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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DO TRABALHO Direito internacional do Trabalho é a expressão utilizada para indicar o direito internacional público que cuida da proteção do trabalhador, com o objetivo de universalizar os princípios de justiça social e simular e estimular a cooperação internacional para a melhoria das condições de vida do trabalhador e a harmonia entre o capital e o trabalho. O instrumento básico e preponderante utilizado pelo direito internacional do trabalho para a consecução de seus objetivos entre os Estados e regido pelo direito internacional celebrado por escrito entre Estados e regido pelo direito internacional constante de um instrumento único ou de dois ou mais instrumentos conexos com qualquer denominação (art. 2º, nº I, alínea a, da Convenção de Viena – Decreto n.º 7.030/09). Os tratados não são obrigatórios senão depois de ratificados pelos Estados contratantes; portanto, sua eficiência depende ao consentimento do Estado em obriga-se, manifestado pelo órgão competente no ordenamento interno. No Brasil, a competência para a ratificação de um tratado é exclusiva do Congresso Nacional. Entretanto, há casos em que a autorização pode ser solicitada previamente pelo chefe do Estado. O Presidente da República deve submeter o tratado ao Congresso Nacional que, após proceder ao seu exame, poderá aprová-lo por decreto legislativo. Em seguida, o Poder Executivo expedirá o decreto de promulgação que pública o tratado ratificado e registra quando entrará em vigor para o Brasil, em todo o território nacional. Importante observar que o decreto legislativo pelo qual o Congresso Nacional aprova o tratado não sobe à sanção do Presidente da República, que, portanto, não lhe pode apor qualquer veto. Organização Internacional do Trabalho - OIT A Organização Internacional do Trabalho (OIT) foi criada pelo Tratado de Versailles de 1919 (tratado que colocou fim na 1ª GM). É pessoa jurídica de direito público internacional, de caráter permanente, constituída de Estados que assumem sobreranamente, a obrigação de observar as normas constitucionais da entidade e das convenções que ratificam. É uma agência da ONU. Sua finalidade é melhorar as condições de trabalho e também as condições humanas, dando ênfase ao processo material, à segurança econômica e à defesa dos valores da liberdade, dignidade e igualdade, sem distinção de raça, crença ou sexo. A OIT tem sede em Genebra e dela participam todos os Estados signatários do Tratado de Versailles (membros natos), ou qualquer Estado, membro das Nações Unidas que aceite formalmente seus princípios, além de outros Estados, que, embora não sejam membros das Nações Unidas, aceitam os princípios defendidos pela OIT e sejam aprovados por quorum especial. A estrutura OIT é composta pelos seguintes órgãos: a) Conferencia: Internacional do Trabalho, ou seja, a assembléia geral de todos os Estados-membros da OIT, que traça as diretrizes gerais da política social a ser observada a regulamentação internacional do trabalho, por meio de convenções e recomendações, adota resoluções relativas às suas finalidades e competências, atuando como órgão supremo da organização. A Conferência celebra suas reuniões sempre que necessárias, mas deve realizá-las, no mínimo, uma vez por ano. Os delegados e os conselheiros técnicos que compõem a Conferência são representantes do governo, dos trabalhadores e dos empregadores, sendo a composição da Conferência tripartite. b) Conselho de Administração é o órgão executivo colegiado, de composição igualmente tripartite (formado por membros do governo dos trabalhadores e dos empregadores), que administra a OIT em nível superior. Sua função é basicamente decidir sobre a política da organização, além de supervisionar as atividades da Repartição, devendo se reunir três vezes por ano. c) Repartição Internacional do Trabalho constitui o secretariado técnico- administrativo da OIT. É dirigida por um diretor geral nomeado pelo Conselho de Administração, de quem recebe instruções. Na sede da repartição funcionam os Departamento de Normas Internacionais do Trabalho, de Promoções de Igualdade, Relações Indústrias de Meio Ambiente e Condições de Trabalho, de Atividades Setoriais e Seguridade Social, além do setor de relações (para África, América Latina e Caribe, Ásia e Pacífico, Europa e Estados Árabes) e o setor administrativo. Atividade normativa: convenções e recomendações A Conferência Internacional do Trabalho, como assembléia geral da OIT, tem a competência a regulamento internacional do trabalho por meio de convenções e recomendações. A Conferência adota ainda resoluções, que, ao contrário das convenções e recomendações, não criam obrigações para os Estados-membros. As normas consubstanciadas nas convenções e recomendações constituem o Código Internacional do Trabalho, sendo que as resoluções e os outros documentos figuram como seus anexos. São quatro objetivos estratégicos da OIT: liberdade sindical e reconhecimento de negociações coletivas; eliminação de todas as normas de trabalho forçado; abolição do trabalho infantil; eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego. As convenções aprovadas pela Conferência Internacional do Trabalho são classificadas como tratados-leis. Na verdade, são compradas às leis porque regras ou princípios de ordem geral, destinados a reger certas relações internacionais, estabelecem normas gerais de ação, confirmam ou modificam costumes adotados entre as noções. Em geral, são resultantes de congressos ou conferências e contribuem para a formação do direito internacional. Entretanto, diante da soberania dos Estados-membros, as convenções intencionais só terão eficácia e vigência no direito interno deste Estados após sua ratificação. As recomendações não criam obrigações para os Estados participantes das conferências. Destinam – se a sugerir normas que podem ser adotadas no direito nacional por qualquer das fontes formais do direito do trabalho, não sendo suscetíveis de ratificação. Geralmente, as recomendações são utilizadas para disciplinar um tema que não tem soluções largamente aceitas, ou para enunciar regras ainda avançadas para os Estados – membros, mas cuja universalização a conferência deseja promover. As resoluções da OIT têm como objetivo dar andamento aos procedimentos das normas internacionais, como se fossem decisões ordinárias. Tanto as convenções como as recomendações dependem da aprovação por dois terços dos delegados presentes à Conferência Internacional do Trabalho. Se o quórum não for atingido, o projeto retorna sob a forma de recomendação. As resoluções, entretanto, podem ser aprovadas por maioria simples. Por fim, vale ressaltar que denúncia é o ato pelo qual o Estado-membro comunica à OIT que não tem interesse em continuar aplicado a norma internacional. Sanções: advertência (ordem moral); perda de cargos na Assembleia Geral da ONU; embargos diversos; etc. DISCUSSÃO: Considerando que o capitalismo visa, inevitavelmente, a acumulação de capital, qual a importância de direitos trabalhistas uniformes diante do processo de globalização? E como ficam os costumes/direitos de cada país nisso?
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