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Arquitetura Romana

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O CONCRETO NA ARQUITETURA ROMANA
Conference Paper · August 2002
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2 authors, including:
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Inventário do Catetinho View project
Projeto Escória de Aciaria Modificada View project
Marina Martins Mennucci
University of Aveiro
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https://www.researchgate.net/project/Projeto-Escoria-de-Aciaria-Modificada?enrichId=rgreq-3cebc27bf6e69b5128dd984c4883788a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNDEwMjU0MDtBUzo2MDk2OTM1NTA1MTQxNzZAMTUyMjM3MzY3ODQ1MA%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/profile/Marina-Mennucci?enrichId=rgreq-3cebc27bf6e69b5128dd984c4883788a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNDEwMjU0MDtBUzo2MDk2OTM1NTA1MTQxNzZAMTUyMjM3MzY3ODQ1MA%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/institution/University_of_Aveiro?enrichId=rgreq-3cebc27bf6e69b5128dd984c4883788a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNDEwMjU0MDtBUzo2MDk2OTM1NTA1MTQxNzZAMTUyMjM3MzY3ODQ1MA%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf
https://www.researchgate.net/profile/Marina-Mennucci?enrichId=rgreq-3cebc27bf6e69b5128dd984c4883788a-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyNDEwMjU0MDtBUzo2MDk2OTM1NTA1MTQxNzZAMTUyMjM3MzY3ODQ1MA%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf
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Instituto Brasileiro do Concreto - 44º Congresso Brasileiro
O CONCRETO NA ARQUITETURA ROMANA
Marina Martins Mennucci (1) e Simão Priszkulnik (2)
1) Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie
marinam@uol.com.br
2) Professor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie
prisz@mackenzie.com.br
RESUMO
As criações artísticas dos romanos, sobretudo a arquitetura e as artes plásticas,
atingiram notável unidade, em conseqüência de um poder político que se estendia
por um vasto império.
Os marcos arquitetônicos então construídos, e que duram até os nossos dias, são
testemunhos do alto grau de desenvolvimento no Império Romano.
Conforme relata Marcus Vitrivius Pollio, no tratado “De Architectura”, os romanos
dispunham da cal hidratada, pozolana, areia e pedra britada, com as quais
preparavam argamassas e concretos ("opus cementicium") aplicados à construção
de estruturas, atendendo aos quesitos de segurança ("firmitas”), utilidade ((“utilitas”)
e beleza (“venustas”)).
Registram-se neste trabalho as características dos materiais empregados, as
composições das argamassas e concretos e exemplos de obras executadas em
concreto.
Instituto Brasileiro do Concreto - 44º Congresso Brasileiro
1. INTRODUÇÃO
Arte romana é o conjunto das manifestações culturais que floresceram na península
itálica do início do século VIII a.C. até o século IV d.C. As criações artísticas dos
romanos, sobretudo a arquitetura e as artes plásticas, atingiram notável unidade, em
conseqüência de um poder político que se estendia por um vasto império. A
civilização romana criou grandes cidades e a estrutura militar favoreceu as
construções defensivas, como fortalezas e muralhas, e as obras públicas (estradas,
aquedutos, pontes etc.). O alto grau de organização da sociedade e o utilitarismo do
modo de vida romano foram os principais fatores que caracterizaram sua produção
artística.
A principal fonte literária para o conhecimento da antiga arquitetura romana é o
tratado “De Architectura”, de Marcus Vitruvius Pollio, escrito por volta do ano 40 d.C.
Além das estruturas ainda existentes, as escavações arqueológicas por toda a área
do império completam o cenário.
O tratado de Marcus Vitruvius, dedicado ao Imperador Augustus, consiste de 10
volumes (www.vitruvio.ch), a saber:
Livro 1: a formação profissional do Arquiteto, cuja tradução da versão em inglês
publicada por M. H. Morgan, para o português, elaborada pelo Prof. F. F. Pinheiro
Barreto, do Departamento de Projeto, Expressão e Representação da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, está disponível na Internet.
Livro 2: materiais de construção, incluindo os capítulos referentes às origens da arte
de edificar; princípios do trabalho; tijolos; areia; pozolana; pedrase madeira.
Livro 3: templos, com os capítulos relativos ao projeto dos templos; tecnologia dos
templos baseada nas plantas; tipologia dos templos baseada nos levantamentos;
fundações dos templos e o estilo jônico.
Livro 4: colunas e capiteis de estilo coríntio; elementos da ordem; ordem dórica; o
interior dos templos; orientação dos templos; portais dos templos; ordem toscana; os
templos em planta circular; os altares e sua localização.
Livro 5: o fórum e a basílica; erário, prisão e cúria; a escolha do local onde construir
o teatro; a harmônica de Aristosseno; o sistema de amplificação nos teatros; projeto
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do teatro; o teatro grego; pórticos e passagens no cenário; os banhos; os locais para
ginástica; construções portuárias.
Livro 6: influência do clima na arquitetura, proporções dos edifícios privados;
planimetria da casa; orientação da casa; tipologia das casa com relação ao nível
social dos proprietários; a casa de campo; a casa grega; sobre a estabilidade dos
edifícios.
Livro 7: os pavimentos; preparação da cal para os revestimentos; textura dos
revestimentos; revestimentos dos ambientes úmidos; pinturas das paredes; uso do
mármore nos revestimentos; as cores naturais; o vermelhão; preparação do
vermelhão; o negro de fumo; o azul e o amarelo; o alvaiade, o azinhavre e a
sandaraca; a púrpura; outros cores artificiais.
Livro 8: a pesquisa da água; a água pluvial; diversas naturezas da água; o gosto da
água; levantamento dos níveis; os aquedutos.
Livro 9: gnomótica – o universo e os planetas; as fases da Lua; equinócio e solstício;
constelações do Norte; constelações do Sul; a astrologia; diversos tipos de relógios.
Livro 10: mecânica – máquinas e instrumentos; máquinas de tração; tração retilínea
e tração circular; máquinas para o recalque da água – o guindaste e o moinho
d’água; o parafuso; a bomba aspersora de Tisíbio; os sistemas hidráulicos; as
catapultas; o trabuco; preparação das catapultas e trabucos; máquinas de sítio; a
tartaruga; máquinas de defesa.
2. ASPECTOS DA ARQUITETURA ROMANA
Duas importantes culturas convergiram no período em queRoma já dominava a
totalidade do Mediterrâneo e avançava sobre o norte da Europa e a Ásia: a etrusca e
a grega. A primeira, presente desde o início, no século VIII a.C., se caracterizava por
um acentuado orientalismo, fruto do estreito contato comercial que os etruscos
mantinham com outros povos do Mediterrâneo. Quanto à influência grega, o
processo de helenização dos romanos tornou-se intensivo a partir do século IV a.C.
e se traduziu em todos os âmbitos da cultura: a escultura, a arquitetura e, inclusive,
a religião e a língua.
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Assim, a arquitetura da Roma Antiga é formada por um conjunto de elementos
gregos e etruscos, resultando na aplicação das proporções gregas à arquitetura de
abóbadas dos etruscos. O plano do templo é herdado dos etruscos; quanto à
ornamentação, é grega, sendo coríntia a ordem preferida. O espírito romano, mais
prático e menos lírico, não demorou muito a oferecer sua própria versão do estilo.
Da fusão dessas tendências é que se formou o chamado "estilo romano", incluindo a
modificação da linguagem arquitetônica que haviam recebido dos gregos, uma vez
que acrescentaram aos estilos herdados (dórico, jônico e coríntio) duas novas
formas de construção: os estilos toscano e composto.
Como esclarece L. Benevolo (1972), na arquitetura helenística, o estudo dos efeitos
de conjunto sobrepunha-se à apresentação analítica dos elementos. Existe, porém,
um limite evidente para esta tendência: evita-se, de fato, que a escala do conjunto
seja exageradamente grande com relação à dos pormenores, de modo que entre os
vários pontos de vista necessários para esgotar a compreensão do edifício não
exista muita diversidade e o observador não seja solicitado a deslocamentos muito
sensíveis. Por isso, os complexos arquitetônicos sujeitos a uma composição
geométrica regular nunca eram grandes demais; com esta observação do limite age,
evidentemente, mesmo que atenuada, a relutância dos gregos à visão dinâmica e o
desejo de que a apresentação da obra seja a mais direta possível.
Os romanos não se sentiam presos a esse limite; estenderam a composição ligada
a um eixo de simetria a complexos arquitetônicos imensos, às vezes em escala que
se poderia dizer geográfica, como no templo da Fortuna em Palestrina.. Nestes
complexos, a desproporção entre o ponto de vista longínquo, necessário para
apreciar o conjunto, e os pontos de vista próximos, que permitem perceber a
conformação das partes, era tão evidente que a unidade arquitetônica deve ser
concebida em têrmos dinâmicos, isto é, subordinada a uma caminhada.
Adicionalmente, a partir do século II a.C., os arquitetos romanos passaram a dispor
de novos materiais de construção: um deles, o opus cementicium - uma espécie de
concreto armado; de outro lado o opus latericium, o tijolo, que permitia uma grande
versatilidade. Combinado com o primeiro material, ele oferecia a possibilidade de se
construírem abóbadas de enormes dimensões e, apesar disso, muito leves.
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Desde a instauração do império, no século I a.C., a arte foi utilizada em Roma como
demonstração de grandeza. Não apenas mudou totalmente a imagem da capital
como também a do resto das cidades do império. Palácios, casas de veraneio, arcos
de triunfo, colunas com estelas comemorativas, alamedas, aquedutos, estátuas,
templos, termas e teatros foram erguidos ao longo e ao largo dos vastos e variados
domínios do império romano.
A evolução da arquitetura romana reflete-se fundamentalmente em dois âmbitos
principais: o das escolas públicas e o das particulares. As obras públicas (templos,
basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios
administrativos) apresentavam dimensões monumentais e quase sempre formavam
um conglomerado desordenado em torno do fórum - ou praça pública - das cidades.
As obras particulares, como os palácios urbanos e as vilas de veraneio da classe
patrícia, se desenvolveram em regiões privilegiadas das cidades e em seus
arredores, com uma decoração faustosa e distribuídas em torno de um jardim.
A plebe vivia em construções de insulae, muito parecidas com os atuais edifícios,
com portas que davam acesso a sacadas e terraços, mas sem divisões de
ambientes nesses recintos. Seus característicos tetos de telha de barro cozido ainda
subsistem atualmente.
Merecem destaque as obras da engenharia civil romana. Além de construir
caminhos que ligavam todo o império, os romanos edificaram aquedutos que
levavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas
de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas.
Conforme descreve Emerson Luiz de Faria (2000), com a utilização do cimento e
dos tijolos aprimorou-se o arco. As construções dos dois últimos séculos do império
incluem-se entre as manifestações mais importantes da arte romana.
Depois do grande incêndio no reinado de Nero, o aspecto urbano transformou-se
com as reconstruções. Destacam-se os grandes foros imperiais e o mais suntuoso
de todos, o de Trajanus, em que predominavam os "mercados", seis andares de
lojas ligados por corredores e escadarias, escavados na rocha viva do monte
Quirinal. Obra-prima da engenharia e da arquitetura romana em sua técnica de
origem oriental, o foro de Trajanus era cercado por grande muralha revestida de
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mármores e possuía salas de reunião, bibliotecas, um templo consagrado a
Trajanus e uma basílica.
As termas são uma criação original dos arquitetos romanos. Nas grandes cidades,
ocupavam um espaço considerável, com banhos, saunas e numerosos
estabelecimentos anexos. Os banhos de Agrippa, em Roma, hoje desaparecidos,
são o primeiro exemplo da concepção monumental das termas romanas dos séculos
II e III, das quais as mais famosas são as do Imperador Caracala, com bibliotecas,
salas de leitura e conversação, ginásios e um teatro; e as de Diocletianus, as
maiores de todas, com 140.000m2.
Pompeu construiu o primeiro teatro de alvenaria, em substituição à madeira, por
volta de 50 a.C. Diferentes dos gregos, os teatros romanos possuem uma cávea
(espaço reservado à platéia) semicircular, uma orquestra pequena (local destinado
às danças, aos músicos e aos coros), às vezes ocupada por assentos, e um palco
maior com fundo de alvenaria. O Coliseu é o anfiteatro mais famoso da segunda
fase do império, a partir do século I. Deve seu nome a uma colossal estátua de
Nero, depois desaparecida. Tem forma elíptica, com 524m de circunferência, e
podia receber cerca de cem mil espectadores.
As necrópoles situavam-se à margem das estradas. Havia tumbas coletivas, com
nichos funerários, e particulares. O mausoléu, espécie de túmulo e templo,
prevaleceu a partir do reinado de Augustus. Dos templos mais antigos, restam
apenas vestígios, como os de Júpiter Capitolino, Saturno e Ceres, todos em Roma.
3. MATERIAIS PARA ARGAMASSAS E CONCRETOS
Provavelmente tenha sido a argila o primeiro aglomerante a ser empregado,
resultando o seu endurecimento da simples evaporação da água de amassamento.
A observação da técnica adotada pelos pássaros para a construção dos seus ninhos
ensinou a utilizar a argila como revestimento do pau roliço, de bambu, por exemplo,
ou para a execução de tijolos secos ao sol, com ou sem a adição de estrume, palha
picada, crina ou gravetos finos, responsáveis pela modificação da plasticidade e
pelo aumento da resistência mecânica (Tacla, 1967).
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Para evitar a deterioração pela água da edificação assim construída, introduziu-se a
prática do assentamento e do revestimento com o betume, aplicado a quente,
embora com a limitação do método às regiões dotadas de depósitos betuminosos.
O uso inteligente do fogo permitiu, por sua vez, a produção dos primeiros
aglomerantes quimicamente ativos, pela queima do gipsoe do calcário. Incluidos
mais modernamente entre os aglomerantes aéreos, tanto o gesso de estucador,
como a cal hidratada, não resistem à ação da água após o seu endurecimento,
impedindo-os, pois, de garantir durabilidade quando em contato com a água.
Constatou-se, mais tarde, que aumentava extraordinariamente a resistência às
águas das argamassas de cal, pela mistura de solos de origem vulcânica, ou de
areias resultantes da fragmentação de certos tijolos e telhas.
Assim, em grande parte da zona do Mediterrâneo, empregou-se terra vulcânica da
Ilha de Santorim, pertencente ao arquipélago das Cíclades, ao norte da Ilha de
Creta. Da mesma forma, os romanos utilizaram os tufos vulcânicos do Vesúvio,
acumulados nas proximidades da cidade de Pozzuoli, na zona de Nápoles,
estendendo-se, então, a designação pozolana ao conjunto de materiais naturais ou
artificiais dotados da mesma propriedade (Sousa Coutinho, 1958).
No Livro 2 do seu tratado “Da Architectura”, Marcus Vitruvius descreve a pozolana
como um “pó que efetua naturalmente coisas admiráveis, encontrando-se nas
regiões situadas em volta do monte Vesúvio; quando misturado com cal e com
pedras contribui não só para a solidez dos edifícios comuns, mas também consegue
endurecer debaixo d’água, nos molhes que se constroem no mar”. Para os trabalhos
marítimos, Marcus Vitruvius recomendou a substituição da areia pela pozolana,
prescrevendo a composição da argamassa a partir de “duas partes de pozolana e de
uma parte de cal com água” (Priszkulnik, 1980).
A extraordinária durabilidade de diversas estruturas do império Romano está, de
fato, intimamente vinculada ao emprego do aglomerante constituído pela mistura de
cal hidrata e pozolana, na medida em que a reação entre ambos, em presença de
água, à temperatura ambiente, dá como resultado compostos com propriedades
hidráulicas, resistentes e duráveis.
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4. EXEMPLOS DE OBRAS DA ARQUITETURA ROMANA
4.1 Pont du Gard
A Pont du Gard é uma estrutura de 270 m de comprimento, integrada a um
aqueduto de 30km de comprimento, construída por Marcus Agrippa, entre os anos
20 e 16 A.C., para transportar água da localidade de Uzès à cidade de Nimes, na
França.
4.2 Puente de Alcántara
Trata-se de uma das maiores pontes romanas, construída sobre o Rio Tejo, na
Espanha. Seus seis arcos em granito do reservatório inferior, com vãos de,
aproximadamente, 30 m, são suportados por pilares altos de 10 m de espessura. No
segundo nível há 11 arcos e no topo há 35 arcos Na extremidade da ponte,
encontra-se um pequeno templo dedicado a Trajanus, quando se inaugurou a ponte
no ano 104 D.C. O construtor da ponte é lembrado no templo com a seguinte
inscrição: “Eu, Caius Julius Lacer, famoso pela minha arte, lego uma ponte para
permanecer para sempre ao longo dos séculos”. De fato, decorridos 19 séculos, a
ponte continua prestando serviços na travessia do Rio Tejo (Collins, 2001).
4.3 Panteon
O Panteon, construído entre 118 e 128 D.C., agora denominado de Igreja de Santa
Maria Rotonda, é um dos monumentos mais famosos da arquitetura romana.
Erguido na Piazza della Rotonda, em Roma, sua arquitetura é excepcionalmente
bem preservada, só comparável em conservação à Igreja Bizantina Hagia Sophia,
em Istambul, na Turquia (www.arqbusca.hpg.ig.com.br/panteao.htm).
4.4 Coliseu de Roma
“Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir,
Roma cairá e se acabará o mundo.” A profecia do monge inglês Venerável Beda dá
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a medida do significado que teve para Roma o anfiteatro Flávio, ou Colosseo, em
italiano, nome que alude a suas proporções grandiosas.
O Coliseu ergueu-se no lugar antes ocupado pela Domus Aurea, residência do
Imperador Nero, Sua construção foi iniciada por Vespasianus por volta dos anos 70
da era cristã. Titus inaugurou-o em 80 e a obra foi concluída poucos anos depois, na
época de Domitianus.
A grandiosidade desse monumento, construído em concreto de agregado leve, com
densidades variando de 1300 kg/m3 a 2200 kg/m3, testemunha o poderio e o
esplendor de Roma na época dos Flávios, família a que pertenciam esses
imperadores.
O edifício inicial, de 3 andares, comportava mais de 50.000 espectadores. Dois
séculos depois, sua capacidade foi ampliada para quase 90.000, quando os
imperadores Severus Alexander e Gordianus III acrescentaram um quarto
pavimento. Sua planta é elíptica, com eixos medindo aproximadamente 190 e 155
m, enquanto sua altura equivale à de um edifício de 15 andares.
A fachada compõe-se de arcadas decoradas com colunas dóricas, jônicas e
coríntias, de acordo com o pavimento. Os assentos são de mármore e a cávea,
escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes
classes sociais (www.nomismatike.hpg.ig.com.br/ImpRomano/Coliseu.html).
4.5 Outros exemplos
As ilustrações seguintes ampliam os exemplos de obras da Arquitetura Romana,
impressionantes pela grandiosidade e longevidade: Forum de Trajano; Basílica de
Constantino – Fórum Romano; Anfiteatro de Nimes na França; Arco do Triunfo, em
Orange na França; Arcadas do Peristilo do Palácio de Diocleciano, em Split na
Iugoslávia (www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm).
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Figura 1: Pont du Gard - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 2: Arco do Triunfo, Orange, França - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 3: Arcadas do Peristilo do Palácio de Diocleciano; Split, Iugoslávia -
http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
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Figura 4: Foro de Trajano - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 5: Anfiteatro de Nimes - http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
Figura 6: Basílica de Constantino (Fórum Romano) -
http://www.pegue.com/artes/arquitetura_romana.htm
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Figura 7: Coliseu - vista externa - http://www.greatbuildings.com/cgi-
bin/gbi.cgi/Roman_Colosseum.html/cid_colosseum_km_001.gbi
Figura 8: Panteão - (http://web.kyoto-inet.or.jp/org/orion/eng/hst/roma/pantheon.html)
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Figura 9: Panteão (http://web.kyoto-inet.or.jp/org/orion/eng/hst/roma/pantheon.html)
Figura 10: Panteão - vista externa - http://harpy.uccs.edu/roman/html/hadrian2.html
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Figura 11: Coliseu - vista interna (arena) - http://www.greatbuildings.com/cgi-
bin/gbi.cgi/Roman_Colosseum.html/cid_1949090.gbi
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Figura 12: Vista geral do Coliseu, Forum Romano e Monte Palatino - detalhe em maquete da antiga
Roma - http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/
Figura 13: O Pantheon Romano - detalhe em maquete da antiga Roma.
http://www.nomismatike.hpg.ig.com.br/
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Figura 14: Puente de Alcântara sobre o Rio Tajo, na região de Cáceres, Espanha -
http://www.geocities.com/jjescudero/cangaler.htm
5. Referências Bibliográficas
Arquitetura Romana – Panteão de Roma; www.arqbusca.hpg.ig.com.br/panteao.htm
BENEVOLO, L. – Introdução à Arquitetura; Editora Mestre Jou, São Paulo, `1972.
Coliseu de Roma – www.nomismatike.hpg.ig.com.br/ImpRomano/Coliseu.html
COLLINS, M.P. - In Search of Elegance: The Evolution of the Art of Structural
Engineering in the Western World; American Concrete Institute, Concrete
International, July, p. 57-71, 2001.
FARIA, E.L. A Arte Romana
GALIMBERTI, D. - De Architectura, Strutura del Tratatto; www.vitruvio.ch
PINHEIRO BARRETO, .F.F. – Excerto de Vitrúvio – os Dez Livros sobre Arquitetura,
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