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CITOLOGIA RESUMIDO- 2015.2

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ESTUDOS EM MORFOLOGIA HUMANA 
PARTE I: CITOLOGIA 
 
 
 
CURSO: FISIOTERAPIA 
PROFESSORA: Nayana Maria Schuch Palmeiro 
COLABORADOR: Aux.Téc.Daniel Ricardo Kellermann Batista 
 
 
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS SERES VIVOS 
 
Os seres vivos podem ser divididos em níveis que seriam, em ordem crescente 
de complexidade, assim esquematizados: 
 
Macromoléculas 
Em todas as formas de vida, da bactéria ao homem, existem quatro compostos 
orgânicos fundamentais envolvidos em reações vitais: carboidratos, lipídeos, 
proteínas e ácidos nucléicos. Tais compostos ocorrem ao lado de substâncias 
inorgânicas, água e sais minerais. 
A Citoquímica ou Bioquímica estuda a composição química da célula, bem como os 
processos biológicos que ocorrem em nível molecular. 
Estruturas Celulares 
As macromoléculas, ao se organizarem, dão origem às diversas partes da célula: 
membrana, núcleo e citoplasma, no qual aparecem os diversos organóides 
celulares. 
Células 
A célula é a menor unidade capaz de manifestar as propriedades de um ser 
vivo; ela é capaz de sintetizar seus componentes, de crescer e de multiplicar-
se. O ramo da Biologia que estuda a célula chama-se Citologia. 
Tecidos 
Quando as células se agrupam, formam os tecidos. O tecido pode ser definido 
como um conjunto de células semelhantes, adaptadas a uma determinada função. 
Há quatro tipos básicos de tecidos animais: epitelial, conjuntivo, muscular e 
nervoso. O ramo da Biologia que estuda os tecidos chama-se Histologia. 
Órgãos 
Os tecidos, por sua vez, geralmente se reúnem para formar órgãos tais como 
estômago, coração, cérebro, pulmões, etc. A forma e a estrutura dos órgãos 
são estudadas em Anatomia. 
Sistemas 
Os órgãos, trabalhando em conjunto, formam os sistemas ou aparelhos do 
organismo. Como exemplos, podemos citar os sistemas digestório, circulatório, 
respiratório e nervoso. O funcionamento de órgãos e sistemas é objeto de 
estudo da Fisiologia. 
Organismo 
Um conjunto organizado de sistemas, como um todo, forma um indivíduo ou 
organismo. 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO À CITOLOGIA: MICROSCOPIA E MÉTODOS DE ESTUDO 
 
1. Introdução 
Os métodos de ensino em Biologia Celular e dos Tecidos baseiam-se 
principalmente no estudo das estruturas e processos celulares sob as 
microscopias de luz (ML) e eletrônica (ME), permitindo o reconhecimento 
da célula como um componente dinâmico e participante do metabolismo 
corporal. Basicamente, estes estudos utilizam como ferramentas lâminas 
com colorações histológicas e histoquímicas para o estudo à ML e telas de 
cobre contrastadas por metais pesados para o estudo à ME (de 
transmissão, de varredura, etc.). 
 
2. Conceito 
Microscópios são aparelhos nos quais lentes de vidro são associadas 
de tal forma que se consiga reproduzir para o olho humano, uma imagem 
aumentada e detalhada das células, tecidos e órgãos. O conjunto de lentes 
é formado pelas objetivas e oculares. 
 
3. Partes do Microscópio 
 
Porção mecânica 
A porção mecânica é composta por: 
1. Pé ou base – serve de apoio aos restantes componentes do microscópio. 
2. Coluna ou braço – fixo à base, serve de suporte a outros elementos. 
3. Platina – onde se fixa a preparação a observar. Tem uma janela por onde 
passam os raios luminosos e também parafusos dentados que permitem 
deslocar a preparação. 
4. Tubo ou canhão – suporta a ocular na extremidade superior. 
5. Revólver – peça giratória portadora de objetivas de diferentes ampliações. 
6. Parafuso macrométrico – a sua rotação é responsável por movimentos 
verticais da platina, rápidos e de grande amplitude. 
7. Parafuso micrométrico – a sua rotação é responsável por movimentos 
verticais da platina, lentos e de pequena amplitude, permitem aperfeiçoar 
a focagem. 
8. Charriot - movimenta a lâmina de um lado para o outro. 
 
 
 
Porção óptica 
Na parte óptica temos: 
1. Condensador – conjunto de duas ou mais lentes convergentes que orientam 
e espalham regularmente a luz emitida pela fonte luminosa sobre o campo 
de visão do microscópio. 
2. Diafragma – é constituído por palhetas que podem ser aproximadas ou 
afastadas do centro através de uma alavanca ou parafuso, permitindo 
regular a intensidade da luz que incide no campo de visão do microscópio. 
3. Objetivas – permitem ampliar a imagem do objeto 10x, 40x, 100x. 
o As objetivas de 10x, 40x são designadas objetivas secas pois entre a 
preparação e a objetiva existe somente ar. 
o As objetivas de 100x são designadas objetivas de imersão, uma vez 
que, para as utilizar, é necessário colocar uma gota de óleo de 
imersão entre elas e a preparação, a qual, por ter um índice de 
refração semelhante ao do vidro, evita o desvio do feixe luminoso 
para fora da objetiva. 
4. Oculares – sistema de lentes que permite ampliarem a imagem real 
fornecida pela objetiva, formando uma imagem virtual que se situa a 
aproximadamente 25 cm dos olhos do observador. As oculares mais 
utilizadas são as de ampliação 10x. 
5. Fonte luminosa – a mais utilizada atualmente é a luz artificial, fornecida 
por uma lâmpada de tungstênio ou de halogênio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Partes de un microscopio óptico 
 
 
4. Microscópio de Luz e Microscópio Eletrônico de Transmissão 
 As unidades de medida atualmente usadas em biologia celular e em histologia 
são as seguintes: 
Unidade de 
medida 
Símbolo Valor 
Micrômetro μm 0,001 mm (milésima parte do 
milímetro) 
Nanômetro nm 0,001μm (milésima parte do 
micrômetro) 
O aumento total do objeto observado é calculado multiplicando-se os valores 
do aumento da objetiva e da ocular. Portanto: 
Ocular Objetiva Aumento Diâmetro do 
Campo 
10 x 10x (pequeno aumento) 100x 1.500μm 
10 x 40x (grande aumento a 
seco) 
400x 375μm 
10 x 100x (imersão em óleo) 1.000x 150μm 
5. Técnicas de Preparação de Estudo - Conceitos Gerais 
Na sua grande maioria, a preparação do material que se deseja observar à 
microscopia, deve obedecer às seguintes etapas de confecção: 
 
 
 
 Fixação 
A fixação é a etapa da histotécnica que tem por finalidade assegurar 
a preservação das estruturas morfológicas das células e tecidos, como se 
estivessem no animal "in vivo". 
Fixadores: 
Líquidos de Bouin (formaldeído, ácido acético, ácido pícrico), Helly ou 
Zenker-Formol (bicloreto de mercúrio, dicromato de potássio), etc. Para 
ME, os mais comuns são glutaraldeído e tetróxido de ósmio. 
 
 Inclusão e Etapas Precedentes 
As etapas que se seguem têm por objetivo proceder com a infiltração 
de substâncias endurecedoras nos fragmentos dos órgãos, para permitir a 
obtenção dos cortes extremamente delgados. São etapas rigorosamente 
seqüenciais e obrigatórias na grande maioria das técnicas. Uma etapa mal 
executada acarretará em material de má qualidade para análise. 
 
 Microtomia 
A etapa de microtomia consiste na obtenção de cortes o mais delgado 
possível, que possibilite a sua observação aos microscópios de luz ou 
eletrônico. Utiliza-se o micrótomo, um aparelho apropriado para este fim, 
cuja regulagem medida em micrômetros (ML) e nanômetros (ME - 
ultramicrótomo), permite a obtenção do corte na espessura desejada. Após 
esta etapa os cortes serão coletados em lâminas de vidro para a ML ou em 
telas de cobre para a ME. 
 
 Coloração (ML)/Contrastação (ME) 
 
 
 
• Corantes básicos- Azul de toluidina, Azul 
de metileno, Hematoxilina = coloração de 
substâncias basófilas (DNA, RNA, 
glicoproteínas ácidas). 
• Corantes ácidos- Eosina, Orange G, 
Fucsina = coloraçãode substâncias 
acidófilas (proteínas básicas 
citoplasmáticas). 
 
 
6. Operação 
 Se a lâmina não está corada (exame a fresco): a observação é feita 
com objetivas secas, do seguinte modo: 
1. Desce-se o condensador e fecha-se o diafragma para que a 
iluminação não seja muito intensa, já que as lâminas não estão 
coradas. 
2. Com a objetiva de 10x escolhe-se o pormenor a observar. 
3. Seguidamente foca-se com a objetiva de 40x, fazendo uma primeira 
aproximação da objetiva à lâmina por controle visual externo, e só 
depois a focagem por afastamento usando o parafuso macrométrico e 
posteriormente o micrométrico para focagem final. 
 Se a lâmina está corada: a observação é feita com objetivas de 
imersão, procedendo-se do seguinte modo: 
1. Sobe-se o condensador, abre-se o diafragma e regula-se a 
iluminação da fonte luminosa no máximo, de modo a conseguir-se uma 
iluminação intensa apropriada à observação de lâmina coradas. 
2. Coloca-se na lâmina uma gota de óleo de imersão e procede-se à 
focagem. Primeiro aproximando a objetiva à lâmina com controle visual 
externo, seguidamente a focagem propriamente dita com o parafuso 
macrométrico e finalmente o aperfeiçoamento da focagem com o 
parafuso micrométrico. 
7. Tipos de Microscopias 
 
 
Microscopia de fluorescência 
 
Microscopia de fundo escuro 
- A única luz que penetra na objetiva é a 
difratada pelas partículas presentes na 
preparação, pelo que passam a ser visíveis em 
fundo escuro, o que é conseguido com 
condensadores especiais. 
- Permite observar 
microorganismos capazes de fixar 
substâncias fluorescentes 
(fluorocromos), que brilham em 
fundo escuro. 
 
 
Microscopia de contraste de fase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Microscópio Eletrônico 
- Potencial de aumento muito maior 
que o óptico. 
- A diferença básica entre o 
microscópio óptico e eletrônico é que 
neste último não é utilizada a luz, 
mas sim feixes de elétrons. 
- Não há lentes de cristal e lentes 
eletromagnéticas. 
- Não é possível observar material 
vivo neste tipo de microscópio. 
 
 
- Permite a observação de 
microrganismos vivos, sem 
coloração, através do contraste 
devido à diferença de fase dos 
raios luminosos que atravessam o 
fundo e os microrganismos 
(lâmina + lamínula). 
 
 
Microscópio Digital 
- Produz uma imagem ao vivo que 
pode ser visualizada no monitor de 
um computador. 
– Utiliza o sistema de lente invertida 
para que espécimes de tamanhos e 
formas variadas possam ser 
observados com pouca ou nenhuma 
preparação. 
 
 
 
FISIOLOGIA DA CÉLULA 
 
Unidade funcional básica do corpo humano (cerca de 75 trilhões) 
 
células  tecidos  órgãos  funcionamento global do organismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese de outras substâncias pela célula 
Muitos milhares de moléculas protéicas com ação enzimática, formadas 
pelo mecanismo da síntese de proteínas, controlam todas as reações 
químicas que ocorrem nas células. Essas enzimas promovem a síntese de 
lipídios, de glicogênio, de purinas, de pirimidinas e de centenas de outras 
substâncias. 
Existem dois métodos principais para o controle das quantidades 
adequadas dos diferentes constituintes celulares: 
Mecanismo da regulação gênica: controla a formação de todas as 
enzimas necessárias para que ocorra uma determinada reação bioquímica 
que originará um determinado produto celular; 
Mecanismo de regulação enzimática: controla a função enzimática. 
 Os genes podem ser ativados ou inibidos, e, de igual modo, as 
enzimas podem ser ativadas ou inibidas. Com mais freqüência, esses 
mecanismos reguladores funcionam como sistema de controle por feedback 
que, continuamente, monitorizam a composição bioquímica da célula, 
fazendo as correções que forem necessárias. Mas, ocasionalmente, 
substâncias vindas de fora da célula –hormônios- controlam as reações 
bioquímicas por ativarem ou inibirem um ou outro mecanismo de controle 
intracelular. 
 
 
 
 
 
SISTEMAS FUNCIONAIS DA CÉLULA 
 
1) Ingestão e digestão dos nutrientes pela célula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 fagocitose: endocitose de grandes partículas. Ex.: bactérias, outra 
célula ou material de degeneração. As células fagocíticas possuem carga 
eletronegativa repelindo outras substâncias também eletronegativas, 
como os objetos particulados normais do líquido extracelular. Por outro 
lado, atraem partículas eletropositivas como os tecidos lesados e os 
invasores (vindos de fora do organismo) que pelo processo de fixação de 
anticorpos (opsonização) adquirem cargas positivas. 
 
 pinocitose: endocitose de quantidades diminutas de líquido extracelular 
contendo substâncias em solução. Ex.: proteínas. 
Endocitose: a membrana envolve o 
material a ser ingerido e após 
digerido através de uma vesícula 
que solta-se da membrana celular 
migrando para o interior da célula 
 os lisossomas fundem-se com 
esta vesícula para formar uma 
vesícula digestiva  múltiplas 
enzimas digestivas digerem o 
material ingerido tornando-o 
disponível para o uso nutritivo pela 
célula. 
 
 
 
Exocitose: processo oposto à endocitose, pois o que resta da vesícula 
digestiva, chamado de corpo residual, é extrudado através da 
membrana. 
 
2) Extração da energia dos nutrientes, a função das mitocôndrias 
 
3) Síntese e formação das estruturas celulares pelo retículo 
endoplasmático e pelo complexo de Golgi 
 
 
 
4) Movimento celular 
 movimento das células musculares especializadas que ocorre nos 
músculos esquelético, cardíaco e liso (50 % da massa corporal) 
 
 movimento amebóide  emissão de pseudópode de uma extremidade 
celular por adelgaçamento da membrana celular. Em seguida, as demais 
regiões da membrana se contraem forçando a maior parte do conteúdo 
celular para a região do pseudópode, o qual é formado em resposta a 
alguma substância química (quimiotaxia). Ex.: movimento dos leucócitos 
para uma área infectada e dos fibroblastos para reparar um dano 
tecidual. 
 
 
 motilidade ciliar  os cílios são protrusões de pontas afiladas, 
semelhantes a pêlos, que se estendem por 3 a 4 micra acima da 
superfície celular, chegando, em alguns casos, a mais de 100 por célula 
epitelial. O movimento semelhante à chicotada faz com que os líquidos 
em contato com a superfície do epitélio se movam. Ex.: mover o muco 
para fora dos pulmões e o óvulo ao longo da tuba uterina 
 
 
 
 motilidade por meio de flagelo  a cauda do espermatozóide que é um 
flagelo típico o propele ao longo de seu trajeto. 
 
5) Função do núcleo e de seus genes no controle da síntese de proteínas, 
das reações químicas intracelulares e da reprodução celular 
 
6) Transporte através da membrana celular 
Existem processos passivos e processos especializados 
   
 difusão simples difusão facilitada 
 difusão por poros transporte ativo 
 transporte vesicular 
 
A difusão efetiva de uma substância ocorreapenas de área de maior 
para área de menor concentração, o que não acontece com o transporte 
ativo, onde as substâncias atravessam a membrana contra um gradiente 
de concentração (gasto de energia). 
 
 
 
 
 difusão simples: as 
substâncias lipossolúveis de 
baixo peso molecular, como 
o oxigênio, difundem-se pela 
matriz lipídica. 
 
 difusão por poros: a água e 
as substâncias hidrossolúveis 
de baixo peso molecular 
passam através de “poros” da 
membrana celular. 
 
 
 
 difusão facilitada: substâncias de maior tamanho 
molecular, como a glicose, combinam-se com proteínas carreadoras 
da membrana celular, de modo que possam difundir-se até a face 
interna dessa membrana, onde serão liberadas para o interior da 
célula. Este processo não depende somente de uma diferença de 
concentração transmembrana, mas também da quantidade destas 
proteínas carreadoras, as quais são saturáveis. 
 
 
 
 Transporte ativo: o transporte ocorre mesmo quando a 
concentração da substância é maior na região para onde ela está 
sendo transportada, o que é chamado de “transporte montanha 
acima”. Primeiro a substância combina-se com uma proteína 
carreadora na membrana celular, como também ocorre na difusão 
facilitada, em seguida, este complexo difunde-se para a parte 
interna da membrana, e, finalmente, a energia derivado do ATP é 
usada para separar a substância do carreador, mesmo quando a 
quantidade dessa substância, nessa face da membrana, for muito 
elevada. Ex.: bomba de sódio-potássio (carreador  sódio-potássio 
ATPase). 
 
 
 
 
 transporte vesicular: endocitose (fagocitose e pinocitose) e 
exocitose.

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