Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia II Turma106 Letícia Iglesias Jejesky 1 Fisiologia do Sistema Reprodutor Masculino Funções reprodutoras masculinas Espermatogênese Desempenho do ato sexual Regulação das funções reprodutoras por vários hormônios Resumo do sistema genital masculino Testículos: localizados na bolsa escrotal e são responsáveis pela produção do gameta masculino (espermatozoide) e a testosterona. Epidídimo: órgão fundamental para a maturação dos espermatozoides. Ducto deferente: transporta espermatozoides até desembocar no ducto ejaculatório juntamente com o líquido das vesículas seminais. Próstata: produz secreção líquida que contribui para o volume ejaculado. Todo esse líquido, junto com a secreção das glândulas bulbouretrais, será ejaculado. O produto das glândulas bulbouretrais é liberado um pouco antes da ejaculação, justamente para limpar e lubrificar a uretra. Espermatogênese Corresponde ao processo de formação do espermatozoide (gameta sexual masculino). Como que é formado um feto do sexo masculino? Tudo começa a partir da 7ª semana após a fecundação, nesse momento, temos um estágio bipotencial, ou seja, pode ser que o feto desenvolva genitália masculina ou feminina. Estágio bipotencial: para compreender esse estágio precisamos nos lembrar de três estruturas – a gônada bipotencial, o ducto de Wolf e o ducto de Müller. Em determinado momento, o cromossoma Y vai sintetizar uma proteína SRY (fator determinante de testículo) e, a partir disso, as gônadas bipotenciais secretam testosterona. Com a secreção de testosterona, há a formação do testículo. Na medida em que o testículo vai crescendo, ele vai secretar cada vez mais testosterona e também vai fazer a secreção do fator anti-mülleriano. O fator anti-mülleriano vai degenerar o ducto de Müller e, ao mesmo tempo, acontece o desenvolvimento do ducto de Wolf, que vai dá origem aos outros ductos importantes para o sistema reprodutor masculino. Na mulher, por conta da falta do cromossoma Y, não há o fator determinante de testículo, logo, a gônada bipotencial começa a formar o ovário. Formando o ovário, não há fator anti-mülleriano e nem testosterona, com isso o ducto de Wolf degenera. Durante a gestação de feto masculino, o hCG da placenta faz os testículos secretarem testosterona. Na ausência de androgênios, a genitália externa é feminilizada. A testosterona induz o desenvolvimento da genitália externa. O cromossoma masculino tem o gene SRY (região determinante do sexo no Y) esse gene codifica a proteína chamada de Fator de determinação testicular (proteína TDF) a partir desse momento uma cascata de ativações genéticas é ativada essa cascata vai resultar na diferenciação das células do tubérculo em células que secretam testosterona e, por fim, formam-se testículos. No momento em que as células são capazes de secretar testosterona, o nível desse hormônio fica alto até um determinado momento em que acontece uma parada da secreção de testosterona. Sendo assim, durante a infância até aproximadamente 10/13 anos, o menino não possui secreção de testosterona. Sexagem: o que é? O que ela identifica? Sexagem é um exame que faz a coleta do sangue materno e através da biologia molecular é possível identificarmos componentes do cromossomo Y. Se há elementos do cromossomo Y, o sexo do feto é masculino. Fisiologia II Turma106 Letícia Iglesias Jejesky 2 Lembrando... A testosterona é convertida nos tecidos periféricos em di-hidrotestosterona (DHT), seu derivado mais potente. Sendo assim, alguns efeitos atribuídos à testosterona são, na verdade, resultado da atividade da DHT. Isso significa que o testículo (células de Leydig) produz a testosterona testosterona cai na corrente sanguínea entra no citoplasma da célula-alvo, onde ela é convertida em DHT a DHT migra para o núcleo e exerce sua função. A espermatogênese começa... Ao nascimento: testículos não progrediram – células germinativas imaturas (espermatogônias). Ou seja, o neném do sexo masculino nasce com testículo incompletamente desenvolvido, onde estão localizadas as espermatogônias. Após o nascimento: testículos permanecem relativamente imaturos até a puberdade, com espermatogônias. Puberdade: retoma a mitose das células germinativas. Algumas ficam sempre se dividindo durante toda a vida produtiva do homem e outras entram em meiose e dão origem aos espermatócitos primários. O hipotálamo libera o GnRH adenohipófise libera FSH e LH agem no desenvolvimento masculino. O FSH age nas células de Sertoli. O LH age nas células de Leydig. Quando e onde ocorre a espermatogênese? Ocorre a partir do momento em que há o retorno produção de testosterona, ou seja, em geral, acontece a partir dos 10/13 anos de idade. Sendo assim, nesse momento da vida do homem, as células espermatogênicas vão iniciar a sua divisão, proliferação e diferenciação. A espermatogênese ocorre nos testículos, mais especificamente nos túbulos seminíferos. Os túbulos seminíferos são revestidos pelo epitélio germinativo, formado por dois tipos de células: 1. Células espermatogênicas 2. Células de Sertoli (barreira hematotesticular, sustentação, nutrição, retirada dos resíduos e sofre estímulo do FSH – quando o FSH age, a célula de Sertoli estimula e espermatogênese). Células espermatogênicas Espermatogônias são oriundas da célula germinativa primordial. Durante o processo anterior a 7ª semana, existem as células germinativas primordiais que podem se diferenciar em espermatogônias ou ovogônias. Quando o menino volta a produzir testosterona (10/13 anos), as espermatogônias vão se multiplicar e diferenciar em espermatócitos I, espermatócitos II, espermátides e espermatozoides. O processo da espermatogênese Célula germinativa primordial espermatogônia Quando o menino nasce, ele já possui espermatogônias. As espermatogônias se dividem por mitose (mantem os 46 cromossomos). Espermatogônia espermatócitos I Em um determinado momento acontece a diferenciação das espermatogônias em espermatócitos I (46 cromossomos). Espermatócitos I espermatócitos II Os espermatócitos I entram na primeira fase da divisão meiótica. Sendo assim, o espermatócito I da origem aos espermatócitos II que possuem 23 cromossomos. Na imagem da página 3 está errado, são 23 cromossomos para os espermatócitos II. Espermatócito II espermátide O espermatócito II entra na segunda fase da divisão meiótica e dá origem a duas células com 23 cromossomos chamadas de espermátides. Fisiologia II Turma106 Letícia Iglesias Jejesky 3 Espermátide espermatozoide Espermiogênese: espermátides sofrem um processo intenso de diferenciação celular, tendo sua morfologia completamente modificada, tornando-se um espermatozoide. O processo de diferenciação da morfologia das espermátides que vai originar os espermatozoides é denominado espermiogênese. A espermiogêse está dentro da espermatogênese. Para cada espermatogônia, quatro espermatozoides são produzidos. Se os testículos forem removidos de um embrião masculino em fase inicial, por que ele desenvolve útero e tubas em vez das estruturas acessórias masculinas? Este embrião terá genitália externa masculina ou feminina? Sem os testículos na fase inicial, não há produção de testosterona; isso impede a produção do fator anti-mülleriano e o ducto de müller consegue se desenvolver, formando o útero e as tubas. Este embrião terá genitália externa feminina, pois sem os testículos não há testosterona sendo produzida. Os gametas de um menino RN estão em qual fase de desenvolvimento? É o mesmo estágio de uma menina RN? Espermatogônia. Não, a menina nasce com ovócitos primários. Quantos gametas são formados a partir de um ovócito primário e de um espermatócito primário? Um gametaé formado a partir de um ovócito; quatro gametas se originam de um espermatócito. Em que momento podemos imaginar que o menino já está produzindo espermatozoide? Quando ele começa a desenvolver as características sexuais secundárias masculinas. Espermiogênese A espermátide perde citoplasma, complexo de Golgi libera vesículas e grânulos que irão constituir o acrossomo. O acrossomo possui enzimas que são importantes para o processo de fecundação. As mitocôndrias vão se aglomerar na região do flagelo, formando uma bainha mitocondrial. Células de Leydig No tecido conjuntivo do testículo que fica em volta dos túbulos seminíferos, existem as células intersticiais ou células de Leydig. Essas células são estimuladas pelo hormônio LH a produzirem testosterona. Dica: células de Leydig são estimuladas pelo LH e as células de Sertoli são estimuladas pelo FSH. Fatores hormonais que estimulam a espermatogênese 1. Testosterona – secretada pelas células de Leydig – estimula a espermatogênese. 2. LH – secretado pela adeno-hipófise – estimula as células de Leydig a secretarem testosterona. 3. FSH – secretado pela adeno-hipófise – estimula as células de Sertoli – resulta em estímulo à espermiogênese. 4. Estrogênios – produzidos pelas células de Sertoli a partir da testosterona quando estimuladas pelo FSH – espermiogênese. 5. Hormônio de crescimento – secretado pela adenohipófise – controle das funções metabólicas basais dos testículos e promove a divisão precoce das espermatogônias. Espermatozoides prontos nos testículos e agora? Espermatozoides saem dos testículos e chegam ao epidídimo o epidídimo é o local de maturação dos espermatozoides ducto deferente pode ser estocado na ampola ducto ejaculatório uretra. Fisiologia II Turma106 Letícia Iglesias Jejesky 4 Epidídimo Local de maturação do espermatozoide; As células de Sertoli e o epitélio do epidídimo secretam líquido especial contendo hormônios, enzimas e nutrientes essenciais para a maturação; Desenvolve a capacidade de mobilidade, porém muitas proteínas inibitórias no líquido epididimário ainda impedem a mobilidade final até depois da ejaculação. Isso é importante, pois é um meio de preservar a mobilidade do espermatozoide, já que não é interessante gastar energia mobilizando ao máximo sendo que ele está muito distante do caminho que ele ainda tem percorrer até o ovócito. A mobilidade máxima só é atingida após o espermatozoide ser ejaculado, ele só é capacitado no útero e nas tubas; pois nesse momento ele perde suas proteínas inibitórias, podendo ter seu movimento acentuado. Vai ser mais detalhado depois! Apesar de no epidídimo o espermatozoide sofrer maturação e capacidade de mobilidade, ele ainda não é capaz de fecundar um ovócito. No ducto deferente Local onde os espermatozoides ficam estocados. Podem permanecer mantendo sua fertilidade por cerca de 1 mês. Deferentectomia (vasectomia): interrompe a passagem de espermatozoides do ducto deferente até seu posterior destino; com isso, após a cirurgia, o sêmen possui os fluidos das glândulas, contudo, não há presença de espermatozoides. Vesículas seminais Secreta material mucoso contendo: frutose, ácido cítrico, prostaglandinas, fibrinogênio e outras substâncias nutritivas; Esvazia seu material no ducto ejaculatório imediatamente após o canal deferente ter despejado os espermatozoides. As vesículas seminais são responsáveis por maior parte do volume ejaculado. A frutose é a principal fonte de energia do espermatozoide. O fibrinogênio é importante para, junto com outro componente secretado pela próstata, fazer com que o sêmen fique com aspecto coagulado após chegar ao trato genital feminino; minutos depois, esse “coágulo” se desfaz e fica líquido novamente; isso é importante para que o sêmen fique mais tempo ali e não escorra pela vagina. Próstata Líquido fino, alcalino, leitoso com cálcio, citrato, fosfato, enzima de coagulação e uma pró-fibrinolisina; O espermatozoide não adquire mobilidade necessária até que o pH atinja valores aproximados de 6,0 a 6,5; Sem a secreção alcalina, os espermatozoides iriam morrer quando chegassem na vagina (pH ácido). Enzima coaguladora faz com que o fibrinogênio liberado pelas vesículas seminais forme um coágulo fraco de fibrina, mantendo o sêmen nas regiões profundas da vagina. Em 15 a 30 minutos, a fibrinolisina, derivada da pró- fibrinolisina, quebra o coágulo e com isso, aumenta a mobilidade do espermatozoide. O fibrinogênio liberado pelas vesículas seminais, junto com a enzima de coagulação e a pró- fibrinolisina, atua para a formação e degradação de uma espécie de coágulo que se forma no sêmen. O espermatozoide fica ainda meio imóvel por conta de coágulo formado; ele é colocado próximo ao colo do útero e quando o coágulo começa a se dissolver, o espermatozoide entra no colo do útero; chegando até as tubas ele atinge a sua mobilidade máxima. Sêmen pH = 7,5 Espermatozoides (10%) Líquido das vesículas seminais (60%) – consistência muco Líquido da próstata (30%) - dá aparência leitosa Pequena quantidade de glândulas mucosas Fisiologia II Turma106 Letícia Iglesias Jejesky 5 Espermograma: o que ele avalia? Volume ejaculado, pH, viscosidade, cor e tempo de liquefação. Em relação aos espermatozoides: Motilidade – acima de 50% Viabilidade – maior que 4% Quantidade – igual ou acima de 15 milhões/ml Vitalidade – acima de 50% de vivos Fisiologia do espermatozoide maduro Atividade aumentada em meio neutro ou básico; Meio fortemente ácido pode causar sua morte; Tempo de vida alto nos ductos genitais masculinos; Os ductos genitais masculinos estão preparados para proteger esses espermatozoides, mas quando ele chega até a genitália feminina esse tempo de vida é menor. Tempo de vida no trato genital feminino de 1 a 2 dias. Capacitação Útero e tubas uterinas – é onde ocorre a capacitação. Fatores inibitórios que suprimem as atividades dos espermatozoides são eliminados; Perdem o colesterol depositado no acrossoma; Membrana mais permeável ao cálcio – movimento chicote do flagelo; O cálcio também permite a liberação das enzimas acrossômicas – essas enzimas auxiliam o espermatozoide a atravessar a zona pelúcida e fecunde o ovócito. Quando os espermatozoide “batem” na parede do útero, ele perde colesterol, a membrana fica mais permeável a cálcio e perde fatores inibitórios. Quando a membrana do espermatozoide se funde com a membrana do ovócito, dentro do ovócito existem grânulos que liberam proteínas que alteram a zona pelúcida e impedem que outro espermatozoide fecunde esse ovócito. Desempenho no ato sexual Ato sexual masculino Estímulo na glande – estímulo aos órgãos terminais sensoriais – nervo pudendo – plexo sacral – região sacral da medula - ascende pela medula até áreas não definidas do cérebro. O estímulo pode vir também: De outras áreas próximas ao pênis como o epitélio anal, bolsa escrotal e estruturas perineais; De estruturas internas como uretra, bexiga, próstata, vesículas seminais, testículos e ducto deferente; De estímulos psíquicos como pensamentos Integração do ato sexual masculino na medula Estágios do ato sexual masculino 1. Ereção: estímulo liberação de oxido nítrico (vasodilatador) que através de uma enzima forma GMPc GMPc resulta em vasoditalatação enchimento de sangue arterial ereção (relaxamento das artérias do pênis e das malhas musculares do tecido). Após a ejaculação, uma enzima (fosfodiesterase) irá quebrar o GMPc vasodilatação deixa de acontecer. 2. Lubrificação: função parassimpática – glândulas bulbouretrais. 3. Emissão e Ejaculação: função simpática – inicia com a contração do ducto deferentee da ampola – seguida pela próstata e vesículas seminais. Tudo se mistura na uretra = Emissão Contrações rítmicas dos órgãos genitais internos e dos músculos isquiocavernoso e bulbocavernoso – resultam na ejaculação Fisiologia II Turma106 Letícia Iglesias Jejesky 6 Como age o viagra? O viagra inibe a fosfodiesterase, sendo assim, há persistência da vasodilatação e da eração. Testosterona e outros hormônios sexuais masculinos Testículos – secretam androgênios: testosterona, di-hidrotestosterona e androstenediona. Apesar de ser considerado o hormônio mais importante, praticamente toda a testosterona é convertida nos tecidos-alvo no hormônio mais ativo, a di-hidrotestosterona (DHT). Produção de estrogênio (Sertoli – conversão da testosterona em estradiol). Funções da testosterona Muito produzida durante a vida fetal; praticamente não produzida na infância até 10-13 anos; muito na adolescência e permanece pela maior parte do resto da vida (diminui rapidamente após os 50 anos); Estimula o desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos e suprime o desenvolvimento dos femininos; Estimula a descida dos testículos; Características sexuais primárias e secundárias Mecanismo básico da ação da testosterona Síntese (células de Leydig): a partir do colesterol ou diretamente da acetil CoA; Circulação: ligada à albumina (+fraca) ou à betaglobulina (+forte); Na célula: no citoplasma, a testosterona convertida pela enzima 5alfa-redutase em DHT a DHT se liga a proteína receptora citoplasmática este complexo migra para o núcleo e se liga a uma proteína nuclear induzindo a transcrição do DNA- RNA; Resultado: aumento da transcrição e síntese proteica; O restante de testosterona que não entrou na célula é convertido no fígado em androsterona e deidroepiandrosterona (DHEA) e excretadas pela bile e urina. A DHEA tem um efeito muito fraco. Para quem usa e faz reposição de testosterona, uma série de cuidados é necessária. No primeiro momento, um aumento na quantidade de testosterona vai fazer um feedback negativo na produção endógena de testosterona. Durante muito tempo, quando há suspensão do uso, pode acontecer uma falência da produção endógena da testosterona. A célula de Sertoli também libera inibina, que faz uma regulação na produção intensa de espermatozoides. Muita testosterona – muito espermatozoide – inibina. Essa ação da inibina ainda está sendo estudada.
Compartilhar