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SEMINARIO JUIZO DA REALIDADE

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Capítulo 21.
O juízo de realidade e suas alterações (o delírio)
João telis, Matheus Ferreira, analha oliveira, izadora gomes, danielle Calixto, mariana telles
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Alterações patológicas do juízo
Ideias prevalentes ou sobrevaloradas 
São ideias que, por conta da importância afetiva que têm para o indivíduo, adquirem marcante predominância sobre os demais pensamentos, conservando-se obstinadamente na mente.
As ideias prevalentes diferem das ideias obsessivas.
Os autores europeus tendem	 a conceitualizar as ideias sobrevaloradas lançando mão de algumas características, a saber:
1. Forte convicção
2. Egossintônica 
3. Alto grau de emoção ou afeto
4. Dificuldades emocionais e de personalidade
5. Compreensível 
6. Causa sofrimento
8. Induz o	indivíduo a agir
8. Progredir para delírio
9. Não busca ajuda
10. Assemelha-se a convicções
Algumas ideias sobrevaloradas ou prevalentes não têm significado patológico (podendo ser consideradas patológicas apenas a partir do contexto específico do paciente e de sua personalidade).
Ideias prevalentes ou sobrevaloradas 
 Uma mãe se preocupa excessivamente com	o filho	ausente e acredita que ele sempre está em perigo
O sujeito inseguro não para de pensar se sua amada realmente o ama, buscando, em cada detalhe, provas contra esse amor:
Ideias	 de conteúdo religioso, ético ou	político defendidas intransigentemente pelo indivíduo.
Outras ideias prevalentes já têm sentido claramente patológico, sendo observadas em algumas situações clínicas, como as:
Ideias prevalentes ou sobrevaloradas 
Anorexia nervosa (observa-se também na bulimia)
“Tenho	certeza	de	que	estou	muito	gorda” .
	“Minha 	barriga	 está	enorme”.
Dismorfofobia
Em pessoa com nariz considerado normal:
“Meu nariz é	enorme e muito feio”.
Hipocondria
Em pessoa sem dados	médicos	e laboratoriais:
“Estou convencido de que tenho câncer de estômago”.
Ciúmes patológico não delirante
“Tenho	certeza	de	que	minha	mulher	está	tendo	um	caso.”
O	DELÍRIO
São juízos patologicamente falsos.
o delírio é um erro do ajuizar que tem origem no adoecimento mental.
Sua base é mórbida, pois ele é motivado por fatores patológicos.
Ideias delirantes
“Tenho certeza de que meus	pais	(ou	os vizinhos) querem me envenenar”
“As pessoas que trabalham em minha empresa fizeram um plano para acabar comigo, primeiro me desmoralizando, para depois me prender e torturar”
 Características ou indícios externos para a identificação clínica	do delírio:
Convicção extraordinária
É impossível a modificação do delírio pela experiência objetiva
Um juízo falso
Vivenciado como algo evidente
Recursos	cognitivos básicos	
Produção associal, idiossincrática
DIMENSÕES DO DELÍRIO
Grau de convicção.
Extensão.
Bizarrice ou implausibilidade.
Desorganização.	
Pressão ou	 preocupação.
Resposta afetiva	ou afeto negativo.	
Comportamento	em função do delírio.
Delírio primário ou ideias delirantes verdadeiras
O delírio secundário assemelha-se externamente ao primário, diferindo deste por não se originar de alteração primária do pensamento, do ajuizar, mas de alterações profundas em outras áreas da atividade mental (afetividade, nível de consciência, etc.), que indiretamente produzem juízos falsos.
O delírio de ruína ou culpa do indivíduo com depressão grave é compreensível e derivável psicologicamente de estado de humor alterado (catatimia) o delírio de grandeza do paciente em estado maníaco franco, os delírios paranoides do indivíduo com personalidade paranoide, com graves sentimentos de inferioridade e com forte tendência a sentir-se preterido, ofendido ou discriminado.
Delírio secundário os delírios compartilhados 
Delírio compartilhado
Os delírios podem ocorrer eventualmente em mais de uma pessoa. São os chamados delírios compartilhados da loucura a dois (folie à deux).
Nesses casos, em geral há um sujeito realmente psicótico, com esquizofrenia ou transtorno delirante, por exemplo, que apresenta delírio primário e, ao interagir intimamente com outra pessoa influenciável (ou com mais pessoas; folie à trois, à quatre, etc.), acaba por gerar o delírio em tal pessoa.
Para a formação do delírio, podem contribuir diversos fatores e tipos de vivências. Como em relação à maioria dos sintomas psicóticos, a interação de fatores cerebrais, psicológicos, afetivos, da personalidade pré-mórbida e socioculturais é complexa e provavelmente multifatorial. No caso específico do delírio, tal interação é ainda mais complexa. Deve-se pensar o delírio como uma construção.
Assim os mecanismo da formação do delírio são classificados em 7 fases.
Estrutura do Delírio
Imaginação: delírio imaginativo
Assim como a interpretação, a imaginação está presente na constituição da maior parte dos delírios, acompanhando a atividade interpretativa lado a lado. O indivíduo imagina determinado episódio ou acontecimento e, a partir disso, pela interpretação, vai construindo o delírio.
Afetividade: delírios catatímicos da mania e da depressão (Keck et al., 2003)
Em estados afetivos intensos, como nas depressões graves e nos quadros de mania, o indivíduo passa a viver em um mundo fortemente marcado por eles. A influência penetrante da afetividade sobre todas as funções mentais é chamada catatimia. É nesse contexto que se desenvolvem os chamados delírios catatímicos, ou seja, delírios humor-congruentes dos transtornos do humor com sintomas psicóticos (p. ex., delírios de ruina e de culpa, nas depressões graves, e delírios de grandeza, na mania). Em estado de profunda depressão, o sujeito reorganiza o mundo e seu Eu com delírios de conteúdo depressivo; o paciente em mania cria, a partir de seu estado afetivo de euforia e exaltação, um delírio de grandeza, coerente com tal estado.
Memória: Delírio mnêmico (recordações delirantes)
O delírio é construído por recordações e elementos da memória (verdadeiros ou falsos que ganham dimensão delirante. 
EX: O paciente afirma que foi raptado quando criança, que foi criado por pais milionários e que, por isso, é herdeiro de grande fortuna.
 
Alterações da Consciência: delírio onírico 
São os delírios associados a quadros de turvação da consciência, ricos em vivências oníricas, com alucinações cênicas, ansiedade intensa e certa confusão do pensamento.
 
Alterações senso perceptivas: delírio alucinatório
A percepção delirante, de Kurt Schneider, é um tipo especialmente importante de delírio. O delírio surge a partir de uma percepção normal que recebe, imediatamente ao ato perceptivo, significação delirante;
A percepção delirante é um sintoma muito característico da esquizofrenia.
Relações entre Delírio e Alucinação
Estudos empíricos (De Loore et al., 2011) sustentam a hipótese de que delírios, com certa frequência, surgem depois das alucinações, possivelmente como um processo desencadeado ou influenciado por elas. 
Forma-se um círculo de confirmação e sentido no qual, mutuamente, delírio e alucinação ajudam a sustentar o estado delirante-alucinatório da psicose.
Mecanismos de manutenção do delírio
Muitos pacientes se mantêm delirantes. Por que em muitos o delírio se estabiliza e permanece ao longo tempo? Sims (1995) assinala alguns fatores envolvidos em tal “ estabilização do delírio. 
A Inercia em mudar as próprias ideias e a necessidade de consistência das produções ideativas que são formadas ao longo do tempo;
A pobreza na comunicação interpessoal, a falta de contatos pessoais satisfatórios, o isolamento social, o fato de ser estrangeiro e não falar a língua dominante;
O comportamento agressivo por parte do paciente, resultante do delírio persecutório, pode desencadear mais rejeição pelo meio social e, dessa forma, reforçar o círculo vicioso de sentimentos paranoides, rejeição, hostilidade e sentimentos mais paranoides; 
O delírio pode diminuir o respeito e a consideração que as pessoas que convivem com o paciente têm por ele, a partir dessa situação, o individuo delirante pode construir novas interpretações delirantes a fim de, involuntariamente, tentar manter sua autoestima. 
OS TIPOS DE DELÍRIOSEGUNDO SEUS CONTEÚDOS OU TEMÁTICAS DELIRANTES.
Delírio de Grandeza
O individuo acredita ser uma pessoa muito especial, dotada de capacidade e poderes. Acredita ter um destino espetacular.
São frequentes nos quadros maníacos e esquizofrenia.
Delírios de Perseguição
O individuo acredita com toda a convicção que é vítima de um complô e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas.
Delírio de referência (de alusão ou autorreferência)
Esse tipo de delírio geralmente ocorro nas psicoses em geral, sobretudo na esquizofrenia e nos transtornos delirantes também pode ser encontrado nas demências e em quadros de depressão ou mania delirante. 
Delírio Erótico
O individuo afirma que uma pessoa, geralmente com destaque social ou de grande importância para o paciente, está totalmente apaixonada por ele.
Temática triste, como ruína ou miséria, culpa ou autoacusação, doenças e mesmo o desaparecimento de partes do corpo (negação de órgãos).
Delírio de conteúdo Depressivo
O indivíduo afirma, sem base real para isso, ser culpado por tudo de ruim que acontece no mundo e na vida das pessoas que o cercam. Ter cometido um grave crime, ser uma pessoa indigna, pecaminosa, suja e irresponsável, que deve ser punida por seus pecados. Característico em casos de graves depressões.
Delírio de culpa e autoacusação
Delírio de Negação de Orgãos
O indivíduo experimenta a profundas alterações corporais. Relata que o seu corpo está destruído ou morto, que não tem mais um ou vários órgãos, como o coração, o fígado ou o cérebro, suas veias estão secas, não tem mais nem uma gota de sangue, seu corpo secou ou apodreceu, seus braços e pernas estão se esfarelando.
Delírio Hipocondríaco
O indivíduo crê com convicção extrema que tem uma doença grave, incurável, que irá morrer brevemente. Sendo que na realidade ele não tem essas doenças.
Nenhuma das contestações, como exames laboratoriais negativos, avaliações de diferentes especialistas, exames de imagem demovem-no da crença absoluta de que sofre de uma doença terrível.
Agradecemos!
nome@example.com
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DELIRIO DE GRANDEZA
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SHOW PARA EL DELIRIO..EROTICO
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