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QUARTACÂMARA CÍVEL
APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
APELANTES:MINISTÉRIO PÚBLICO
BANCO ABN AMRO REAL S. A.
APELADOS: BANCO ABN AMRO REAL S. A.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Número do Protocolo: 138361/2013
Data de Julgamento: 03-02-2015
E M E N T A
RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL
PÚBLICA AJUIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO EM FACEDE INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA EM RAZÃO DE COBRANÇA DE TARIFA DE SERVIÇOS
PRESTADOS A SERVIDORES QUE UTILIZAM CONTA PARA O FIM
EXCLUSIVO DE RECEBIMENTO DE SALÁRIO - PRELIMINARES DE
ILEGITIMIDADE ATIVA E AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR
(INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA) - PARTE LEGÍTIMA E INTERESSE
PRESUMIDO PELA NORMA QUE LHE IMPÕE TAL ATRIBUIÇÃO -
PRECEDENTE STJ - REJEIÇÃO DAS PRELIMINARES. PREJUDICIAL DE
MÉRITO - PRESCRIÇÃO - INOCORRÊNCIA - REFORMA DA DECISÃO NO
PONTO. PEDIDO DE CONDENAÇÃO POR DANO MORAL COLETIVO -
POSSIBILIDADE EM TESE - INOCORRÊNCIA NO CASO - PRECEDENTE STJ.
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM ACP - POSSIBILIDADE - PRECEDENTE
STJ. DEVOLUÇÃO EM DOBRO - MÁ-FÉ QUE SE INFERE DO
COMPORTAMENTO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA - PRECEDENTE STJ -
MANUTENÇÃO. VALOR DA MULTA ('ASTREINTES ') FIXADA PARA O CASO
DE DESCUMPRIMENTO - RAZOABILIDADE SE CONSIDERADOS OS
PARÂMETROSADOTADOS PELO STJ. RECURSO DO AUTOR PARCIALMENTE
PROVIDO - RECURSO DO RÉU DESPROVIDO
"O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública visando à defesa de
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QUARTACÂMARA CÍVEL
APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
direitos individuais homogêneos, ainda que disponíveis e divisíveis, quando na presença de
relevância social objetiva do bem jurídico tutelado. O interesse de agir do Ministério Público é
presumido pela própria norma que lhe impõe a atribuição. Quando a lei lhe confere
legitimidade para acionar ou intervir, é porque lhe presume o interesse.(MAZZILLI, Hugo Nigro.
A defesa dos interesses difusos em juízo. 24 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. p. 391)"
(REsp 1033274/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
06/08/2013, DJe 27/09/2013).
“Consoante entendimento consolidado da 2ª Seção do STJ, a ação civil pública e a ação
popular compõem um microssistema de tutela dos direitos difusos, por isso que, não
havendo previsão de prazo prescricional para a propositura da ação civil pública,
recomenda- se a aplicação, por analogia, do prazo quinquenal previsto no art. 21 da Lei
nº 4.717/65. (...)” (REsp 1375906/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 30/05/2014).
"A violação de direitos individuais homogêneos não pode, ela própria, desencadear um
dano que também não seja de índole individual, porque essa separação faz parte do
próprio conceito dos institutos. Porém, coisa diversa consiste em reconhecer situações
jurídicas das quais decorrem, simultaneamente, violação de direitos individuais
homogêneos, coletivos ou difusos. Havendo múltiplos fatos ou múltiplos danos, nada
impede que se reconheça, ao lado do dano individual, também aquele de natureza
coletiva. (...). Assim, por violação a direitos transindividuais, é cabível, em tese, a
condenação por dano moral coletivo como categoria autônoma de dano, a qual não se
relaciona necessariamente com aqueles tradicionais atributos da pessoa humana (dor,
sofrimento ou abalo psíquico). (...) Porém, na hipótese em julgamento, não se
vislumbram danos coletivos, difusos ou sociais. Da ilegalidade constatada nos contratos
de consumo não decorreram consequências lesivas além daquelas experimentadas por
quem, concretamente, teve o tratamento embaraçado ou por aquele que desembolsou os
valores ilicitamente sonegados pelo plano. Tais prejuízos, todavia, dizem respeito a
direitos individuais homogêneos, os quais só rendem ensejo a condenações reversíveis a
fundos públicos na hipótese da fluid recovery, prevista no art. 100 do CDC. Acórdão
mantido por fundamentos distintos. (...)" (REsp 1293606/MG, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA, julgado em 02/09/2014, DJe 26/09/2014).
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QUARTACÂMARA CÍVEL
APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
"Consoante entendimento consolidado do STJ, a aplicação da regra contida no art. 42,
parágrafo único, do CPC, exige prova de má-fé do credor". (REsp 1375906/DF, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe
30/05/2014).
Possível inferir a má-fé de instituição financeira que ignora resolução do Banco Central
do Brasil e cláusula contratual explícita que vedam a cobrança da tarifa de serviço de
servidores municipaisque mantém conta para o fimexclusivode recebimento de salário.
"AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO CONTRA A INADMISSÃO DE RECURSO
ESPECIAL. OBRIGAÇÃO DE FAZER.FIXAÇÃO DE ASTREINTES. POSSIBILIDADE.
MÁ PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS BANCÁRIOS. DANOS MORAIS
CARACTERIZADOS. PEDIDO DE REDUÇÃO DOS VALORES RELATIVOS À MULTA
E À REPARAÇÃO MORAL. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE
NEGA PROVIMENTO. 1. À luz da jurisprudência firmada nesta Corte, é cabível a
aplicação de astreintes como instrumento de coerção ao cumprimento de decisões
judiciais que imponham obrigação de fazer ou não fazer, de modo que o quantum
arbitrado só será passível de revisão, nesta instância excepcional, quando se mostrar
irrisório ou exorbitante, o que não ocorre no caso dos autos". (AgRg no AREsp
523.159/DF, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
05/08/2014, DJe 20/08/2014) .
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APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
APELANTES:MINISTÉRIO PÚBLICO
BANCO ABN AMRO REAL S. A.
APELADOS: BANCO ABN AMRO REAL S. A.
MINISTÉRIO PÚBLICO
R E L A T Ó R I O
EXMA. SRA. DESA. NILZA MARIA PÔSSAS DE
CARVALHO
Egrégia Câmara:
Trata-se de recursos de apelação de procedência parcial de
pedidos em ação civil pública manejada pelo Ministério Público Estadual em face do
Banco Abn Amro Real S.A. com escopo de proteger servidores público municipais de
Cuiabá ante o relato de práticas abusivas atribuídas ao réu no relacionamento contratual
com referidos servidores (fls. 388/397).
O Ministério Público sustenta: a sentença merece ser reformada,
em parte; a responsabilidadepelos dano moral coletivo é cabível; na decisão o MM. Juiz
lastreou seu entendimento em jurisprudência do STJ já superada; o dano moral coletivo
prescinde da prova de dor; o prazo da prescrição, no caso, é aquele previsto no art. 27,
do Código de Defesa do Consumidor, não do art. 206, § 3º, IV do Código Civil.Ao final,
depois de prequestionar as violações dos artigos 4º, III, 6º, III e IV, 31, 39 III, IV V,
VIII, da Lei federal 8.078/1990 e art. 3º, da Resolução/BACEN nº 3.402, e artigos 5º,
XXXII e XXXV, da Constituição federal, requer seja provido o recurso para que seja
condenado o banco réu ao pagamento de danos morais coletivos, em valor a ser
arbitrado, com aplicação do prazo prescricionalquinquenal (fls. 398/403).
O Banco Abn Amro Real S.A. também apela e aduz,
primeiramente, que deve ser atribuído efeito suspensivo ao recurso, como requerido ao
juízo a quo; levanta preliminar1) de ilegitimidadeativa do Ministério Público para propor
ação com objeto divisível, disponível e individual e 2) de inadequação da via eleita;
levanta prejudicialde mérito (prescrição) ao fundamento de que o contrato ora celebrado
e discutido foi firmado em 08/07/2005 e a demanda só foi ajuizada em 29/07/2009,
depois de quatro anos; logo, se a prescrição é de três anos, a pretensão está prescrita e o
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APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
processo deve ser extinto com resolução de mérito, nos termos do art. 269, IV, do CPC;
a inversão do ônus da prova não era cabível, ante a não comprovação de um dos seusrequisitos que é a hipossuficiênciade uma parte em comparação com a outra; o MP não é
hipossuficiente; a condenação na repetição do indébito em dobro não é cabível; o MM.
Juiz presumiu a má-fé, mas as cobranças foram legais; o valor fixado para ‘astreintes’ é
excessivo e deve ser afastado ou minorado. Ao final, requer o provimento do recurso
para que seja julgado extinto, sem resolução de mérito, o processo por falta de
legitimidade ativa, interesse de agir (inadequação da via eleita); ou, reconhecida a
prescrição e extinto o processo com resolução de mérito; ou, que sejam julgados
improcedentes os pedidos ante a absoluta ausência de comprovação do dano, do nexo
causal e da culpa do apelante, com inversão dos ônus da sucumbência(fls. 415/435).
O recurso do banco réu foi recebido em ambos os efeitos; o do
autor, apenas no efeito devolutivo (fls. 442/444).
Contrarrazões do banco às fls. 446/457.
Do MinistérioPúblico às fls. 459//464.
O Ministério Público interpôs agravo de instrumento contra a
decisão que recebeu o recurso do réu no efeito suspensivo (RAI 122451/2013), o recurso
foi provido e a decisão agravada foi reformada
(http://servicos.tjmt.jus.br/processos/tribunal/ViewAcordao.aspx?key=b30dc162-923b-403c-8930
-a5821634dd11), em acórdão que restou assimementado:
“AGRAVO POR INSTRUMENTO – AÇÃO CIVIL PÚBLICA
–RECURSO DE APELAÇÃO – CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO –
IMPOSSIBILIDADE – EVIDÊNCIA DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL
REPARAÇÃO NÃO DEMONSTRADA – DECISÃO REFORMADA – RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. Em ação civil pública, a concessão de efeito suspensivo
carece da demonstração de perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (RAI
122451/2013, Rel. Desa. Serly Marcondes Alves; 4ª Cama. Cível; TJMT, Julg.
04/02/2014).
Em parecer, o Dr. Edmilson da Costa Pereira, Procurador de
Justiça, opina pelo provimento do recurso do autor (Ministério Público) e desprovimento
do recurso do banco réu (AbnAmro Real S. A.) (fls. 492/504-TJ/MT)
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APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
É o relatório.
Á douta revisão.
Cuiabá, 01 de outubro de 2014.
DESA. NILZAMARIA PÔSSAS DE CARVALHO
Relatora
P A R E C E R (ORAL)
O SR. DR. ASTÚRIO FERREIRA DA SILVAFILHO
Ratifico o parecer escrito.
V O T O PRELIMINAR - ILEGITIMIDADE ATIVA DO
MINISTÉRIO PÚBLICO E AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR POR
INADEQUAÇÃODAVIA ELEITA
EXMA. SRA. DESA. NILZA MARIA PÔSSAS DE
CARVALHO(RELATORA)
Egrégia Câmara:
Ao fundamento de que a ação tem objeto divisível, trata de direito
disponível e individual, o Banco réu sustenta a ilegitimidade ativa do Ministério Público e a
ausência de interesse de agir por inadequação da via eleita.
Por tais fundamentos, requer a extinção do processo sem julgamento de
mérito, com fulcro no art. 267, VI, do CPC.
Sem razão.
Na ação o MP busca provimento jurisdicional para obrigar o banco réu a
se abster de cobrar tarifas indevidas dos servidores municipais de Cuiabá e devolver em dobro os
valores indevidamentecobrados, além da condenação por danos morais coletivos.
O Ministério Público é parte legítima para propor a ação civil pública
em questão e não há falar em ausência de interesse de agir por inadequação da via eleita, uma vez
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APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
que o interesse de agir é presumido pela norma que lhe impõe tal atribuição.
Nesse sentido, o STJ:
"O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil
pública visando à defesa de direitos individuais homogêneos, ainda que disponíveis
e divisíveis, quando na presença de relevância social objetiva do bem jurídico
tutelado. O interesse de agir do Ministério Público é presumido pela própria norma
que lhe impõe a atribuição. Quando a lei lhe confere legitimidade para acionar ou
intervir, é porque lhe presume o interesse.(MAZZILLI, Hugo Nigro. A defesa dos
interesses difusos em juízo. 24 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2011. p. 391)"
(REsp 1033274/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTATURMA,
julgado em 06/08/2013, DJe 27/09/2013).
Com essas considerações, rejeito as preliminares.
É como voto.
V O T O
EXMA. SRA. DESA. NILZA MARIA PÔSSAS DE
CARVALHO(RELATORA)
Egrégia Câmara:
No mérito, os dois apelantes questionam a prescrição
reconhecida na sentença.
Sobre o ponto, decidiu o MM. Juiz:
“Não obstante a alegação do Autor, entendo que a prescrição do
Código de Defesa do Consumidor não se aplica ao caso em questão, haja
vista que os fatos ocorridos não se enquadram na hipótese de dano causado
por fato de serviço, ou seja, não diz respeito à acidente de consumo, mas
configuram caso de ilícito civil, razão pela qual não se aplica o prazo
prescricional estabelecido pelo art. 27 do CDC (05 anos), mas o art. 206, §
3º, IV, do CC/02, segundo o qual o prazo prescricional para o exercício da
pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa passou a ser de 3
(três) anos, indiferentemente de se tratar de ação coletiva. (...)
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Nesse sentido, Héctor Valverde Santana, ensina: (...)
A prescrição disciplinada pelo art. 27 do CDC está vinculada
exclusivamente à reparação de danos causados por fato do produto ou
serviço. As demais ações condenatórias oriundas das relações de consumo e
sujeitas a prazos extintivos de direito material têm os respectivos prazos
informados pelo art. 206 do CC, cuja aplicação é subsidiária, conforme
discussão do item seguinte. (...) Direitos individuais e homogêneos são os
decorrentes de origem comum. Conforme registrado acima, o legislador
infraconstitucional ampliou o rol de direito metaindividuais ao incluí-los no
Código de Defesa do Consumidor. Na verdade, são direitos individuais
tutelados coletivamente. Os sujeitos são determinados ou determináveis. O
objeto é divisível, e a característica coletiva justifica-se pela possibilidade
de tutelá-los conjuntamente pela via processual. (...) Nesse caso não há
dúvida de que a pretensão sujeitar-se-á às mesmas regras da tutela
individual de direitos disponíveis, aplicando-se o art. 27 do CDC em caso de
pretensão à reparação de dano decorrente de acidente de consumo, ou
subsidiariamente o Código Civil para as demais hipóteses de relação de
consumo. (Prescrição e decadência nas relações de consumo, Héctor
Valverde Santana. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.-
(Biblioteca de direito do consumidor; v. 22, pp. 77 e 109). (...) Logo, in casu,
sopesando-se os fundamentos exarados (incidência do lapso prescricional
previsto na Lei Civil - STJ, REsp 1032952) e levando-se em conta a
interrupção da prescrição pela propositura da causa coletiva (aplicação
subsidiária do art. 219, § 1º do CPC), o ressarcimento se limitará ao lapso
temporal de 3 anos anteriores ao seu ajuizamento (contando-se o prazo,
regressivamente, a partir da propositura da ação), circunstância a ser
aferida em relação aos substituídos que vierem a se habilitar na fase de
liquidação da sentença. (...)
Nesses termos, reconheço a prescrição parcial da pretensão de repetição de
indébito formulada pelo Réu” (fls. 390-v e 391).
O Ministério Público defende que o prazo prescricional é aquele
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APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
previsto no art. 27 do Código de Defesa do Consumidor (quinquenal).
O banco réu sustenta que, como o contrato foi celebrado em
08/07/2005 e a ação foi ajuizada em 29/07/2009, o prazo de três anos – tido como o
correto – já havia transcorrido e a pretensão está prescrita.
Tenho que a questão deve será analisadapor outro prisma.
Os contratos foram celebrados soba égide do novo Código Civil
e tal fato é incontroverso nos autos, como incontroverso é que o autor, Ministério
Público, busca a repetição do indébito e o fimdas cobranças tidas como indevidas.
Segundo o art. 189, do novo Código Civil, “Violado o direito,
nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que
aludem os arts. 205 e 206”.
O STJ:
“Pelo princípio da actio nata, o direito de ação surge com a
efetiva lesão do direito tutelado, quando nasce a pretensão a ser deduzida
em juízo, acaso resistida, nos exatos termos do art. 189 do Novo Código
Civil” (...) (REsp 1270439/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 26/06/2013, DJe 02/08/2013).
No mesmo sentido:
“TERMO A QUO DA PRESCRIÇÃO: o termo inicial da
prescrição surge com o nascimento da pretensão (actio nata), assim
considerada a possibilidade do seu exercício em juízo. Conta-se, pois, o
prazo prescricional a partir da ocorrência da lesão, sendo irrelevante seu
conhecimento pelo titular do direito”. (EDcl no AgRg no REsp 1041189/RJ,
Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 07/10/2010, DJe 25/10/2010)
Quanto ao prazo, o STJ é claro:
“O pedido para repetição de taxas e tarifas bancárias pagas
indevidamente, por serviço não prestado, não se equipara às hipóteses
estabelecidas nos arts. 20 e 26, CDC. Repetir o pagamento indevido não
equivale a exigir reexecução do serviço, à redibição e tampouco ao
abatimento do preço, pois não se trata de má-prestação do serviço, mas de
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manifesto enriquecimento sem causa, porque o banco cobra por serviço que
jamais prestou. - Os precedentes desta Corte impedem que a instituição
financeira exija valores indevidos, mesmo que tais quantias não tenham sido
reclamadas pelos consumidores nos prazos decadenciais do art. 26, CDC.
Diante deste entendimento, de forma análoga, não se pode impedir a
repetição do indébito reclamada pelo consumidor. Recurso Especial
provido”. (REsp 1094270/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 02/12/2008, DJe 19/12/2008).
Para o STJ, "O prazo prescricional para as ações revisionais de
contrato bancário, nas quais se pede o reconhecimento da existência de
cláusulas contratuais abusivas e a conseqüente restituição das quantias
pagas a maior, é vintenário (sob a égide do Código Civil de 1916) ou
decenal (na vigência do novo Codex) pois fundadas em direito pessoal.
Precedentes" (AgRg no REsp 1057248/PR; 3ª T.; Rel. Min. Sidnei Beneti;
Julg. em 26-04-2011; DJU 04-05-2011; in www.stj.jus.br).(g. n.)
Mas, “Consoante entendimento consolidado da 2ª Seção do STJ,
a ação civil pública e a ação popular compõem um microssistema de tutela
dos direitos difusos, por isso que, não havendo previsão de prazo
prescricional para a propositura da ação civil pública, recomenda- se a
aplicação, por analogia, do prazo quinquenal previsto no art. 21 da Lei nº
4.717/65. (...)” (REsp 1375906/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 30/05/2014)
Logo, como se trata de ação civil pública o prazo prescricional é
de cinco anos e deve ser contado a partir da data de cada lesão ou cobrança indevida.
Como o próprio banco afirma que o contrato foi firmado em 08/07/2005 e a ação civil
pública foi distribuída em 29/07/2009, quatro anos depois (fl. 426) não há falar em
prescrição, pois nenhuma lesão ocorreu antes de cinco anos da data de ajuizamento da
ação que, na verdade, ocorreu em 31/07/2009 (fl. 08-verso).
Rejeito a prejudicialde mérito.
Quanto ao argumento do MinistérioPúblico de que a condenação
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por dano moral coletivo é cabível, o STJ já decidiu:
"A violação de direitos individuais homogêneos não pode, ela
própria, desencadear um dano que também não seja de índole individual,
porque essa separação faz parte do próprio conceito dos institutos. Porém,
coisa diversa consiste em reconhecer situações jurídicas das quais decorrem,
simultaneamente, violação de direitos individuais homogêneos, coletivos ou
difusos. Havendo múltiplos fatos ou múltiplos danos, nada impede que se
reconheça, ao lado do dano individual, também aquele de natureza coletiva.
(...). Assim, por violação a direitos transindividuais, é cabível, em tese, a
condenação por dano moral coletivo como categoria autônoma de dano, a
qual não se relaciona necessariamente com aqueles tradicionais atributos da
pessoa humana (dor, sofrimento ou abalo psíquico). (...) Porém, na hipótese
em julgamento, não se vislumbram danos coletivos, difusos ou sociais. Da
ilegalidade constatada nos contratos de consumo não decorreram
consequências lesivas além daquelas experimentadas por quem,
concretamente, teve o tratamento embaraçado ou por aquele que
desembolsou os valores ilicitamente sonegados pelo plano. Tais prejuízos,
todavia, dizem respeito a direitos individuais homogêneos, os quais só
rendem ensejo a condenações reversíveis a fundos públicos na hipótese da
fluid recovery, prevista no art. 100 do CDC. Acórdão mantido por
fundamentos distintos. (...)" (REsp 1293606/MG, Rel. Ministro LUIS
FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/09/2014, DJe
26/09/2014).
No caso, vale e é cabível o mesmo raciocínio, razão pela qual
tenho como não configurado o dano moral coletivo, difuso e social.
A decisão não merece reparo no ponto.
A tese do réu apelante de que a inversão do ônus da prova não é
cabívelestá em confronto com a jurisprudênciado STJ:
"AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL
COLETIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
CABIMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA.
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PERSUASÃO RACIONAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. (...) Não há
óbice a que seja invertido o ônus da prova em ação coletiva - providência
que, em realidade, beneficia a coletividade consumidora -, cabendo ao
magistrado a prudente análise acerca da verossimilhança das alegações do
ente substituto. Precedentes. (...) (AgRg no Ag 1406633/RS, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 11/02/2014,
DJe 17/02/2014).
Quanto à devolução em dobros dos valores indevidamente
cobrados, asseverou o MM. Juiz:
"Quanto ao pedido de repetição de indébito, em dobro, uma vez
presumido que foram cobradas tarifas indevidas das contas salário pela
instituição financeira Ré, reputo, ainda, que houve má-fé de sua parte, pois
a instituição financeira Ré, conscientemente, se valeu de prática abusiva,
tornando o negócio mais oneroso ao servidor público municipal, mesmo
ciente que o Contrato nº 016/05, item 1.6 (fl. 32), estabelecia que “Para os
servidores que recebem sua remuneração em conta exclusivamente salário,
não será cobrada tarifa de serviços". (...)
Dessa forma, necessária a restituição em dobro da quantia indevidamente
cobrada a título de tarifa das contas salário dos servidores públicos
municipais de Cuiabá, nos termos do art. art. 42, parágrafo único do
Código de Defesa do Consumidor" (fl. 393-verso).
A respeito, a posição do STJ:
"Consoante entendimento consolidado do STJ, a aplicação da
regra contida no art. 42, parágrafo único, do CPC, exige prova de má-fé do
credor". (REsp 1375906/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/02/2014, DJe 30/05/2014).
Transcrevo excerto do voto condutor quanto a questão:
"No que tange especificamente ao cabimento da repetição de
dobro do indébito, constitui entendimento assente do STJ que a aplicação da
regra contida no art. 42, parágrafo único, do CPC, exige prova demá-fé do
credor. Confira-se, à guisa de exemplo, os seguintes precedentes: EREsp
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QUARTACÂMARA CÍVEL
APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
867.132/RS, 2ª Seção, Rel. Min. Raul Araújo, Rel. para acórdão Min. Marco
Buzzi, DJe de 12.03.2013; AgRg no AREsp 103.283/RJ, 4ª Turma, Rel. Min.
Antônio Carlos Ferreira, DJe de 01.04.2013; REsp 726.975/RJ, 3ª Turma,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe de 06.12.2012. (...) Na espécie,
afigura-se exagerado falar em má-fé do recorrente na cobrança da tarifa em
questão durante o período em que inexistia regulamentação específica por
parte do CMN. (...) Outrossim, a partir do momento em que o CMN vedou
de forma expressa a cobrança da tarifa, infere-se a má-fé da instituição
financeira que ignora esse comando e exige o encargo do consumidor.
(...)" (grifei).
No caso, tenho que a determinação de restituição em dobro deve
ser mantida, pois aqui - como no julgado do STJ - também é possível inferir a má-fé de
instituição financeira que ignora Resolução do Banco Central nº 3.402 e cláusula
contratual explícita que vedam a cobrança da tarifa de serviço de servidores que mantém
conta corrente para o fimexclusivode recebimento de salário.
Quanto ao valor fixado para astreintes, em R$ 2000,00 (dois mil
reais), por cada servidor lesado, para as hipóteses de descumprimento das determinações
judiciais de 1) não cobrar tarifa de serviço dos servidores que recebem sua remuneração
em conta exclusivamente salário, 2) de informar os atuais servidores - e os que firmarem
contratos futuros - a respeito da possibilidade de não pagarem tarifas bancárias, nos
termos da Resolução 3.402, do Banco Central, e dos contratos firmados, e 3) de
esclarecer que a condição necessária ao gozo dessa isenção é se utilizar da conta para o
fim exclusivo de recebimento de salário, tenho como razoável, já que o cumprimento das
determinações é simplese não exigirámaiores trabalhos.
Aliás, para se ter uma ideia da razoabilidade do valor fixado, o
STJ considerou razoável recentemente a fixação do valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil
reais) para o caso de descumprimentode obrigação de fazer:
"ADMINISTRATIVO E PROCESSO CIVIL. AGRAVO
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. PEDIDO DE
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QUARTACÂMARA CÍVEL
APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
SOBRESTAMENTO DO FEITO. PREJUDICADO. IMPOSIÇÃO DE
MULTA DIÁRIA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA POR
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. POSSIBILIDADE.
ASTREINTES FIXADAS EM APROXIMADAMENTE R$ 40.000,00.
RAZOABILIDADE NA APLICAÇÃO. MODIFICAÇÃO DO JULGADO".
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL.
DESPROVIDO. (...) O entendimento adotado pela Corte de origem não
destoa da jurisprudência do STJ, segundo a qual é cabível a cominação de
multa contra a Fazenda Pública por descumprimento de obrigação de fazer.
No caso em tela, a apreciação dos critérios previstos no art. 461 do CPC
para a fixação de seu valor demandaria o reexame de matéria
fático-probatória, o que encontra óbice na Súmula 7 desta Corte.
Excepcionam-se apenas as hipóteses de valor irrisório ou exorbitante, o que
não se configura neste caso, uma vez que a redução operada na origem já se
mostrou extremamente benéfica para a Fazenda Pública. (...)" (AgRg no
AREsp 335.808/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/09/2014, DJe 19/09/2014).
O mesmo STJ decidiu em caso de má prestação de serviço
bancário, que o valor fixado em R$ 2.000,00 (dois mil reais) é razoável:
"AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO CONTRA A
INADMISSÃO DE RECURSO ESPECIAL. OBRIGAÇÃO DE FAZER.
FIXAÇÃO DE ASTREINTES. POSSIBILIDADE. MÁ PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS BANCÁRIOS. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. PEDIDO
DE REDUÇÃO DOS VALORES RELATIVOS À MULTA E À REPARAÇÃO
MORAL. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. 1. À luz da jurisprudência firmada nesta Corte, é cabível a
aplicação de astreintes como instrumento de coerção ao cumprimento de
decisões judiciais que imponham obrigação de fazer ou não fazer, de modo
que o quantum arbitrado só será passível de revisão, nesta instância
excepcional, quando se mostrar irrisório ou exorbitante, o que não ocorre
no caso dos autos". (AgRg no AREsp 523.159/DF, Rel. Ministro RAUL
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QUARTACÂMARA CÍVEL
APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
ARAÚJO, QUARTATURMA, julgado em 05/08/2014, DJe 20/08/2014)
Logo, o valor fixado para o caso de descumprimento está em
consonância com as circunstânciasdo caso e parâmetros tidos como razoáveis pelo STJ.
Com essas considerações, dou provimento parcial ao recurso do
Ministério Público apenas para afastar a prescrição reconhecida na sentença. Nego
provimento ao recurso do Banco AbnAmro Real S. A.
É como voto.
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APELAÇÃONº 138361/2013 - CLASSE CNJ - 198 - COMARCA CAPITAL
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a QUARTA
CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência
do DES. LUIZ CARLOS DA COSTA, por meio da Câmara Julgadora, composta pela
DESA. NILZA MARIA PÔSSAS DE CARVALHO(Relatora), DES. LUIZ CARLOS
DA COSTA (Revisor) e DESA. MARIA APARECIDA RIBEIRO (Vogal convocada),
proferiu a seguinte decisão: UNANIMEMENTE, PROVEU PARCIALMENTE O
RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DESPROVEU O RECURSO DO
BANCO ABN AMRO REAL S.A.
Cuiabá, 3 de fevereiro de 2015.
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DESEMBARGADORA NILZA MARIA PÔSSAS DE CARVALHO -
RELATORA
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PROCURADORDE JUSTIÇA
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