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5_Construcao_Civil_Completa

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CONSTRUÇ Ã O CIVIL 
Alcantaro Corrêa 
 
Presidente da FIESC 
 
Sérgio Roberto Arruda 
 
Diretor Regional do SENAI/SC 
 
Antônio José Carradore 
 
Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC 
 
Marco Antônio Dociatti 
 
Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC 
 
FIESC 
 SENAI 
 
 
 
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
Departamento Regional de Santa Catarina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Florianópolis – 2004 
Não pode ser reproduzido, por qualquer meio, sem autorização por escrito do 
SENAI DR/SC. 
 
 
 
Equipe Técnica: 
 
Organizadores: 
Valdir Damião Maffezzolli 
 
 
 
 
 
 
Coordenação: 
Adriano Fernandes Cardoso 
Osvair Almeida Matos 
Roberto Rodrigues de Menezes Junior 
 
 
 
Produção Gráfica: 
César Augusto Lopes Júnior 
 
 
 
Capa: 
César Augusto Lopes Júnior 
 
 
 
Solicitação de Apostilas: Mat-didat@sc.senai.br 
 
 
 
S474e 
 
 
 
SENAI. SC. Construção Civil. 
 Florianópolis: SENAI/SC, 2004. 110 p. 
 
 
 
1. Construção Civil. 2. Obra. 3. Concreto. 
 I. Título. 
 
 
 
 
CDU: 624 
 
 
 
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
Departamento Regional de Santa Catarina 
www.sc.senai.br 
 
Rodovia Admar Gonzaga, 2765 – Itacorubi. 
CEP 88034-001 - Florianópolis - SC 
Fone: (048) 231-4290 
Fax: (048) 234-5222 
SUMÁRIO 
 
 
 
TUApresentaçãoUT ................................................................................................................. 7 
TU1 Noções de TopografiaUT .............................................................................................. 10 
TU1.1 A necessidade e a utilidade da topografiaUT ......................................................... 10 
TU1.2 Levantamento topográficoUT ................................................................................. 10 
TU1.3 Medidas de distância e de ânguloUT ..................................................................... 10 
TU1.4 Medições a trenaUT ............................................................................................... 11 
TU1.5 Levantamento por medidas lineares (planimetria)UT ............................................. 13 
TU1.6 Curvas de nível - Noções geraisUT ........................................................................ 14 
TU1.7 Declividade, perfil, relevoUT ................................................................................... 15 
TU1.8 Noções de unidades de medidaUT ........................................................................ 16 
TU2 Programação, Acompanhamento e Controle da ObraUT.............................................. 18 
TU2.1 Algumas considerações sobre a Legislação TrabalhistaUT ................................... 20 
TU2.2 Direção e Vigilância da ObraUT ............................................................................. 20 
TU3 Preparação do Canteiro de ObrasUT ............................................................................ 22 
TU3.1 GeneralidadesUT .................................................................................................... 22 
TU3.2 Situação do canteiroUT .......................................................................................... 22 
TU3.3 Os prazos de execuçãoUT ..................................................................................... 23 
TU3.4 Influência dos materiais e das técnicas a empregarUT .......................................... 23 
TU3.5 Instalações de canteiroUT ...................................................................................... 24 
TU4 Os ConcretosUT ............................................................................................................ 27 
TU4.1 Propriedades do concreto frescoUT ....................................................................... 28 
TU4.2 Propriedades do concreto endurecidoUT ............................................................... 28 
TU4.3 Dosagem dos concretosUT .................................................................................... 29 
TU4.4 Variação das propriedades fundamentais do concreto endurecido, com o fator 
água/cimento.UT ........................................................................................................... 30 
TU4.5 Métodos empregados na dosagem racionalUT ...................................................... 30 
TU4.6 Produção dos concretosUT .................................................................................... 30 
TU4.7 DesformaUT ........................................................................................................... 34 
TU4.8 Os CimentosUT ...................................................................................................... 35 
TU4.9 Os agregadosUT .................................................................................................... 37 
TU4.10 A água de amassamentoU T ................................................................................. 38 
TU4.11 Aditivos para concretoUT ..................................................................................... 38 
TU5 As ArgamassasUT ......................................................................................................... 40 
TU5.1 Trabalhabilidade das argamassasUT ..................................................................... 41 
TU5.2 Traço da argamassaUT .......................................................................................... 42 
TU6 Os Aços para Construção em Concreto ArmadoUT...................................................... 43 
TU6.1 Siglas e padronizaçõesUT ...................................................................................... 43 
TU6.2 Aços com saliências ou "mossas"UT ..................................................................... 44 
TU6.3 Aços recozidosUT ................................................................................................... 44 
TU7 As EstruturasUT ............................................................................................................ 45 
TU8 As Infra-EstruturasUT .................................................................................................... 46 
TU8.1 Tipos de fundaçõesUT ............................................................................................ 46 
TU8.2 Efeito da SubpressãoUT ......................................................................................... 47 
TU9 As Supra-EstruturasUT ................................................................................................. 49 
TU9.1 Funcionamento das estruturas - GeneralidadesUT ................................................ 49 
TU9.2 Denominação dos elementos estruturais, conforme suas solicitações.UT ............ 50 
TU9.3 Os materiais usados em estruturasUT ................................................................... 50 
TU9.4 As estruturas de concreto armadoUT ..................................................................... 50 
TU9.5 As fôrmas e seu escoramentoUT ........................................................................... 52 
TU9.6 As armadurasUT ..................................................................................................... 53 
TU9.7 As estruturas metálicasUT ......................................................................................55 
 
 
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TU9.8 As estruturas de concreto protendidoUT ................................................................ 57 
TU9.9 As estruturas de madeiraUT ................................................................................... 58 
TU10 As Alvenarias e Outras DivisóriasUT .......................................................................... 61 
TU11 Esquadrias, Acessórios e Vidros.UT ........................................................................... 64 
TU11.1 As portas - suas guarniçõesUT ............................................................................ 64 
TU11.2 As janelasUT ........................................................................................................ 65 
TU11.3 VidrosUT ............................................................................................................... 66 
TU12 Soleiras E PeitorisUT .................................................................................................. 68 
TU13 Revestimentos de ParedesUT ..................................................................................... 69 
TU13.1 Emboço (massa grossa)UT .................................................................................. 70 
TU13.2 Reboco (massa fina)UT ........................................................................................ 70 
TU13.3 Revestimentos com mármores e granitos polidosUT ........................................... 70 
TU13.4 Revestimentos monolíticos (marmorite e granilite) sem polirUT .......................... 71 
TU13.5 Massas com resinas e areias quartzíticas ou mármores moídosUT .................... 71 
TU13.6 Revestimentos com litocerâmicasUT ................................................................... 72 
TU13.7 Revestimentos com azulejosUT ........................................................................... 72 
TU13.8 Revestimento com “papel” de paredeUT .............................................................. 73 
TU13.9 Lambris de madeira ou PVCUT ............................................................................ 73 
TU13.10 Revestimentos com laminados plásticos melamínicosUT .................................. 73 
TU13.11 Revestimento com pastilhasUT .......................................................................... 74 
TU14 Revestimentos de TetosUT ......................................................................................... 75 
TU15 Pisos e PavimentaçõesUT .......................................................................................... 76 
TU15.1 Lastro de concreto magro ou concreto de baseUT .............................................. 76 
TU15.2 Camadas niveladoras ou contrapisosUT .............................................................. 76 
TU15.3 Pisos cimentadosUT ............................................................................................. 76 
TU15.4 Pisos de borrachaUT ............................................................................................ 77 
TU15.5 Pisos laminadosUT ............................................................................................... 77 
TU15.6 Pisos vinílicosUT .................................................................................................. 78 
TU15.7 Carpetes e forraçõesUT ....................................................................................... 78 
TU15.8 Pavimentos de madeiraUT ................................................................................... 78 
TU15.10 Pavimentação com placas pré-moldadas de concretoUT .................................. 80 
TU15.11 Mármores e granitos polidosUT .......................................................................... 80 
TU15.12 Pedras naturais sem polimentoUT ..................................................................... 80 
TU15.13 Pisos cerâmicos e lajotasUT .............................................................................. 80 
TU16 Coberturas e TelhadosUT ........................................................................................... 83 
TU16.1 Inclinação de um telhado - “Ponto”UT .................................................................. 84 
TU16.2 Escoamento das águas pluviais dos telhadosUT ................................................. 85 
TU17 ImpermeabilizaçõesUT ................................................................................................ 87 
TU17.1 O que devemos impermeabilizarUT ..................................................................... 87 
TU17.2 O que usarUT ....................................................................................................... 88 
TU18 Isolamentos Térmicos e AcústicosUT ......................................................................... 90 
TU19 Instalações Elétricas e Telefônicas PrediaisUT........................................................... 91 
TU20 Instalações Hidráulicas PrediaisUT ............................................................................. 93 
TU21 Instalações EspeciaisUT ............................................................................................. 98 
TU21.1 Sistemas Preventivos e de Combate a IncêndioUT ............................................. 98 
TU21.2 Pára-raiosUT ........................................................................................................ 99 
TU21.3 Instalações de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)UT ............................................ 99 
TU21.4 ElevadoresUT ..................................................................................................... 100 
TU22 PinturasUT ................................................................................................................. 103 
TU22.1 Funções específicas das pinturasUT .................................................................. 103 
TU22.2 Preparação das superfícies – Considerações geraisUT .................................... 103 
TU22.3 Qualidade das tintasUT ...................................................................................... 105 
TU22.4 Principais problemas em pinturas na construção civilUT ................................... 105 
TU23 Arremates Finais da ObraUT ..................................................................................... 108 
TUReferências BibliográficasUT ......................................................................................... 109 
 
 
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Construção, construção civil ou indústria da construção, é a atividade econômica que 
tem por objetivo a execução de obras de arquitetura e/ou engenharia, utilizando, prin- 
cipalmente, produtos intermediários e produtos finais originados de outros segmentos 
(setores) da economia. 
 
Diferentemente das atividades fabris, próprias da indústria manufatureira ou de trans- 
formação, na qual as matérias-primas, por meio de processos químicos ou mecânicos, 
são convertidas em produtos novos, as atividades construtivas ocupam-se, predomi- 
nantemente, de operações de montagem e adaptação de produtos acabados ou semi- 
acabados. 
 
O desenvolvimento da indústria da construção tem grande repercussão sobre todos ou 
quase todos os setores da economia de um país. Numerosas indústrias a suprem e, 
ao mesmo tempo, dela dependem para sua expansão. É extremamente importante o 
papel que lhe está reservado nas economias regionais ou nacionais; de uma parte 
como fonte de emprego e vastos efetivos de mão-de-obra, notadamentede trabalha- 
dores não especializados; de outra parte, como grande consumidora de enorme varie- 
dade de mercadorias produzidas sob os mais diferentes níveis tecnológicos (argila, 
areia, pedras, cal, tijolos, telhas, madeiras, esquadrias, cimento, ferro e aços lamina- 
dos, estruturas metálicas, esquadrias de alumínio, azulejos, ladrilhos cerâmicos, louça 
sanitária, asfalto, etc...). 
 
Os investimentos na indústria da construção, considerando-se os três setores em que 
se subdivide – construções residenciais, construções não-residenciais e obras públi- 
cas de infraestrutura – representam parte substancial na formação bruta de capital 
fixo, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento (entre 40% 
e 70%). Sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) também é considerável. Como 
fonte de emprego, característica que em grande parte decorre da utilização de 
processos extensivos de trabalho, a indústria da construção se destaca pela capaci- 
dade de absorver mão-de-obra numerosa. Os maiores contingentes de pessoas ocu- 
padas nessa atividade acham-se nos seguintes países: Japão, EUA, Alemanha, Fran- 
ça, Itália, Reino Unido, Espanha. A extinta URSS, até alguns anos atrás, era a maior 
absorvedora dessa mão-de-obra, porém com as alterações econômicas havidas lá 
recentemente, o quadro se modificou consideravelmente. 
 
Histórico 
 
A construção como arte o como atividade econômica representou, sempre, parte im- 
portante do esforço do homem, em todas as épocas. As antigas civilizações egípcias e 
babilônicas já conheciam as técnicas de carpintaria, de alvenaria, do emboço e outras 
do ramo. Os templos de mármore gregos, as vias (avenidas ou ruas antigas), as cal- 
çadas, os aquedutos, os templos e teatros romanos, as pirâmides egípcias, a grande 
muralha chinesa, os templos maias, são expressões de antigas atividades de constru- 
ção civil. No Ocidente, os edifícios e as técnicas sofreram sensível retrocesso, a partir 
da queda do Império Romano até o século X. 
 
Na Idade Média, o homem concentrou seus esforços na construção de igrejas, cate- 
drais, conventos e castelos. Destaca-se então a construção de catedrais, por exigir 
uma completa organização, desde a mão-de-obra especializada até a criação de no- 
vas técnicas, transporte de materiais e abundância de operários. Alguns desses mo- 
numentos só foram concluídos, dada a sua grandeza, após várias gerações. 
 
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Nos tempos atuais, os fatores estimulantes do desenvolvimento da construção civil 
foram o aumento da população urbana, que determinou o surgimento das cidades mo- 
dernas, e também o crescimento da indústria. Os canais e estradas que o transporte 
reclamava, a partir da Revolução Industrial (1760), foram abertos, multiplicando e 
transformando a atividade de construção. Datam de então, na Europa, as empresas 
imobiliárias hoje espalhadas pelo mundo e dedicadas à construção de edifícios e, ao 
mesmo tempo, o empreiteiro de obras, como figura central do ramo de construção de 
rodovias e ferrovias. 
 
A indústria da construção civil congrega uma grande variedade de empresas, que se 
diferenciam tanto pelo porte como pela atividade que desempenham. Uma análise 
genérica permite considerar nessa indústria dois grandes setores: o imobiliário e o de 
infraestrutura e engenharia pesada. Para fins de análise econômica, costuma-se de- 
compor a indústria da construção civil em cinco grandes segmentos: vias de transpor- 
te, obras hidráulicas, edificações, obras e serviços especiais e outras obras. 
 
O comportamento da indústria de construção civil é um dos indicadores do desempe- 
nho macro-econômico, virtude do grande número de empresas que atuam nessa área e 
do grande contingente de mão-de-obra que ela emprega. Além disso, estão indire- 
tamente ligadas a essa indústria as empresas fornecedoras de material (cimento, fer- ro, 
aço, pedra, madeira, alumínio, materiais elétricos e hidráulicos, etc.). No que tange à 
mão-de-obra, costuma-se considerar como engajadas nessa indústria as seguintes 
categorias profissionais: engenheiro, encarregado geral, técnico em edificações, apon- 
tador, topógrafo, almoxarife, vigia, pedreiro, carpinteiro, armador, pintor, encanador, 
eletricista, pastilheiro, telhadista, servente, etc. dentre outros. 
 
Antes de se iniciar qualquer construção é necessário tomar uma série de decisões, 
como escolha do local apropriado, planta da edificação, estudo de viabilidade econô- 
mica, e cronograma físico-financeiro. Todos esses elementos são importantes e ne- 
nhum pode ser considerado isoladamente. Um dos pontos cruciais antes de se decidir à 
construção é saber a que uso se destina. No caso do setor imobiliário, quando se tratam 
de unidades residenciais, a decisão é mais fácil. Mas no caso de edifícios co- merciais e 
lojas de departamentos, supermercados, etc., em geral há necessidade de prévios 
estudos de mercado. Em seguida procura-se determinar qual será a utilização geral do 
prédio e a utilização particular de cada uma de suas áreas. No caso de gran- des 
centros comerciais, por exemplo, há áreas destinadas às lojas, áreas de circula- ção, 
estacionamento, segurança, etc. Da mesma forma, um projeto de escola deve 
considerar o mercado potencial de alunos e as diversas áreas segundo sua ocupação: 
salas de aula, ginásio, biblioteca, cantina, etc. 
 
A localização do imóvel é também da maior relevância. Nesse particular devem ser 
considerados; o preço do terreno, as taxas que incidirão sobre o imóvel – imposto pre- 
dial, taxa de lixo, de incêndio, etc. – disponibilidade de recursos próximos, abasteci- 
mento de água, luz elétrica, esgotos, facilidade de transporte, zoneamento, e proximi- 
dade do mercado, em casos de edifícios comerciais. À medida que se levantam esses 
dados, vão surgindo também as vantagens e desvantagens da localização, que, avali- 
adas, indicarão qual a localização mais indicada, dentre as que estão em estudo. 
 
A finalidade do projeto de arquitetura é de dar a melhor solução possível dento dos 
limites do orçamento da construção. Nesse aspecto consideram-se a relação entre a 
área do terreno e a da construção, e a relação entre ocupantes e área construída. 
Consideram-se também as restrições de zoneamento. Geralmente o regulamento de 
zoneamento prescreve qual a ocupação do imóvel em cada zona: residencial, comer- 
cial ou industrial. Dessa forma controla-se a ocupação do solo e a densidade da popu- 
lação. Todos esses regulamentos devem ser levados em conta pelo arquiteto. 
 
 
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Em seguida é definida a planta geral e as plantas setoriais, nas quais se descreve e 
ilustra o lugar, os materiais a serem usados, a estrutura, o equipamento mecânico e até 
mesmo a mobília. Aqui consideram-se os materiais estruturais – madeira, aço ou 
concreto – a localização e a capacidade do sistema de ar condicionado, os elevadores e 
as escadas rolantes, a iluminação, os encanamentos, o sistema de abastecimento de 
gás, o sistema acústico e as cores mais indicadas para as pinturas. 
 
Traçadas essas linhas mais gerais é preciso chegar a especificações mais precisas 
quanto à qualidade e quantidade de material, as dimensões de cada área, o acaba- 
mento das paredes e do teto, as portas e janelas, os pontos de luz e os equipamentos 
de cozinha, banheiro, etc. Essas especificações são incorporadas ao contrato de cons- 
trução, entre outras razões porque facilita a contratação de serviços a terceiros, como é 
o caso da instalação de equipamentos especiais. Uma vez assinado o contrato, ini- cia-
se a construção, dentro de um cronograma de obra e de custos. 
 
Uma das primeiras fases da construção é a preparação da documentação necessária e 
dos contratos entre as várias partes, a fim de garantir a conclusão da obra. 
 
A utilizaçãodos materiais apropriados ao tipo de construção – considerando-se as 
especificações técnicas do projeto e o orçamento disponível – é de capital importância. 
Deve-se, sempre, assegurar a longevidade da construção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Topografia é a descrição minuciosa de um local: É a arte de representar no papel a 
configuração de uma porção (parte) do terreno com todos os acidentes e objetos que 
se achem à sua superfície. 
 
 
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• Para estudos de implantação de edifícios, estradas, pontes, viadutos, tú- 
neis, portos, aeroportos, etc; 
• Para projetos de obras; 
• Para orçamentos de obras; 
• Para implantação e execução das obras. 
 
 
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É o conjunto de operações de medida de distâncias, ângulos e alturas, necessárias à 
preparação de uma planta topográfica. Esses levantamentos podem ser: 
 
Expeditos - Sem grande precisão, para estudos e anteprojetos; 
Precisos - Para execução de projetos (com o mínimo de erro). 
 
Planimetria é o levantamento topográfico destinado a fornecer as medidas do terreno 
plano, isto é, a projeção horizontal dos pontos significativos da área levantada. 
 
Altimetria (ou hipsometria): Operação de medir as altitudes de pontos de um terreno. 
 
A implantação consiste em traçar no terreno, segundo a indicação do plano de conjun- 
to, a situação exata da futura obra, ao passo que por levantamento se entende o lan- 
çamento numa planta daquilo que existe no terreno. 
 
 
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Distância 
- Com trena 
- Com taqueômetro 
 
OBS: Taqueômetro é um teodolito dotado de dispositivo óptico para a medição indireta 
de distância e que, por isso, proporciona maior rapidez nos levantamentos topográfi- 
cos. 
 
Ângulos - Com transferidor 
 - Com clinômetro 
 - Com teodolito 
 
Estes instrumentos são denominados "goniômetros". 
 
Transferidor - É um instrumento circular ou semicircular, com o limbo dividido em 
graus, usado para medir ângulos. 
 
Clinômetro - É um goniômetro vertical, com que se mede a inclinação do terreno. 
 
 
 
 
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Teodolito - é um instrumento óptico para medir com precisão ângulos horizontais e 
verticais. Recebe nomes diferentes, conforme os serviços que permite executar, a se- 
guir indicados: 
 
Trânsito: para ângulos horizontais, apenas; 
Taqueômetro: para medições com uso de mira. 
 
 
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Embora seu uso seja freqüente, a trena ocasiona erros de medição. Os mais comuns 
são devidos a: 
 
� Catenária: curvatura em relação à horizontal que a trena determina, principal- 
mente quando se medem grandes distâncias mantendo a trena "afrouxada". 
� Diferença de nível entre os pontos extremos da trena. 
� Desvios dos alinhamentos, mesmo que esses desvios sejam pequenos. 
� Balizas fora de prumo durante as medições 
� Dilatação térmica das trenas de aço 
Trena de comprimento real diferente do comprimento nominal 
 
OBS: Comprimento Nominal é aquele que o fabricante da trena indica nela, e compri- 
mento Real é aquele que efetivamente a trena tem. A seguir, apresentamos alguns 
exemplos que esclarecem um pouco mais o assunto. 
 
Exemplo 1: Usando-se uma trena, medimos a distância AB resultando 101,01m. De- 
pois constatamos que a trena estava com 20,04m em lugar dos 20m exatos. Corrigir a 
distância medida. Solução: Aplica-se uma "Regra de Três" inversa. 
 
20,04 -------------- 101,01 
20,00 -------------- X 
 
X = U101,01 x 20,04 
 20,00 
 
U = 101,21 
 
 
Resposta: A distância real AB é 101,21m 
Exemplo 2: Uma distância medida com uma trena de 19,94m resultou 83,15m. O com- 
primento nominal da trena é 20m. Corrigir a distância medida. Solução: Sempre uma 
"Regra de Três" inversa. 
 
19,94 -------------- 83,15 
20,00 -------------- X 
 
X = U83,15 x 19,94 
 20,00 
 
U = 82,90 
 
 
Resposta: a distância corrigida é 82,90 m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exemplo 3: A trena que vamos usar mede 19,99m e devemos marcar uma distância de 
100m. Se considerarmos que a trena tem 20m, quanto deveremos marcar para termos 
os 100m? Agora nosso problema não é medir uma distância entre dois pontos e sim 
marcar um comprimento (como acontece nas locações das obras). Solução: Ainda uma 
"Regra de Três" inversa. 
 
20,00 -------------- 100,00 
19,99 -------------- X 
 
X = U100,00 x 20,00 
 19,99 
 
U = 100,05 
 
 
Resposta: Marcando 100,05 m com a trena errada estaremos marcando os 100m cor- 
retos. 
 
Exemplo 4: Uma trena de aço mede 30m a 20ºC. Essa trena foi usada para medir dis- 
tância na obra quando a temperatura era 35ºC. O coeficiente de dilatação térmica do 
aço da trena é 0,000012/ºC. Qual o erro acumulado em 6 "trenadas"? 
 
Solução 
 
to = 20P 
 
o 
PC (temperatura inicial) 
 
o t = 35P 
 
PC (temperatura final) 
 
o 
�t = t - to = 15P 
 
 
PC (variação de temperatura) 
 
o 
� Baço B= 0,000012/P 
PC 
 
 
Lo = 30m = 3000cm (comprimento inicial) 
 
 
�L = ? (variação do comprimento da trena) 
 
 
�L = Lo x � x �t 
 
 
�L = 3000 x 0,000012 x 15 
 
 
�L = 0,54cm 
 
 
Em 6 "trenadas" teremos: 6 x 0,54 = 3,24cm 
 
Resposta: O erro acumulado em 6 "trenadas" é de 3,24cm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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São três as fases de um levantamento planimétrico: 
 
 
• Reconhecimento do terreno; 
• Levantamento de uma figura geométrica (poligonal); 
• Levantamento de detalhes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 - Levantamento por medidas lineares (planimetria) 
 
No desenho indicado, o levantamento de todos os detalhes é feito com o uso da trena, 
apenas: 
 
Determina-se o alinhamento AB, dividido em partes iguais (10 em 10m, ou 5 em 5m); 
Para "amarrar" os pontos principais, usam-se triângulos; 
Para "amarrar" os detalhes que acompanham a linha medida (AB) usam-se perpendi- 
culares tiradas sem aparelhos. 
 
OBS: Não esquecer que a perpendicularidade (esquadro) é dada sempre facilmente 
por um triângulo que mantém a relação 3:4:5 entre seus lados. 
 
Vejamos as seguintes figuras. 
 
Todas elas são triângulos retângulos e, portanto, nosso "esquadro" é facilmente obti- 
do. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Levantamento por medidas lineares (planimetria) 
 
 
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Para obter o relevo do terreno, avaliam-se as alturas de diversos pontos, marcados 
arbitrariamente, em relação ao mesmo plano horizontal que será a superfície de com- 
paração. 
Quando essa superfície é o nível médio dos mares, denomina-se altitude a altura de 
um ponto a ela relacionado; quando a superfície é estabelecida de modo arbitrário, 
somente com uma referência, a altura chama-se cota. 
 
Aos pontos marcados no terreno, com altitude ou cota conhecida, dá-se o nome de 
referência de nível ou, abreviadamente, R.N. 
 
Conhecidas as cotas de diversos pontos localizados na superfície pode-se interpretar o 
relevo dessa parte do terrenopor meio de linhas convencionais de desenho, as 
chamadas curvas de nível. 
Elas representam a projeção em plano horizontal - o do desenho da planta - dos traços 
de interseção de planos horizontais eqüidistantes que cortam o terreno a ser represen- 
tado. 
 
Essas curvas ligam, assim, pontos da mesma altura, cota ou altitude, e dão a altimetria 
do terreno que está sendo levantado. 
 
Imaginemos, inicialmente, um cone de 40cm de altura apoiado sobre a mesa, como 
indicado a seguir. 
 
A projeção desse cone sobre a mesa é um círculo que corresponde à sua base. 
 
Se nós fossemos "serrar”, esse cone segundo um plano paralelo à mesa a uma altura 
de 10cm, teríamos agora dois círculos concêntricos como projeções sobre a mesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contorno da 
base do cone 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contorno da base 
 
 
 
 
Contorno do corte 
feito a 10cm de altura 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Altimetria 
 
 
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Repetindo a operação a uma altura de 20cm (10cm + 10cm), teremos as seguintes 
projeções: 
 
Para uma interseção a 30cm (10cm + 10cm + 10cm) de altura obtém-se uma nova 
configuração: 
 
De modo semelhante procede-se nos levantamentos altimétricos dos terrenos. Em vez 
do plano da mesa e do cone, tem-se um plano qualquer como referência de nível 
(R.N.) e as saliências e reentrâncias do terreno. 
As interseções horizontais são feitas, em geral, de metro em metro, e determinam as 
curvas de nível do terreno. 
 
A figura a seguir fornece as curvas de nível de uma área de um terreno. 
 
Os números indicados ao lado das linhas representam as cotas, em metro, dos pontos 
levantados no campo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Curvas de nível 
 
 
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Declividade é o nome que se dá à inclinação do terreno. Se esta for "para cima" em 
relação a um dado nível de referência, recebe a denominação de aclive, se for "para 
baixo" em relação a esse mesmo referencial, denomina-se declive. 
 
Perfil de um terreno é a linha que representa as declividades do terreno ao longo de 
um determinado alinhamento. Geralmente, nos trabalhos de topografia, são determi- 
nados perfis longitudinais e transversais dos terrenos para melhor compreensão dos 
relevos. 
 
Relevo é o conjunto de saliências e reentrâncias da superfície dos terrenos. 
 
 
 
 
 
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Para o comprimento, a unidade de medida adotado no Sistema Internacional de Uni- 
dades (S.I.) é o m (metro), e consideram-se, ainda, seus múltiplos e submúltiplos, co- 
mo segue: 
 
 
• dam (decâmetro) = 10m; 
• hm (hectômetro) = 100m; 
• km (quilômetro) = 1000m; 
• dm (decímetro) = 0,1m; 
• cm (centímetro) = 0,01m; 
• mm (milímetro) = 0,001m; 
 
Em alguns países ainda são usadas outras unidades de medida, e que também têm 
seu uso difundido entre nós. São elas: 
 
 
• Polegada = 2,54cm; 
• Pé = 30,48cm = 12 polegadas; 
• Jarda = 3 pés = 91,22cm; 
• Braça = 2,20m; 
• Milha terrestre = 1.609m; 
• Milha marítima = 1.852m. 
 
Para a área o S.I. determina a unidade mP 
bém, seus múltiplos e submúltiplos: 
 
2 
P (metro quadrado), e consideramos, tam- 
 
 
2 2 
• damP ;P 
2 2 
• hmP ;P 
2 2 
• KmP 
P; 
2 2 
• dmP 
P; 
2 2 
• cmP ;P 
2 2 
• mmP 
P. 
 
No entanto, ainda é comum entre nós o uso de outras unidades como indicamos a 
seguir: 
 
2 
• are = 100mP 
P; 
2 
• hectare = 10.000mP 
• alqueire = 24.200mP 
2
• acre = 4.047m 
P P. 
P; 
2 
P (paulista); 
 
 
Para os ângulos temos três unidades de medidas: 
 
 
• O radiano; 
• O grado; 
• O grau. 
 
O radiano é usado na matemática e na física. 
 
O grado era adotado nos países de língua espanhola. 
 
No Brasil, usamos o grau, em geral. Vamos, pois entender o que ele representa. 
 
 
 
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Uma circunferência é dividida em 360 arcos (partes) iguais. A cada desses arcos cor- 
responde um ângulo que mede 1° (um grau). Portanto, uma circunferência mede 360°. 
Cada grau é dividido em 60 partes iguais que denominamos minutos, e cada minuto é 
dividido em 60 partes iguais que chamamos segundos. 
 
Exemplo 1: Como deve ser lido o ângulo indicado  = 23°35'46"? 
 
Lê-se: 23 graus 35 minutos e 46 segundos. 
 
Exemplo 2: Qual o valor em graus, minutos e segundos, correspondente ao ângulo B = 
o 57,32P o P (inteiros) mais 32 centésimos de grau 
(fração). Resolve-se, então, com o uso de "regra de três": 
 
1° -------------- 60' 
0,32 -------------- x' 
 
x'= U0,32 x 60 
U= 19,2' 
 1 
 
Como pode ver, temos agora 19' (inteiros) mais 2 décimos de minutos. De novo apli- 
camos a "regra de três": 
 
1' ---------------- 60" 
0,2' -------------- x" 
 
x = U0,2 x 60 
 1 
 
U = 12" 
 
 
Assim, o ângulo B = 57,32P 
 
o 
P corresponde a 57°19'12". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A primeira fase do planejamento de uma obra consiste na elaboração dos projetos 
para construção - arquitetura, estrutura, instalações - e no estabelecimento dos siste- 
mas construtivos. 
 
A fase subseqüente cuida da determinação dos prazos, dos meios financeiros, dos 
meios materiais e dos recursos humanos necessários. Assim, devemos levantar (e ter 
disponíveis) as seguintes informações: 
 
 
• A quantidade de todos os serviços a serem executados; 
• A especificação rigorosa dos materiais que entram em cada serviço; 
• A quantidade de cada material em uma unidade de um determinado servi- 
ço; 
• O custo atual de cada material especificado; 
• O número de horas de cada profissional para executar uma unidade de um 
determinado serviço; 
• O valor atual da hora de cada especialidade profissional; 
• Os equipamentos exigidos tendo em vista o processo construtivo a ser a- 
dotado; 
• O tempo de utilização de cada equipamento e o custo unitário respectivo. 
• O prazo de duração da obra e de cada uma de suas etapas; 
• O inter-relacionamento dos diversos serviços, isto é, conhecer 
perfeitamente que certos serviços só podem ser iniciados quando outros 
terminarem ou quando tenham atingido um certo estágio. 
 
De posse desses elementos, os planejadores da obra procuram ajustar a duração das 
diversas etapas de tal modo que a conclusão da obra se dê no prazo previsto. 
 
Ao se arrumarem esses dados em forma gráfica e ao se incluírem, ainda, os custos 
das diversas etapas, teremos o cronograma físico-financeiro da obra, que se constitui 
em valioso instrumento de avaliação dos prazos e das despesas já efetuadas. 
 
O conhecimento do funcionamento do cronograma físico-financeiro e seu acompa- 
nhamento, principalmente no aspecto dos prazos é de interesse para o mestre-de- 
obras. 
 
A seguir damos um exemplo de um cronograma físico-financeiro. 
 
É comum o acompanhamento dos prazos consumidos nos diversos serviços através 
do desenho, em outra cor, dos bastões (linhas) que correspondem às atividades em 
estudo. 
 
Para que cada etapa seja concluída no prazo previsto devem ser calculados os meios 
necessários. 
 
Assim, o pessoal do planejamento da obra fornece o número de horas necessárias de 
cada especialidade profissional envolvidaem cada etapa, as quantidades necessárias 
de materiais, e o número de horas necessárias dos diversos equipamentos. 
 
De posse desses dados, faz-se a programação para a execução de cada etapa da 
forma mais racional e produtiva possível, com o dimensionamento das equipes, de- 
terminação dos equipamentos, e o aprovisionamento de materiais. 
 
 
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O sistema de controle da obra, muitas vezes chamado de apropriação, serve-se de 
formulários de diversos tipos a serem preenchidos pelo engenheiro, pelos mestres, pelo 
apontador, pelo almoxarife, etc., e que visam permitir verificar-se o andamento da obra 
com relação aos prazos e custos, para que possam ser tomadas as providências em 
tempo hábil evitando-se prejuízos de maior porte. 
 
Todo o pessoal da administração da obra deve zelar para que as informações dadas 
através desses formulários sejam precisas, claras e corretas. 
 
Tabela 1 - Exemplo de cronograma físico 
 
OBRA: LOCAL: DATA/ INÍCIO: 
% do valor do 
orçamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ETAPAS MÊS 
1 
1- Serviços preliminares 
2- Movimento de terra 
3- Sondagens e fundações 
4- Estrutura 
5- Alvenaria 
6- Instalações Elétricas 
7- Instalações Hidro-sanitárias 
8- Impermeabilizações 
9- Cobertura 
10- Esquadrias de Madeira 
11- Esquadrias Metálicas 
12- Revestimentos 
13- Pisos, Rodapés, Soleiras 
14- Vidros 
15- Aparelhos 
16- Pinturas 
17- Serviços complementares 
18- Equipamentos diversos 
19- Limpeza 
MÊS 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÊS 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÊS 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÊS 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÊS 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100% VALOR/ 
DESPESAS 
($) 
MENSAL 
ACUMULADO 
 
 
O diário da obra é outro instrumento de controle muito valioso. Nele devem ser regis- 
tradas todas as ocorrências diárias, tais como: entrada de visitantes, acidentes do tra- 
balho, número de operários na obra, incidentes havidos durante os serviços, etc. Esse 
diário deve relatar, de forma simples, a vida no canteiro de obras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O relacionamento empregado-empregador é regido pelas leis trabalhistas que deter- 
minam, para ambos, direitos e obrigações. Cabe, pois, ao mestre-de-obras, desempe- 
nhar um duplo papel: defender os direitos dos operários e fazê-los cumprir suas obri- 
gações. Não é uma tarefa simples. Requer conhecimento, autoridade, respeitabilidade. E 
muito bom senso. 
 
Comumente, surgem episódios em que o mestre-de-obras se depara com empregados 
faltosos e é obrigado a agir com rigor (para que os fatos não se repitam) e com cautela 
(para que os direitos do empregador sejam respeitados sem haver "atritos pessoais"). 
Dependendo da gravidade do ocorrido, o faltoso poderá: 
 
 
• Ser advertido oralmente; 
• Ser advertido por escrito; 
• Ser suspenso das atividades por prazo determinado; 
• Ser demitido por "justa causa". 
 
 
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Numa obra, em relação ao pessoal que nela trabalha, com relação às decisões e ao 
cumprimento de ordens, a escala hierárquica é a seguinte: 
 
Em 1P 
 
o 
P lugar está o engenheiro ou o arquiteto responsável, sendo a autoridade máxima 
por força de conhecimento adquirido numa escola superior de engenharia ou arquitetu- 
ra. 
 
Em 2P 
 
o 
P lugar encontra-se o técnico de edificações, que é o representante (preposto) do 
engenheiro ou arquiteto. É um profissional de nível médio com conhecimentos técni- 
cos adquiridos numa escola técnica do 2º grau, por meio de matérias (disciplinas) pro- 
fissionalizantes. Toda e qualquer decisão tomada por ele na ausência do engenheiro ou 
arquiteto, deve ser levada ao conhecimento destes em tempo hábil, para análise. 
 
Em 3P 
 
o 
P lugar vem o mestre-de-obras, profissional formado nas próprias obras, geral- 
mente. Seus conhecimentos são quase sempre práticos, adquiridos através de longa 
carreira nos mais variados canteiros de obras. É pessoa de grande responsabilidade, e 
que muitas vezes recebe a incumbência de dirigir, sozinho, a obra. Devem dar ciên- cia 
aos seus superiores, em tempo hábil, das decisões tomadas, principalmente as 
técnicas. Deve se atualizar com as técnicas modernas de construção e com os novos 
materiais lançados no mercado. 
Em seguida, vêm os contra-mestres, os encarregados de equipes, os sub- 
encarregados, segundo a escala decrescente da hierarquia. 
O chefe do escritório está no mesmo nível do mestre-de-obras, porém só age adminis- 
trativamente. Têm ascendência direta sobre o apontador e o almoxarife, estes últimos 
em mesmo pé de igualdade. 
Quanto ao vigia, sua atuação se limita ao portão de entrada e saída. Toda pessoa 
desconhecida da obra deve indentificar-se e aguardar autorização do mestre-de-obras 
ou do chefe do escritório, para entrar. Cabe também ao vigia verificar todo e qualquer 
embrulho, bolsa ou pasta portada por qualquer pessoa que sai, bem como a saída de 
qualquer viatura, com a anotação da placa do veículo e a vistoria do seu conteúdo 
(para evitar "desvios" de materiais). 
 
 
 
 
 
 
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Depois de encerrado o expediente ninguém pode entrar na obra, a não ser por ordem 
expressa, por escrito, do engenheiro ou de pessoa credenciada por ele. O único lugar 
de entrada e saída da obra é o portão vigiado! 
Para lembrar sempre! 
 
Uma obra de construção civil funciona como uma empresa qualquer, embora apresen- 
te, às vezes, um alto grau de complexidade. Terminaremos este capítulo apresentando 
alguns conceitos essenciais, como segue. 
PLANEJAMENTO: é o processo administrativo que determina antecipadamente o que 
um grupo de pessoas deve fazer e quais as metas que devem ser atingidas. 
 
ORGANIZAÇÃO: é o processo que visa à estrutura da empresa, reunindo pessoas e 
os equipamentos, de acordo com o planejamento efetuado. 
 
DIREÇÃO: é o processo administrativo que conduz e coordena o pessoal na execução 
das tarefas antecipadamente planejadas. 
 
CONTROLE: é o processo administrativo que consiste em verificar se tudo está sendo 
feito de acordo com o que foi planejado e com as ordens dadas, bem como assinalar as 
faltas e os erros, a fim de repará-los e evitar sua repetição. 
 
 
Figura 5 - Conceito da obra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Uma boa organização do canteiro de obras gera economia: 
 
 
• De tempo; 
• De desgaste; 
• De mão-de-obra; 
• De dinheiro. 
 
Um canteiro organizado e dirigido racionalmente tende a reduzir os custos da obra. 
 
Fatores que influenciam, na maioria das vezes, na organização de um canteiro: 
 
 
• A situação do canteiro; 
• A importância dele; 
• A natureza dos materiais a empregar e as técnicas aconselhadas; 
• Os prazos de execução.'�"������+:����������� ��
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Considerações a fazer com relação à topografia, ao clima à natureza do terreno, à 
vizinhança, e ao lugar de recrutamento de mão-de-obra. 
 
Topografia 
 
Considerar algumas questões: 
 
 
� O terreno é plano? 
� Existe grande espaço disponível em volta do prédio a construir? 
� Existe rua próxima, para acesso de veículos pesados? 
 
Clima 
 
Há condições de abrigar os materiais contra as intempéries? (As enxurradas podem 
levar areias, cascalhos, etc.). 
Ocorrem grandes ventos, com freqüência? (Cuidado com as torres, os guindastes, os 
andaimes!) 
Como se dá a insolação do canteiro? (O calor provoca perda rápida de umidade das 
argamassas e dos concretos!) 
 
Natureza do terreno (Geologia) 
 
 
� O solo é pedregoso? Permeável? 
� O escoamento das águas pluviais é fácil? 
� Haverá escavações? Aterros? 
� Existe água subterrânea que pode atrapalhar? 
 
OBS: Deve-se tomar cuidado especial para que a estocagem dos materiais não interfi- 
ra nos trabalhos: perfurações, escavações de terra, rebaixamento do lençol freático, 
circulações. 
 
 
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Cuidar para não haver sobrecarga (de materiais) nas bordas das escavações, com 
risco de desmoronamento, ou de levar a escoramento excessivo, e que ocupe muito 
espaço. 
 
Vizinhança 
 
 
� Existe linha de energia elétrica disponível nas proximidades? 
� Como será o fornecimento de água? Já existe rede de abastecimento nas 
vizinhanças? Precisa de cisterna? 
� Será usado compressor de ar? Onde será instalado? 
 
Mão-de-obra - Recrutamento 
 
 
� Haverá alojamento? Banheiros? WC's? Para quantos homens? 
� Existirá cozinha para o pessoal? 
� Estas dependências ficarão isoladas do canteiro? 
 
A Importância 
 
 
� O canteiro será feito para pouco tempo? 
� Ou será para longo período de construção? 
� Ele deverá funcionar como se fosse a matriz da construtora? 
� Haverá repetição de etapas? 
 
 
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Levar em conta: 
 
 
� Feriados e dias de descanso pagos. 
� Doenças e acidentes de trabalho. 
� Intempéries. 
� Imprevistos do canteiro: dificuldades de fornecimento, greves, atrasos nas o- 
bras de realizações secundárias. 
 
Importante 
 
Procurar sempre efetivar a "entrega" da obra antes do prazo previsto. 
 
 
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�
� A construção será feita com materiais tradicionais? (concreto, tijolos, madeiras, 
etc.) 
� Haverá elementos estruturais de aço? Ou pré-moldados? 
� Existirá guindaste? Fixo ou móvel? 
� O concreto será bombeado? 
 
Lembre-se 
 
 
 
 
 
RAPIDEZ 
 
 
ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO 
 
 
ECONOMIA QUALIDADE 
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Seja qual for a importância do canteiro, é preciso prever as instalações e a organiza- 
ção. 
 
Instalação racional permite: 
 
 
• Respeitar os prazos; 
• Evitar desperdício de mão-de-obra; 
• Evitar desperdício de materiais; 
• Controlar os fluxos. 
 
As instalações de canteiro abrangem todas as construções auxiliares e as máquinas 
necessárias à execução da obra. Aí se encontram, por exemplo: 
 
 
• As vias de acesso e os caminhos; 
• As cercas e sinalizações; 
• Barracas e oficinas; 
• Instalações e parques de estocagem; 
• Instalações necessárias para confecção do concreto; 
• Instalações úteis ao transporte e à movimentação no canteiro; 
• Instalações para produção de ar comprimido, ventilação, bombeamento; 
• As ligações com os serviços públicos (água, eletricidade, telefone, esgoto); 
• Os andaimes; 
• Elementos de fôrmas metálicas, etc. 
 
Pode-se, ainda, considerar os pátios dos aparelhos móveis utilizados, tais como: 
 
 
• Caminhões; 
• Basculantes, escavadeiras; 
• Máquinas compressoras; 
• Pás mecânicas, etc. 
 
Não esqueça 
 
Todos os trabalhos deverão ser executados numa mesma direção. 
 
As vias de acesso não devem entrecruzar-se (sempre que possível!). 
 
De modo geral, para os canteiros normais de prédios e obras semelhantes, pode-se 
traçar o esquema da instalação da seguinte maneira: 
 
Canteiros pequenos (de até 15 trabalhadores) 
 
• Um barraco de canteiro com duas peças separadas e armários para ferra- 
mentas; 
• Local para refeição; 
• Instalações sanitárias (WC e chuveiro); 
• Uma betoneira (até 250 l); 
• Um elevador de carga; 
• Poucas instalações elétricas. 
 
 
 
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Canteiros médios (de 16 a 60 trabalhadores) 
 
 
• Um escritório (com telefone, se possível!); 
• Um almoxarifado; 
• Vestiário; 
• Local para refeições; 
• Instalações sanitárias (WC's e chuveiros); 
• Uma betoneira (que não ultrapasse 500 l); 
• Um elevador de carga (guincho) ou guindaste de ponte; 
• Serras (de fita, circular, de corte de aço); 
• Banca de carpinteiro; 
• Banca de armação de ferragens. 
 
Canteiros Grandes (de 61 a 200 trabalhadores) 
 
 
• Escritório para pessoal técnico, com telefone; 
• Um escritório para o mestre e o contramestre (com telefone se possível); 
• Um almoxarifado; 
• Vestiários; 
• Local para refeições; 
• Pátio de estacionamento de automóveis e outros veículos; 
• Instalações sanitárias (WC's e chuveiros); 
• Oficina mecânica; 
• Carpintaria; 
• Instalações de concretagem; 
• Elevador de carga (guincho); 
• Guindaste; 
• Instalações de ar comprimido (quando necessário); 
• Instalações elétricas. 
 
OBS: Canteiros para mais de 200 trabalhadores são, em geral, divididos em setores 
(canteiros) menores! 
 
Vias de acesso e circulação 
 
As vias de acesso ao canteiro, bem como os caminhos internos, deverão estar em 
bom estado em qualquer tempo. Esses caminhos devem permitir o atendimento de 
todos os pontos de fornecimento do canteiro de modo a reduzir o transporte manual 
dos materiais. Devem ser, também suficientemente largos para permitir o fácil deslo- 
camento de dois veículos em sentidos contrários que por acaso se encontrarem na 
via. 
 
Barracões 
 
De modo geral, na implantação, é preciso evitar que os barracões fiquem contíguos à 
obra. Deve-se evitar as aberturas na direção dos ventos dominantes. O escritório ocu- 
pará, de preferência, uma posição tal que permita ver a entrada do canteiro e o local de 
trabalho. E deve ser independente dos vestiários. Os vestiários, por sua vez, de- vem 
situar-se o mais perto possível do local de trabalho e ser equipados de modo que os 
trabalhadores possam lavar-se aí. Os almoxarifados, sendo depósitos de material 
miúdo, dependem muito da obra executada. Os WC's devem ser instalados o mais 
perto possível das tubulações de esgoto, mas não próximo dos escritórios e refeitórios. 
 
 
 
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Locais de estocagem 
 
A estocagem deve ser organizada de modo que haja permanentemente uma reserva 
de dois a três dias de trabalho no canteiro. 
 
Esta margem de segurança deverá ser aumentada em caso de previsão de atraso de 
fornecimento. 
 
A estocagem dos agregados, do cimento e do aço de construção deve ser de fácil a- 
cesso e de distribuição bem feita. As areias devem ser armazenadas de tal forma que a 
água incorporada possa escoar facilmente. 
 
O cimento pode ser estocado em sacos ou em silos, sendo que o mais comum é o 
armazenamento em sacos de 50kg. A altura das pilhas não deve untrapassar 1,60m, 
por razões de ordem prática. O local de depósito deve ser mantido seco, abrigado da 
umidade. E o que vale para o cimento pode ser também considerado para a estoca- 
gem da cal. 
 
As betoneiras 
 
De acordo com as regiões, a capacidade das betoneiras é dada em função da caçam- 
ba ou em função do volume deconcreto produzido em cada mistura. Para se obter um 
bom rendimento, sem perigo para as máquinas e sem esforço excessivo dos operado- 
res, pode-se manter um ritmo ininterrupto médio de 20 misturas por hora. A produção de 
uma mistura a cada três minutos é um ritmo normal para as betoneiras mais co- muns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O concreto hidráulico é um material de construção constituído por mistura de um a- 
glomerante com um ou mais materiais inertes e água. 
 
Os materiais que o compõem: cimento, agregado miúdo, agregado graúdo, e água. Para 
obter-se um concreto durável, resistente, econômico e de bom aspecto, devemos 
estudar: 
 
 
• As propriedades de cada um dos materiais componentes; 
• As propriedades do concreto e os fatores suscetíveis de alterá-las; 
• O proporcionamento correto e a execução cuidadosa da mistura em cada 
caso, a fim de obter as características impostas; 
• O modo de executar o controle do concreto durante a fabricação e após o 
endurecimento, a fim de capacitar-se do atendimento daquelas caracterís- 
ticas, tomando os cuidados devidos em caso contrário. 
 
Ao conjunto cimento mais água dá-se o nome de "pasta"; adicionando-se um agrega- 
do miúdo à pasta, obtém-se a "argamassa", considerando-se o "concreto" como uma 
argamassa à qual foi adicionado um agregado graúdo. 
 
A pasta terá como função 
 
• Envolver os agregados, enchendo os vazios formados e dando ao concre- 
to, possibilidade de manuseio, quando recém-misturados; 
• Aglutinar os agregados no concreto endurecido, dando um conjunto com 
certa impermeabilidade, resistência aos esforços mecânicos e durabilidade 
frente aos agentes agressivos. 
 
A função do agregado será: 
 
• Contribuir com grãos capazes de resistir aos esforços solicitantes, aos 
desgastes e à ação das intempéries; 
• Reduzir as variações de volume provenientes de causas várias; 
• Reduzir o custo. 
 
Para obter as qualidades essenciais ao concreto; facilidade de emprego quando fres- 
co, resistência mecânica, durabilidade, impermeabilidade e constância de volume de- 
pois de endurecido, sempre tendo em vista o fator econômico, são necessários: 
 
Seleção cuidadosa dos materiais (cimento, agregado, água e aditivos) quanto à: 
 
 
• Tipo e qualidade; 
• Uniformidade. 
 
Proporcionamento correto: 
 
 
• Do aglomerante em relação ao inerte; 
• Do agregado miúdo em relação ao graúdo; 
• Da quantidade de água em relação ao material seco (fator água/cimento); 
• Do aditivo em relação ao aglomerante ou à água utilizada. 
 
 
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Manipulação adequada quanto à: 
 
 
• Mistura; 
• Transporte; 
• Lançamento; 
• Adensamento. 
 
Cura cuidadosa 
 
 
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São propriedades do concreto fresco: a consistência, a textura, a trabalhabilidade, a 
integridade da massa (oposto de segregação), o poder de retenção de água (oposto 
da exsudação) e a massa específica. 
 
A consistência ou fluidez é função da quantidade de água. 
A textura nos dá idéia de como os grãos dos agregados se "organizam" no interior da 
massa do concreto. 
 
A integridade da massa: o conjunto "argamassa mais agregado graúdo" não pode so- 
frer segregação, isto é, separação, após a mistura. 
 
A trabalhabilidade é a facilidade com que o material concreto flui, enquanto, ao mesmo 
tempo, fica coeso e resistente à segregação. É a propriedade do concreto fresco que 
identifica sua maior ou menor aptidão de ser empregado com determinada finalidade, 
sem perda de sua homogeneidade. 
 
Entende-se por exsudação a tendência da água de amassamento de vir à superfície 
do concreto recém-lançado. 
 
 
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São elas: 
 
 
• Massa específica; 
• Resistência aos esforços mecânicos; 
• Permeabilidade e absorção; 
• Deformações. 
• A massa específica do concreto normalmente utilizada, incluindo os vazios, 
varia entre 2.300 e 2.500kg/m³. É usual tomar para o concreto simples 
2.300kg/m3, e 2.500kg/m3 para o concreto armado. 
 
O concreto é um material que resiste bem aos esforços de compressão e mal aos de 
tração (distensão). Sua resistência à tração é da ordem da décima parte da compres- 
são. 
O concreto resiste mal ao cisalhamento. 
 
Os principais fatores que afetam a resistência mecânica são: 
 
 
• Fator água/cimento; 
• Idade do concreto; 
• Forma e tipo (graduação) dos agregados; 
• Tipo de cimento; 
• Forma e dimensão dos corpos de prova. 
 
 
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A permeabilidade é a propriedade que identifica a possibilidade de passagem da água 
através do material. Esta passagem pode ser: 
 
 
• Por filtração sob pressão; 
• Por difusão através dos condutos (vasos) capilares; 
• Por capilaridade. 
 
A absorção é o processo físico pelo qual o concreto retém água nos poros e condutos 
capilares. 
 
As deformações causadoras das mudanças de volume podem ser agrupadas em: 
 
Causadas pelas variações das condições ambientes, tais como: 
 
 
• Retração; 
• Variações de umidade; 
• Variações de temperatura. 
 
Causadas pela ação de cargas externas, que originam: 
 
 
• Deformação imediata; 
• Deformação lenta. 
 
 
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Chama-se traço a maneira de exprimir a composição do concreto. O traço tanto pode 
ser indicado pelas proporções em peso como em volume, e algumas vezes adota-se 
uma indicação mista: o cimento em peso e os agregados em volume. Seja qual for a 
forma adotada, toma-se sempre o cimento como unidade, e relacionam-se as demais 
quantidades à quantidade de cimento. 
 
A indicação em peso é a mais exata; não é, porém a mais prática, pois raramente se 
dispõe de balança no canteiro de obras. 
 
Denomina-se dosagem empírica o proporcionamento do concreto feito em bases arbi- 
trárias, fixadas quer pela experiência anterior do construtor, quer pela tradição. É, evi- 
dentemente, maneira inadequada de dosar o concreto. Na dosagem empírica, o con- 
sumo mínimo de cimento será de 300kg para cada metro cúbico de concreto. E a 
quantidade de água será a mínima compatível com a consistência necessária. 
 
Em oposição à dosagem empírica encontra-se a dosagem racional, que se diferencia 
da primeira porque os materiais constituintes e o produto resultante são previamente 
ensaiados em laboratórios. Dever-se-ia, em realidade, denominá-la dosagem experi- 
mental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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As propriedades principais a considerar são: a resistência aos esforços e a resistência 
aos agentes agressivos (durabilidade). Os pesquisadores e tecnologistas do concreto 
afirmam que todas as propriedades do concreto endurecido melhoram com a redução 
do fator água/cimento; empregado na confecção, desde que a quantidade de água 
utilizada confira à massa uma trabalhabilidade de acordo com o modo de produção do 
concreto. Assim, por exemplo, DUFF ABRAMS, ensaiando cerca de 50.000 corpos de 
prova no Lewis Institute de Chicago, em 1908, enunciou a seguinte lei, que leva o seu 
nome: "Dentro do campo dos concretos plásticos, a resistência aos esforços mecâni- 
cos, bem como as demais propriedades do concreto endurecido, variam na razão in- 
versa do fator água/cimento”. 
 
 
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Existem muitos métodos utilizadosna dosagem racional do concreto; eles todos levam 
em conta, basicamente, esses fatores: traço, fator água/cimento, granulometria, forma 
do grão, etc. 
 
Não nos cabe, neste trabalho, fazer a descrição de cada um deles; considerando-se o 
objetivo ilustrativo, apenas, citaremos alguns: 
 
 
• Método do ITERS (Instituto Tecnológico do Estado do Rio Grande do Sul); 
• Método INT (Instituto Nacional de Tecnologia); 
• Método da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland); 
• Método do IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas). 
 
 
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A produção dos concretos compreende a mistura, o transporte, o lançamento, o aden- 
samento e a cura deste material. 
 
Mistura 
 
A mistura ou amassamento do concreto consiste em fazer com que os materiais com- 
ponentes entrem em contato íntimo, de modo a obter-se um recobrimento de pasta de 
cimento sobre as partículas dos agregados, bem como uma mistura geral de todos os 
materiais. A principal exigência com relação à mistura é que seja homogênea. 
 
A mistura pode ser manual ou mecanizada. O amassamento manual só poderá ser 
empregado em obras de pequena importância, onde o volume e a responsabilidade do 
concreto não justificarem o emprego de equipamento mecânico. 
 
A mistura mecânica é feita em máquinas especiais denominadas betoneiras. 
 
OBS: O nome vem de bèton, que em francês quer dizer concreto; em Portugal, o con- 
creto é chamado de betão! 
 
A grande divisão em intermitentes e contínuas tem sua razão de ser no fato de preci- 
sar ou não interromper o funcionamento da máquina, para carregá-la. 
 
Na maioria das obras correntes emprega-se a betoneira basculante (de eixo inclinado) 
que tem uma única abertura, tanto para carga como para descarga. 
 
 
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As Normas Brasileiras fixam o tempo mínimo de amassamento em um minuto, sem 
levar em conta o tipo e o volume do concreto e da betoneira empregada. A ordem 
mais aconselhável de colocação de materiais nas betoneiras deverá ser: 
 
 
• Parte do agregado graúdo mais parte da água de amassamento; 
• Cimento mais o restante da água e a areia; 
• Restante do agregado graúdo. 
 
Transporte 
 
O concreto deve ser transportado do local de amassamento para o de lançamento tão 
rapidamente quanto possível e de maneira tal que mantenha sua homogeneidade, 
evitando-se a segregação dos materiais. Este transporte poderá ser na direção hori- 
zontal, vertical ou oblíqua. 
 
Na direção horizontal, utilizam-se vagonetes, carrinhos, etc., mais favoráveis quando 
providos de rodas de pneumáticos; na direção vertical, caçambas, guinchos, etc., e na 
oblíqua usam-se as calhas, as correias transportadoras, etc. Finalmente, o transporte 
pode ser feito por meio de bombas especiais, que recalcam o concreto através de ca- 
nalizações. 
 
No caso de caminhões usados para transporte a longa distância, o concreto deve ser 
"agitado" para evitar a segregação. 
 
Lançamento 
 
O lançamento do concreto deve ser realizado logo após a mistura, não se admitindo 
que o concreto cuja pasta já deu inicio de pega seja remisturado! A operação mais 
importante durante o processo de execução de uma peça é a aplicação do concreto. 
Para que não ocorram falhas na peça, deve-se observar os seguintes pontos durante o 
lançamento: 
 
• Não aplicar todo o concreto em um só ponto, pensando que ele irá escor- 
rendo e preenchendo toda a forma; 
• Não vibrar em excesso, para não provocar segregação do agregado graú- 
do; 
• Não lançar o concreto de grandes alturas, pois a queda livre produz a se- 
paração dos materiais (agregados); 
• Não lançar o concreto com uma pá a grande distância nem avançar ("cor- 
rer") com o vibrador mais de 1m dentro da forma; 
• Providenciar para que as camadas não tenham espessura maior que 
50cm, em qualquer peça, durante o lançamento. (Em geral, e ó ¾ da altura 
do vibrador); 
• Fazer uma compactação adequada, para que não se formem vazios (bol- 
sas de ar) na massa, principalmente entre a forma e a superfície da peça 
(bicheiras). 
 
Antes de colocar o concreto, as fôrmas devem ser molhadas, a fim de impedir a ab- 
sorção da água de amassamento. As fôrmas por sua vez, devem ser estanques, para 
não deixar "escapar" a nata de cimento, e limpas. 
 
Assim como as fôrmas, os blocos cerâmicos ou de concreto celular também devem 
ser bem molhados para que não absorvam a água de amassamento do concreto. 
 
 
 
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Para o lançamento do concreto em fôrmas muito delgadas, tais como muros, deve-se 
usar canalete de borracha ou tubo flexível, conhecido como "tromba de elefante". 
 
Um tipo importante e de difícil lançamento é o concreto submerso, isto é, a concreta- 
gem sob água. O consumo mínimo de cimento é de 350kg/m3; a colocação é contí- 
nua, através de uma tubulação sempre cheia de concreto. A ponta da tubulação é co- 
locada dentro do concreto já lançado, a fim de impedir que ele caia através da água. A 
altura de lançamento, em concretagens comuns, deve, no máximo, ser igual a 2m. 
Para peças como pilares, em que altura é superior, o concreto deve ser lançado por 
janelas abertas na parte lateral, que são fechadas a medida que o concreto avança. 
Mas na prática, nas obras admitem-se quedas de até 3m. Nestes casos, para evitar o 
ricochete dos agregados na queda sobre o fundo da peça, que pode resultar em desa- 
gregação do concreto, recomenda-se aplicar por uma janela na base da fôrma uma 
camada de argamassa de cimento e areia traço 1:1, com aproximadamente 2cm de 
espessura, que servirá como amortecedor da queda e como envolvimento dos agre- 
gados graúdos que chegam antes ao fundo. 
 
Sempre é bom usar funil, tromba, ou janela lateral na concretagem de peças altas. 
Durante o lançamento inicial do concreto nos pilares e paredes, um operário deve ob- 
servar a base da fôrma, para impedir o vazamento da nata pela fresta entre a fôrma e o 
concreto antigo. Em caso de vazamento, pode-se usar papel molhado (sacos de 
cimento) para vedar a fresta. 
 
Plano de concretagem 
 
Juntas - Nas grandes estruturas, o lançamento do concreto é feito de acordo com um 
plano, que será organizado tendo em vista o projeto do escoramento e as deforma- 
ções que nele serão provocadas pelo peso próprio do concreto fresco e pelas eventu- 
ais cargas de serviço. Para limitar ou prevenir as tensões desenvolvidas pelas varia- 
ções sofridas, as estruturas de concreto são providas de juntas. 
 
Podemos, pois, grupar as juntas em dois tipos: 
 
• Juntas, propriamente ditas, cuja finalidade é permitir os deslocamentos da 
estrutura (originada por acomodação e dilatação térmica); 
• Juntas de concretagem, feitas de acordo com as interrupções da execu- 
ção. 
 
Quando a junta de concretagem não pode ser evitada, devemos tomar os seguintes 
cuidados: 
 
• A superfície do concreto antigo deve tornar-se rugosa de tal modo que o 
agregado graúdo fique à mostra (= retirar a nata); 
• A superfície será perfeitamente limpa, a fim de remover o material solto, 
pó, etc; 
• Lança-se, em seguida, o concreto fresco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OBS: As normas DIN-1045 recomendam que, antes do lançamento do concreto fres- 
co, na junta seja espalhada uma camada de argamassa de composição idêntica à que 
faz parte integrante do concreto (traço da ordem de 1:3 e fator água/cimento igual ao do 
concreto usado). 
Quando a interrupção entre duas concretagens é bastante prolongada, recomenda-se o 
uso da argamassa para a junta no traço 1:1. E não pintar a área de contato com nata de 
cimento, um costume errado e prejudicial para uma boa ligação das duas partes, porque 
forma uma película lisa eisolante! 
 
Os melhores locais para as juntas de concretagem são aqueles de menores esforços na 
estrutura. Nas vigas e lajes, procurar escolher os locais com armadura inclinada; se não 
houver armadura inclinada, aproximadamente a 1/5 do vão a partir dos apoios. Sempre 
que possível, consulte o engenheiro responsável para a localização da junta de 
concretagem! Atenção especial ser dada à junta de interrupção quando se tratar de laje 
do tipo "pré-moldada". Ela deve ser segundo uma linha inclinada em relação às vigotas, 
para não enfraquecer a zona de compressão (capeamento) dessa laje. 
 
Adensamento 
 
Os processos de adensamento podem ser manuais (socamento ou apiloamento) e 
mecânicos (vibração ou centrifugação). 
 
O adensamento manual só se aplica a peças de pequena responsabilidade, pequena 
espessura e pouca armadura. 
 
A vibração permite retirar parte do ar incorporado à massa e dar maior fluidez ao con- 
creto sem aumento da quantidade de água. 
 
OBS: a vibração aplicada diretamente à armadura tem sérios inconvenientes, um dos 
quais é a eliminação da aderência do concreto às barras de aço. 
 
Os vibradores podem ser: 
 
 
• De imersão (interno); 
• De superfície; 
• De fôrmas (externo). 
 
No caso de peças pré-fabricadas em usina, utiliza-se o vibrador externo sob a forma 
de mesa vibratória. Fabricam-se, dessa forma, estacas, postes, blocos, etc. 
 
A centrifugação é particularmente interessante no caso de fabricação dos elementos de 
revolução pré-fabricados: postes, tubos, etc. As fôrmas são metálicas e giram com 
velocidade reduzida durante o carregamento, aumentando-se esta assim que se en- 
che a fôrma. 
 
No caso de uso de vibradores de imersão, eles devem ser introduzidos na massa de 
concreto em posição vertical ou pouco inclinada, para não prejudicar o funcionamento 
deles. O tempo de vibração depende da plasticidade do concreto, mas deve-se evitar 
uma duração longa demais. Só com longa prática se adquire a capacidade de sentir a 
reação do concreto. Por este motivo deve-se escolher com muito critério o operador do 
vibrador de imersão, e somente ele deve ficar com a tarefa de vibrar o concreto, que é 
de grande responsabilidade, e deve ser sempre instruída e controlada pelo mestre. É 
errado mudar sempre de operador de vibrador, ou designar qualquer um para a tarefa. 
 
 
 
 
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A espessura da camada a ser vibrada deverá ser aproximadamente igual a ¾ do com- 
primento da agulha do vibrador, que deve atingir a camada anterior, mas não penetrar 
na mesma. 
 
A batida com o martelo nas fôrmas não é suficiente. 
 
Nas lajes e pisos até 8 cm de espessura, a vibração com o vibrador de imersão tem 
pouca eficiência e deve ser, neste caso, usada uma régua vibratória ou, na falta desta, 
deve-se bater com uma régua comum. 
 
Cura 
 
Dá-se o nome de cura ao conjunto de medidas com a finalidade de evitar a evapora- 
ção prematura da água necessária à hidratação do cimento, que rege a pega e seu 
endurecimento. 
 
Enquanto não atingir resistência satisfatória, o concreto deve ser protegido contra mu- 
danças bruscas de temperatura, secagem rápida, exposição direta ao sol, a chuvas 
fortes, a agentes químicos, bem como contra choques e vibrações que possam produ- 
zir fissuras ou prejudicar a aderência do concreto às armaduras. 
 
No caso em que uma concretagem deva ser interrompida por mais de 3 horas, a sua 
retomada só poderá ser feita 72 horas após a interrupção. Este cuidado é necessário 
para evitar que a vibração do concreto novo, transmitido pela armadura, prejudique o 
concreto em início de endurecimento. 
 
Existem vários métodos para cura de grandes superfícies de concreto expostos dire- 
tamente ao sol, e os mais usados são: areia ou serragem umedecidas, sacaria manti- da 
molhada, manta plástica e lâmina de água. Se forem grandes volumes de concreto, a 
proteção deve ser mais intensiva e o tempo de proteção mais prolongado. Pode-se, 
também, usar retardadores de pega. Hoje já existem produtos químicos que aplicados 
sobre a superfície do concreto e em contato com o ar formam uma película impermeá- 
vel, evitando a evaporação da água. Recomenda-se que as medidas tomadas para a 
cura do concreto sejam mantidos até sete dias após a concretagem, no mínimo! 
 
 
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Se não tiver sido usado cimento de alta resistência inicial ou aditivos que acelerem o 
endurecimento, a retirada das fôrmas e do escoramento não deverá dar-se antes dos 
seguintes prazos: 
 
 
• Faces laterais – 3 dias; 
• Retirada de algumas escoras – 7 dias; 
• Faces inferiores, c/alguns pontaletes encunhados – 14 dias; 
• Desforma total, exceto item 5 – 21 dias; 
• Vigas e arcos com vão maior que 10m – 28 dias. 
 
Usando-se aditivos plastificantes ou incorporadores de ar, os prazos se reduzem como 
segue: 
 
 
• Item 3 se reduz para .............................. 7 dias; 
• Item 4 se reduz para .............................. 11 dias; 
• Item 5 se reduz para .............................. 21 dias. 
 
 
 
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Usando-se aceleradores de pega, os prazos se reduzem conforme indicações dos 
fabricantes dos produtos. 
 
A desforma de estruturas mais esbeltas deve ser feita com muito cuidado, evitando-se 
choques fortes e retiradas bruscas do escoramento. Nas estruturas com grandes vãos 
ou com balaços grandes, os cuidados na desforma devem ser redobrados. 
 
 
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Cimento é o produto utilizado para unir firmemente diversos tipos de materiais de 
construção, permitindo fazer edificações resistentes e duráveis. Seu nome técnico é 
"cimento portland", pois assim foi batizado pelo seu inventor há mais de 150 anos, 
inspirado na cor das pedras da Ilha de Portland (Inglaterra), que eram usadas com 
muita freqüência nas construções da época. Portanto, como você pode ver, "portland" 
não é uma marca de cimento, nem indica que ele é um produto importado. 
 
O cimento portland, ou simplesmente cimento, é fabricado com calcário, argila, gesso e 
outros materiais denominados "adições". Embora suas principais matérias-primas - o 
calcário e a argila - estejam disponíveis na natureza, a fabricação do cimento exige 
grandes e complexas instalações industriais, operadas por técnicos muito bem treina- 
dos. 
 
O processo de fabricação do cimento consiste basicamente na extração do calcário da 
jazida (mina), com o auxílio de máquinas e explosivos, seguindo-se a sua britagem e 
mistura com argila. Essa mistura passa por um moinho, onde é reduzida a pó, e a se- 
guir por um possante forno rotativo, onde é "cozida" a 1450ºC, transformando-se em 
pelotas duras, do tamanho de bolas de gude (clínquer). Finalmente, este clínquer é 
moído e misturado com gesso e outras adições, transformando- se no cimento, que 
agora está pronto para ser entregue ao consumo, em sacos ou a granel. 
 
Tipos e Classes de Cimento 
 
No Brasil, são fabricados vários tipos de cimento. Para uso geral, temos atualmente os 
seguintes: 
 
 
• Cimento Portland Comum: CP; 
• Cimento Portland de Alto-Forno: AF; 
• Cimento Portland Pozolânico: POZ; 
• Cimento Portland de Moderada Resistência aos Sulfatos: MRS. 
 
Esses tipos são na maioria fabricados na classe 32, número que mede a resistência 
mínima, em MPa (Mega-Pascal) aos 28 dias, de uma pasta feita com eles. Os cimen- 
tos CP e AF podem ainda ser encontrados na classe 40. 
 
Para usos especiais, fabricam-se o Cimento Branco, o cimento de Alta Resistência 
Inicial (ARI), e outros para aplicações mais especializadas. 
 
Eis algumas instruções para quem usa cimento: 
 
 
� Não compre ou aceite cimento empedrado. 
� Verifique se o saco de cimento não está úmido ou molhado. 
� Não é pela

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