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Terapia Nutricional em: PACIENTES CIRÚRGICOS Mariana Cardoso Geisa Alves Laiely Lisboa Joabe Falcão Michele Pereira Leila Barbosa Rana Silva Sara Bessa Thiara Gusmão NUTRIÇÃO PERIOPERATÓRIA Terapia nutricional instituída durante o pré e pós-operatório. IMPORTÂNCIA DO ESTADO NUTRICIONAL O estado nutricional prévio à operação influencia diretamente na morbi-mortalidade pós-operatória. O paciente desnutrido apresenta menor resposta imunológica e menor resistência ao estresse. DESNUTRIÇÃO MAIOR TEMPO DE INTERNAÇÃO MAIOR CUSTO HOSPITALAR MAIOR RISCO DE INFECÇÃO AUMENTO DE COMPLICAÇÕES AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Deve ter início no pré-operatório, na consulta médica – procedimentos eletivos; A avaliação nutricional envolve métodos subjetivos e objetivos; Tem como objetivo identificar o grau de comprometimento do estado nutricional e a necessida de de intervenção. ANTROPOMETRIA (peso, altura, IMC, pregas cutãneas, circunferência e área muscular do braço); DOSAGENS LABORATORIAIS (proteínas viscerais, hemograma, vitaminas e minerais séricos, indice creatina/altura); Avaliação Subjetiva Global - ASG (quando realizada adequadamente é confiável para o diagnóstico de DESNUTRIÇÃO) AVALIAÇÃO DO COMPROMETIMENTO NUTRICIONAL Aversões alimentares Comorbidades Alterações de peso e apetite Perda de peso > 10 a 15% em 6 meses IMC < 18,5 kg/m ASG indicando desnutrição Albumina sérica < 3g/dl ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS QUE DEFINEM RISCO NUTRICIONAL: OBJETIVOS DA TN EM PACIENTES CIRÚRGICOS: Prevenir a desnutrição ou minimizar seus efeitos. Aumentar imunomodulação, a melhora do estresse oxidativo e a melhora dos resultados pós-operatórios. Otimizar a recuperação pós- operatória. A FASE DO TRATAMENTO (PRÉ OU PÓS OPERATÓRIO) 1 CONDIÇÃO NUTRICIONAL PREGRESSA E ATUAL 2 DOENÇA DE BASE 3 OBJETIVOS DO PLANO DIETOTERÁPICO A formulação de um plano dietoterápico deverá levar em consideração: OBJETIVOS DO PLANO DIETOTERÁPICO FASE PRÉ-OPERATÓRIA: ingestão de todos os nutrientes e calorias para recuperar e/ou manter o estado nutricional. FASE PRÉ-OPERATÓRIA IMEDIATA: objetiva-se o preparo do TGI para intervenção cirúrgica. FASE PÓS-OPERATÓRIA: contornar as intolerâncias alimentares do procedimento cirúrgico, adequar dieta para fornecimento de calorias e nutrientes e manter os estado nutricional do paciente. FASE PÓS-OPERATÓRIO TARDIO: adequar a dieta ao hábito alimentar do paciente por alta domiciliar. Os objetivos podem ser sumarizados em: 1. 2. 3. 4. PLANEJAMENTO NUTRICIONAL DE PCTES. CIRÚRGICOS ENERGIA: PROTEÍNAS: VITAMINAS E MINERAIS: - Calcula-se por calorimetria indireta ou por meio de fórmulas estimativas - No pré-operatório a oferta: 1,0g /kg /dia; - Após trauma ou intervenção cirúrgica: 1,5 a 2,0/kg /dia. - administrados de acordo com valores estipulados pela RDA; - Vit. Lipossolúveis ( A,D,E e K): ministradas com base nas DRIs; TERAPIA NUTRICIONAL PRÉ-OPERATÓRIA Deve ser instituída aos pacientes candidatos às cirurgias de moderado a grande porte que apresentem risco nutricional moderado a alto. Deve ser aplicada no minimo por 7 dias (Dan). Fortalecimento do sistema imunológico e recuperação funcional dos múltiplos órgãos. Jejum prolongado traz prejuízos ; jejum de 6 horas para sólidos e de 2 horas para líquidos (para evitar regurgitação e aspiração). Ocorrência de alterações hormonais e metabólicas ; Evidências de riscos potenciais: períodos prolongados; Após algumas horas de jejum: > níveis de glucagon e as reservas do glicogênio começam a metabolizar; > dos níveis de hormônio do crescimento se elevam: inicio a reações catabólicas; Com o jejum (absorção zero de proteínas) e catabolismo proteico acelerado: balanço nitrogenado negativo; Ocorrência de liberação de mediadores inflamatórios: citocinas JEJUM PROLONGADO TERAPIA NUTRICIONAL NO PÓS-OPERATÓRIO CONDIÇÕES DO PACIENTE NO PÓS- OPERATÓRIO: 1. Grau de estresse da cirurgia 2. Região operada 3. Procedimento cirúrgico realizado QUANDO INICIAR? RETORNO DA PERISTALSE INTESTINAL Nutrição precoce POR VIA ORAL no paciente cirúrgico no pós-operatório: A dieta deve ser iniciada, dentro de 24 horas, da cirurgia de pequeno ou médio porte; desde que o paciente esteja hemodinamicamente estável. ATENÇÃO!! Mesmo que o paciente apresente distensão abdominal discreta e não elimine flatos, a nutrição precoce não está contra-indicada; Iniciar com liquida e progredir rapidamente para dieta branda/normal com tolerância em 70 a 85% dos casos; BENEFICIOS: - tolerada pela maioria dos pacientes - melhora a cicatrização - reduz complicações sépticas - melhora o balanço nitrogenado - reduz o tempo de internação - reduz custos - diminui a necessidade de fluídos intravenosos TERAPIA NUTRICIONAL ESPECIALIZADA NO PÓS-OPERATÓRIA A terapia nutricional pós-operatória por cateter ou sonda (naso-jejunal, naso-gástrica, gastrostomia ou jejunostomia), de forma precoce (24h de pós-operatório), deve ser considerada: 1) para pacientes submetidos a operações de grande porte de cabeça e pescoço, e do trato digestivo superior; quando a nutrição precoce pela via oral é impossível ou não recomendada; 2) naqueles pacientes que não conseguem atingir 60% da meta nutricional proposta após 5-7 dias de pós-operatório somente com a via oral”. Nessas situações, a nutrição pós-operatória deve ser precoce e prescrita por via enteral ou parenteral. PROJETO ACERT Aceleração da Recuperação Total Pós-Operatória; Baseado em evidências; Pioneiro em território nacional; Começou na Europa com o ERAS (Enhanced Recovery After Surgery). 2005 2006 20112008 Implantação no Hospital Universitario Julio Muller (UFMT) Primeira publicação após implantação Segunda publicação com diferença significativa Terceira publicação após implantação 2006: Primeira publicação após implantação 2008: Segunda publicação após implantação 2011: Terceira publicação após implantação 2005 - 2020 Melhor evidência em cuidados perioperatórios Desenvolvimento de política pública e privada para: Diminuir tempo de internação Diminuir morbidade pós-operatório Diminuir custos Missão do Projeto ACERTO OBJETIVOS DO PROJETO ACERTO Reduzir o estresse cirúrgico Manter a função fisiológica no pós-operatório Resultando em menores taxas de morbidade Recuperação mais rápida Menor permanência hospitalar F L U X O A C E R T O I M P L A N T A Ç Ã O P R O T O C O L O A C E R T O CONDUTAS Em cirurgias da via biliar, herniorrafias, dieta oral líquida oferecida no mesmo dia da operação (6–12 horas após); Hidratação endovenosa não deve ser prescrita em herniorrafias no PO imediato; Hidratação endovenosa deve ser retirada com 12 horas após colecistectomias; Termo de consentimento e informações pré-operatórias detalhadas ao paciente; Não realizar o preparo de cólon de rotina para cirurgias coloretais; Em operações com anastomose digestiva re-introdução de dieta no 1º PO (dieta liquida) via jejunostomia ou sonda naso-entérica; Não usar drenos profiláticos e sonda naso-gástrica de rotina. PRÉ-OPERATÓRIO TN Pré-operatória - Preparo imunológico PÓS-OPERATÓRIO Retorno precoce a realimentação TN Pós-operatória APÓS A ALTA Manter a TN e orientações na alta hospitalar Projeto ACERTO e Terapia Nutricional Diminuição dos casos de infecção de sítio cirúrgico e de complicações pós- operatórias. DA: período anterior a implantação do protocolo ACERTO. AA: período posterior a implantação do protocolo ACERTO. Artigo 3 A prescrição dessas recomendações pode acelerar a recuperação pós-operatória, diminuição de morbidade, do tempo de internação e de reinternações e dos custos. Esta diretriz traduz as recomendações do grupo de especialistas do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral e do Projeto ACERTO para intervençõesnutricionais no período perioperatório em Cirurgia Geral eletiva. O uso do protocolo ACERTO, desde a concepção tem acelerado a recuperação pós-operatória tanto de pacientes submetidos a procedimentos de médio porte, como de maior porte, envolvendo ressecções do trato gastrointestinal alto ou baixo. RESUMINDO... REFERÊNCIAS NASCIMENTO, J. E. A.; CAMPOS, A. C.; BORGES, A.; CORREIA, M. I. T. D.; TAVARES, G. M. Terapia nutricional no perioperatório. Projeto Diretrizes, Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2011. CAMPOS, A. C. L. Tratado de nutrição e metabolismo em cirurgia. Rio de Janeiro: Rubio, 2013. 812p. Bicudo-Salomão A, Meireles MB, Caporossi C, Crotti PLR, AguilarNascimento JE. Impacto do projeto acerto na morbi-mortalidade pósoperatória em um hospital universitário. Rev Col Bras Cir, 2011. REFERÊNCIAS NASCIMENTO, J. E . A. et al. Acerto pós-operatório: avaliação dos resultados da implantação de um protocolo multidisciplinar de cuidados peri-operatórios em cirurgia geral. Rev Col Bras Cir, 2006. NASCIMENTO, J. E . A. et al. Projeto ACERTO – 15 anos modificando cuidados perioperatórios no Brasil, São Paulo, pg 2-5, 2020. NASCIMENTO, J. E. A. et al. Comissão de Cuidados Perioperatórios do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE), São Paulo, p. 634-640, 2017.
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