Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Caso 7 ID: Paciente DCS, 19 anos, G3P2A0, IG = 31 semanas, estudante, solteira. QP: Perda de líquido vaginal há 3h. HMA: Gestante com 31ª semanas, admitida na emergência com queixa de perda líquida por via vaginal, sem contrações há aproximadamente 3 horas. Nega perdas no momento. Afirma que vinha cursando com fluxo genital amarelo-acinzentado de odor fétido há cerca de 03 semanas. Relata disúria. Uma paciente com quadro de Rotura prematura de membranas ovulares precoce (24-34 semanas), que está associado a possível quadro de infecção, devido a presença do fluxo genital. Questionamentos: 1. Quais as suas suspeitas para o caso? As principais suspeitas para o caso são: - Rotura prematura de membranas ovulares; - Liberação do tampão mucoso; - Incontinência urinária; - ITU; - Vaginose bacteriana; 2. Qual o conceito de ruptura prematura de membranas ovulares (RPMO)? Qual o conceito de trabalho de parto prematuro (TPP)? A rotura prematura de membranas ovulares é o rompimento das membranas ovulares antes de iniciado o trabalho de parto, ou seja, antes das contrações, independente da idade gestacional. Já o trabalho de parto prematuro representa o parto com feto pesando > 500 gramas e com menos de 37 semanas completas. 3. Existem fatores de risco na ID e HMA que chamem sua atenção? Os fatores de risco que chamam atenção na IDA e HMA são: - Presença de fluxo vaginal amarelo-acinzentado de odor fétido há 3 semanas; - Presença de disúria; - Idade precoce. Antecedentes Sexuais: Coitarca aos 12 anos, 02 parceiros durante a vida. Passado de sinusiorragia, dispareunia e histórico de tratamento para sífilis tratada. Antecedentes Obstétricos: G3P2A0 – Gestação não desejada, tendo realizado apenas 02 consultas de pré-natal até o momento. Fez uso de medicação abortiva no início desta gestação, cursando com ameaça de aborto, evoluindo de forma favorável. Partos anteriores vaginais, prematuros, sendo o primeiro com 35 semanas após RPMO e o segundo com 32 semanas, com bolsa íntegra. Antecedentes Patológicos: Possui diagnóstico de mal-formação uterina desde a infância. Histórico de cirurgia de alta frequência no colo uterino para tratamento de “mancha no colo” e que o preventivo deu “alterado”. Hábitos de vida: Nega tabagismo, etilismo ou uso de drogas. Mora em residência com 03 pessoas, possui sistema de luz, água, esgoto e não cria animais ou pratica atividade física. Questionamentos: 4. Que fatores presentes nos antecedentes sexuais chamam sua atenção para o risco de RPMO ou TPP? Os fatores presentes nos antecedentes sexuais que chamam atenção para risco de TPP ou RPMO são: - Histórico de sífilis tratada; - Coitarca precoce; 2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP - Presença de sinussiorragia e dispareunia, que podem indicar DIP ou cervicite. 5. Que fatores presentes nos antecedentes obstétricos chamam sua atenção para o risco de RPMO ou TPP? Os fatores presentes nos antecedentes obstétricos que chamam atenção para risco de TPP ou RPMO são: - Apenas 2 consultas pré-natais; - Uso de medicação abortiva; - Prematuridade em partos anteriores; - Sangramento de 1º trimestre; - Ameaça de aborto; - Histórico de RPMO. 6. Que fatores presentes nos antecedentes patológicos chamam sua atenção para o risco de RPMO ou TPP? Os fatores presentes nos antecedentes patológicos que chamam atenção para risco de TPP ou RPMO são: - Malformação uterina; - Histórico de cirurgia de alta frequência no colo uterino pode promover insuficiência istmo-cervical; - Alteração de preventivo manchas acetobrancas. 7. Lembre de outros fatores de risco associados a RPMO ou TPP. Outros fatores de riscos associados à RPMO ou TPP são: - Tabagismo; - Deficiência de vitaminas e minerais; - Gemeralidade; - Movimentação fetal excessiva; - Presença idade materna avançada; - Polidrammnia ou oligodramnia; - Doença hipertensiva na gravidez ou doenças maternas prévias, como DM, HAS, nefropatias; - Miomatose. 8. Como melhoraria a predição de TPP para este caso no pré-natal? Como se trata de uma paciente sintomática, devemos: - Avaliar a história; - Realizar a cervicometria; - Dosar fibronectina: a fim de avaliar a estabilidade. 9. Existiram propostas de prevenção que poderiam ser aplicadas? Existem propostas para prevenção do TPP, sendo elas: primárias, secundárias e terciárias: - Primárias: tratar infecções (o próprio fluxo vaginal que ela tem é um indicio de infecção); - Secundária: rastrear as infecções e tratar, orientar sobre higiene e medidas nutricionais, utilizar progesterona da 16-36ª semana (principalmente neste caso diante da malformação uterina prévia); - Terciária: usar tocólise não tem indicação, uma vez que ela não tem contração. Exame Físico: Paciente em bom estado geral e nutricional, afebril, eupneica, altura de 1,45m PR = 80 bpm, FR = 20 ipm, TA = 120 x 70 mmHg, Temp = 36,6o C 3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Abdome: Globoso as custas de útero gravídico, ausência de contrações, com feto em situação longitudinal, dorso à esquerda, cefálico, não insinuado. Fundo uterino há 30 cm da sínfise púbica.(Fundo uterino < IG). BCF = 148 bpm em QIE. Ao toque, colo fechado, sem perdas. Questionamentos: 10. E Como interpretaria os achados do exame físico? Qual o diagnóstico neste momento? Como é uma paciente que não tem contrações e o colo está fechado, bem como o fundo uterino é menor que a IG podemos suspeitar de RPMO principalmente, mas ainda não há um diagnóstico fechado. Além disso, o toque não deveria ter sido realizado, uma vez que a paciente não há contração. 11. Como poderia confirmar a suspeita de RPMO? Poderíamos confirmar a suspeita de RPMO através de: - USG, apesar de que o líquido normal não exclui a possibilidade de RPMO; - Teste do pH; - Teste da cristalização; - Teste imunológico. 12. Se fosse confirmado RPMO, qual conduta adotaria? Por quê? Que riscos justificariam sua atitude? Como é uma paciente pré-termo precoce, ou seja, 24-34 semanas, iriamos: - Indicar repouso no leito e hiper-hidratação; - Fornecer corticoide para desenvolvimento pulmonar, além de reduzir o risco de enterocolite necrosante, hemorragia IV; - Fazer uma vigilância materno fetal seriada, através de controle dos dados vitais de 6/6 horas, leucograma, VSH e PCR 2-3 dias, Cardiotocografia diária e USG com perfil biofísico 2x/semana ou se a cardiotoco estiver alterada; - Antibiótico profilaxia adjuvante: para aumentar o tempo de latência e para dar tempo do corticoide agir. Evolução 1: Todos os exames para investigação de RPMO foram negativos, inclusive a USG que foi normal (Não exclui a chance de ser RPMO). Realizou ainda o Amnisure, que também foi negativo (Teste imunológico que detecta a presença de substancias placentárias). Retorna 2 semanas depois (33 semanas), referindo agora contrações. Ao exame, 01 contração em 10 min, (Contração presente, mas não dilatou o colo >3 cm) BCF = 136 bpm, colo dilatado 02 cm, 30% apagado, bolsa íntegra. Questionamentos: 13. Qual o diagnóstico neste momento? O diagnóstico no momento é ameaça de trabalho de parto prematuro, uma vez que apesar de < 37 semanas não está associada à dilatação > 3 cm e apagamento > 80%. 14. Existem exames que poderiam dar a você a porcentagem de chance desta paciente evoluir ou não para um parto prematuro? Existe exame que poderia auxiliar na avaliação do prognóstico: - Cervicometria e fibronectina. Evolução 2: Após 2h de observação, a paciente queixa-se de aumento das contrações. Ao exame, 3/10min, BCF = 132 bpm, colo dilatado 04 cm, bolsa integra. Questionamentos: 15. Qual o diagnóstico e conduta? 4 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Agora a paciente está em trabalho de parto prematuro, de modo que iremos proceder: - Internamento, a fim de: Avaliar vitalidade fetal: porCardiotocografia e USG; Avaliação de complicadores por meio de hemograma, sumário de urina e urocultura, pesquisa de S. tipo B; Tocólise: uma vez que ela tem 32 semanas e não há contraindicações, a fim de adiar o parto e permitir que o corticoide tenha ação; Antibioticoprofilaxia: já que a paciente possui < 37 semanas e está em TPP. 16. Que medicação indicaria nesse momento? Podemos utilizar na Antibioticoprofilaxia com penicilina, uma vez que não há cultura para SBG disponível. 17. O que modificaria na assistência ao parto? Iriamos fazer uma avaliação da vitalidade intraparto através da ausculta intermitente (15/15 minutos, uma vez que é alto risco) ou Cardiotocografia contínua. Além de escolher a via correta de parto, que neste caso é a via baixa, já que o bebe está cefálico.
Compartilhar