 dias, é improrrogável” (LENZA, 2014, p. 601)
Quórum qualificado: MA
voto ostensivo e nominal
SOBRE A INCIDÊNCIA DA EC 35/2001 PARA LICENÇAS ANTERIORMENTE NEGADAS – Imunidade parlamentar: abolição da licença prévia pela EC 35/01: aplicabilidade imediata e consequente retomada do curso da prescrição. 1. A licença prévia da sua Casa para a instauração ou a sequência de processo penal contra os membros do Congresso Nacional, como exigida pelo texto originário do art. 53, § 1º, da Constituição configurava condição de procedibilidade, instituto de natureza processual, a qual, enquanto não implementada, representava empecilho ao exercício da jurisdição sobre o fato e acarretava, por conseguinte, a suspensão do curso da prescrição, conforme o primitivo art. 53, § 2º, da Lei Fundamental. 2. Da natureza meramente processual do instituto, resulta que a abolição pela EC 35/01 de tal condicionamento da instauração ou do curso do processo é de aplicabilidade imediata, independentemente da indagação sobre a eficácia temporal das emendas à Constituição: em consequência, desde a publicação da EC 35/01, tornou-se prejudicado o pedido de licença pendente de apreciação pela Câmara competente ou sem efeito a sua denegação, se já deliberada, devendo prosseguir o feito do ponto em que paralisado. 3. Da remoção do empecilho à instauração ou à sequência do processo contra o membro do Congresso nacional, decorre retomar o seu curso, desde a publicação da EC 35/01, a prescrição anteriormente suspensa (INQ 1566 QO, Relator: Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 18/02/2002)
CRIMES PRATICADOS ANTES DA DIPLOMAÇÃO:
haverá incidência de somente uma imunidade formal: a prerrogativa de foro
o parlamentar será processado e julgado pelo STF enquanto durar o mandato
o STF não precisa comunicar à Casa
não há suspensão do processo
PERGUNTA: se para os crimes praticados antes da diplomação, essa imunidade é limitada, a prisão, eventualmente decretada, deve ser analisada pela Casa do parlamentar?
Crimes praticados após a diplomação:
pode ser processado e julgado pelo STF enquanto durar o mandato
o andamento da ação penal poderá ser sustado, persistindo enquanto durar o mandado, e acarretando a suspensão da prescrição
não é necessária a autorização da Casa
o Inquérito Policial: “...não cabe o amplo contraditório em nome do direito de defesa no inquérito policial, que é apenas um levantamento de indícios que poderão instruir ou não denúncia formal que poderá ser recebida ou não pelo Juiz, tornando desnecessária a incidência da imunidade formal processual” (MORAES, 2014, p. 469) POSIÇÃO QUESTIONÁVEL.
OBS: os Vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, no território do Município. Não se previu a imunidade processual. O processo independe de autorização de sua Câmara.
Prisão
A regra: parlamentares federais, em regra, não podem ser presos por CRIME: prisão temporária, flagrante delito de crime afiançável, pronúncia, preventiva, temporária, sentença condenatória recorrível, etc.
O caso da prisão por sentença condenatória transitada em julgado – o STF entende cabível: O CASO NATAN DONADON: "5. Embargos de declaração com finalidade meramente protelatória autoriza o imediato reconhecimento do trânsito em julgado da decisão condenatória, independentemente da publicação do acórdão. 6. Segundos embargos de declaração não conhecidos e afirmada a sua natureza protelatória. 7. Reconhecimento do trânsito em julgado e determinação de execução imediata da condenação, independente da publicação do acórdão" (AP 396 ED-ED, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 26/06/2013).
A leitura de Alexandre de Moraes é restritiva – 53, §2º: "...não concordamos com essa possibilidade de prisão, uma vez que a Constituição Federal não restringe a garantia somente às prisões processuais, e excetua somente a hipótese de prisão em flagrante por crime inafiançável, e, mesmo assim, submetendo-a a imediata apreciação da Casa Parlamentar. Deve ser relembrada, por fim, a finalidade dessa garantia do Poder Legislativo, qual seja, impedir que o parlamentar, enquanto no exercício de seu mandato, seja preso - cautelar ou definitivamente - sem autorização de sua Casa respectiva, evitando-se perseguições políticas dos demais Poderes e a possibilidade desses imporem ausências de congressistas em deliberações e votações importantes" (MORAES, 2014, p. 467).
apenas em flagrante de crime inafiançável, da diplomação até o término do mandato (art. 53, §2º)
art. 5º
(...)
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
(...)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
A manutenção da prisão dependerá de autorização da Casa para formação de culpa.
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?numero=89417&classe=HC
O caso noticia crimes gravíssimos que teriam sido praticados por juízes, deputados, conselheiros do Tribunal de Contas e outras autoridades do Estado de Rondônia. A Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, composta de vinte e quatro deputados, dos quais, vinte e três estão indiciados em diversos inquéritos.
Em se tratando de uma situação excepcional, não se há de aplicar a regra constitucional do art. 53, § 2º, da Constituição da República, de forma isolada e insujeita aos princípios fundamentais do sistema jurídico vigente.
"Prisão decretada em ação penal por Ministra do Superior Tribunal de Justiça. Deputado estadual. Alegação de incompetência da autoridade coatora e nulidade da prisão em razão de não ter sido observada a imunidade prevista no § 3º do art. 53 c/c parágrafo único do art. 27, § 1º, da Constituição da República. (...) Os elementos contidos nos autos impõem interpretação que considere mais que a regra proibitiva da prisão de parlamentar,isoladamente, como previsto no art. 53, § 2º, da Constituição da República. Há de se buscar interpretação que conduza à aplicação efetiva e eficaz do sistema constitucional como um todo. A norma constitucional que cuida da imunidade parlamentar e da proibição de prisão do membro de órgão legislativo não pode ser tomada em sua literalidade, menos ainda como regra isolada do sistema constitucional. Os princípios determinam a interpretação e aplicação corretas da norma, sempre se considerando os fins a que ela se destina. A Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, composta de vinte e quatro deputados, dos quais, vinte e três estão indiciados em diversos inquéritos, afirma situação excepcional e, por isso, não se há de aplicar a regra constitucional do art. 53, § 2º, da Constituição da República, de forma isolada e insujeita aos princípios fundamentais do sistema jurídico vigente." (HC 89.417, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 22-8-06, DJ de 15-12-06)
Voto da Ministra Cármen Lúcia, relatora:
Duas ordens de cuidados devem presidir a interpretação das normas constitucionais na matéria em causa na presente ação: a) a Constituição garante a imunidade relativa dos parlamentares e a Constituição proíbe a impunidade absoluta de quem quer que seja; b) a regra limitadora do processamento de parlamentar e a proibitiva de sua prisão são garantias do cidadão, do eleitor para a autonomia do órgão legiferante (no caso) e da liberdade do eleito para representar, conforme prometera, e cumprir os compromissos assumidos no pleito. Não configuram aqueles institutos direito personalíssimo do parlamentar, mas prerrogativa que lhe advém da condição de membro do poder que precisa ser preservado para que preservado seja também o órgão parlamentar em sua autonomia, a fim de que ali se cumpram as atribuições que lhe foram constitucionalmente cometidas.
É com a percepção desta natureza jurídica da imunidade e a proibição de prisão do parlamentar que se há de interpretar a norma constitucional invocada pelo Impetrante no caso ora apreciado". (pp. 899/900).
(...)
A Constituição não diferencia o parlamentar para privilegiá-lo. Distingue-o e torna-o imune ao processo judicial e até mesmo à prisão para que os princípios do Estado Democrático da República sejam cumpridos; jamais para que eles sejam desvirtuados. Afinal, o que se garante é a imunidade, não a impunidade. Essa é incompatível com a Democracia, com a República e com o próprio princípio do Estado de Direito (p. 902).
(...)
"O Paciente afirma que, naquela condição de parlamentar não poderia ser preso, a não ser em flagrante de crime inafiançável, e, se tanto viesse a ocorrer legitimamente - o que ele nega - teria de ser submetida a decretação de prisão, em vinte e quatro horas, ao órgão legislativo estadual "para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão". Cuida-se, como se põe nos autos, de aplicação literal e isolada da regra excepcional e proibitiva do art. 53, §2º da Constituição da República.
Dá-se que a Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia ostenta o que é descrito da forma seguinte pela Ministra Eliana Calmon, autoridade aqui tida como coatora: "A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia é composta de vinte e quatro deputados, assim nominados... dos vinte e quatro deputados, vinte e três estão indiciados em diversos inquéritos..." (pp. 903/904).
(...)
13. Aplicar, portanto, isoladamente a regra do art. 53, §§2º e 3º da Constituição da República, sem se considerar em sua inteireza seria elevar-se acima da realidade à qual ela se dá a incidir e para qual ela se dá a efetivar. O resultado de tal comportamento do intérprete e aplicador do direito constitucional conduziria ao oposto do que se tem nos princípios e nos fins do ordenamento jurídico.
A aplicação pura e simples de uma norma em situação que conduz ao resultado oposto àquele buscado pelo sistema jurídico fundamental - que se inspirou na necessidade inegável e salutar de proteger os parlamentares contra investidas indébitas de antidemocracias - é negar a Constituição em seus esteios mais firmes, em seus fundamentos mais profícuos, em suas garantias mais caras. É ignorar a cidadania (art. 1º, inc. II) para enaltecer o representante que pode estar infringindo todas as normas de todos, governantes e governados, ao direito, cuja possível afronta gera o devido processo legal, ao qual não há como fugir de maneira absoluta sob qualquer título ou argumento.
RECASÉNS SICHES registrou, com indiscutível acerto, que: "A norma legislativa se formula em termos gerais, porém quem a formula teve experiência, ou tem mentalmente antecipados por sua imaginação, em relação aos quais pretende que se produza um determinado resultado, precisamente porque considera este resultado o mais justo.
Então resulta evidente que o juiz, ante qualquer caso que se lhe apresente, tem, antes de tudo, que verificar mentalmente se a aplicação da norma que em aparência cobre dito caso, produzirá o tipo de resultado justo em que se inspirou a valoração que é a base daquela norma (...) Se o caso que se coloca perante o juiz é de um tipo diferente daqueles que serviram como motivação para estabelecer a norma e se a aplicação dela a tal caso produziria resultados opostos àqueles a que ela se propôs, ou opostos às consequencias das valorações em que a norma se inspirou, entendo que se deve considerar que a norma não é aplicável àquele caso" (SICHES, Luis Recaséns, Filosofia del Derecho. 2ª ed. México, 1961, p. 659).
Tal é o que me parece ocorrer no caso ora apreciado. O que se põe, constitucionalmente, na norma do art. 53, §§2º e 3º, c/c o art. 27, §1º, da Constituição da República há de atender aos princípios constitucionais, fundamentalmente, a) ao da República, que garante a igualdade de todos e a moralidade das instituições estatais; b) ao da democracia, que garante que as liberdades públicas, individuais e políticas (aí incluída a do cidadão que escolhe o seu representante) não podem jamais deixar de ser respeitadas, especialmente pelos que criam o direito e o aplicam, sob pena de ser esfacelarem as instituições e a confiança da sociedade no direito e a descrença na justiça que por ele se pretende realizar. Daí à barbárie é um pulo. Perigoso pulo, porque se o direito é ineficiente, a desconfiança da sociedade costuma lembrar a justiça pelas próprias mãos, que é a não justiça, mas a força a garantir apenas os mais fortes. Se as instituições já não são públicas, se os agentes já não representam o povo, pouco sobra que o direito possa fazer (pp. 914/916).
Voto do Senhor Ministro Carlos Ayres Britto:
"Com que casa legislativa trabalhou o enunciado normativo? Uma casa legislativa altaneira, isenta, independente, soberana mesmo, capaz de aturar como casa julgadora de um de seus membros. É evidente que o legislador, enquanto ser humano, é falível. E todos os teóricos do Direito falam da imprevisibilidade invencível do legislador para cobrir todas as situações, quanto mais escatológicas. E o fato é que, quando se dá uma situação de evidente, flagrante, gritante suspeição da casa julgadora, o comando constitucional se faz desconfiado. Temos um exemplo disso no art. 102, inciso I, letra "n" da Constituição e que, no âmbito mesmo da magistratura, instituição aparelhada, concebida, instrumentada para julgar, uma casa típica de julgamento, e não atípica, ainda assim há um deslocamento de competência para o Supremo Tribunal Federal quando se diz que:
(...)
O que temos aqui? Temos uma denúncia a envolver vinte e três membros de uma Assembleia Legislativa por uma conduta da mesma natureza, na pressuposição do cometimento dos mesmos delitos, sob a liderança, justamente, do ora paciente.
A Constituição concebe os seus valores, os seus princípios, em tese, coalescentes, harmoniosos, passíveis de uma convivência harmônica, sem fricção, sem atrito. Mas isso é a vida pensada. A vida vivida é muito mais novidadeira e muito mais complexa. E o fato é que nos chegam para julgamentosituações que desafiam a aplicabilidade de princípios contendo valores mais excelsos, visto que são axiológicos, desafiam a aplicabilidade de conflitos contrapostos" (pp. 928/930).
Serviço militar (arts. 53, §7º e 143)
Incompatibilidades e impedimentos (art. 54)
José Afonso da Silva classifica:
	INCOMPATIBILIDADES
	DESDE A
	expedição do diploma
	Negocial: firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
	
	Funcional: aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
	Posse
	Profissional: ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
	
	Funcional: ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
	
	Profissional: patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
	
	Política: ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Vencimentos (art. 49, VII)
Isenção do dever de testemunhar (art. 53, §6º)
Perda do mandato
Cassação: é a decretação da perda do mandato, por ter o seu titular incorrido em falta funcional, definida em lei e punida com esta sanção. Art. 55, I, II e VI: será necessário:
(i) que haja provocação da Mesa da Casa do congressista ou de partido político representado no CN; e 
(ii) que, a partir dessa iniciativa, o Plenário decida pela perda, por MA, assegurada ampla defesa.
REITERANDO A ATUALIZAÇÃO: §2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Redação anterior à Emenda Constitucional nº 76, de 2013: "por voto secreto e maioria absoluta". Redação atual: "por maioria absoluta".
I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
Incompatibilidades e impedimentos
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
DECORO PARLAMENTAR: "deve ser entendido como o conjunto de regras legais e morais que devem reger a conduta dos parlamentares, no sentido de dignificação da nobre atividade legislativa. Nessa hipótese, por tratar-se de ato disciplinar de competência privativa da Casa Legislativa respectiva, não competirá ao Poder Judiciário decidir sobre o mérito da tipicidade da conduta do parlamentar nas previsões regimentais caracterizadoras da falta de decoro parlamentar nas previsões regimentais caracterizadoras da falta de decoro parlamentar ou mesmo sobre o acerto da decisão - desde que garantido o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório –, pois tal atitude consistiria em indevida ingerência em competência exclusiva de órgão do Poder Legislativo, atribuída diretamente pela Constituição Federal (CF, art. 55, §§1º e 2º), sem previsão de qualquer recurso de mérito. Ressalte-se que esse procedimento é aplicável aos parlamentares momentaneamente afastados para o exercício dos cargos de Ministro de Estado, Secretário de Estado ou Secretário Municipal de Capitais, pois o Supremo Tribunal Federal entendeu que "o parlamentar, investido temporária e precariamente no cargo de Ministro de Estado, por não ter perdido a condição de parlamentar, sujeita-se a processo disciplinar perante a respectiva casa legislativa" (MORAES, 2008, p. 455/456).
Impossibilidade de controle pelo judiciário quanto ao mérito: 
1 - "Inviável qualquer controle sobre o julgamento do mérito da acusação feita ao impetrante, por procedimento incompatível com o decoro parlamentar" (MS 21.861, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 29-9-1994, Plenário, DJ de 21-9-2001.
2 - "Ato da Mesa da Câmara dos Deputados, confirmado pela Comissão de Constituição e Justiça e Redação da referida Casa legislativa, sobre a cassação do mandato do impetrante por comportamento incompatível com o decoro parlamentar. (...) Não cabe, no âmbito do mandado de segurança, também discutir deliberação, interna corporis, da Casa Legislativa. Escapa ao controle do Judiciário, no que concerne a seu mérito, juízo sobre fatos que se reserva, privativamente, à Casa do Congresso Nacional formulá-lo." (MS 23.388, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 25-11-1999, Plenário, DJ de 20-4-2001.)
VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
Extinção do mandato (art. 55, III, IV e V): morte, renúncia, não comparecimento à 1/3 das sessões, perda ou suspensão dos direitos políticos.
§3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:(...) III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
POSIÇÃO 1 - O CASO DO MENSALÃO (AP 470/MG)
julgamento em 17.12.2012
O Plenário concluiu julgamento de ação penal movida, pelo Ministério Público Federal, contra diversos acusados pela suposta prática de esquema a envolver crimes de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, gestão fraudulenta e outras fraudes — v. Informativos 673 a 685 e 687 a 692. Inicialmente, decidiu-se que, uma vez transitado em julgado o processo: a) por unanimidade, ficam suspensos os direitos políticos de todos os réus ora condenados, com base no art. 15, III, da CF (“Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: ... III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos”) e; b) por maioria, fica decretada a perda de mandato eletivo dos atuais deputados federais acusados na presente ação penal, nos termos do art. 55, VI e § 3º, da CF 
Fundamentos:
(a) Assinalou-se que as hipóteses de perda ou suspensão de direitos políticos seriam taxativas (CF, art. 15) e que o Poder Legislativo poderia decretar a perda de mandato de deputado federal ou senador, com fundamento em perda ou suspensão de direitos políticos, bem assim em condenação criminal transitada em julgado (CF, art. 55, IV e VI).
(b) Ressaltou-se que esta previsão constitucional estaria vinculada aos casos em que a sentença condenatória não tivesse decretado perda de mandato, haja vista não estarem presentes os requisitos legais (CP, art. 92), ou por ter sido proferida anteriormente à expedição do diploma, com o trânsito em julgado ocorrente em momento posterior.
(c) Afastou-se, na espécie, a incidência de juízo político, nos moldes do procedimento previsto no art. 55 da CF, uma vez que a perda de mandato eletivo seria efeito irreversível da sentença condenatória.
(d) Consignou-se, ademais, a possibilidade de suspensão do processo, com o advento da EC 35/2001, para evitar que o parlamentar fosse submetido à perseguição política. Entretanto, não ocorrida a suspensão, o feito seguiria trâmite regular.
(e) Frisou-se que esses réus teriam cometido crimes contra a Administração Pública quando no exercício do cargo, a revelar conduta incompatível com o exercício de mandato eletivo.
Vencidos os Ministros Revisor, Rosa Weber, Dias Toffoli e Cármen Lúcia, que reconheciam ser da Câmara dos Deputados a competênciapara decretar a perda dos mandatos, consoante disposto no art. 55, § 2º, da CF. Entendiam caber ao STF apenas comunicar, à Casa Legislativa respectiva, o trânsito em julgado de sentença condenatória, para que o órgão procedesse conforme os ditames constitucionais. Houve unanimidade no sentido da decretação da perda de mandato eletivo do réu que atualmente exerce mandato de prefeito, ausente controvérsia acerca da incidência do art. 55, IV e § 2º, da CF – Informativo STF Nº 693 - Brasília, 17 a 19 de dezembro de 2012.
POSICIONAMENTO 2 - CASO DO SENADOR IVO CASSOL
julgamento em 08.08.2013
“O Plenário condenou senador (prefeito à época dos fatos delituosos), bem assim o presidente e o vice-presidente de comissão de licitação municipal, pela prática do crime descrito no art. 90 da Lei 8.666/1993 (...) à pena de 4 anos, 8 meses e 26 dias de detenção em regime inicial semiaberto. Fixou-se, por maioria, multa de R$201.817,05 ao detentor de cargo político e de R$134.544,07 aos demais apenados, valores a serem revertidos aos cofres do Município. Determinou-se – caso estejam em exercício – a perda de cargo, emprego ou função pública dos dois últimos réus. Entendeu-se, em votação majoritária, competir ao Senado Federal deliberar sobre a eventual perda do mandato parlamentar do ex-prefeito (CF, art. 55, VI e § 2º). (...) Relativamente ao atual mandato de senador da República, decidiu-se, por maioria, competir à respectiva Casa Legislativa deliberar sobre sua eventual perda (...). A relatora e o revisor, no que foram seguidos pela min. Rosa Weber, reiteraram o que externado sobre o tema na apreciação da AP 470/MG. O revisor observou que, se, por ocasião do trânsito em julgado, o congressista ainda estivesse no exercício do cargo parlamentar, dever-se-ia oficiar à Mesa Diretiva do Senado Federal para fins de deliberação a esse respeito. O min. Roberto Barroso pontuou haver obstáculo intransponível na literalidade do §2º do art. 55 da CF. O min. Teori Zavascki realçou que a condenação criminal transitada em julgado conteria como efeito secundário, natural e necessário, a suspensão dos direitos políticos, que independeria de declaração. De outro passo, ela não geraria, necessária e naturalmente, a perda de cargo público. Avaliou que, no caso específico dos parlamentares, essa consequência não se estabeleceria. No entanto, isso não dispensaria o congressista de cumprir a pena. O min. Ricardo Lewandowski concluiu que o aludido dispositivo estaria intimamente conectado com a separação dos Poderes. (AP 565, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-8-2013, Plenário, Informativo 714.) Em sentido contrário: AP 470, rel. min. Joaquim Barbosa, julgamento em 17-12-2012, Plenário, DJE de 22-4-2013.
� Elementos..., p. 129.
� em razão da função ou cargo exercido, para verificar a existência de eventual foro privilegiado.
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